“Uma sapatilha leve e reativa consegue diminuir o consumo de oxigénio em 1%”
Por Filipe Gil:
No final do mês de julho estivemos nos escritórios da Adidas em Lisboa para uma workshop sobre a tecnologia Boost, como já tínhamos anunciado aqui. Publicamos, em duas partes, a entrevista que fizemos a Adriana Machado, formadora da Adidas na tecnologia Boost e que para além de nos explicar como funciona a tecnologia avança com algumas novidades da marca alemã para breve.
Ano e meio depois do lançamento da tecnologia Boost que evolução tem tido?
Foi um lançamento que correu muito bem. Antes do material ser introduzido sabia-se muito pouco porque foi uma grande inovação no mercado. A grande inovação está mesmo nas características do material Boost: impulsão, resistência às temperaturas e durabilidade e na capacidade de reunir amortecimento e reacção numa única sapatilha. Umas das nossas grandes apostas para o Outono/Inverno é o modelo (SuperNova) Sequence, de estabilidade. Quando se pensava que, para se ter uma sapatilha de estabilidade, tinha que ser pesada, com este modelo conseguimos contrariar isso e oferecemos amortecimento, estabilidade e reactividade e leveza.
E mais novidades?
Em breve vamos apresentar a tecnologia Climaheat que é inspirada nos pelos do urso polar. O pelo é oco e para alem do tecido adiposo o urso consegue aquecer-se com o calor produzido pelo seu corpo que entra e permanece nesse espaço. No Climaheat a lógica é a mesma. Tem filamentos ocos e o calor produzido pelo pé e pelo corpo (no caso de material têxtil) mantém o calor.
Qual o feedback que têm tido dos vossos atletas profissionais e de elite na passagem para os modelos profissionais para a tecnologia Boost?
Toda a gente acha muito interessante. Há ano e meio que introduzimos o Boost no modelo Adios e desde então temos 11 recordes batidos com esse modelo, entre Maratonas e Meias Maratonas em provas oficiais. É, actualmente, o nosso Santo Graal no mundo da corrida.
E o que têm sentido da parte de quem usa Boost mas não é profissional?
As vantagens do Boost é um argumento válido quer para o corredor profissional quer para o corredor que faz 5Km por dia, isto porque todos os corredores procuram reacção, leveza e amortecimento e um menor consumo de oxigénio. Aliás, no nosso laboratório, no Adidas Innovation Team (AIT) e na Universidade de Calgary conseguimos provar, através de testes, que uma sapatilha leve e reactiva como o Boost consegue diminuir o consumo de oxigénio em 1%. Ao ainda juntarmos a sola da Continental conseguimos aliar durabilidade e tracção na mesma sola.
E qual foi a principal dificuldade que os corredores tiveram a adaptarem-se a esta tecnologia?
A sola ser peculiar, destaca-se em qualquer parede de calçado. Estamos habituados ao EVA e este Boost causa estranheza no início, mas o engraçado é que na altura do seu lançamento, os Adidas Boost Energy esgotaram, não só em Portugal mas também noutras partes do mundo. Mas para alem dos argumentos que indicamos o melhor mesmo é o corredor calçar e perceber o conforto que a meia sola Boost nos dá.
No próximo domingo publicaremos a segunda parte desta entrevista.