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Correr na Cidade

Sofrimento, companheirismo e aprendizagem!

 

Por Nuno Espadinha:

 

É mesmo isso: sofrimento! É a palavra que melhor descreve a minha participação no Louzan Trail, o meu primeiro trail a sério.

 

Estou habituado a chegar às provas e correr. Ponto. Sem grandes stresses ou preparação. Isto tem sido válido para as provas de estrada que fiz até agora, e onde se incluem algumas Meias Maratonas e distâncias de 10 a 15k. Para o trail a coisa muda de figura e nada do que fiz até chegar à Lousã, um treino em Sintra de 24Kms e um ou outro "passeio" pelo Jamor  e ainda um treino de 18kms em Monsanto (uma semana antes da Lousã), me preparou para o que encontrei!

 

A minha "prova" acabou definitivamente aos 13/14Kms depois da subida ao Trevim, já não vinha “famoso” e tinha feito um esforço tremendo para não escorregar no xisto que fomos encontrando pelo caminho.

 

Não sou grande fã de escalada e aquela "parede" esgotou as minhas forças. Eu que sou conhecido na crew por fazer uma boa gestão de esforço fiquei nas lonas....e ainda faltavam 20 Kms, aproximadamente. Aqui entra a segunda parte do título deste report: Companheirismo!

 

 

Sem a preciosa ajuda, espírito de sacrifico e paciência dos meus companheiros da Crew, Nuno Malcata, Bo Irik e Filipe Gil (a ordem é aleatória), teria certamente desistido aos 20Kms. Eles demoraram, à vontade, pelo menos mais 45 mins do que se me tivessem deixado ficar para trás.

 

Pelas cãibras que senti, descobri que a compressão não é de todo para mim em trail. Já não o era em provas de estrada, e no trail também não. Pela primeira vez desde que corro ia ficando pelo caminho sem ser por lesão, e aqui entra a terceira palavra do título: Aprendizagem!

 

 

É um bocado "violento" aprender desta forma mas paciência, sei agora que tenho de me preparar melhor nas semanas antes destas provas e perder algum peso, e melhorar a hidratação por exemplo. Tenho a particularidade de só ter um rim (é um mega rim, ok!) e na prova fiz retenção de líquidos, o que não pode acontecer.

Aprendi também que comer e correr não é para mim, por isso terei que optar sempre por coisas como os géis para não me sentir desconfortável e demasiado pesado.

 

Em conclusão e como notas positivas deste fim-de-semana trago comigo a convivência com a Crew e a viagem, as paisagens deslumbrantes, que mesmo assim consegui apreciar, e a hospitalidade das gentes da Lousã. A organização,as pessoas que encontrámos pelo caminho no trail e um agradecimento especial aos pais do Pedro Luiz que foram inexcedíveis, aquela Chanfana estava divinal... 

Ah e ainda mais uma nota, quero experimentar isto outra vez!

 

 

p.s. - fotos 1 e 3 da autoria de Pedro Sequeira; foto 2 da autoria de Luís Canhão.