Aprender uma lição na Meia Maratona de Madrid
Como sabem, o Nuno Malcata propôs-se a um desafio: fazer a Maratona de Madrid abaixo das 4 horas. Existindo provas de 21km e de 10km, aproveitei o incentivo, para regressar aos treinos e a retomar o exercício físico.
Quem me conhece, sabe que nos últimos tempos a minha saúde não andou nos seus melhores dias, e no momento em que me propus a fazer a Meia Maratona de Madrid, nem adivinhava o quanto abaixo de forma estaria nesse dia.
Tenho estado concentrada no trabalho e afastada do desporto, e o corpo deu sinais que era preciso voltar ao exercício.
Não treinei o que devia, mas sabendo que o meu coração estava capaz do esforço, aventurei-me a estar na linha de partida da meia maratona. Sabia que a conseguia fazer, não sabia se conseguia chegar a correr.
Chegámos a Madrid a tempo de fazer tudo nas calmas. Ir à feira, levantar os dorsais, aproveitar a pasta party, descansar durante a tarde de sábado, preparar o equipamento, e jantar a famosa “massa com atum”, para nos dar hidratos para o dia seguinte.
Acordámos cedo. A ansiedade sentia-se no prédio. Não éramos os únicos a ir à prova.
Estando relativamente próximos da partida, fomos ruas acima e ruas baixo até à retunda do Neptuno onde eu e o Nuno nos separaríamos: ele para o curral 3, eu ficaria no 5.
E aí começam os nervos a atacar... 40 minutos para o tiro de partida. Os atletas todos vestidos a rigor, tudo pronto para correr.
Partida.
«Vamos devagar, tenho tempo, afinal o Nuno vai fazer abaixo das 4h, tenho tempo para ir ver a paisagem.»
Passamos pelo Museu de Ciências Naturais, Estádio Santiago de Barnabéu, pela rotunda Europa, pelos Novos Ministérios, e quando vejo o parque do Retiro, já vejo a luz (leia-se a meta).
Tal como acontece na Meia Maratona de Lisboa, aos 16km estamos a passar em frente à meta, mas ainda temos 5km pela frente. Contornando o parque entrariamos pela “Calle de Alcalá” dentro do mesmo, e após 1km estaria a meta.
Acabou! Consegui! Estou bem. «Tragam-me uns pézinhos novos, se faz favor!»
Durante a prova, fui sendo apoiada por outros atletas, ora pelos portugueses dos Montes Saloios, ora por outra portuguesa que estava lesionada e não pôde fazer a Maratona, tendo feito apenas a Meia, ora por duas americanas, que quase fomos até ao fim juntas, não fossem os meus ricos pés a pedir descanso... O excesso de peso em cima dos tornozelos não ajuda, mas consegui.
Tinha avisado que iria fazer o que podia. Estaria ali junto ao carro de vassoura para que os útimos não se sentissem sós, e eles não me deixaram sentir só a mim.
Não faltaram águas e isotónico para quem os pediu, nem autocarros para recolher quem quisesse desistir.
Senti falta de apoio madrilenho. Não sei porquê, mas achei que face às duas Maratonas que acompanhei o Nuno em Sevilha, que o povo lá se envolve mais, e apoia mais os atletas.
Não consegui estar na meta para ver o Nuno chegar. Éramos logo “expulsos” da zona de chegada, e mal conseguia estar de pé. Assim que o vi, fiquei mais descansada e feliz por ele ter conseguido ter atingido o objetivo dele.
Fiquei triste por não ter conseguido treinar o que devia. Aprendi a minha lição. Não fomos feitos para estar apenas sentados à secretária, e a pensar só no stress do trabalho. Se queremos estar bem, e sentirmo-nos bem, temos de dar tempo ao nosso corpo para se exercitar, e “deitar cá para fora” os problemas sob a forma de suor e lágrimas.
Um agradecimento especial à Adidas pelo apoio que me deu a mim e ao Nuno na preparação e inscrição para a Maratona e Meia Maratona de Madrid.
Equipamento:
- Ténis Adidas Ultra Boost v2
- Tshirt Climate Run Tee
- Corsários Ultimate Fit City Adidas
- Meias Compresport
- Relógio Suunto 2S