Como chegar ao fim da época já com saudades de correr?
Por Nuno Malcata
Quando chego ao final de Junho, para mim está a acabar a "época".
A minha época 2014/2015 foi até hoje aquela com mais km corridos.(+1750km). Já tive outras com mais km feitos, acho, mas eram feitos mais na bicicleta que a correr.
Está assim na altura de tirar algumas conclusões acerca do trajeto que fiz desde Setembro de 2014 até agora, final de Junho.
Costumo fazer esta divagação comigo mesmo e com alguns poucos que me rodeiam e aturam, desta vez decidi partilhar com todos vocês, salientando desde já que o valor acrescentado sendo pouco ou nulo, é partilha.
Falar de corrida ou desporto são sinónimos para mim, se esta época corri mais do que fiz outro desporto qualquer, o correr como o andar de bicicleta, nadar, fazer snowboard, jogar ténis ou basket têm significados muito semelhantes.
Seja num treino ou numa prova, os objetivos são muito semelhantes, quero divertir-me e sentir que os que me rodeiam se estão a divertir e sorrir, muito.
E ser competitivo? Perguntam vocês, ou talvez não.
Respondo que comigo mesmo sim, mas não procuro ou preciso chegar numa corrida antes de ninguém, já se participo num jogo coletivo sou mais, ou mesmo jogando ténis, na corrida ou bike, nem por isso.
Sobretudo isto acontece mais quando estou nos trilhos e mergulho na natureza, lá se vai a competitividade :)
Mas o que a corrida/desporto realmente significam para mim e porque dou tanta importância a isto na minha vida?
Desporto para mim é concretização, realizar algo que me faz sentir realmente bem. Por isso corro, pedalo, salto, caio, rebolo, nado, etc... vivo.
Se hà 1 ano, antes da estreia no Triatlo de Oeiras, planeava evoluir na modalidade, uma grande asneira deu num rombo financeiro que impediu a compra do material para o fazer (fato e bike de estrada).
Assim decidi concentrar o foco apenas em corrida, e em trilho, além do retorno a Sevilha para fazer como deve de ser a Maratona.
Para esta época grande parte dos meus desafios foram concretizados com sucesso, desde o Trail da Lousã em Outubro, Maratona de Sevilha em Fevereiro, a 1ª Ultra no Piodão, o fascinante GTA em Abril e o Azores Trail Run em Maio.
Mas se melhorei muitos fatores que me fizeram ultrapassar estes desafios pessoais, nesta fase concluo também que fiz muita coisa de forma errada, e o corpo está a pagar por isso. A carga foi demais, e as mazelas fazem-se sentir.
Se depois do GTA, hà 2 meses atrás, parar e descansar parecia ser a estratégia certa, o ter feito no meio desse descanso 1 Meia Maratona provou ser o ponto final numa integridade fisica já debilitada.
O Azores Trail Run já foi feito num modo que não me agradou, sempre a controlar problemas físicos, a parte de desfrutar realmente da prova como gosto já não foi feita a 100%.
O mês de Junho deveria ter sido o mês de desfrutar provas pontuais, mais pequenas, mas ao contrário disso foi um mês de quase paragem absoluta e o shift para um modo de treino sem corrida, e de tratamento dos problemas que me afligem.
Obviamente que a motivação não foi a mesma, a motivação e foco não tem sido um desafio ou uma prova, mas o apenas voltar a sentir-me bem, sem dores para em breve poder voltar a disfrutar de uma boa corrida.
Que saudades que eu tenho de correr como deve de ser... foi hà 2 meses e parece que foi hà uma eternidade.
Também relacionado com este mundo da corrida na minha vida está o Correr na Cidade e a Crew ao qual pertenço, para os quais tenho dedicado uma boa parte do meu tempo livre, e aprendo e recebo tanto ou mais do que o dou de mim.
O Correr na Cidade tem sido sobretudo importante para mim ao nível que coloquei este post, o da partilha, partilha do que gosto e me faz sentir bem com todos os que connosco treinam, nos seguem, nos leêm.
Sentir que também todos eles se sentem realizados, felizes, me faz sentir realizado, FELIZ!
Adicionando a esta partilha, a amizade que tenho encontrado nesta família das corridas e em tanta gente boa que se tem cruzado comigo neste gosto comum, é algo, que como gosto de dizer, enche o coração.
Não interessa o que somos fora da corrida, não interessa o que fazemos, a cor, o credo, o que seja, no treino, na corrida, na prova somos todos iguais, corredores/desportistas/atletas, mais amadores ou menos, não interessa.
Correr para mim também é um factor importantíssmo nas fases menos boas que passo, esteja triste, ansioso, stressado, frustrado, deprimido, "whatever"...
... e nesta fase menos boa, por várias razões, não poder correr, não ajuda, mas posso andar de bike, nadar e fazer tudo para dar a volta a tudo o que anda menos bem.
Para isso, e já em modo de conclusão, o melhor para mim é colocar o foco no futuro, melhorar, evoluir e voltar a ter um objetivo, um GRANDE desafio.
Esse GRANDE desafio já está marcado, para a próxima época, a 28 de Novembro, o DESAFIO LURBEL, uma prova de 82Km com 4500D+.
E para melhorar e fazer as coisas da melhor forma conto com o apoio de quem me rodeia, Crew, amigos, família, e a partir de agora com a palavra sábia de alguém que hà algum tempo muito admiro, muito sabe de corrida e corrida em trilhos e a quem pedi para me orientar e treinar, e que para minha grande alegria aceitou.
Acompanhem-me neste caminho aqui no Blog e nos treinos do Correr na Cidade muito em breve, espero eu :)
Boas férias, boas corridas!