Onde correr no Rio de Janeiro, Búzios e Ilha Grande
Nos dias dias antes do grande evento do ano, a Maratona de Amsterdam, o Xiko e eu estivemos pelo Brasil. Embora já tivéssemos entrado na altura de tapering, o descanso pré-maratona, e claro, que aproveitamos a viagem para descobrir novos lugares correndo.
Assim, a nossa primeira corrida foi no Rio de Janeiro. Contactámos um grupo de corrida do Rio para combinar ir correr com eles, mas como as condições meteorológicas não eram as melhores, o treino, que estava marcado no Parque Lage, foi cancelado. Assim sendo, fizemos uma breve pesquisa sobre onde correr no Rio e como estávamos hospedados em Leblon, apostamos na Lagoa Rodrigo de Freitas. A volta a Lagoa são cerca de 7,5km e é uma zona muito procurada entre os runners. É um percurso relativamente plano, onde, pelas 8 da manhã, já se via muitos corredores, ciclistas e ainda praticantes de remo, no lago. Quando completamos a volta a Lagoa, decidimos cortar caminho por Ipanema em direção a Praia e acabar os 10km previstos na ciclovia junto a emblemática praia. Aqui, havia muita gente a treinar beach tennis e treinos HIIT com coach, enquanto outros atletas desfrutavam do seu côco num dos cafés ao longo da praia. Lindo! Podem ver o nosso percurso de corrida no Rio de Janeiro aqui, no Strava.
O Rio e, sem dúvida uma cidade com uma grande presença de desporto. Adoro! E é seguro? Da nossa experiência, sim. Estes bairros, são mais tranquilos a nível de criminalidade e os runners corriam bem equipados, com relógios e tudo. Desde que a corrida seja feita durante o dia e numa zona bem frequentada, penso que correr no Rio e “tranquilo”.
Próxima paragem: Búzios. Em Búzios, agarramos a oportunidade para explorar uns trilhos, ou “trilhas”, como se diz por aqui. Mais uma vez, como uma breve pesquisa online, descobrimos que no lado Este da Praia de Geribá, conhecida pelo surf, podíamos encontrar uns trilhos. E assim fomos explorar, de colete com a devida nutrição e com o objetivo de fazer cerca de 1,5 horas, exploramos a paradisíaca Praia de Ferradurinha e do Amor e as suas encostas com vistas incríveis sobre o Atlântico. Podem ver o nosso percurso de corrida em Búzios aqui, no Strava.
A terceira e última paragem da nossa viagem foi a bela da Ilha Grande. Com uma área de 190 km2 e não tendo carros, a ilha tem mais de 150km em trilhas pela sua impressionante mata Atlântica e praias de areia branca. Um dos percursos mais populares para corrida na Ilha Grande é a Trilha da Vila de Abraão até a Praia de Mendes Lopes, considerada das mais bonitas do Brasil. Este percurso, só de ida, foram cerca de 7 km em trilhos bem assinalados. Para voltar à Vila, optamos por um taxi-boat da Praia do Mangue até Abraão. Podem ver o nosso percurso de corrida até Lopes Mendes aqui, no Strava.
A experiência de corrida mais épicas desta viagem foi sem dúvida, a trilha até ao Pico do Papagaio, com o intuito de ver o nascer do sol. Sendo que o sol nasce às 5 da manhã e que o percurso, com uma extensão de apenas 6,5 km conta com mais de 900 m de D+, o nosso guia Edgar, colombiano e um trail-ninja, sugeriu sairmos às 2 da manhã para garantir que chegássemos a horas de ver o nascer do dia. O Edgar trabalha no Jungle Lodge onde estávamos hospedados, pelo que o arranque foi diretamente do nosso alojamento.
Devidamente equipados com coletes de hidratação e agasalhos para esperar o momento do nascer do sol, lá arrancamos pelas incríveis trilhas da ilha, de telemóvel na mão a servir de lanterna. Corremos por trilhos de dificuldade alta, com muitos raízes, árvores caídas e pedras pelo caminho. Os aromas e a orquestra da fauna local eram incríveis. Recomendamos vivamente a contratar um guia para esta aventura, pois o trilho não está assim tão bem assinalado e o guia pode ajudar também em caso de árvores caídas no percurso e de eventuais percalços. Conseguimos chegar ao topo do Bico de Papagaio em 2,5h, foi “bem rapidinho”, de acordo com o Edgar. Tínhamos então cerca de meia hora para esperar pelo momento do nascer do sol. Só que não. Estava um dia super nublado e não vimos sol nenhum, apenas uma tela branca e muito frio (até usámos uma manta térmica para nos aquecer as pernas). Esperamos quase uma hora, com a expectativa da vista melhorar, mas nada feito. Enfim, valeu pela aventura da subida e o regresso também foi incrível. Recomendamos vivamente! Podem ver o nosso percurso de corrida na Ilha Grande aqui, no Strava.
Se tiverem mais sugestões sobre correr no Rio de Janeiro, ou alguma questão, não hesitem em comentar. Correr no Brasil é incrível. Experimentem!