Race Report: Extreme West Atlantic Adventure '19
O Xiko e eu tivemos a oportunidade de correr três dias nas duas ilhas mais ocidentais do Arquipélago dos Açores no Extreme West Atlantic Adventure. Foi num treino na Marginal que, cerca de um mês antes da prova, encontrei a Sónia Tubal e desafiei-a a vir connosco, pois já tinha passado uns bons momentos com a Sónia nas ilhas :) Quando li a Race Report da Sónia no Facebook, identifiquei-me de tal forma com as suas palavras que decidimos partilhá-lo aqui:
Por Sónia Tubal:
Azores Trail Tun – Extreme West Atlantic Adventure, se procuras uma prova não percas tempo esta não é para ti. Se procuras uma experiência inesquecível, então não percas a oportunidade porque foi absolutamente BRUTAL.
Amei, amei cada uma das etapas e nem sou fã de subidas e subimos para caramba, nem consigo descrever o como foi maravilhoso participar desta primeira edição. As pessoas (os maluquinhos da corrida como eu), os trilhos a organização, voluntários, fotógrafos foi tudo acima das minhas melhores expectativas, estão todos de parabéns porque levaram a cabo um evento que vai ficar na memória e no Coração dos amantes desta modalidade que se arrisquem a vir conhecer esta aventura.
Nestes 3 dias senti-me a mais sortuda na terra, fui feliz, feliz, feliz e ainda mais feliz com tudo o que tive oportunidade de experienciar. Todos os sentidos foram aprumados para tão especial evento. Podem achar que estou a exagerar? Não estou, nem encontro palavras que descrevam tudo o que aqui passamos.
Agora um pouco de cada dia, já que o Azores Trail Run- Extreme West Atlantic Adventure percorreu os trilhos de Flores e Corvo 70 km de extensão e 4500 m de desnível positivo.
Na sexta-feira, rumámos à Fajã Grande, na ilha das Flores, de onde partiram para o “KV Escadinhas do Céu”, percorrendo cerca de 6,5 km até ao ponto mais elevado da ilha, o Morro Alto. Loooool eu Sónia Túbal num km vertical xiiiiii mas não é que gostei da experiência e que até me correu bem! 1h08m para subir ao céu que nas Flores fica algures pelos 1000D+.
Se virem as fotos vão ver uma que diz na legenda km vertical e partimos bem lá de baixo de onde se vê umas casinhas junto ao mar. Partimos com sol e chegamos com chuva e parecia que tínhamos mudado de terra looool Açores no seu melhor…
No sábado segundo dia de prova seguiu-se o Corvo, a mais pequena ilha do arquipélago açoriano. Aí, partida na pitoresca vila com destino ao Caldeirão, para depois regressar à vila, ao longo de cerca de 20 km.
Bem na sexta a tarde tive uma forte crise de enxaquecas com aura e nem consegui jantar mais do que 2 ou 3 bocadinhos de carne. Comecei a etapa bem mal disposta mas queria muito percorrer o Corvo e nem olhei para os lugares na classificação, era chegar ao fim (só quem tem sabe o mau que é mas siga).
A paisagem uma vez mais não decepcionou e o tempo esteva fantástico, foi um dia muito bom por trilhos estupendos. As fotos são lindas e os fotógrafos estão todos de parabéns mas nem a melhor foto consegue mostrar tudo e realmente é mais um deslumbramento.
Ao terminar o Pinho ainda me teve de ver deitar a água toda cá para fora (que comida já não tinha nenhuma), no entanto conseguir ficar sem nadinha no estômago também me ajudou a conseguir comer e de tarde parecia renascida.
Bem a tempo porque a organização brindou-nos com um fantástico passeio de barco pelas grutas e quedas de água para o mar das Flores e foi mais um momento incrível. Podem ver os vídeos na página da prova porque vão ficar encantados.
Domingo, a última etapa percorreu 38 km através de fajãs lávicas e detríticas, onde escorrem inúmeras linhas de água, formando impressionantes quedas de água na encosta. Que etapa, mais uma impressionante com uma beleza de cortar o fôlego, nem sei como descrever os trilhos por onde andei de tão luxuriantes que eram. Água, muita água e que locais incríveis para percorrer, sinceramente o que foi aquilo meu deus, estas ilhas são qualquer coisa de indubitavelmente maravilhoso.
Quando cheguei aos 17km o meu pensamento foi realmente, que mer… Já estamos quase a acabar só falta metade desta etapa. Olhem que numa etapa com 2000 d+ ter este pensamento é porque realmente a coisa estava ao rubro de entusiamos de ali estar.
Amigos, posso não ter sido capaz de vós dizer o quanto amei e o quanto me senti feliz nestes dias, estas etapas são duríssimas não vou mentir mas são uma experiência absolutamente incrível e imperdível.
O resultado foi segunda da geral nas contas finais das 3 etapas e primeiro as velhotas F40 mas sinceramente, não existe pódio que supere o que ali se vive e como se cresce numa prova destas. Muito, muito mas muito obrigado a todos os que tornaram estes dias possíveis e a todos os que com a sua presença enriqueceram estes dias.
Este desporto é uma forma de vida incrível e temos de ser agradecidos por termos a oportunidade de ter estas experiências, a capacidade humana em dar valor ao que tem as vezes fica esquecida mas quem vive a vida assim tem a obrigação de ser mais feliz a cada dia e mais rico a cada experiência.