Race Review: Grande Prémio Fim da Europa
Por Bo Irik:
O ano passado, quando escrevi sobre a minha participação no Grande Prémio Fim da Europa, caracterizei-a como uma prova para PBJ – “Personal Best Joy”, por ser uma prova que dá muito prazer.
Este ano, a minha segunda participação, foi mais uma festa, mas não tão intensa como a ano anterior. Na verdade, já estou habituada a treinar na zona de Sintra e esta zona, maravilhosa, já não é nenhuma novidade, pelo que já não impressiona tanto quanto foi o ano passado. De facto, cada vez mais, prefiro trilhos a estrada, e a zona de Sintra é, para mim, um verdadeiro paraíso de trail running.
Voltando à prova, fui de comboio com o amigo João Gonçalves, uma viagem muito agradável que deu para pôr a conversa em dia. Depois de me encontrar com a Carmo no "Café Saudade" para ela me dar o meu dorsal, e desfrutar de uma carioca de limão e scone, dirigimo-nos às carrinhas para largar os nossos sacos que seriam levados até a meta. Esta prova, com início em Sintra e fim no Cabo da Roca, não é circular, antes pelo contrário, afastamo-nos da partida 17km, e por isso envolve alguma logística, tanto no transporte dos sacos como dos atletas.
O percurso é fantástico e por isso, como a procura é tanta, a organização decidiu aumentar mais vagas este ano, foram três mil! Aumentar o número de participantes envolveu haver duas vagas de partida, uma primeira às 10h00 e uma segunda às 10h15. Quem se atrevia a “mudar” de vaga, seria desclassificado, pois, os chips estavam programados de acordo com a partida. Penso que esta medida funcionou muito bem e permitiu evitar engarrafamentos na parte inicial da prova, onde passamos pelas ruas estreitas de Sintra. Parabéns à organização.
Em termos de altimetria, esta prova é muito desafiante. Em algumas subidas caminhei, pois, achava que o esforço de correr não compensava tendo em conta a reduzida diferença no ritmo, e com um treino de 16km em trilhos feito no dia anterior, tinha as pernas algo cansadas.
O percurso é lindo e como estava um dia solarengo, as vistas estavam fantásticas, mesmo!
A última parte do percurso é sempre a descer e contamos com o apoio simpático dos Azoíenses e ainda de alguns atletas, principalmente as simpáticas Tartarugas Solidárias, que dedicaram a sua manhã de domingo ao “cheering” daqueles que iam à conquista do Fim da Europa. Muito obrigada às Tartarugas, que espírito fantástico.
A meu ver, a organização da prova esteve muito bem. Houve críticas à logística dos autocarros, mas no meu caso tudo fluiu. Outra crítica foi a falta da medalha, “principalmente por ter sido a 25ª edição” da prova. Na minha opinião, e tendo em conta a bonita camisola que recebemos de recordação, a medalha foi perfeitamente dispensável. Enfim, são opiniões. Gostaria de enfatizar o excelente lanche que recebemos na meta – pãozinho misto, napolitana de chocolate, chá e isotónico – e os dois abastecimentos de água ao longo do percurso, bem localizados e funcionais.
No que toca ao meu desempenho, embora não tenho nos meus objetivos melhorar o meu desempenho em estrada, em termos de tempo, fiquei feliz ao saber que tirei 3 minutos ao tempo do ano passado e que fiquei em 13º do meu escalão.
Para o ano, sem dúvida farei por estar presente nesta prova, que é das minhas preferidas em estrada, tanto pelo desafio, como pelo percurso e ambiente.