Prevenir e tratar a lesão "Pata de Ganso"
Como habitualmente fazemos, gostavamos de convidar experts de algumas áreas para escreverem aqui no blog. Desta vez voltamos à naturopata Sara Dias que tantas maleitas da corrida nos tem tratado. Desta vez para nos escrever sobre uma das lesões mais recorrentes nos corredores, e também das mais chatas: a Pata de Ganso. Ora vejam o que nos escreveu:
Por Sara Dias:
Designa-se por Pata de Ganso a junção de três tendões provenientes dos seguintes músculos: costureiro, semi-tendinoso e recto interno. Inserem-se na superfície medial da tíbia. A sua principal função é a flexão do joelho, função secundária promover a rotação medial do mesmo, auxilia nas forças em valgo, bem como nas forças rotativas do mesmo.
Nesta estrutura é ainda importante salientar a importância de uma bolsa sinovial, localizada entre a tíbia e os tendões da Pata de Ganso, esta reduz o atrito entre tendões e osso, promovendo a proteção das estruturas.
SINTOMAS
- Dor na região medial do joelho ao subir e descer escadas
- Dor ao caminhar
- Dor após estar sentado e iniciar marcha
- Edema localizado
- Dor à palpação
FATORES DESENCADEANTES
- Overtraining
- Aumento abrupto de treino em subidas
- Hipotrofia muscular da coxa
- Joelhos valgos
- Pé chato
- Tipo de passada
PREVENIR E TRATAR
PREVENIR é a palavra de ordem antes que qualquer patologia se instale. Neste caso em concreto o reforço muscular da coxa é fundamental, porém corrigir a inclinação do joelho durante a corrida é também um ponto muito importante. Neste caso os exercícios funcionais são ideais, deixamos dois exemplos:
- Agachamentos:
- Treinar força numa superfície com instabilidade:
TRATAR
O tratamento neste tipo de patologia depende de que fase se encontra, isto é caso estejamos perante uma lesão em fase aguda devemos recorrer a todas as técnicas para eliminar o factor inflamatório. Neste caso deve ser aplicado gelo preferencialmente dinâmico, laser, TENS, administração de anti-inflamatórios mediante prescrição médica, acupuntura, terapia miofascial, mesoterapia e alongamentos.
Numa fase mais crónica, aplicação de gelo deixa de fazer sentido por deixar de existir inflamação, neste caso o calor é a melhor opção, para que haja um maior aporte de sangue á estrutura, relaxamento da área e uma maior regeneração dos tecidos.
Neste tipo de patologia e numa fase inicial da mesma, a actividade física deve de ser moderada em especial tudo o que envolva impacto no solo, subidas e tudo o que possa agravar a dor. Quando a fase aguda é extinta, o exercício físico faz todo o sentido, até porque temos de avaliar a evolução da lesão para reajustar o tratamento. No caso de ser corredor, deve iniciar a prática desportiva com um ritmo lento, de modo a poder ter maior consciência da forma como corre e poder corrigir eventuais erros.