L-Carnitina: o que é? Será que vale a pena tomar?
A pedido de alguns colegas e seguidores deste blog, decidi escrever este artigo sobre uma substância muito falada no universo desportivo: a L-Carnitina.
Trata-se de uma substância produzida naturalmente pelo nosso organismo, obtida a partir da lisina, metionina, ferro e das vitaminas C, B3 e B6. Alguns alimentos também são fornecedores de L-Carnitina, como é o caso da carne e produtos lácteos, mas apenas fornecem cerca de 50 a 150mg por dia. Segundo alguns artigos científicos que pude consultar, são necessários cerca de 2500mg desta substância para termos um efeito otimizado.
O papel desta substância passa por ajudar o nosso organismo a produzir energia e pode ser resumido da seguinte forma: a L-Carnitina transporta os ácidos gordos de cadeia longa até à mitocôndria para serem “queimados” e, assim, se obter energia a partir da gordura armazenada. Por este motivo é tão utilizada sob a forma de suplementos alimentares em dietas de emagrecimento. Também é considerada como um suplemento alimentar relativamente seguro e que traz benefícios para o funcionamento dos músculos-esqueléticos, cérebro e coração.
Segundo um artigo publicado no Med Sport Sci. em 2012, da autoria de Huang A. e Owen K. Role of supplementary L-carnitine in exercise and exercise recovery, a ingestão de L-Carnitina reduz o stress oxidativo (reduzindo a formação de radicais livres) e influencia positivamente no processo de recuperação após o exercício.
De acordo com alguns pacientes a quem recomendei a toma de um suplemento alimentar de L-Carnitina, o seu desempenho durante o exercício melhorou um pouco e sentiram que a recuperação pós-exercício foi mais rápida. Consequentemente, os valores de massa gorda também diminuíram. Claro que esta redução não teve só a ver com a ingestão deste suplemento mas, também, com a modificação dos hábitos alimentares e a prática regular de exercício.
A melhor forma de tomar um suplemento de L-Carnitina é através de ampolas. Estas devem ser tomadas cerca de 1 hora antes do exercício e junto com um alimento rico em hidratos de carbono, por exemplo, uma banana. Desta forma aumentamos a quantidade de L-Carnitina disponível nos músculos. Os efeitos da toma desta substância são mais notórios ao fim de 6 meses após o início da toma do suplemento.
A L-Carnitina só está recomendada para indivíduos que façam um tipo de exercício mais intenso e que tenham uma elevada percentagem de massa gorda que justifique a sua toma. Contudo, recomendo que consulte o seu nutricionista para avaliar a necessidade e o objetivo da toma deste suplemento. Cada caso é um caso e deve ser avaliado como tal.
Boas corridas!