"Efectuamos testes de cargas dinâmicas com 250 quilos de pressão ao longo de 40 mil ciclos e no final o Boost continuava praticamente inalterado"
Por Filipe Gil:
Publicamos a segunda parte da entrevista que fizemos em finais de julho a Adriana Machado, formadora da Adidas na tecnologia Boost. Para ler a primeira parte desta entrevista, clicar aqui.
E qual a durabilidade do material Boost?
Dou o exemplo, noutras tecnologias do mercado diz-se que é necessário deixar descansar o material umas horas para voltar ao estado inicial, no Boost isso não é necessário. Efectuamos testes de cargas dinâmicas com 250 quilos de pressão ao longo de 40 mil ciclos e no final o Boost continuava praticamente inalterado, e em comparação com outros materiais é 75% superior na resistência.
E isso pode ser trazido em termos de quilómetros?
A durabilidade da sapatilha envolve vários factores, tipo de sapatilha (treino, competição ou mista), peso do corredor, tipo de piso onde corre, a técnica ao correr, entre outras. Boost que é o material da meia sola, é praticamente infindável, e depois temos a sola que poderá ser ou não com borracha Continental, se for borracha Continental terá uma sola com maior durabilidade. Se compararmos os Supernova Glide aos Energy, os Glide têm menos % de Boost mas à partida terá um tempo de vida superior pois sendo uma sapatilha de treino tem uma espessura de sola maior para gastar. Os Energy são uma sapatilha mista. Mas há que sublinhar que as solas Continental em inclinações tem cerca de 39% mais tracção do que modelos da concorrência, quer em piso seco quer em piso molhado (39% em inclinações, 30% em molhado e 32% em piso seco).
E em sapatilhas de trail vão aplicar a tecnologia Boost?
Pelo menos até à colecção Primavera/Verão 2015 não há nada previsto para o trail puro e duro.
Muitas são as teorias do uso de ténis minimalistas ou com mais protecção. Existem quem avance que usar sapatilhas com demasiada proteção podem prejudicar o corredor através de lesões. Será que a tecnologia Boost não protege em demasia o corredor o que pode tornar-se perigoso tornando mais vulnerável àquilo que todo o corredor que evitar: lesões?
A grande maioria dos corredores não procura os modelos mais minimalistas. Apesar de termos alguns modelos minimalistas, estes não utilizam a tecnologia Boost. No tal teste de que falhei anteriormente a comparação foi feita até com modelos minimalistas e existe mesmo a redução do consumo de 1% de oxigénio usando os Boost.
Quantos modelos estão previstos para a próxima coleção de outono/inverno com tecnologia Boost?
Falando das linhas mais técnicas, com os Response, Supernova, Adistar e Adizero, são linhas Energy e Sequence, são modelos de sapato de corrida) todos já têm a tecnologia Boost. Já temos modelos de reactividade, amortecimento e estabilidade com a tecnologia Boost. E a tecnologia já passou a categoria da corrida, e no outono/inverno de 2014 estará já no basket e para primavera verão 2015 em volley e futsal.
Porque optaram por lançar os Boost na corrida e não noutra categoria?
A corrida está, a nível mundial, em grande crescimento. Três em cada 10 modelos comprados são de corrida. E nota-se com as crises económicas existe um boom de corredores. O que foi perfeitamente sentido em Portugal.
E, afinal, de que material é feito o Boost?
O Boost foi desenvolvido pela BASF. E foi desenvolvido com o propósito de introduzir um beneficio de amortecimento e reactividade. O material que faz as solas Boost é um composto de Poliuretano que depois é insuflado com ar, formando então as tais cápsulas de energia, e depois através de uma técnica especial são fundidas, em cada meia sola, cerca de 2500 unidades. Mesmo rasgado com uma lâmina não se desintegra.
FIM