Queres ser o próximo Einstein? Então corre
Há umas semanas atrás, li um artigo interessante no “World Economic Forum” sobre corrida. Sim, ali não se discute só os problemas chatos da economia mundial, mas como coisas tão simples do nosso dia a dia, podem interferir com o bem estar do mundo.
Sabiam que foram feitos estudos, que demonstraram que a corrida nos pode tornar mais inteligentes?
Não, a corrida milagrosamente não nos transforma em Einsteins, mas pode ajudar!
“Mente sã em corpo são”.
No mundo académico, já era entendimento que o exercício provocava a criação de novas células cerebrais no hipocampo, onde a formação de memória e a noção de espaço são desenvolvidos. Ora estes novos estudos explicam-nos como a corrida pode melhorar a memória e o processo cognitivo.
O que o exercício faz ao criar as novas células cerebrais, é proporcionar-nos uma mente mais focada, preparada para a aprendizagem e, utilizarmos essa predisposição para evoluirmos, e nos aplicarmos no que quer que seja.
Durante a corrida, segregamos uma proteína que tem efeitos benéficos no crescimento de células do cérebro adulto, reforçando o hipocampo e a função da memória espacial.
Contudo nem todos os exercícios criam novas células. Estes novos estudos descobriram que o exercício deve ser "aeróbico e sustentado". Analisaram os efeitos dos chamados exercícios HIIT (High Intensity Interval Training) e, musculação, mas se no primeiro obtiveram baixo impacto nas capacidades cognitivas, no segundo caso não teve qualquer impacto.
E porquê a corrida?
Bem, se olharmos para a evolução humana, o instinto foi sempre o de nos mantermos vivos o tempo suficiente para procriar, manter a espécie. O Homem existe na Terra há apenas cerca de 2 milhões de anos, e só nos últimos poucos milhares destes é que existiram Homens que documentaram o mundo e o desenham, ou mesmo a tecnologia mais recente, o GPS.
Com estes meios à disposição, o cérebro deixou o desenvolvimento cognitivo para terceiro plano.
As evoluções que o corpo humano sofreu ao longo dos séculos, que tornou possível sermos bípedes e correr 10 km num dia quente (e com a capacidade de suar para nos mantermos frescos), demonstra-nos que mesmo sendo lentos no sprint, podemos perseguir por longos quilómetros em ritmo confortável, quase qualquer animal no planeta até ao seu ponto de exaustão.
A caça era uma atividade de risco, porque exigia que o homem deixasse para trás a sua tribo e os locais que conhecia, na busca de alimento. Sem GPS's ou mapas, as habilidades de navegação estavam todas concentradas no cérebro, e este adaptou-se para que os caçadores pudessem, após percorrerem longas distâncias, regressar à sua tribo, e consequentemente, sobreviverem.
O crescimento de novas células cerebrais no hipocampo e no reforço da memória espacial, provocada pela corrida de resistência, é basicamente uma rede de segurança evolutiva: se corrermos longas distâncias ao ponto de deixarmos de saber por onde onde andamos, precisamos de rapidamente aprender o caminho de volta e de apreendermos o que nos rodeia, para regressarmos a casa.
E quantos de nós, já não se sentiu mais focado no trabalho depois de uma corrida matinal? Nada como "treinarmos" os nossos cérebros para o trabalho fluir melhor. Pelo menos eu sentia, quando a preguiça era vencida pelo despertador e ia correr logo cedinho no Jamor...