Uma prova diferente…
O meu PBT na Meia é uma hora e cinquenta minutos. Hoje levei duas horas e meia a fazer uma Meia Maratona. “O que fazes aqui?” perguntaram-me alguns amigos que viram que estava claramente a correr abaixo do meu potencial. “Apoiar os meus amigos”, respondia com um sorrisão na cara.
Na Corrida do Tejo, no mês passado, o projeto “O Correr na Cidade ajuda-te a superar” deu-me tanta satisfação que decidi fazer o mesmo durante a Rock ‘n Roll Half Marathon de Lisboa. Iria puxar pela “nossa” Liliana, na sua já terceira Meia Maratona.
Quem me conhece sabe que eu gosto de apoiar as pessoas que me rodeiam e de desafia-las a superarem-se. A minha amiga Patrícia até se lembrou de uma metáfora engraçada: “Quem precisa de suplementos energéticos com a Bo por perto?” :) As pessoas costumam questionar-me onde é que vou buscar tanta energia para além daquela gasta na própria corrida. No meu caso, sinto que ao apoiar ganho energia. As pessoas, os atletas, dão me energia.
Foto por Miguel Batista
Assim, e como queria fazer um treino bem longo antes do UTAX (42K), decidi sair de casa a correr até ao ponto de encontro combinado. Cheguei à partida já com 6km nas pernas, mas sentia-me fresquinha e muito animada para ajudar a Liliana a superar-se nesta prova. Na partida na Ponte Vasco da Gama encontramos, entre muitos outros amigos, o João Seco e Joana Aguiar que costumam treinar connosco. Como eles iriam fazer um ritmo parecido ao nosso, decidimos avançar os quatro juntos.
Fomos, sem dúvida, o quarteto mais animado da prova, do início ao (quase) fim. Quase porque a Joana teve que abrandar nos dois últimos quilómetros devido a dores nos malditos joelhos. Mantivemos um ritmo confortável, o qual era controlado pela Liliana, mas assim que o ritmo baixava demasiado, lá vinha eu com o mil vezes repetido: ‘bora Lili! Já as pessoas que corriam à nossa volta começavam a puxar pela Liliana; foi muito giro. Até fizemos um amigo, o Simão, que esperou por nós para cruzar a meta.
Aproveitamos cada palco de Rock ‘n Roll ao longo do percurso para pôr as mãos no ar e shake that ass. Conseguimos pôr vários maratonistas que se encontravam parados ou a caminhar a correr. Conseguimos puxar por muitos meio-maratonistas para manter o passo. E, acima de tudo, conseguimos divertir-nos muitíssimo ao longo desta linda viagem.
A Liliana, coitada, deve estar “toda partida”, pois fui um pouco exigente com ela, principalmente nos últimos kms, mas valeu a pena, pois foi uma prova cheia de PBTs para ela; aos 5, 10, 15 e 21km!!! Que orgulho!!!
Para mim, a corrida não é um desporto individual, é claramente um desporto coletivo. Fazer provas na companhia dos meus amigos e ajudá-los a superarem-se, para mim é tão ou ainda melhor do que eu própria alcançar um PBT. Fazer esta meia com mais 40 minutos daquilo que eu poderia ter feito foi ótimo, pois, só assim diverti-me mais tempo!