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Correr na Cidade

GTSA, um "treino" fantástico

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 Por Stefan Pequito

 

No dia 26 de Setembro realizou-se o Grande Trail de Serra de Arga(GTSA). Da Crew, para mim foi a 1º vez nesta prova, também para o Pedro, já o Moura é um batido naquela serra.

 

Fui para a prova sem grandes planos, em modo treino de competição para a minha prova de fogo que vai ser a Ultra de Gredos no dia 18 de Outubro.

 

No sábado fomos de Lisboa para cima a caminho de Caminha. Desta vez não quisemos cometer o erro de irmos já tarde como foi na ultra do Douro e somos mais cedo.

 

Durante a viagem caiu uma tempestade daquelas de assustar os mortos, fiquei logo a pensar como iriamos apanhar chuva torrencial de ficar molhados da cabeça aos pés. Mas nada disso, mais a Norte o tempo ficou uma maravilha, até deu para ir a praia quando chegámos. Fomos levantar os dorsais e fomos para casa descansar pois no dia a seguir tínhamos de levantar bem cedo da cama às 5.

 

O dia para mim não começou da melhor forma, tinha metido o despertador para as 5 mas não despertou. Felizmente tinha as minhas super panquecas já prontas e tudo arrumado para irmos embora.

 

Pouco depois das 7 chegámos à partida/meta em Dem. Reencontramos o pessoal amigo destas lides, o pessoal da Montanha da Lousã, pessoal da hora do Esquilo, e outros. Fomos para a meta onde encontramos o Moura e a Liliana a tirar fotos ao pessoal. Ficamos na galhofa até à hora da partida, quando eu e o meu amigo André (do montanha clube trail da Lousâ) avançámos um pouco mais para a frente onde a prova arrancou.

 

Achei interessante a prova dos 33Km e dos 53Km terem arrancado ao mesmo tempo e quanto o pessoal dos 20Km arrancou onde terminava a prova dos 33Km.

 

A parte inicial foi como uma corrida de estrada, e foi onde se dividiu um pouco o pessoal, dado que demos uma volta pela aldeia antes de começar a partir para os trilhos.

 

A 1º subida foi logo a doer, muito técnica e com mais de 700D+, bom para aquecer. Se a subir doeu, a descer doeu mais, muita pedra mas rolante onde dava para correr e rápido. Com este início, desconfiei logo e mantive um ritmo de 4:30m/km a descer, onde não arrisquei muito.

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Até ao 1º abastecimento foi mais ou menos assim, onde decidi não parar, pois tinha em mente parar só no 2º e segui. Mais sobe e desce com paisagens de cortar a respiração, tivemos muita sorte com o tempo, esteve uma temperatura muito boa e não choveu, o que calculo tenha sido um alívio para o Carlos Sá, que já estaria a pensar que não ia ter numa uma prova com bom tempo.

 

Continuámos serra acima e baixo até que a uma altura que entramos no num local fantástico para fotografia, uma Cascata linda e muita vegetação, algo que só o Geres nos pode dar, fantástico sem duvida.

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Já com 40 km percorridos com cerca de 1800 D+, voltamos a subir a serra outra vez, já algo cansado mas como só faltavam 13km para acabar decidi acelerar serra acima, mas parecia que não acabava.

 

Fomos dar à 1ª subida que fizemos, era por ali a descida final até à meta. Lembrei que aquilo foi duro a subir, a descer deve ser ainda mais.

 

Nesta fase senti que tinha alguém dos 53Km atrás de mim com muita vontade de me passar e pensei cá para mim “Não vou deixar!!”, desliguei o último neurónio que me resta e toca a descer em força. Não sei como fiz aquilo, fui sempre no red até lá abaixo, ainda vi pessoal a ser assistido pelo caminho e ia caindo numas rochas molhadas, mas não podia abrandar, o perseguidor estava perto.

 

Cortei a meta com 6h e 17m, senti-me bem e com o dever cumprido, fiz a prova num bom ritmo e não me aleijei, consegui quebrar o meu enguiço dos últimos tempos.

 

Perguntei em que posição tinha ficado, indicaram-me 24º, no dia a seguir estava em 21º mas depois de umas correções fiquei no 23ºlugar. Não estava à espera de uma classificação tão boa mas claro que fiquei contente e orgulhoso, o trabalho foi recompensado. 

 

Depois da chegada, esperei pelo Moura e Pedro. Fiquei triste com a notícia que o meu grande amigo André não consegui terminar, sofreu do mesmo problema de estômago que sofri em Óbidos, mas é assim que aprendemos a conhecer o nosso corpo, e sei que ele vai estar forte no UTAX. 

 

Enquanto estive à espera do meus companheiros estive na conversa com o André Castro, vencedor do Oh Meu Deus, e com um brilhante 8º lugar no CCC.

 

Ainda tive tempo para ir dançar o Vira com o Carlos Sá, bem não foi com ele, foi com uma rapariga bem engraçada.

 

Avaliando a prova, 5 estrelas em tudo, sem dúvida a melhor, não menosprezando as outras provas que fiz, mas esta foi fantástica, abastecimentos 20 estrelas, percurso fantástico e até fotógrafos de grande qualidade.

 

Para quem gosta e faz Trail é obrigatório fazer esta prova pelo menos 1 vez na vida sem duvidas, Parabéns a toda a organização!

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Classificações:
1º - Andre Rodrigues – 5h 9m
2º - Rui Sexo – 5h 14 m
3º - Helder Ferreira – 5h 14m
23º - Stefan Pequito – 6h 17m
123º - Luis Moura – 7h 55m
259º - Pedro Tomaz – 9h 10m (modo de Treino pos Lesao)

 

Terminaram 396 atletas os 53km.

 

Um agradecimento especial ao Miguel Santos, meu massagista e à minha equipa e aos amigos que me apoiaram estes meses, tudo o que tenho conseguido também foi com a vossa ajuda… OBRIGADO.