Race Report: A grande aventura que foi o LouzanTrail 2015 (1ª parte)
Por Ana Sofia Guerra:
Esta história começa há um ano atrás, quando me estreei no Louzan Trail 2014, nos 15K e na companhia da Joana Malcata e da Natália Costa. Nessa altura prometi a mim mesma evoluir nos treinos de trail e regressar em 2015 para uma nova aventura.
Durante algumas semanas, andei a portar-me muito bem: perdi peso e treinei mais. Mas nada me tinha preparado para a prova que iria encontrar naquele dia.
No sábado anterior à prova, participei no treino Calling All Crews (10K) e na corrida Marginal à Noite (8K) e, no final, senti uma dor aguda na parte posterior da coxa esquerda. No dia seguinte reparei que tinha uma rotura muscular com hematoma e comecei logo a fazer tratamentos de acupunctura e gelo, muito gelo. Nos dias que se seguiram comecei a ponderar se devia participar na prova, mas mantive o pensamento positivo. Quando chegou a sexta-feira de manhã, sentia-me muito melhor, praticamente sem dores e decidi que ia partir à aventura. A terapeuta que me tratou disse: “eu não concordo que vás correr, mas tenta poupar a perna”. E eu prometi isso.
A viagem até à Lousã correu lindamente e o calor que estava nessa altura assustou-me um pouco. O IPMA anunciava 39ºC para o dia da prova, mas eu ainda pensei que estivessem a brincar. O nervosismo era o sentimento que dominava a nossa “team aventura”. Quando chegámos a Cerdeira Village, local onde íamos ficar hospedados, reparámos que existiam fitas da prova que passavam na aldeia e junto à nossa casa. Em jeito de piada comentámos que alguém devia ficar com a chave de casa, caso quiséssemos desistir.
O dia da prova começou cedinho e, ao chegar ao largo da prova, já o Luís Moura tinha partido para os 45K. A ansiedade aumentava a cada instante e as idas à casa de banho repetiam-se. Encontrei o pai do Pedro Luiz que, no meio duma risada, comentou: “vê lá se chegas a tempo do jantar”. A ele prometi chegar a tempo.
Quando soa o tiro de partida, já o calor estava a apertar, e lá fomos nós. O meu relógio desatou a apitar feito doido a dar indicação de que o meu ritmo cardíaco estava muito elevado e as minhas pernas pesavam imenso. Mas dores, nem vê-las.
Este ano, a subida para a serra começou com a entrada e passagem pela fábrica de papel da Lousã. Ali perdemos algum tempo para percorrer alguns trilhos mais estreitos. Tal como aconteceu no ano passado, tivemos de passar cerca de 6 riachos para chegar à entrada da serra. E assim que começámos a subir, algo me dizia que iria ser mais difícil do que eu pensava…
(amanhã publicamos a 2ª parte da aventura da Ana)