Sucesso é tropeçar de fracasso em fracasso sem perda de entusiasmo
Grandes recompensas advêm muitas vezes de trabalho e suor, pelo menos quero acreditar que sim. Mas não era necessário custar, demorar e doer assim tanto, ainda por cima sendo a segunda vez que passo por este processo.
Mas afinal de que raio estou para aqui a falar? Do recomeço. De voltar a correr com mais afinco, de deixar de ser um corredor de domingo, sem menosprezo algum, e tentar novamente regressar ao ritmo e forma que tinha em 2015, não era muita mas era bem superior à atual.
Mas não está a ser fácil, nada. E eu pensava que desta vez iria ser menos complicado, bastariam dois ou três treinos mais duros e isto voltava aos eixos, mas não. Afinal onde anda a famosa memória muscular?
A corrida não é minha amiga e tenho que merecer cada segundo ganho, cada quilómetro alcançado e sacrificar-me quase diariamente para melhorar neste desporto tão duro principalmente na modalidade de resistência.
O sucesso desportivo depende em grande medida do nosso cérebro e da forma como encarramos e aguentamos a dor, o sofrimento, o sacrifício e a solidão. O grau de compromisso é proporcional ao nosso treino, quanto mais tentamos mais dispostos estamos a aguentar todas estas privações.
Dificilmente algum dia serei um atleta de topo, não tenho os atributos físicos para tamanha façanha, mas balanço a minha pouca aptidão natural com o treino de capacidades psicológicas que são essências em provas de resistência e que me ajudaram a mudar nestes últimos anos.
Este ano decidi, após mais de 12 meses de afastamento, regressar a correr e aos trilhos. Simplesmente porque adoro correr na natureza e tinha saudades de sentir a minha alma carregada depois de correr nos trilhos. Mas um ano afastado é muito tempo e o regresso fácil que almejava não se concretizou.
Não vou aqui falar de VO2 Max, nem de características fisiológicas essenciais para se ser um corredor rápido e eficiente. Não é esse o meu propósito. Treino, e treino para ficar em melhor forma e o meu organismo adaptar-se, capacidade muscular e cardíaca, e influenciar a minha performance ao reduzir a minha perceção do esforço.
O que me têm mantido motivado, apesar das dificuldades, da dor e do sofrimento de alguns treinos, é o compromisso e o medo. O facto de me ter comprometido a alcançar algo grande, ainda que para muitos possa parecer pouco ou mesmo insignificante. Esse compromisso e esse medo de falhar comigo próprio têm sido a minha força motriz, que me levanta do chão e me faz sair do conforto relativo a que me habituei. Sei que ainda não estou pronto e que não terei o tempo necessário para estar a 100%. Mas tenho algum tempo para fazer alguma coisa relativamente à minha falta de capacidade atual.
Não tem sido fácil conquistar os pequenos objetivos a que me propus, mas a cada falhanço insisto e tento novamente com mais força.
A tolerância para aguentar o desconforto e a minha perceção de esforço tem aumentado gradualmente, mas ainda estão longe do pretendido, mas estou comprometido e não quero falhar.
“Sucesso é tropeçar de fracasso em fracasso sem perda de entusiasmo”
EGT aqui vou eu!