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Correr na Cidade

Meia Maratona Rock’n'Roll Lisboa : O voltar ao “normal”

meiamaratonaRace Report por Bruno Andrade:Depois de uma ultima Meia Maratona frustrante, a do Porto, tinha vários motivos para não participar nesta, uma vez que, não tinha voltado a treinar, tenho uma presumível tendinite no tendão de Aquiles do pé esquerdo (a confirmar na próxima consulta) ,os pés ainda estavam ( estão) marcados pelo sofrimento que foram esses 21 kms, e o tempo feito nessa prova que me tinha deixado bastante desanimado.No entanto, transcrevendo uma das inúmeras frases motivadores que vemos por aí espalhadas, “Quitters don´t run. Runners don´t quit”, aceitei mais um grande desafio e fiz a minha 4º Meia Maratona do ano.Queria provar a mim mesmo, que o mau resultado obtido na ultima prova, tinha sido originado por inúmeras situações, e que tinha tudo para voltar a melhorara o tempo.Passado um ano de ter estado na mesma ponte, mas na altura ter ido apenas fazer a Mini, desta vez eu e o Filipe, acompanhados da Natália e da Dina, resolvemos descobrir até onde os 21 kms nos levavam.Apesar de irmos os quatro juntos, tanto o Filipe como a Natália, iniciaram a prova um pouco mais a frente, na zona reservada aos VIP´s. Desse modo iniciei a corrida com a Dina, que tinha conhecido no dia anterior no treino da Skechers com o Luís Feiteira.Tentei saber que ritmo ela queria levar na prova e avisei-a que não me tinha preparado para esta Meia, pelo qual, sempre que ela quisesse que colocasse o ritmo dela e fosse embora. Percebi que possivelmente iria correr ao mesmo tempo que eu, desse modo sempre era uma boa ajuda ter alguém para acompanharmos ou sermos acompanhados.Iniciamos a corrida bem, e tirando alguns desvios que tivemos que fazer, estávamos com um ritmo perto do que queria levar. No entanto já ao descer a ponte, a Dina teve, um dos meus maiores receios na corrida, a chamada “dor de burro”. Abrandamos um bocado para que pudesse, com a ajuda da respiração, voltar ao normal.Ela sentiu que tinha que parar um pouco para conseguir superar essa situação, ofereci-me para parar/andar com ela, mas pediu-me que seguisse que depois me apanharia. A partir desse momento, por volta do 1,5km fiz a prova “sozinho”.Com os erros cometidos em provas anteriores, tentei não acelerar logo no início, nem com a tentação de apanhar o Filipe, que tinha ido com a Natália. Mal sabia eu que ela estava a imprimir um ritmo mais rápido do que eu levava.Tinha colocado no relógio da Garmin, um pace de 5:50 que iria tentar fazer, e esse seria o meu “ companheiro de corrida” No primeiro abastecimento não bebi, achei que ainda era muito cedo, no entanto a partir desse, aproveitei sempre para ou beber um pouco, ou refrescar o corpo.Por volta do km 11, reparei na banca de fruta (laranja e banana) que estava reservada apenas para quem já estava a regressar, no entanto, logo aí fiquei a desejar que não acabassem o stock de laranjas antes de lá chegar.Apesar de psicologicamente, ser muito complicado ter percursos onde nos cruzamos ( durante algum tempo) com atletas que já estão a voltar para a meta, tentei usar esse fato a meu favor. Encostei-me o mais à esquerda possível, para observar os atletas a passar e a ver se via alguém conhecido, nomeadamente o meu amigo Filipe, isto sem perder a concentração no ritmo que levava.Desse modo, abstraímo-nos um pouco do que ainda temos para correr.Creio ter sido a primeira Meia Maratona em que não levei nenhum gel energético, uma vez que também sabia que o iriam fornecer ao km 13.E assim aconteceu.Sem saber se iria gostar ao não do Gel, arrisquei. Era um gel líquido com sabor a laranja. O sabor não me agradou, mas confesso que me deu aquela energia que estava a precisar no momento.Apesar de ir um pouco acima do pace que queria, sentia-me confortável.Muitas vezes veio-me a memória, que naquela altura nem um mês antes já estava a andar, na Meia Maratona do Porto.Chegado o abastecimento da fruta, consegui incrivelmente apenas com uma mão, apanhar três pedaços de laranja, tal era a vontade de absorver o açúcar que a fruta tinha para me dar. Guardei esses três pedaços, tal Frodo Baggins com o seu anel, e geri-os nos restantes três quilómetros seguintes.Nessa altura tentei observar os atletas que vinham ainda do lado esquerdo, para ver se via a Dina, mal sabia eu que ela estava a menos distancia do que eu pensava.Por volta do km17 ( não sei precisar) passava por mim o primeiro atleta da Maratona, ainda lhe pedi para me levar com ele, mas o facto de não saber português e também pelo facto de passar a 200km\hora, não ajudaram para ele atender ao meu pedido.Depois de ter passado pelo chuveiro que amavelmente os bombeiros tinham colocado, senti que a meta estava perto. Quase 19 kms nas pernas depois, veio uma das, senão a, parte mais complicada, uma subida de poucos metros, mas com uma considerável inclinação, e para quem já vai com 19 kms em cima, um pouco de inclinação já é demasiado. Não parei, nem andei, mas custou-me imenso e creio que depois dessa subida não consegui manter o ritmo que queria ate a meta.Mais uma vez, as bóias com as marcas da prova, neste caso da Adidas, induziram-me em erro, e pensando eu que seria a meta tentei ir buscar forças onde não tinha.Mas novamente fui enganado, e a meta mesmo só viria alguns metros mais a frente.meiamaratona2Resumo:Apesar de ser o meu 3º melhor tempo em cinco meias maratonas, fiquei muito contente com a minha prestação. Essencialmente queria-me vingar da última Meia que tinha tido, onde parei, andei e fiz o tempo de 02:20:45.Desta vez conclui a prova, sem parar, sem andar e com o tempo de 02:09:21.Sinto que com treinos regulares e uma condição física um pouco melhor, um dia serei capaz de atingir o meu principal objectivo, que será baixar das 2 horas.Pontos Positivos:#Abastecimentos. Muitos abastecimentos e com muitas mesas em cada um deles.#Gel Energético e Fruta.Ponto Negativos:#Terreno: O piso na reta final com lombas é algo inconcebível#A duração\transporte do percurso ate irmos para a Partida.Quero deixar um agradecimento ao Filipe Gil pela entrada na tenda VIP no final da prova, senti-me realmente importante : ). E um especial agradecimento à minha mulher, Sandrine, por ter ficado de serviço na noite que antecedeu a prova, no caso da nossa mais pequena precisar.diplomabruno