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Correr na Cidade

Corre Jamor, Corre Filipe!

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Há muitos anos atrás, nesta mesma galáxia fiz esta prova, a Corre Jamor, que decorreu no passado domingo 14 de novembro. Na altura foi a primeira vez que corri com terra debaixo dos pés – antes disso, só estrada. Quase 10 anos depois voltei ao Corre Jamor. Passou tanta terra, areia, alcatrão por baixo dos meus ténis mas a a excitação e o tal “saber que nada sei de corrida” voltou a estar presente. E foi bom.

Podemos ter várias vidas numa vida? Podemos, claro! Podemos ser vários corredores numa só vida de corredor? Claro que sim! Sendo que dizer que sou corredor é quase um ofensa a quem treina assiduamente e faz das tripas coração, literalmente, para terminar provas, para acodar com frio e chuva.

Mas, modéstia à parte, faz agora (15 de novembro) 9 anos que eu, Nuno Espadinha e o Bruno Andrade decidimos avançar com a crew Correr Na Cidade - o resto já sabem. E apesar de nunca ter sido um grande corredor, de fazer grandes tempos, dá-me gozo saber que, mesmo sem querer, dei início a um grupo (que hoje são/somos grandes amigos) e que ajudaram (e vão continuar a ajudar) muita gente a começar a correr.

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Lembro-me quando tive a ideia de fazer os Just Girls. Por várias razões que agora não vale a pena mencionar (está documentado neste mesmo blogue) mas também porque me fez muita impressão o historial das mulheres na corrida. A vergonha que tinham, as bocas que ouviam quando corriam sozinho. Como homem tive que pensar numa forma das mulheres puderem correr à vontade. E dar exemplo a outras mulheres. E isso conseguimos, nós Correr na Cidade.

Isto tudo em jeito de balanço, quando vamos começar a pensar nas celebrações de 10 anos de Correr na Cidade e sobretudo continuar a correr e a dar exemplo para uma vida mais saudável. Sim, continuamos a ser os malucos que coxeiam nos corredores do emprego depois de uma meia ou maratona feita. Sim, somos aqueles que na mala do carro têm sempre uma muda para correr. Sim, somos aqueles que acordam cedo aos domingos para ir correr ou fazer provas a quilómetros de casa. Somos esses malucos da corrida. E vamos continuar a ser.


Quanto à prova, fi-la com o apoio da Bo, tal como tantas outras provas onde ela puxa por mim. É sempre bom. Começa com as palavras de apoio e para o final, quando começo a roer a corda e ela a passar-me com a minha lentidão, passa a incentivar-me em holandês, que é assim, como escrever, uma língua mais gutural (sim, ainda percebo umas palavras dos anos que andei de socas nos pés).

 

O Corre Jamor correu-me bem para quem não fez um único treino durante a semana, por falta de tempo e maleitas do outono. Na cabeça tinha a ideia de fazer a prova em 1:10 minutos. Demorei menos oito minutos que o previsto. Custou um pouco, não parei um único segundo, nem nas subidas mais chatas (Dank je!). Mas foi mesmo, mesmo bom voltar. Espero que seja a primeira de muitas. E não, não é um regresso, sempre andei por aqui. Tal como o resto da crew. Parabéns a nós!