UTDP - Paulo Tavares um atleta do Norte! pois claro...
O Ultra Trail Douro e Paiva decorre este fim-de-semana e com mais de 1000 atletas inscritos promete ser mais um grande evento de trail.
Desta vez fomos conhecer o Paulo Tavares, 5º classificado na edição do ano passado e padrinho da prova deste ano. Dotado de um afinado humor, de um grande companheirismo e treinado pelo Paulo Pires (treinador da Armada Portuguesa do Trail) é sem dúvida um atleta do Norte!!
Quem é o Paulo Tavares?
Sou natural de Matosinhos mas actualmente a viver em Braga, tenho 38 anos, casado com a Ana e neste momento sou supervisor na empresa de elevadores, tendo como hobbies o BTT, ciclismo e o ócio preferencialmente em frente ao mar. Sendo no Trail Runnig que está a minha paixão é onde realmente vou buscar a minha paz e equilíbrio.
Como começaste a correr?
O meu interesse pelo desporto começou a + ou - há 8 anos comecei por brincadeira com um grupo de amigos que praticavam BTT na altura ainda não tinha bicicleta e todos os fins-de-semana alugava uma para poder ir com eles, até que no natal desse ano a Patrícia, a minha esposa, ofereceu-me um cheque bicicleta... pouco tempo depois comecei a participar em provas ganhando o gosto pela modalidade e nesse mesmo ano abri uma associação, criei uma equipa e federei-me, nessa altura decidi também deixar de fumar que foi uma das melhores decisões que tomei até hoje. Andei neste desporto durante 4 anos em que a prova que mais me marcou foi o Brasil Raid por ser uma prova em duplas, por etapas e rodeado de magnificas paisagens da Chapada Diamantina, um dia vou lá voltar mas desta vez não levo a bicicleta mas sim as sapatilhas
A corrida apareceu após uma lesão que me impedia de andar de bicicleta, foi ai que comecei a dar umas corridas para não perder a forma e quando alguns amigos me convidaram para ir fazer uma prova de Trail Runnig fiquei completamente apaixonado pela modalidade, fez-me lembrar os tempos de miúdo em que brincava na mata perto de casa, relembrando-me da sensação de correr pelo meio da vegetação transpondo os obstáculos que vão aparecendo voltando a despertando a criança que tenho em mim. Estes sentimentos que muitas vezes nem sei explicar, são o que me faz calçar as sapatilhas e sair mesmo quando a vontade não é nenhuma.
Desde que corres qual foi até hoje o ponto mais alto?
Ao longo do meu percurso nesta modalidade já tive a oportunidade de percorrer trilhos de vários pontos de Portugal e também de outros países, sendo que a experiencia que mais me marcou foi a ida a Chamonix onde participei no TDS uma prova que tem tanto de dura como de magnifica vivida num ambiente extraordinário.
O que representa para ti o Trail Running?
O Trail para mim representa uma superação constante dos meus limites, encaro as provas sempre como uma competição pessoal, onde tento superar sempre as minhas capacidades físicas e mentais, sou bastante exigente comigo próprio, pois só assim é que consigo evoluir. Esta forma de encarar a modalidade fez que ao fim de pouco tempo arrisca-se em provas de três dígitos
Quem são os seus atletas de referência?
Os meus atletas de referência são Armando Teixeira, a quem deixo um especial agradecimento pelo apoio e motivação que me tem dado, o Carlos Sá, Nuno Silva, Ester Alves e a Lucinda ..... todos eles com percursos respeitáveis e a acima de tudo têm sido responsáveis pela divulgação e crescimento da modalidade em Portugal.
Como vês o movimento do Trail em Portugal, com o número de provas a aumentar exponencialmente? o que podemos esperar do futuro? Diferenças em Relação ao passado?
O Trail em Portugal está numa fase de crescimento com o número de atletas a aumentar de dia para dia é importante passar a mensagem e o espírito desta modalidade, não deixando que a competição e o negócio se sobreponham.
Lesões, já passaste por esse calvário?
Infelizmente já sofri algumas lesões sendo a mais grave uma entorse com rotura parcial dos ligamentos que me obrigou a uma longa paragem de 4 meses, as lesões são o maior inimigo do atleta é preciso muita capacidade para lidar com a frustração de não puder treinar e aceitar que não se vão atingir os objectivos a que se propõem, a impotência e frustração são os piores sentimentos que se podem sentir.
O que podem os atletas esperar desta prova?
O UTDP vai ser uma prova com um grau de dificuldade elevado, que percorrerá os lindíssimos trilhos de Cinfães do Douro, Sugiro que tenham em atenção a hidratação, beber muita água, levar protector solar e o equipamento adequado. Nunca esquecendo a velha máxima beber antes de sentir sede e comer antes de sentir a fome, para mim são os cuidados mais importantes a ter.
Estudar a prova é fundamental, saber os pontos de abastecimento, saber onde estão concentradas as maiores dificuldades da prova, bem como as características do terreno, com este conhecimento é possível efectuar um planeamento mais exacto da prova de forma atingir o nosso objectivo
Uma dica rápida?
A minha mensagem para quem está a começar a modalidade é que respeitem a Natureza sejam companheiros e altruístas com os outros atletas, mantendo assim o espírito do Trail.