My Path to MIUT 2015 - Histórias de uma jornada (4ª Subida)
Por Pedro Tomás Luiz
Esta semana, foi semana de voltar às origens...
Para mim não há local como este... tenho de admitir... sou sem dúvida um apaixonado pela serra da Lousã. Tenho muito respeito pelo Gerês, pela Estrela e até pela esotérica serra de Sintra, mas aquilo que sinto pela serra da Lousã é visceral, único, impresso no meu ADN.
Para quem não conhece, a serra da Lousã situa-se bem na zona centro, a sensivelmente 30km da cidade de Coimbra e abrange os concelhos de Lousã, Miranda do Corvo, Góis, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos. O seu ponto mais alto encontra-se 1205 mt no chamado Trevim.
Estando as minhas origens na vila da Lousã, pude acompanhar uma quase relação de amor/ódio das gentes da daquela vila para com a serra com o mesmo nome.
Durante muitos anos a serra foi sustento para os povos que nela habitavam. Estas pessoas, muito pobres, viviam essencialmente da agricultura e do pastorício, nas actualmente chamadas aldeias de xisto. A procura de uma vida melhor levou ao abandono destes locais mágicos, que assim permaneceram até à sua quase completa destruição.
Final dos anos 80 estas aldeias começam a ser ocupadas por estrangeiros, que aos poucos começam a recuperar e a revitalizar as aldeias.
Mas só no início deste século, é que o corte de relações termina, e se começa a perspectivar todo potencial económico que a recuperação das aldeias, bem como de todas as actividades inerentes a estas, poderão trazer para a vila.
Aos dias de hoje, quase todas as aldeias estão recuperadas (algumas essencialmente devido ao isolamento permanecem abandonadas) e os trilhos outrora usados pelos povos da serra foram recuperados
Muito se deveu aos eventos de motociclismo, downhill, bem como às associações de baldios e aos clubes desportivos (como o Montanha Clube da Lousã) que revitalizaram pouco a pouco os antigos caminhos das gentes das serranas.
Por tudo isto, bem como pela gastronomia, pela hospitalidade, pela oferta hoteleira, a serra da Lousã é hoje um dos locais de “culto”, para quem gosta de correr na montanha.
Mas descansem os amantes da estrada porque esta serra também têm muito para oferecer, pois os km de alcatrão, envolvidos pelos grandes montes que serpenteiam a serra até Castanheira de Pêra, tem o potencial para extasiar quem os calcorreia.
Assim, com dois treinos planeados, um mais curto mas intenso e outro mais longo e descontraído, aproveitei para desfrutar ao máximo destas condições únicas.
O primeiro treino foi realizado sozinho, exclusivamente por estradões por forma a correr um pouco mais e atingir a intensidade necessária sem entrar em falência. Foram cerca de 16km com 2400 D, dos quais 1200 D+, que me levaram da vila ao ponto mais alto, o Trevim o que é basicamente impossível de fazer nos meus campos de treino habituais (a não ser que faça “piscinas” da Biscaia à Peninha).
Já o treino domingueiro, foi começado bem cedo (06h) mas na fantástica companhia do pessoal do Montanha Clube da Lousã. O percurso foi o do Louzan Trail edição de 2015 e daquilo que pude ver está colossal em todos os aspectos (é bom que gostem de subir). Resultado final 26km com 1600 D+.
E como a serra é de todos… e para todos houve ainda tempo de partilhar os trilhos com máquinas de duas rodas (a abrir trilhos devem ser um espectáculo).
Faltam 14 dias…
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