Uma viagem que não se esquece (parte 2)
Voltamos a casa, bebemos imperial na café da Bordeira e zarpamos até Sagres para ir comer num restaurante perto da Fortaleza. O Ulisses conhece o sítio. E o dono do sítio acha que conhece o Ulisses. Tudo em família, portanto. Peixe e Chocos à Algarvia.
Depois fomos tomar uns cocktails no bar O Camelo, em Sagres. Não ficamos muito tempo, no outro dia estava planeada mais um treino. E sabem aquela sensação que por vezes nos dá quando estamos a volante num boa estrada e só apetece ouvir certas músicas bem alto e acompanhar em voz alta (e desafinada). Na idade adulta raramente o fazemos. Os putos lá atrás, a mulher/marido a pensar que enlouquecemos de vez. Às vezes ensaiamos nas filas de trânsito na cidade, mas não é a mesma coisa.
O cenário a seguir aos cocktails foi esse. Tiago ao volante (tem enorme experiência a conduzir carrinhas), vidros abertos, e música aos berros. De Rage Against The Machine, Metallica, Motley Crue e até Pearl Jam, que detesto, mas que naquele pedaço de noite me pareceu perfeito. Foi um dia cheio e em cheio.
DIA 3
Domingo, às 8 da manhã já estavamos equipados e prontos para correr. Minto. Eu não fui. Equipei-me, senti cansaço nas pernas, uma ligeira impressão no joelho (a tendinite ainda lá está) e decidi que o melhor resguardar-me para usufruir do resto do dia de surf antes de voltarmos para Lisboa.
Eles foram e vieram esbafuridos. Subiram, desceram, tiveram encontros com cães da zona e devem ter batido o recorde de algum percurso que por ali gravou no Strava.
Após arrumarmos tudo, fomos novamente para... Arrifana. Só com as duas longboards e à vez, apanhamos ondas, percorremos algumas sempre a deslizar. Foram umas três horas de sorrisos na cara a pensar que temos de fazer mais daquilo. Ali ou onde for. Sendo que, para mim é dos melhores sitios do mundo para se estar. Basta duas horas na zona da Arrifana/Aljezur para nos sentirmos realmente de férias. Confesso que não consigo isso noutro lugar. Mesmo quando vou com a família de férias para o outro Algarve demoro uns dois dias a desligar do emprego. Ali, naquele local que frequento há mais de 25 anos, é automático.
Fomos para Lisboa. Antes paramos para comer croissants na famosa Mabi, em Vila Nova de Milfontes. E depois foi sempre a seguir para Lisboa. O resto da trip foi basicamente logística. Deixar as pranchas e os surfistas em casa e voltar para a família. Sem mais grandes histórias para contar.
Ficámos de barriga cheia por tudo, pela pela simplicidade, pelo descanso, pelos sorrisos, pela partilha, sabemos que é algo que não vai ficar por aqui. Já anda no ar a ideia de uma nova viagem (e com os restantes homens do CNC).
Se será a fazer surf ou outra coisa, ainda não sabemos.