Review: Reebok All Terrain Super - a perspetiva feminina
As sapatilhas Reebok All Terrain Super, foram desenhadas a pensar nas provas como as “Spartan Races” (corridas de obstáculos com diferentes distâncias) e pretendem conciliar as características ideias para obstáculos, mas também para corrida. Há que fazer uma ressalva, pois temos utilizado as sapatilhas apenas para correr em trilhos e não neste género de treinos para o qual foram concebidas.
O Stefan já deu a sua opinião, muito positiva, acerca deste modelos da Reebok aqui. Segue a opinião das nossas trailistas Carmo e Bo:
DESIGN
Carmo: A primeira impressão é o impacto visual que provocam: são super coloridas! Dificilmente passam despercebidas. Pessoalmente gosto bastante da escolha das cores vivas e do cuidado no design de pormenores visuais, tais como o tecido em degradé ou os detalhes em cor-de-rosa (que tornam as sapatilhas bastante femininas).
Bo: Eu concordo com a Carmo, adoro o design diferente destas sapatilhas, tanto a nível de cores como de forma. No entanto, por serem disruptivos na sua aparência, também gente que comentou comigo que achavam as sapatilhas feias. Eu insisto que gosto, precisamente pelo seu aspeto diferente e ousado.
CONFORTO
Carmo: Ao calçá-las pela primeira vez, a sensação foi ambigua: se por um lado senti conforto na zona da planta do pé; os dedos bem acomodados na toe box sem sentir aperto e uma leveza extrema (têm o peso pluma de cerca de 190gr.), por outro apercebi-me que na zona do dorso do pé, o material era muito pouco maleável, criando inclusivamente desconfortáveis vincos sempre que flectia o pé. Ao fim de poucos quilómetros de utilização, a rigidez do material e a consequente tendência para fazer vinco na zona das articulações dos dedos, acabaram por fazer uma ferida nos dedos mindinhos, tornando-se bastante incómodas. Com o uso, o material tem vindo a “quebrar”, apesar de nunca sentir o pé confortável.
Em dias de chuva ou em pisos molhados nunca senti os pés muito ensopados: a tecnologia H2Odrain desempenha muito bem a sua função, apresentando uma óptima capacidade de drenagem da água, secando muito rapidamente. Inclusivamente, a língua da sapatilha é feita de um material que não ensopa. Para além da boa drenagem da água, a malha exterior apresenta uma óptima capacidade de ventilação. São super arejadas e frescas. Diria que esta é uma das grandes mais- valias destas sapatilhas.
Os atacadores, apesar de não serem muito resistentes, têm um óptimo tamanho, permitindo usar a técnica de aperto das orelhas e do duplo laço.
A sola bastante agressiva foi desenhada a pensar no piso e nos obstáculos a transpor neste tipo de provas. Em pisos de terra batida e em lama senti uma óptima capacidade de aderência. Em rocha ou pedra, sobretudo quando estas se encontravam molhadas, senti que patinava com alguma facilidade, não dando segurança suficiente para grandes aventuras.
Quanto à resistência, a parte dianteira é reforçada por uma tela resistente. Mas na zona onde vinca, o desgaste é bastante grande, mesmo com poucos quilómetros de utilização.
Bo: Mais uma vez concordo com a Carmo na medida em que me identifico com as primeiras impressões ambíguas, contudo, a sapatilha não me causou feridas e rapidamente me adaptei à sua rigidez enquanto a sapatilha se adaptava ao meu pé.
Na minha opinião, a capacidade de drenagem da água e ventilação são extremamente boas em comparação com outras sapatilhas de trail. A sua aderência também é muito boa, principalmente em pisos extremos como lama. Continuam as minhas sapatilhas de eleição para percursos de trilhos até 20km com muita lama e água.
Enquanto ponto menos positivo, aponto a língua da sapatilha. Não me ajeito com ela. Embora os atacadores permitirem a a técnica de aperto das orelhas e do duplo laço, não consigo prender a língua do sapato de forma a ficar direita. Bastam 10 minutos para ela se desviar para o lado exterior do pé e fica aí. Não é incomodativo, mas também não é suposto.
AMORTECIMENTO E ESTABILIDADE
Carmo: Com um drop (diferença entre a altura do calcanhar e a altura da frente do pé) de 5mm, os Reebok All Terrain Super são bastante minimalistas. Sendo eu utilizadora regular de sapatilhas com bastante mais drop, ao fim de poucos quilómetros sinto alguma fadiga, sobretudo na zona dos gémeos. Mais uma vez apercebi-me que a adaptação a umas sapatilhas mais minimalistas não é de todo imediata, mas sim gradual, requerendo uma “interiorização” de uma nova postura e de uma nova passada.
Bo: Ao contrário da Carmo, eu já estou mais habituada a calçado minimalista em trail e o drop reduzido soube-me muito bem. Em termos de amortecimento, para mim são ótimos, mas não são indicados para quem não está habituado a calçado mais minimalista. A estabilidade é algo reduzida, mas penso que faz parte deste modelo e o objetivo desta sapatilha não é fornecer uma mega-estabailidade.
PREÇO
Carmo: Com um preço na casa dos 80 euros e não sendo umas sapatilhas pensadas especificamente para corrida em trilhos, penso que a sua compra deverá ser bem equacionada de acordo com os objectivos de cada corredor.
Bo: Para já acho a relação preço-qualidade muito boa. Se gostas de correr na lama e água em distâncias até 21km e procuras um calçado mais minimalista, recomendo estes Reebok All Terrain Super.
AVALIAÇÃO
Carmo:
Design: 18/20
Conforto: 12/20
Estabilidade: 16/20
Amortecimento: 16/20
Preço: 16/20
Bo:
Design: 18/20
Conforto: 16/20
Estabilidade: 16/20
Amortecimento: 16/20
Preço: 17/20
AVALIAÇÃO FINAL (de 0 a 100)
Carmo: 78/100
Bo: 83/100
Quanto ao veredicto final, as sapatilhas Reebok All Terrain Super apresentam como pontos positivos a óptima capacidade de aderência em pisos de terra batida e lama e de drenagem de água, assim como a leveza e design disruptivo. Como pontos menos positivos, destacamos o facto do material de revestimento não ser suficientemente maleável, podendo causar algum desconforto (inicial) nos pés, bem como a pouca aderência em pisos de rocha e pedra molhada e a língua que não se mantem no sítio.
Boas corridas!