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Correr na Cidade

Ajudar os outros a perder peso

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Por Filipe Gil:

 

Tenho tido a sorte de ter ido à praia pelo menos mais do que meia dúzia de vezes. Digo sorte porque no ano passado, e pelo menos na zona de Lisboa, o verão não foi muito feliz e aos fins-de-semana, em maio, junho e julho foi raro o sábado ou domingo com bom tempo para ir a banhos.

 

Assim e depois de ter “sofrido” no verão passado, este ano tenho ido com a família e amigos frequentemente. E tenho observado as pessoas à minha volta. Não tendo ido para nenhuma praia da moda e tendo variado em três praias, pelo menos cheguei à conclusão que há mais pessoas gordas.

 

Sim, exacto. Leram bem. E não estou a falar de pessoas mais “cheinhas”. De mulheres com um rabo um pouco maior ou homens com aquela barriguinha que não incomoda mas abana a cada passada. Tenho sim visto pessoas mesmo mais gordas do que, por exemplo, há três ou quatro anos atrás. Muita gente quase obesa. E nessa observação tenho visto algo que ainda me preocupa mais: crianças e adolescentes semi-obesos. O que é preocupante!

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Se por um lado os portugueses nunca praticaram tanto desporto como nos últimos tempos, é certo que a crise económica veio potenciar a má alimentação e muitas vezes são as famílias menos informadas que mandam as mochilas dos seus filhos com quilos e quilos de açúcar e gordura na sua mais variada forma. Não só porque esses alimentos por vezes são mais baratos (o que é errado, devia haver uma taxa sobre o açúcar em que o montante reverte-se para programas de informação à boa nutrição).

 

No meu tempo, e de toda a geração que agora está nos 40 ou perto disso, não havia a panóplia de produtos (chocolates, snacks, salgados) e recordo-me bem dos meus saborosos lanches de pães com manteiga e fiambre e leite com pó de chocolate. De vez em quando o fiambre por marmelada, mas nem sempre. E, atenção, apesar de alguns cuidados em comer bem a minha família não tinha a informação que hoje existe. Mas era a norma. As crianças comiam melhor e ainda faziam mais exercício na rua.

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A esta altura estão todos a perguntar o que raio tem isto a ver com a corrida?! Pois, mas tem!!Tem a ver com todos aqueles que gostam de correr, andar de bicicleta, ir ao ginásio, etc. Com o exemplo que temos de ser para quem nos observa. E sobretudo com aqueles que influenciamos, mesmo quando eles dizem que não: os adolescentes e as crianças.

 

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A SIC vai avançar o programa Peso Pesado para adolescentes. E estou certo que veremos casos que pensamos incríveis de existir. Ainda bem que o vai fazer para estarmos mais cientes que é um problema real e preocupante e que devemos todos, mas todos agir.

 

E nós, corredores? Porque não agir também? Penso que por vezes temos de descer um pouco à terra e deixar de sermos algo egoístas e deixar de pensar só nos nossos objetivos, nos nossos treinos, nas nossas provas, nos nossos ultra trails ou naqueles 10kms que queremos baixar dos 45 minutos a percorrer - e atenção que eu sou destes. 

 

Há que reflectir o que podemos fazer pelas nossas crianças. Que, e segundo sabem, se mantiverem este estilo de vida, terão uma menor esperança de vida que nós. 

 

Porque não levar os nossos filhos, sobrinhos e vizinhos a fazer um treino pensado só neles, 1 ou 2 vezes por semana. Estou certo que esses momentos de qualidade os irá “picar” com o bichinho do desporto. Até podem nunca vir a correr como nós, até nunca poderão gostar de trail running ou de andar de bicicleta, mas ficaram com o gosto pelo desporto, pelo exercício físico e daí a uma vida saudável será um pequeno passo. 

 

Mesmo aqueles que já o fazem, olhem mais à sua volta. Vejam aquele amigo gordinho dos vossos filhos e convidem-no para ir correr ou andar de bicicleta todos juntos. É uma onda que podem começar a espalhar junto de vós e da vossa comunidade. E que poderá, literalmente, mudar vidas. 

 

Somos exemplos para a comunidade, e não é uma questão de moda ou estilo, é sim uma questão de saúde. Estou certo que aquele recorde que vamos bater nos nossos próximos 10kms ainda fica mais saboroso, não acham?

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