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Correr na Cidade

Race Report Corrida da Árvore 2014

Por Ana Morais:

 

Após uns dias castigados pelo frio e pela chuva, eis que o Domingo acorda com o céu pouco nublado e o Sol a espreitar por entre as nuvens. Depois de uma semana um pouco agitada, apenas o frio conseguia manter-me acordada.

 

Como a membro da Crew com menos experiência em corridas sentia um nervoso miudinho desde que chegara a Monsanto, mas avançava confiante de que iria fazer uma boa prova e que tinha o apoio necessário. Era a minha estreia na Corrida da Árvore e a expectativa era grande. 

 

No ponto de encontro combinado reunimos toda a Running Crew e mais alguns amigos e experimentámos um pequeno snack que o Pedro Tomás Luiz nos trouxe para nos dar apetite para esta aventura.

 

No início da corrida, a confusão era a do costume e lá conseguimos arranjar um cantinho apertado para aguardarmos o sinal de partida. Quando este suou, despachámo-nos a ativar as nossas App’s auxiliares e vi desaparecer os membros da Crew que corriam mais do que eu. A Natália Costa fez-me companhia durante algum tempo para logo depois acelerar no seu passo firme e decidido antes mesmo da primeira subida. Confesso que esta subida foi a que me custou mais, não por ser a mais difícil mas por me ter lembrado de que devia ter aquecido mais um pouco antes da corrida.

           

Durante todo o percurso, a paisagem era fabulosa com um verde dominante e o barulho de algumas passadas quebrava o silêncio daquela manhã. A maior parte do tempo que passo a correr, gosto de observar as pessoas que, tal como eu, lutam por vencer cada quilómetro e chegar à meta. De vez em quando lá me vinha à ideia o esforço que o Nuno Malcata estaria a fazer na Maratona de Sevilha ao mesmo tempo que eu estava ali a correr quase desesperada. Sabia que ele não ia desistir e eu também não!

           

Por mim passaram pessoas bem mais velhas que eu e que me ultrapassaram tão serenamente que me deixaram envergonhada; um pai corria sorridente a transportar a sua filha no carrinho durante aquelas subidas e descidas um pouco íngremes; o Sr. Do Bigode que “conheci” ainda no ponto de encontro antes da corrida passou por mim várias vezes para auxiliar um companheiro que me fez pensar se eu estaria a ir na direcção certa (tal é a minha desatenção); e vi muita gente bem-disposta que contagiava os outros com cantorias e bom humor.

           

Apesar de ter corrido mais afastada do resto da Crew, nunca me senti sozinha. Mas confesso que quando vi o sinal que indicava 9km, as pernas começaram a fraquejar. Já nem a música me conseguia ajudar. Sentia o meu corpo a ferver tal era o calor que sentia e a necessidade de beber água para refrescar. Faltava quem gritasse comigo, quem puxasse por mim. E eis que vejo um casal com ar simpático e com um ritmo acima do meu e a quem eu simpaticamente perguntei se me davam “boleia”. E lá segui eu junto a eles rumo à meta. E, de repente, vi a imagem da meta. Mas não era uma meta qualquer: lá no fundo à direita estava toda a minha Crew que aguardava por mim a bater palmas e a incentivarem-me. Gravei essa imagem na minha memória para sempre, especialmente a de um sorriso. Afinal de contas, ser a última da Crew a chegar não é assim tão mau…pelo menos para mim. Para o Stefan Pequito é que deve ter sido uma seca, pois terminei a prova com mais 40 minutos que ele.

           

 

No final lá tirámos a foto de grupo para mais tarde recordar e fomos receber o símbolo da corrida: uma árvore para plantarmos na nossa casa.

Com toda esta aventura tenho de concordar com o Filipe Gil: esta é uma das provas mais bonitas em que participei e fiquei com vontade de voltar no próximo ano. 

           

Ah, já me esquecia de referir que mesmo com um percurso cheio de subidas e descidas consegui fazer menos 2 minutos do que a última corrida oficial que fiz no ano passado. Aos poucos eu chego lá!