S. Silvestre de Lisboa 2012: Race Report #2
Uma Corrida “ Santa”, por Bruno AndradeA minha ultima prova do ano, foi assim, uma corrida “ Santa” não só pela origem do nome da prova, São Silvestre, um Papa que comandou a Igreja Católica no período entre 31 de janeiro de 314 a 31 de dezembro de 335 d.C, ano em que morreu ( a sua festa é celebrada em 31 de Dezembro), mas também pela minha prestação.Pela segunda vez, a primeira foi em 2010, participei na São Silvestre de Lisboa, desta vez acompanhada pelo Filipe Gil e Nuno Espadinha.Um dos meus objetivos para esta prova era baixar o tempo de 2010 (53:37s), algo que de princípio não se adivinhava de tarefa fácil, uma vez que existia uma alteração ao último percurso que tinha feito: o facto de subirmos ate ao Saldanha, enquanto em 2010 ficávamos pela Rotunda do Marquês.No entanto, como em tudo na vida, tentei ver e procurar pelo positivo do trajecto, e como tudo o que sobe também desce, pensei que iria aproveitar bem essa descida do Saldanha até à meta final nos Restauradores. Além dessa descida, pensei logo em fazer mais kms abaixo dos 5 minutos, logo nos primeiros kms dos Restauradores ate ao Terreiro do Paço. Antes da prova tinha dito ao Filipe que esperava fazer cerca de uns 4 kms (intercalados) abaixo dos 5 minutos – acabei no final por fazer 5 kms abaixo dos 5 minutos.Nesse dia, e como manda a tradição, comi como ultima refeição principal uma boa pratada de massa e carne de forma a ter uma boa fonte de hidratos e proteína.O problema é que apesar de ter comido com cerca de 4 horas e meia antes da prova, parece que a digestão não foi tão rápida como o desejado.Ainda por cima, cometi o erro de comer metade de uma sandes uns 40minutos antes da prova. Fiquei com bastante receio que a meio da prova o estômago se virasse contra mim. Mais uma vez, e apesar de planearmos muitas vezes não arrancar em força para não nos desgastarmos rapidamente, a motivação, a adrenalina e o ambiente das provas levaram-nos a arrancar rápido e a começamos os primeiros kms abaixo dos 5 minutos.Surpreendeu-me bastante o número de atletas que participaram, pensei que ao km 4 já pudesse estar a correr sem problemas de tropeçar em ninguém, mas o fato foi que estive sempre acompanhado de muitos atletas ao longo de toda a prova. Muitos atletas e algum trajecto não muito regular (linhas de eléctrico, etc), fizeram com não déssemos ainda mais.Ate á Estação de Santa Apolónia fui sempre acompanhado pelo Filipe, o que é sempre uma vantagem, por já conhecermos o ritmo de cada um. A partir desse ponto, adiantei-me um pouco, mas sempre com a sensação que o Filipe nunca me perderia de vista.A corrida, apesar de algum trajecto irregular, correu-me bem ate ao início da Avenida da Liberdade, aí preparei-me para o início da subida, mas sensivelmente a meio, ao 7º km, fui-me muito abaixo, e apesar de nunca parar, fiz o meu pior km com 6:06s. Contudo, ao passar a Rotunda ganhei novo fôlego, porque sabia que o Saldanha estava mesmo ali, e depois seria descida ate ao final.E assim foi, mal dei a volta no Saldanha, fui buscar forças onde não pensei ter, e tentei acelerar o máximo que pude…apesar de já sentir uma ligeira “ dor de burro” ( o pior dos meus receios). Um pouco depois de passar o Marquês, o dispositivo que uso para correr ( Endomondo) indicava que talvez pudesse chegar ao final dentro da casa do minuto 50, e ao ver ao longe o balão da Asics fiquei com a sensação que era capaz mesmo de atingir essa meta, no entanto, esse balão não indicava a Meta Final e só mesmo uns metros lá à frente consegui finalizar, vendo que já não consegui o minuto 50, tentei de tudo para entrar no minuto 51…e lá consegui.Tempo Oficial : 00:51:45. Melhor Marca Pessoal do Ano, e 4ª Melhor desde que tenho registo dos tempos ( 2010)Pontos Positivos:Grande afluência de atletas e público, apesar destes últimos como é habitual, grande parte ser muito tímida na participação.Publicidade da prova e a organização da mesma.Pontos Negativos:Algumas partes do Percurso mal tratadas (mas isso não é da responsabilidade da organização, mas sim da Câmara de Lisboa)Afunilamento no final. Quando se acabava a prova demorou-se demasiado tempo a sair do “funil”.