Correr no novo mundo em que vivemos
Não há como não escrever sobre o assunto. Vivemos uma época estranha! Não sabemos o que nos espera daqui a umas semanas ou meses - já antes era assim, mas tínhamos a ilusão do contrário.
O mundo com o covid-19 é diferente do mundo em que estavamos há ano e meio. No final, se isto vai levar uma volta de 180 graus ou de 360 voltando ao mesmo, mas em pior, não sabemos. Mas muita coisa mudou. Na noss vida pessoal, profissional e até os hobbies mudaram.
Nós, aqui no CNC, continuamos a questionar-nos: as pessoas continuam a ler blogues? A informação que recebem no Instagram e Facebook é suficiente? Devemos postar fotos a correr alegremente quando se vive uma pandemia? Não será a pandemia ela em si um exagero? (Não, não sou negacionista, e tenho os maiores cuidados, mas não deixo de me questionar.
Entre as perguntamos que muita vezes fazemos, a única coisa que parece não ter mudado é o gosto pela corrida. Há cada vez mais gente a correr.
E talvez seja das poucas coisas razoáveis que a pandemia nos trouxe. Mais gente na rua, mais gente a correr, mais gente a passear nos parques, às vezes com trela e cão, outras sem cão só com trela....
O Correr na Cidade cá continua. A caminho do 9º ano de existência. E sempre que podemos corremos. Isolados, ou em pares, afastados, e sempre com o pensamento, e assunto permanente da conversa de corrida, de que um dia iremos voltar às provas e trails que tanto gostamos. Aos poucos isto vai. Acho.
Foi o que aconteceu comigo. Vim ao Funchal em trabalho e na primeira manhã na cidade calcei as sapatilhas e fui conhecer a zona ribeirinha correr - já não vinha desde 1979, ou seja as memórias que tinha despareceram.
E foi bom. Ver a cidade, correr, ver outros corredores. Levar o nome do Correr na Cidade ao peito. Foram 8 quilómetros, com algumas paragens para fotos, que valeram ouro. E que me fizeram pensar que a vida há-de voltar ao normal. Mesmo que diferente, como naqueles universos paralelo que vemos nos filmes de super-heróis. Se é o que temos, temos de nos habituar. "Haja saudinha", como diziam as sábias das nossas avós.
Basta pensar que temos um país com bom tempo, segurança e que temos saúde para correr. Bem melhor que ficar em casa a pensar na desgraça pessoal e alheia.
Calcem as sapatilhas e vamos vencer a preguiça e correr. Sejam 3, 5 ou mais quilómetros. Vemo-nos por aí. Ok? E já agora digam coisas. Blogs, Vídeos, Podcasts, Instagram? Qual a melhor plataforma.