MORRA A CORRIDA, O TRAIL, O TRIATLO, O MORALISMO MORRA! PIM!
MORRA O RUNNING, MORRA! PIM!
MORRA O TRAIL, MORRA! PIM!
MORRA O CICLISMO, MORRA! PIM!
MORRA O TRIATLO, MORRA! PIM!
MORRA O MORALISMO, MORRA! PIM!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
Arautos das redes sociais apregoem aos sete ventos, pois a morte do nosso querido running/trail está a chegar...
Arautos da desgraça divulguem pelo céu e pela terra, pois o cheiro fétido da morte já paira sobre o nosso amado running/trail...
Arautos da candura desportiva não se deixem enganar por esses burlões, ilusionistas, mefistófeles de sapatilhas, mafarricos, vendidos à prática de outro, que não o mais puro dos puros, que não o nosso querido running/trail ...
Este preâmbulo, que estraçalha de forma grotesca uma das frases emblemáticas do Manifesto Anti-Dantas de Almada Negreiros, nasce daquilo que há muito estava latente, mas que agora começa a surgir de forma vigorosa entre a comunidade running/trail.
Surgem os saudosistas a dizer “Antigamente é que era bom!” ou o “No meu tempo é que era!” desvalorizando que foi a massificação que permitiu que hoje tenhamos poder de escolha que seja sobre as provas, quer seja sobre o local, quer seja sobre a marca das sapatilhas que calçamos (não há bem muito tempo a escolha reduzia-se a duas marcas).
Surgem os médicos a dizer “Ui! Esse pessoal a fazer uma ultra todos os meses, daqui por uns anos não se mexe” o que mais uma vez não deixando de ser verdade, tem o mesmo efeito dissuasor do Fumar Mata, impresso nos maços de tabaco.
Surgem os padres a pregar “Todos aqueles que ousarem trocar o running/trail pelo ciclismo, pelo triatlo ou qualquer outra modalidade vão arder no fogo do inferno” o que nos remete para uma associação esquisita entre moral (bem e o mal) e o fazer desporto (por favor não confundir com ética e conduta desportiva);
Resumindo, e embora genericamente todos esses dizeres estão envoltos na capa da verdade, retirada essa capa o que fica não é o altruísmo, não é uma genuína preocupação com o futuro do running/trail ou com a saúde dos atletas, o que fica é uma pequenina e visceral inveja, que corrói e destrói.