Review: All Terrain Super - "De chuteira a sapatilha trail"
Por Stefan Pequito:
Há cerca de um mês atrás a Reebok cedeu-me as suas sapatilhas minimalistas as All Terrain Super para testar. Quando as recebi fiquei com um “pé atrás” pois parecem mais umas chuteiras de futebol do que umas sapatilhas de corrida - mesmo que estas não seja específicas para trail mas sim para corridas de obstáculos como as conhecidas corridas Spartan.
Achei que o calcanhar era demasiado fino e achei o sapato demasiado rijo. Mas pronto, testei-as para ver se tinha razão ou não. Neste mês já tenho perto de 100kms com elas e até agora têm-me surpreendido pela positiva, mesmo não sendo umas sapatilhas adequadas para fazer longas distâncias.
O primeiro treino que fiz com elas foi na Arrábida - um bom sitio para testar a sua aderência, pois é um local com vários tipos de piso. Na lama são fantásticas, sem dúvida, nas subidas agarram “que se farta” pois têm aqueles pitões enormes na ponta da sapatilha que ajudam na tração.
Em madeira têm uma óptima aderência, também. Onde são um pouco mais fracas é em rocha, mas fazem o trabalho delas, cada vez que escorreguei, a parte atrás (a parte vermelha) agarrou, sendo este pedaço das sapatilhas feito de uma borracha mais mole mesmo para isso.
Notei logo que são sapatilhas "front foot", ou seja, sapatilhas para andamos nas pontas dos pés. E foi isso, sem duvida, que adorei. Gosto de correr com a ponta e o meio do pé. Neste treino, na Árrabida, fiz 26kms com elas e fantasticamente não me senti mal, aliás fiquei bastante surpreendido com isso pois não estava à espera que o amortecimento fosse bom. Mas é, e o quanto basta.
Passado uma semana da Arrábida, fui de férias para Proença e aproveitei para fazer um treino longo no percurso que passa pela primeira parte da prova do ano passado do Circuito da Horizontes. 30kms com 1500d+, foi o teste “de fogo” destas Reebok, ainda para mais tinha de fazer isto em cerca de 3 horas.
Estava a chover e frio. Melhor que isto para fazer um teste forte e duro é impossível. Neste teste já apareceram alguns pontos fracos da sapatilha, no meu entender, claro. Os atacadores são muito fracos, começaram a rasgar ao passar pelos orifícios, e o sistema de aperto aleija moderadamente, já que dobra e vinca um pouco os pés acabando por dar algum desconforto.
A aderência em rocha voltou a falhar mas são poucas as sapatilhas que são boas nesse piso, e há que perceber que estas não são específicas para trail. Reparei também que a língua da sapatilha se move para os lados, não ajudando muito no conforto.
Em termos de drenagem são boas, a água entra mas sai rápido. São algo resistentes sem duvida, aquele plástico todo ajuda bastante à resistência, mas perde em flexibilidade. No fim acabei o treino como queria, os 30km em 3 horas, o pé esquerdo um pouco moído por cima por causa da sapatilha mas nada que não se aguente. Fiz mais uns treinos curtos com elas e confirmei o que já disse e agora escrevo.
Resumindo, gostei bastante das “chuteiras”, agradável surpresa da Reebok, mesmo não sendo umas sapatilhas de trail em absoluto, fazem bem o trabalho. Podem ser sapatilhas para fazer provas até 50km, a partir daí tenho dúvidas, pois a superfície rija acaba por ser o seu “calcanhar de Aquiles”. A sola é bastante boa, com boa aderência, e um amortecimento quanto basta.
Categoria: Neutros
PVP: 86€ (em promoção); 114€ preço normal.
Avaliação
DESIGN : 16/20
CONFORTO : 16/20
PREÇO: 18/20
ESTABILIDADE:18/20
AMORTECIMENTO: 18/20
Avaliação Total:86/100