Como não fazer uma Meia Maratona
Por Filipe Gil:
Como não fazer uma Meia Maratona!?
Sei que aqui no Correr na Cidade estão habituados a que vos falem de como devem fazer isto e aquilo em relação à corrida e a viver uma vida saudável. É a missão desta gente fantástica que mantém a melhor informação sobre corrida de Portugal. Como estou de fora (mesmo!) tenho a liberdade para poder escrever coisas parvas.
Em primeiro lugar porque já não sou corredor, corro apenas de vez em quando, e quando me apetece - no pelotão a partilhar as dores e alegrias dos corredores anónimos. E em segundo lugar não tenho a pressão de representar uma marca, um nome, uma filosofia de qualidade que é o Correr na Cidade. Assim, por minha conta e risco, avançou com 5 coisas que nunca devem fazer numa Meia Maratona – e que eu fiz. No caso de reclamações ou contradições, eu agora moro aqui, escrevam para lá!
1. Não treinar como deve de ser! Fiz um treino de corrida de 7kms no dia antes da Meia Maratona. E antes, sendo que o antes foi há uma semana e meia ante do dia 19 de março, tinha feito 10kms pelos trilhos de Monsanto. Sabem há quanto tempo não fazia uma Meia Maratona: 3 anos. (No ano passado desisti por lesão). Ainda para acrescentar passei a véspera da prova a jogar basket com os meus putos. Foi mesmo bom!
2. Estrear equipamento. Daquilo que levava vestido e calçado apenas os calções já tinham sido usado anteriormente. O que vale é que as sapatilhas tinham uma enorme qualidade (são da Puma) e ao fim de 21kms apenas senti um pequeno abrasão numa parte do pé – que costuma sempre, com qualquer modelo de qualquer marca, fazer “queixinhas”. Foi uma sorte.
3. Não comer um pequeno-almoço como deve de ser. Bebi um café e uma “torradinha” com doce. E uma barrita de chocolate. Isto para quem estava às 08h30 no Hotel Dom Pedro a usufruir do convite VIP que os CTT me ofereçam - sim, continuo a “tratar-me bem”! – estava eu a correr a descida da Ponte e já estava a pensar no almoço…
4. Não usar protetor solar nem boné. Hoje pareço um defensor dos direitos dos nativos norte-americanos. Estou com um belo escaldão de primavera na cara.Acho que alguns colegas aqui na empresa pensaram que me tinha metido no tinto de almoço. Quem tem pele de “bife” sofre destes “males”. O não usar boné com o sol que estava no domingo é estúpido, não vale a pena justificar mais.
5. Ir demasiado descontraído. Parece que me estou a contradizer, mas tenho que admitir, a mente prega-nos partidas. E parei três vezes sem qualquer necessidade. Porquê? Porque me apeteceu. Porque estava descontraído, o que é bom. Mas também demasiado descontraído como eu estava é meia força para desistir logo ao km dois. Convém algum comprometimento, alguma concentração. Não é preciso darmos a vida pela corrida como se tivessemos de provar alguma coisa a alguém, mas um pedaço de concentração ajuda. Só e apenas porque a nossa cabeça nos vai fazer preguiçar.
Mas confesso que foi um belo "passeio", ri-me, falei com gente, disse adeus aos meus filhos, cumprimentei amigos, levava a t-shirt mais gira da prova, e fiz os 21km sem qualquer preparação para os fazer em cerca de 2h12.
Por isso, na próxima Meia Maratona que fizerem, leiam este artigo e façam o oposto – menos a parte de se divertirem! Boas corridas.