Race Report: EDP Meia Maratona de Lisboa 2021
Enquanto o Jacob Kiplimo bateu o recorde do Mundo da meia maratona com 57:31 minutos, eu bati o meu recorde pessoal com 1:37:21.
Enquanto o atleta africano, de 21 anos, que tinha como melhor registo pessoal 57:37, superou a anterior melhor marca da história por um segundo, o atleta português, de 38 anos, que tinha como melhor registo pessoal 1:44:21, superou a sua anterior melhor marca por 5 minutos. O grande Jacob fez os 21,097km com um pace de 2:70/km, eu fiz uma média de 4:35/km. Nem consigo imaginar a velocidade a que o Kiplimo voou! Perante o recorde do Mundo de Jacob Kiplimo, tem-se dado pouco destaque à Tsehay Gemechu Beyan que deu à EDP Meia Maratona de Lisboa um novo recorde do percurso no feminino com 1:06:06.
Parabéns a estes grandes atletas e parabéns também à organização da EDP Meia Maratona de Lisboa, pois apenas uma prova bem organizada e com um percurso de excelência consegue ser o palco destes recordes e tempos incríveis.
Pessoalmente, estou muito contente com o resultado. Estava um pouco desmotivado, pois apesar de uma boa preparação física, a falta de sono (fui pai pela segunda vez em Maio) e uma gastroenterite atacaram na semana antes do evento. Felizmente, recuperei a tempo e, enquanto sábado ainda ponderava ir à prova dos 10K e deixar a Meia para outro dia, domingo já acordei com mais energia.
Antes da EDP Meia Maratona de Lisboa 2021, já tinha feito 4 Meias Maratonas em prova e gosto da distância. Já estava inscrito na prova desde antes dos cancelamentos devido a pandemia e fui inclusive, a edição de 2018 que teve início no Eixo Norte-Sul devido aos ventos fortes. Em 2019 não fui porque estava a correr nos Açores. Assim, este ano, seria a minha estreia na Ponte 25 de Abril e queria muito baixar dos 1:40.
Comecei a treinar mais seriamente há cerca de três meses, com treinos de corrida mais frequentes, incluindo algumas sessões de séries e treinos longos. Além da corrida, apostei nos treinos de reforço muscular com o PT Nuno Onofre, um amigo meu, que me têm ajudado a fortalecer os músculos mais importantes para a corrida e também para a postura com exercícios de treino funcional. Temos recorrido a alguns pesos, como o kettlebell e elásticos. Também voltei a nadar de vez em quando e a fazer yoga.
A prova correu bem. Foi um evento em família, pois a Bo e a minha filha Luísa, estavam inscritas na prova dos 10K para irem passear na Ponte. Assim, depois de deixarmos a Carmen com o meu irmão, seguimos para apanhar o comboio em direção ao Pragal. No comboio, o ambiente estava logo animado e a viagem passou a voar, na conversa com o Rui Pinho sobre as suas aventuras nas ultras. Impressionante como, mesmo num evento desta dimensão, acabamos sempre por encontrar algumas caras conhecidas.
Quando chegamos a Pragal, despedi-me das meninas e fui a correr em modo aquecimento até à zona da partida. Estava o tempo perfeito para correr, uma temperatura agradável e zero vento. A energia dos atletas estava em alta! Já estava com saudades. A minha estratégia inicial foi aproximar-me o máximo à linha de partida para poder começar logo ao meu ritmo. Foi um desafio, pois cheguei em cima da hora! Depois, a minha preocupação foi passar à frente o maior número de pessoas para poder manter o meu pace. Com alguns zigue-zagues, cheguei-me mais ao lado esquerdo da ponte. Colei-me a um grupo que rolava ao meu pace, que é uma boa ajuda para manter o pace constante.
Chegando à descida depois da ponte, a vontade era muita de acelerar, mas como não sabia como o corpo iria reagir depois da gastroenterite, fui a controlar a 3:40. Entrando na direção do Cais do Sodré, continuava a sentir-me bem e tentei ir sempre num pace estável entre 4:30-4:40 e já inserido num grupo que facilitou bastante. A falta de bandas e pessoas a apoiar faz sempre falta em provas em Portugal. Já corri noutros países e a realidade é bem mais animada!
Agora era aguentar até à primeira vista da meta. Custa muito passar por ela, mas ficamos com a sensação de “está quase”. Ainda vi muitas pessoas a abrandar o ritmo e puxei por elas: “falta só aquela curvinha e depois acaba”. Mal fazemos a curva em Algés, sabia que faltavam apenas 4 km e o sorriso começa a entrar. “Estamos quase a acabar!” Agora a mentalidade altera: tentar fazer a última parte mais rápido e usar toda a energia no último km.
O último km foi a rasgar e já sentia o corpo todo, como se vê nas fotos, mas valeu a pena.
Levei os Saucony Triumph 19 em combinação com as meias Injinji mas nas zonas de abastecimento, dos poucos defeitos que senti nos Triumph foi a aderência que não era a melhor. O review está para breve, e acreditem são um belo conforto e até servem para PRs :) A minha estratégia era distanciar-me ao máximo destas áreas para apanhar o alcatrão ainda seco. Levava uma mochila com Tailwind que me deu energia e hidratação até ao fim!
Venham mais provas e mais PRs!