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Correr na Cidade

Race Report: Fim da Europa 2020

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Adoro a Corrida Fim da Europa. 2020 foi a minha 4a participação nesta corrida que já vai na sua 30a edição. Correr da vila de Sintra, pela serra, até ao ponto mais Oeste da Europa continental, o Cabo da Roca, é simplesmente único! 

Cheguei na véspera pelas 22h de uma semana intensa de trabalho entre duas feiras de turismo, em Dusseldorf e Madrid. Consegui correr duas vezes mas sentia as pernas muito cansadas e pesadas, pois foram muitas horas em pé e com uma alimentação não tão saudável. Felizmente consegui deitar-me cedo, depois de deixar o equipamento todo prontinho. 

De manhã, acordamos com a pequena a chamar-nos. Ela estava ansiosa por passar um dia em Sintra com os tios, onde a deixamos antes de nos dirigirmos ao local de partida. Entregamos o kit do atleta ao nosso amigo Harun e ele arrancou na primeira vaga. Como ainda tínhamos tempo e o pequeno almoço já tinha sido há umas horitas, não resisitimos a um café e torrada no Café Saudade. Que delícia! OK, estávamos prontos para enfrentar a serra e os mais de 400m de D+ que nos esperavam. 

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O ambiente na partida, bem no centro da Vila de Sintra, é sempre vibrante. E nesta edição ainda mais, pois o tempo estava tão bom! Algo raro em Sintra, nada frio e um solinho muito agradável! Depois do animado aquecimento, deu se o tiro de partida da segunda vaga. Confesso que não estava nada preocupada com tempos, e ficamos na conversa com uns amigos no meio do grupo em vez de tentarmos arrancar mais em frente. Assim, os primeiros 500m foram uma espécie de corrida de obstáculos, a ultrapassar runners com um ritmo abaixo do nosso. 

E pronto, começámos a subir. Até ao km 4 é praticamente sempre a subir. Só aí subimos mais de 200m! Depois, as subidas abrandam um pouco e fazemos até ao km 9 um sobe-desce mais ligeiro. As paisagens, sempre lindas! Parece que estamos a fazer uma prova de trilhos! A serra de Sintra é sempre mágica e há vistas incríveis sobre a costa. O ambiente é sempre muito bom e à medida que os kms foram passando, fui encontrando amigos que arrancaram na 1a vaga. Uma boa oportunidade de dar uma palavrinha de apoio! Do km 9 ao 10 sofri muito. Já tinha as pernas cansadas e em apenas 1 km subimos quase 100m! Ai que dor! Confesso que aí caminhei um pouco.

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A partir do km 11, começa a descida até ao Cabo da Roca. E que bela descida! Felizmente adoro descer e fiz os últimos 6 km a um ritmo por volta dos 4:00 / km. Sempre a bombar. Estava um pouco receosa com a descida e o piso molhado, pois arrisquei e levei ténis novos. “Don’t try this at home”. Sim, estamos fartos de vos dizer para não experimentarem material novo em prova, eu sei, mas não resisti aos meus novos Skechers GoRun Razor 3 Hyper que tinham chegado na semana que estive fora. Felizmente foram uma excelente aposta. Senti-me sempre super segura em termos de aderência e conforto. Nada de bolhas e nada de dores nos joelhos. Ainda vou correr mais com estes Skechers, mas acho que concordo com os prémios que eles ganharam “Runner's World® Editors' Choice Award Winner e Runner's World® Gear of the Year Award Winner”).

O avistamento do farol do Cabo da Roca é sempre um grande momento de inspiração para os últimos kms. Antes da prova, o Xiko disse que queria tentar baixar do tempo dele do ano passado, 1h30. Achei muito ambicioso para mim, mas propus-me esse objetivo também. Fiquei maravilhada quando me apercebi que consegui tirar 16 minutos ao meu tempo do ano passado e fazer 1h21 (Strava). Estou super satisfeita, ainda deu para 11a na geral feminina e 2a no escalão! Quem diria! “Como?” perguntam-me. Não é do treino, pois tenho treinado igual ao ano passado. Diria que tem mais a ver com a alimentação no quotidiano e durante a prova (100% Tailwind) e com o tratamento da anemia que tenho feito (a ver se escrevo sobre isso em breve).

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Sobre a organização da prova, dou os meus parabéns. Foi tudo muito bem organizado. Tenho apenas algumas pequenas sugestões de melhoria. Em primeiro lugar, e sei que não é tão fácil quanto parece, sugeria substituir as garrafas de plástico por copos de papel, ou algo do género. Já fizeram um bom trabalho colocando vários ecopontos amarelos, tanto ao longo do percurso como na zona da meta, mas continuo a achar que aquele golinho ou dois que a maioria dos atletas bebe em prova, não vale uma garrafinha de plástico descartável.

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Já viram as excelentes fotos de FF Photo do Fim da Europa? Podem consultá-las aqui.

Por outro lado, li nas redes sociais que alguns atletas achavam que deveria haver um abastecimento de sólidos. Pessoalmente não concordo, pois não preciso, mas a organização poderia reforçar o facto de não haver abastecimento de sólidos e sugerir alternativas aos atletas (ex. Relembrá-los de trazerem uma barrinha ou algo do género). E, na linha destes apontamentos mais sobre a utilização de recursos, sei que é frequente noutras provas também, mas porquê tantos sacos? Recebemos o kit do atleta num saco e no final da prova outro saco com a água e um bolo. Podiam dispensar um dos sacos, talvez. E até vou mais longe, e diria que a t-shirt e medalha deviam ser opcionais e pagos como um “extra”. Pessoalmente, não uso as t-shirts e não ligo a medalhas… O último apontamento que tenho é sobre a moto 4 que acompanhava os atletas ao longo do percurso. Podíamos pensar numa opção mais ecológica, pois além do impacto ambiental, tive o azar de apanhar a moto 4 à minha frente na subida do km 10. Um excelente momento para inalar as emissões da moto 4!

De resto, tudo impecável e lá estaremos em 2021.

E tu, o que achaste do Fim da Europa este ano?

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