E no sábado passado, em Santarém, decorreu a 1ª edição da
Scalabis Night Race. O blog Correr Na Cidade esteve associado como media partner. O evento foi fantástico. Já conhecia Santarém mas nunca tinha visto a cidade mobilizada por causa de um evento desportivo. A organização está de parabéns. O percurso foi muito bom, mesmo fantástico o facto de terem conseguido colocar 10K num planalto pouco extenso. Nota máxima para os voluntários – cerca de 200. Não existiu rua ou cruzamento durante o percurso que não tivesse alguém da organização. E não se limitavam a acenar, e a indicar o caminho, também puxaram pelos corredores.Se ninguém soubesse não parecia a primeira edição, mas sim uma corrida com larga tradição. Nada como corridas organizadas por corredores.Não tive coragem para beber o tinto a meio da prova, mas até essa forma disruptiva de organizar ficou bem. Um pequeno e único detalhe a melhorar: os tempos oficiais. Serão os de chip? Não se percebeu muito bem, visto que em provas oficiais há sempre um tempo oficial e outro de chip, e é este último que a maioria dos corredores de pelotão gosta de contabilizar.
A (minha) corridaFoi uma tarde especial. Arrastei comigo parte da família para me verem a correr junto dos “outros malucos da corrida”. Sogros, Mãe, Filhos, Mulher e amigos, e filhas de amigos. Das 12 pessoas só três correram - os membros mais ativios do Correr Na Cidade Running Crew!Escrevendo sobre a minha prova, ela começou muito rápida, eu e o Bruno Andrade já sabíamos que iria ser assim mas não evitamos ir atrás das "lebres". Fizemos três quilómetros rápidos com uma velocidade de cerca de 4´45´´. Foi isto que nos tramou na última Meia Maratona de Lisboa. Mas tínhamos consciência que em Santarém eram apenas 10 os quilómetros a percorrer.O Nuno Espadinha ficou para trás, mas ainda antes do 3º Km terminar apareceu ao nosso lado e tivemos que fazer um esforço para o acompanhar. Engraçado como ele começa sempre mais lento mas depressa nos apanha...e ultrapassa.Nessa altura tentei acompanhar o Nuno e sentia o Bruno Andrade perto de mim, mas não o conseguia ver. Foi nessa altura apanhámos o outro Bruno, o Bruno Claro, o mentor do
Correr Lisboa, que tentámos acompanhar aqui e ali. A partir daí a corrida foi feita lado a lado com o Nuno Espadinha. Umas vezes puxava ele, outras puxava eu.Lembro-me que nas Portas do Sol estive quase a abrandar, mas lembrei-me dos filhos e da mulher que se tinham deslocado aqueles quilómetros todos para me ver correr, não podia abrandar. E foi nesse exato momento que comecei a puxar um pouco e fiz uma média de 5 minutos por km (média final da corrida).O Nuno Espadinha foi comigo e graças a ele consegui fazer a prova batendo o meu recorde pessoal dos 10K (estava em 52:38) passando para os 49:52 – segundo o Nike Running. Tinha baixado, pela primeira vez os 50 minutos em provas de 10K (embora o timing da organização tenha indicado 50:10). Correu muito bem. Reforço, mais uma vez, o apoio do Nuno Espadinha, se ele não tem puxado por mim, principalmente nas subidas, eu não tinha aguentado - aliás, houve uma parte da prova que lhe disse: "vamos juntos porque preciso de ti na subida". E assim foi. Acabei a prova a sprintar (dá-me sempre para isso). O terceiro elemento ficou cerca de um minuto atrás, mas para quem não treina regularmente vai para três meses, o tempo que fez e a velocidade que andou são só próprios de quem tem muita fibra de corredor. No final esperamos escassos segundos uns pelos outros depois da meta. E depois bifanas, cerveja e pampilhos, e os beijos e abraços da família. Melhor era impossível.