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Correr na Cidade

Querem inspiração? Tomem lá uma dose de Vitorino Coragem!

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Por Pedro Tomás Luiz:

 

Há momentos que nos ficam gravados na memória, não precisam de ser complexos nem bombásticos, precisam de nos tocar. Por isso recordo perfeitamente o carinho do Vitorino Coragem, no Ultra Trail do Piodão de 2014, onde no abastecimento da Malhada Chã lá estava ele de mão estendida e a dizer “Vamos embora Pedro, estamos a meio alimenta-te” palavras que até hoje recordo, porque naquele dia fizerem a diferença.

Querem Inspiração? Tomem lá uma dose de Vitorino Coragem!

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Quem é o Vitorino Coragem?
Vitorino Coragem, nascido na vila alentejana de Sousel em 1952, actualmente tenho 62 anos e resido em Miranda do Corvo desde há cerca de 30 anos. Sou funcionário publico na Direcção Geral do Território colocado em Seia.Costumo participar em provas de atletismo tanto em Portugal como Espanha, tendo já várias edições das Maratonas de Lisboa, Porto, Sevilha, Madrid, Barcelona e Badajoz.Em 2012 fui o vencedor do escalão para atletas mais de 60 anos e nas ultras ganhei o escalão M50 nos 100km do Tilénius perto de Leon. Em 2014 foi 3º dos Masters da Ultra de 76km da Serra Nevada onde subiu ao pico Valeta com os seus 3200 m de altitude.


Como é que começou a correr?
Depois de ter participado em provas de atletismo durante a minha passagem pelo serviço militar, foi a partir dos 50 anos que recomecei a actividade desportiva, participando em Maratonas de Estrada, Ultra Maratonas, Corridas de Montanha, mais tarde em provas de Trail e ultra trail. Estive na fundação da equipa de trail dos Abutres, actualmente faço parte da equipa do Mundo da Corrida.

 

Desde que corre qual foi até hoje o ponto mais alto?
Sem dúvida que o ponto mais alto foi em 2012 com a minha participação no País Basco nas 100 milhas do Ehunmilak (que quer dizer 100 milhas em língua Basca). Considerada uma das provas mais duras da Europa, nos seus 168 km tem 11000 de D+. Terminar este feito após dois dias e duas noites é algo que vou recordar para sempre.

 

O que representa para si o Trail Running?
Sem dúvida que o Trail Running, é uma actividade desportiva privilegiada, pois permite-nos relacionar com o melhor que a natureza tem para nos oferecer, dá-nos uma paz de espírito única.Permite-nos ainda visitar locais de grande beleza, normalmente inacessíveis a outros meios de transporte. Por todos estes motivos o Trail está a ter uma grande aderência por parte dos Portugueses, como acontece por esse mundo fora já existem provas com mais de 3000 atletas.

 

Quem são os seus atletas de referência?
Os meus atletas de referencia Carlos Lopes e Rosa Mota, pois ainda hoje recordo a sua participação nos Jogos Olímpicos. No trail hoje existem muitos jovens com muito valor, que ainda nos vão dar muitas alegrias, no entanto permitam-me destacar o Luís Mota, pelo seu vasto curriculum.

 

Como vê o movimento do Trail em Portugal, com o número de provas a aumentar exponencialmente? o que podemos esperar do futuro? Diferenças em Relação ao passado?
Quando me iniciei no trail éramos pouco mais de trinta atletas e havia apenas 2 provas, uma na Serra da Freita outra em Porto de Mós o Cross Laminha, hoje felizmente existem uns quantos milhares. Portugal tem condições óptimas para a prática do trail, pois podemos realizar provas todo ano.
A Serra da Lousã possui das melhores condições pois permite aliar a dificuldade, a dureza da altimetria, com trilhos ancestrais, rios riachos, cascatas que lhe dão bastante frescura, com a riqueza paisagística da sua vegetação e o colorido das Aldeias de Xsto, sem duvida um local de eleição para a prática do trail.
Penso que futuramente só irão ficar aquelas que tiverem qualidade, nomeadamente ao nível de segurança, do traçado, das infra-estruturas de apoio existentes, pois os atletas como têm neste momento muita oferta vão tornando-se mais exigentes e vão fazendo uma selecção natural.

 

Qual o segredo da sua longevidade a correr?
Longevidade... uma vez ouvi a Rosa Mota falar da importância de nós sabermos ouvir e sentir as mensagens enviadas pelo nosso corpo, pois antes de uma lesão grave existe uma dor, uma carga excessiva de treinos etc., como atleta de pelotão procuro ouvir esses sinais, depois de um treino duro segue-se um mais leve ou a pratica de um desporto alternativo, natação, bicicleta, caminhada. Sou um autodidacta pois não sigo nenhum programa especifico…como costumo dizer o corpo é que mais ordena…..

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Lesões, já passou por esse calvário?
Quando comecei a correr á cerca de 12 anos tive algumas lesões em particular nos gémeos, todas por excesso de carga, tirando alguns ligeiros entorses, algumas quedas sem grandes mazelas , felizmente não tenho tido problemas complicados.

 

O que podem os atletas esperar do Louzan Trail?
Se olharmos para a distancia dos 25km e dos 45km com a altimétrica associada, indicia um grande dureza, aliando isto aos muitos trilhos técnicos, alguns existentes outros a ser inaugurados nesta prova, adivinha-se uma grande prova de trail ao gosto dos mais corajosos. Como costumo dizer entre amigos com tempo tudo se faz…
Esta prova tem que ser gerida com alguns cuidados, e precauções, não cometer excessos no inicio para poder fazer a prova o mais tranquilo possível e desfrutar a paisagem e o ambiente que esta magnifica serra oferece.
Hidratar bem pois o calor é um dos nossos principais inimigos, assim como comer o suficiente nos abastecimentos pois o esforço vai ser intenso e vamos andar várias horas até chegar á meta…Como costumo dizer o resultado final é como terminam as provas e não como começam.

 

Que objectivos tem para 2015?
Os meus objectivos para 2015, são a realização de um sonho,  a participação dos 100km do Ultra Monte Branco que decorre nos Alpes Franceses, Suíços e Italianos, para o qual ando a efectuar treinos nas Serras da Estrela e da Lousã.

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