Voltei ao Alqueva onde a minha paixão começou: SwimRun
O ano passado, estreei-me na modalidade de SwimRun no Alqueva (lê o relato aqui). Hoje, um ano depois, voltei à linda Praia Fluvial de Monsaraz. Fomos com os suspeitos do costume: duas duplas - o Tiago com o Francisco e o Nuno comigo.
Inscrevemo-nos no Standard do Alqueva SwimRun, com uma distância de 21km no total com 3 a nadar e 18 a correr, intercaladamente, com cerca de 10 transições. A outra opção era o Sprint com cerca de 10km e 5 transições. O que mais temia nesta prova era a travesia de 1050m a nado e os quase 800m de D+ que estavam previstos. Os 21K seriam desafiantes, principalmente para quem não tem nadado nada. Na verdade, as únicas vezes que nado “à sério” são em treinos ou provas de SwimRun. Inscrevi-me nas piscinas de Campo de Ourique, mas, depois do primeiro SwimRun o ano passado, não voltei a lá pôr os pés. Não é porque não goste, mas sim, por ter outras prioridades de momentos, como a corrida, yoga e RPM.
Voltando ao SwimRun… Como já devem ter lido aqui no blog, uma das características do SwimRun é que existe a opção de fazer a prova em duplas, do mesmo sexo ou mistas. Desde a minha primeria SwimRun, decidi abraçar esta ideia e eu fiz equipa com o Nuno e o Xiko com o Tiago. Pois eu e o Nuno somos ligeiramente mais fortes na natação e o Xiko e o Tiago claramente na corrida. A ideia das duplas é irem sempre juntos e partilham apenas um chip. Isto gera um espírito de equipa, como é óbvio. Nalguns países onde também se pratica o SwimRun, as duplas até vão presas com uma espécie de elástico entre si. Para a próxima, em Setúbal, a ver se o Nuno e eu experimentamos isso, pois pode ser que ele me consiga “dar uma ajudinha” na natação.
Fomos a Monsaraz no sábado para aproveitar para jantar juntos em Monsaraz e ficamos a dormir numa casinha típica no centro. Assim, na manhã seguinte, foi só descer até à Praia Fluvial. A prova deu início às 10h00, por acaso, seria um ponto a rever, pela organização, devido ao calor que se fez sentir. Mas na verdade, como o SwimRun é bastante complexo a nível logístico, não sei se é possível começar a prova antes das 10h. As duas distâncias, o Sprint e o Standard, depois de um breve briefing pelo Bruno Safara, o diretor de prova, arrancaram ao mesmo tempo.
A primeira metade da prova, fez-se muito bem, com troços de corrida e natação relativamente curtos e pouco D+, pois íamos correndo à beira da Barragem, com vistas e trilhos muito simpáticos. Quando chegamos ao troço dos 1050m, só tínhamos nadado ainda troços pequenos de 200-300m. Respirei fundo e lá fui. Sempre tentando manter-me perto dos pés do Nuno, para me guiar. No meio do troço, parei por uns instantes mas descansar, mas rapidamente retomei e a travesia até se fez bem.
Quando saímos da água, saímos um pouco antes do Xiko e do Tiago, que se atrasaram um pouco neste troço de natação maior. Rapidamente eles apanharam-nos e ultrapassaram-nos. Eles iam atrás de outra dupla e simplesmente íamos seguindo o caminho. De repente: “E as fitas?”. Tínhamos perdido o percurso. De facto, é fácil seguir quem vai à nossa frente e esquecer as fitas. Felizmente, em equipa, rapidamente retomamos o caminho certo.
Depois da travesia grande, onde se fez sentir alguma ondulação, sentia-me super inchada e desconfortável. Devia ter engolido uma boa quantidade de água e deu-me a volta ao estômago. Dali, iríamos subir cerca de 150m de D+ até ao castelo. Foi penoso, mas lá consegui ir subindo, aproveitando as vistas incríveis sobre o Alqueva para “recarregar” energias. Quando chegamos ao Castelo, ao mundo habitado, não resisto e enfiei-me num café para ir à casa de banho. Perdi uns minutos, mas valeu bem a pena! Esses minutos rapidamente foram recuperados a descer do Castelo de barriga vazia! Passamos por trilhos muito lindos num sobe-desce com vista sobre o Alqueva.
A certo momento, descemos a pico, já com a meta em vista mas tivemos que voltar a subir. Foi a “Subida Impossível”, que horror! Por mim, não teria feito essa subida de de 100m de D+ em menos de 500m, mas lá teve de ser! Depois, foi “voar” para baixo para a penúltima travesia, até a ilha. Que bem que soube aquele encontro com a água, depois de cerca de 9 km em trilhos quentes! Uma vez na ilha, era só atravessar até à Praia Fluvial. Que bom! Já estava cansada mas “dei tudo” para acompanhar o Nuno e não dar a parte fraca. Que bom que soube ouvir a voz do Xiko! E pronto, 100m depois, cortamos a meta, com 3’50’’ e cerca de 21K no total (vê no Strava).
O Nuno e eu, que normalmente fazemos as provas “na balda” a curtir e a aproveitar, decidimos puxar um pouco mais desta vez, e estamos super contentes. Sinto que posso melhorar bastante na natação. A ver se é desta que até ao Arrábida SwimRun, dia 7 de Setembro, me meto na piscina a treinar!
Em suma, mais um grande fim-de-semana com amigos. Adoro esta parte do Alentejo. Adoro o SwimRun! A comunidade, por ser ainda pequena, é super familiar e unida. A prova, como sempre, bem organizada. Muito melhor que o ano passado. As boías grandes ajudam muito na orientação durante os troços de natação maiorzitos. Foi pena que algumas das fitas de marcação de percurso “desapareceram”, mas não há grande coisa a fazer. Correu super bem e já estou ansiosa pelo dia 7 de Setembro, que será a minha estreia de SwimRun no mar!