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Correr na Cidade

Race Report: II Meia Maratona dos Descobrimentos

Por Bo Irik:

 

E porque nem todas as provas de corrida são um mar de rosas, segue a minha race report da Meia Maratona dos Descobrimentos, cuja segunda edição decorreu no passado domingo entre Belém e Santa Apolónia, Lisboa.

 

Há cerca de um mês, quando me inscrevi para esta prova, estava ansiosa. Sentia-me bem e iria treinar para finalmente conseguir baixar dos 1h50 na Meia Maratona. Este ano, a Meia dos Descobrimentos seria a minha sexta Meia Maratona, sendo que as anteriores foram sempre feitas em 1h50 e picos, razão pela qual queria fazer a última meia deste ano abaixo dos 1h50.

 

Os dias anteriores à prova caracterizaram-se por muita festa, pouco sono, num misto entre a festa de Natal da empresa e o meu aniversário. Para além disso, nas semanas anteriores não tive a oportunidade (e vontade) de fazer treinos de séries/fartlek para me preparar para a Meia. Perante estes antecedentes, já me tinha mentalizado que 1h50 para esta prova seria difícil e decidi, ver como corria e não preocupar—me demasiado, desfrutando sim, da “viagem” e convívio.

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Sem grandes pressões de tempos apenas cruzei a partida cerca de 3 minutos depois de ter sido dado o tiro de partida, pois a prova estava bem frequentada. Os primeiros 17km correram muito bem. Senti-me bem, e embora tenha tido azar com a bateria do meu mp3, consegui manter um bom ritmo, sem música, sozinha. Sozinha, ou não. Acompanhada de muitas caras conhecidas com as quais me ia cruzando e apoiando, já que o percurso era de “ida e volta”. Foi, mais uma vez, cerca do km 17 que o diabinho do “porque é que tu corres?” apareceu. Ainda consegui afastar o dito cuja umas quantas vezes e não desistir do ritmo, pois, não senti dores algumas e não faria sentido parar aí. Se continuasse naquele ritmo, iria conseguir fazer a prova em menos de 1h50. Mas não continuei. Não me doía nada, mas abrandei, caminhei. Voltei a correr um pouco mas pouco tempo depois, voltei a caminhar. Caminhei até a Maria Oliveira, uma atleta de 55 anos dos Papagaios de Cascais, me “salvou”. Salvou-me do “diabinho” e consegui correr até ao fim, à conversa com a Maria. Ainda tentei dar um sprint nos últimos metros, mas, segundo o meu relógio, cruzei a meta aos 1h51 de prova.

MM Descobrimentos.jpg

 

Satisfeita? Mais ou menos. Podia ter corrido melhor. Teria corrido melhor se não tivesse voltado a ter estas estúpidas quebras emocionais. Pensava que as tinha superado, pois nas minhas últimas meias, não me tinham ocorrido, e num treino de 30km sozinha, que fiz há duas semanas, também não. Enfim, aprendi que ainda tenho muito a evoluir, não só fisicamente, mas principalmente emocionalmente. Muito obrigada à Maria Oliveira que me rebocou nos últimos quilómetros.

 

No que toca à prova em si, ao marketing e disponibilização da informação pré evento, não tenho nada a apontar. O convívio também foi TOP, mas a culpa disso, não é da organização, mas sim do espírito do Correr na Cidade com quem estive neste dia. Em termos logísticos, penso que 10h é uma boa hora para começar uma Meia Maratona no mês de Dezembro porque já não faz calor.

A organização disponibilizou bengaleiros, algo muito positivo, tendo em conta o frio que se fazia sentir. O percurso é, a meu ver, dos mais “secantes” das Meias Maratonas em Portugal, um pouco monótono por ser de “ida e volta” e numa zona da cidade que não é novidade para a maioria dos atletas de Lisboa. Em contrapartida o percurso é giro porque cruzamos nos com atletas que vão em sentido contrário, permitindo cumprimentar e apoiar, e é bom para fazer bons tempos, por apenas ter uma subida no início e de resto ser plano. Adicionalmente, o percurso é ótimo porque não causa engarrafamentos. No que toca aos abastecimentos, água não faltava, mas os gels que prometeram nem os vi, só mel. Na meta é que houve algum congestionamento para o acesso à água e fruta (e um mini bocadinho de isotónico), que também é chato, pois, estava a “morrer” de sede e tive de esperar algum tempo na fila para poder obter uma, pois, não nos podiam dar mais, garrafinha de água.

Uma grande falha da Xistarca foi que "devido a uma avaria técnica de umas das caixas de cronometragem da partida, não nos é possível apresentar os tempos de chip fiáveis dos atletas. Estivemos a tentar uma resolução tecnológica que nos permitisse recuperar todos os dados mas todas as tentativas não foram bem sucedidas." Para quem fez PBTs é muito chato. Muito. Nomeadamente quando o tempo de chip e o de prova são muito diferentes (quase 3 minutos no meu caso...).

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Em poucas palavras, uma segunda edição da prova bem conseguida mas com alguns pontos de melhoria. Espero em 2015 estar presente pela terceira vez na Meia dos Descobrimentos. Enfim, foi um dia muito bem passado no meio da crew e amigos. Quero mais!

 

E agora, qual a próxima Meia Maratona?

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