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Correr na Cidade

My Path to MIUT 2015 - Histórias de uma jornada (2ª Subida)

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Por Pedro Tomás Luiz

 

Como se preparam 115km?

 

2015 será a 7ª edição do Madeira Island Ultra Trail e este ano, além de contar para o Circuito Nacional de Trail Ultra Endurance, tem o mérito ter sido considerada como “prova futura” a integrar o  Circuito Mundial de Ultra Trail, ou seja integrar a primeira liga das provas Ultra Trail mundiais, o que revela a qualidade e o estatuto que esta prova foi adquirindo no panorama internacional.MAdeira.png

 

Com partida de Porto Moniz, a prova atravessa a ilha de oeste para este, passando por alguns dos seus locais mais emblemáticos, como seja o Curral das Freiras, o Pico Ruivo ou Pico do Areeiro, terminando na cidade do Machico.

 

Os seus 115km são guarnecidos com uns generosos 6800 D+, polvilhados por escadas infindáveis, penhascos e trilhos ladeados pelas famosas levadas, o que a torna, possivelmente, numa das provas mais duras de Portugal.

 

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Só a titulo de curiosidade os primeiros 30km têm, segundo a organização, 2867 D+ o que é quase o mesmo desnível positivo dos 53 km do Grande Trail Serra de Arga (3000 D+) ou dos 100km do Ultra Trail de São Mamede (3500 D+).

 

Com isto em mente, a única resposta que me ocorre à pergunta inicial é... determinação, resiliência e a humbição (de que falei no post anterior).

 

Determinação...  porque quero mesmo muito superar este desafio, quero subir e descer aquelas montanhas e nem que seja o último atleta, quero chegar ao fim e cortar aquela meta, sempre claro está com um enorme sorriso.

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Resiliência... porque não há muita volta a dar, o treino é a doer, "treino duro combate fácil".

Isto implica, ter de suportar, numa semana perfeita, 5 treinos de corrida (7/8 horas), 2 de ginásio (3 horas). Implica correr sem vontade, implica abdicar das manhãs de fim-de-semana, implica abdicar de "tainadas" e implica um trabalho solitário (90% dos meus treinos são realizados sozinho), implica estar dentro do casulo, por vezes tempo de mais, implica suportar a desmotivação que de quando a quando nos martela a cabeça com pensamentos negativos.

 

Como já uma vez aqui escrevi, não vivo disto (embora me alimente disto), pelo que o equilíbrio entre treino, família e trabalho é fundamental para que o treino decorra normalmente.

 

Humbição... porque é preciso humildade para reconhecer o grau de dificuldade inerente a este desafio, é preciso compreender que nem tudo é perfeito e que o caminho é sinuoso. Desde que comecei a treinar para o MIUT (meados de janeiro) já tive dois problemas de saúde (sem qualquer relação com a corrida), mas que me obrigaram a parar, a recomeçar e que mostraram quão frágil sou.

A esta humildade juntar a pitada da ambição, como elemento catalizador de movimento, de explosão, de incómodo face à inercia e à minha natural procrastinação.

 

É isto que me impele a correr... adoro desafiar-me, adoro colocar o objetivo bem lá no alto, fora da minha zona de conforto e saborear cada passo do percurso, gerindo as emoções e retirando daí o meu apefeiçoamento enquanto ser humano. 

 

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