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Correr na Cidade

Race Report: MUT Sintra 2015

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 Por Bo Irik:

 

No ano passado apaixonei-me por esta prova e este ano não podia faltar! Mais uma vez, a prova não me desiludiu. Acredito que, em Portugal, é das provas com maior potencial internacional, no sentido de ser muito especial. A prova é especial por vários motivos:

 

  1. A localização e percurso: Sintra. É preciso dizer mais? O percurso, tal como no ano passado, começa com uma voltinha de aquecimento pela vila, de cerca de 1,5km. Nesta voltinha, sentimos o apoio do caminhantes (também há uma caminhada de 5km) e dos que vieram à rua apoiar. O percurso passa, portanto, pela vila de Sintra e um dos pontos altos do percurso é a passagem pela misteriosa Quinta da Regaleira.
  2. À noite: É outro ponto diferenciador da prova, tornando a especial e enaltecendo a sua misticidade. É giríssimo ver filas de runners com os frontais ligados a subir até ao Castelo dos Mouros.
  3. Os voluntários. Em cada viragem, em cada ponto potencialmente perigoso e nos abastecimentos. Havia muitos voluntários, todos igualmente simpáticos. Embora tenha agradecido a quase todos ao passar por eles durante a prova, repito: obrigada!

 

Num fim-de-semana marcado pela chuva, São Pedro decidiu ser amigo na noite desta mágica prova e praticamente não choveu. Ainda bem, porque o percurso passava por algumas zonas mais perigosas, por serem escorregadias e a chuva poderia piorar essa situação.12045479_118147728544895_8687571819642049189_o.jpg

 

Este ano tivemos o prazer de correr mais dois quilómetros que o ano passado, quase 12km no total. É uma prova dura, nada fácil, tanto em termos de piso com em termos de altimetria. Para quem não está habituado a correr em trilhos, prepare-se porque não é uma prova de estrada habitual. Ainda bem, a meu ver, desta forma, a prova não se torna nada monótona. De facto, estava tão entretida com as vistas, o cheiro e o piso que nem dei conta dos quilómetros passarem e nem olhei ao relógio.

 

Em termos de altimetria, depois de um “aquecimento” de cerca de 2,5km começa-se a subir. Muito! O ponto mais alto é 460 metros e o mais baixo 100, sendo que a partida/meta se encontra a 200m de altitude. Depois de subir até ao ponto mais alto, ao km 7, desce-se muito, até ao ponto mais baixo (Altimetria total: 640m). Esta descida deu-me um prazer brutal. Felizmente trouxe os meus Skechers velhinhos que sei que se dão bem com a calçada escorregadia, e assim voei monte abaixo. A última subida, de pouco mais de um quilómetro, foi a mesma que o ano passado e foi igualmente penosa. Confirma-se: prefiro descer.

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Desfrutei muito da prova, foi um equilíbrio entre competição e diversão. Nas subidas mais íngremes, fui a caminhar, lembrando os restantes participantes que não se deveriam esquecer de desfrutar da vista. Até houve uma pessoa que disse, e bem, “esta Bo do Correr na Cidade parece uma guia turística”. E assim fui dando mais uma indicação ou outra à malta do Porto que não conhecia bem a zona :) 

 

 

 

Pontos positivos:

  • Partida / Meta: muito bem preparado logisticamente, com cafés, casas de banho, feira de material técnico. O evento contou com música para anima e um comentador que animava a partida e parabenizava os “finishers”.
  • Excelente apoio por parte dos voluntários.
  • Zona / Percurso: a meu ver dos mais originais e encantadores de Portugal, conforme mencionei acima.

 

Pontos a melhorar:

  • Hora da partida: 21h, a meu ver é muito tarde. Se a ideia é correr à noite, nesta altura do ano, 19h00 já serve perfeitamente e assim ainda podemos ir jantar e comer travesseiros depois (os cafés e restaurantes de Sintra fecham às 23h, deixando pouco tempo para o “recovery”).
  • Preço: Se vale à pena? Vale. Mas 14,90€ (Inscrição individual sem frontal até uma semana antes da corrida – depois aumenta para 17,90€) é relativamente caro para uma prova de 10km.

 

Em suma, adoro esta prova. Recomendo-a vivamente para quem gosta de algo diferente e desafiante. Em 2016, pelo terceiro ano consecutivo, conto voltar.