Corrida da Linha - Correr sozinho ou acompanhado?
Por Bruno Andrade:
Neste report sobre a 8ª edição da Corrida da Linha, não irei entrar em grandes detalhes do que aconteceu em várias fases, mas sim realçar como esta corrida marcou o meu regresso a este tipo de eventos e demonstrar de que correr acompanhado torna tudo mais fácil. A disponibilidade, tanto física como horária, ou até mesmo por vezes alguma desmotivação e falta de pro-atividade, são tudo fatores bastante óbvios de que não tenho sido exemplo para quem quer treinar regularmente. No entanto, sempre que regressei aos treinos após longas pausas, consegui de certa forma com alguma facilidade voltar aos quilómetros habituais.
Com o fim das férias, decidi retomar o plano de treinos e, embora motivado e disciplinado, os treinos que efetuei foram extremamente frustrantes porque psicologicamente nunca consegui terminar nenhum sem abrandar o ritmo ou até mesmo parar. No final de cada treino era raro não pensar no desafio que se aproximava, a Corrida da Linha com os seus 10kms à beira mar estavam em contagem decrescente.
Para esta prova foi fundamental a frustração dos últimos treinos, impôs-me colocar como principal objetivo terminar este percurso sem abrandar o ritmo ao ponto de parar a meio (o que até à data nunca me aconteceu numa prova com esta distância). A ajudar-me a atingir este objetivo, sabia que podia contar com o apoio dos elementos da Crew e amigos.
Logo no início e, na companhia da Natália fizémos os primeiros 3 kms a um bom ritmo, de um certo modo desconhecido nestes meus últimos treinos já referidos anteriormente. Após este arranque, devido à grande afluência de atletas, acabei por me distanciar um pouco e tentei gerir o meu esforço não perdendo de vista a Bo e o Tiago que iam mais à frente. Já junto deles e percebendo que a Bo não estava a 100% o meu objetivo passou em dar-lhe força juntamente com o Tiago que desde o início a estava a acompanhar, mas quem acabou por ganhar força fui eu e motivado continuei a prosseguir ao meu ritmo.
Alguns quilómetros depois e com a meta cada vez mais próxima, consegui perceber que estava muito perto de superar as minhas dificuldades recentes. Ao entrar em Cascais consegui imprimir um pouco mais de velocidade e terminar a prova com 52.11 (Tempo de Chip).
Este regresso às provas foi excelente, perante as adversidades com que vinha para a corrida juntamente com o intenso calor que se fez sentir e a adesão em massa para mais uma edição de sucesso, pessoalmente não podia ter pedido mais. Esta corrida que já foi uma das minhas primeiras provas oficias, hoje foi também uma superação para me dar aquela motivação extra que andava à procura.
Correr sozinho tem o seu lado positivo, permite-nos momentos de reflexão e relaxamento para além de permitir uma aprendizagem sobre os nossos próprios limites e levar a que consigamos atingir o potencial máximo de corrida, no entanto, nesta fase em que me encontrava, a companhia superou tudo, não apenas pelo convívio e espírito de equipa na motivação para correr sem abrandar, como até mesmo daquele desconhecido a quem nos “colamos” para alcançar a final.
E vocês o que preferem? Correr sozinhos, acompanhados ou em grupo? Independentemente da escolha o que importa é nunca desisitir de treinar!