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Correr na Cidade

A segunda primeira maratona do Sílvio

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Por Sílvio Horta:

 

A convite do Correr na Cidade, que me ofereceu o dorsal, fui até à Maratona do Porto para tentar apagar a má imagem deixada na Maratona de Lisboa. Devido a uma virose e fortes dores abdominais, pela primeira, vez tive de abandonar uma prova, aos 20km.

 

Para esta deslocação contei com o apoio da minha família e do meu amigo Rui Soeiro que me iria acompanhar em toda a prova para me ajudar terminar a minha primeira Maratona.

 

Fizemos o levantamento dos dorsais na Expo Maratona no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. O levantamento foi bastante rápido e, já com os dorsais levantados numa ponta da Expo, seguimos o caminho estipulado, passando por toda a feira, para levantar o saco com ofertas e a t-shirt da prova.

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A Expo estava bastante bem composta com várias lojas, instituições ligadas ao desporto em geral e à corrida mais especificamente. O kit era bastante completo, incluindo uma mochila, uma tshirt, uma sweatshirt da Asics e uma pequena bolsa para levar à cintura, entre os restantes panfletos.

 

Estivemos ainda alguns minutos a ver uma das palestras que estavam previstas para o dia. Não chegámos a ir até à pasta party porque tínhamos almoçado relativamente tarde. Aproveitámos ainda a tarde para passear na zona da ribeira e aproveitar o belo clima e paisagem magnífica da ribeira.

 

No dia da prova dirigi-me para a zona da partida para ir ter com o Rui. Estive alguns minutos sentado numa paragem de autocarro a aquecer com o belo sol que estava logo às 8 da manhã. A temperatura estava excelente para a prática da corrida, 12/14ºC à hora da partida e durante a prova a atingir os 17/18ºc. Dirigimo-nos para os currais da partida, eu para o B e o Rui para o A. Entretanto encontrei um camarada meu que também ia para a Maratona. A partida foi dada e seguimos com o objetivo à vista da bandeira das 3h30 a algumas centenas de metros à nossa frente.

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Os primeiros 5 km decorreram com o ritmo um pouco mais alto do que o previsto (4m50). Na zona de Matosinhos onde íamos dar uma volta de 10km, tinha a minha família à espera e aproveitámos para tirar umas fotos. Antes tínhamos encontrado muita malta do mundo dos blogs de corrida como o Carlos Cardoso, a Isa, o Vitor e o João Lima. Voltámos a passar pelo local da partida no km 12.

 

A paisagem junto ao rio ajudava a distrair da passagem dos kms, aproveitávamos os abastecimentos para ir hidratando e refrescando. Numa pequena descida de empedrado vimos um atleta deitado no chão a sangrar abundantemente da cabeça, nariz e boca, provavelmente terá tropeçado numa pedra e caído.

 

Tomei o primeiro gel por volta do 17km, sabia que o abastecimento líquido seria ao 20km portanto seria um bom momento para o tomar. Começámos a aproximar do centro histórico do Porto e começamos a sentir o apoio popular cada vez mais forte. Este forte apoio foi uma constante durante toda a prova. Ao chegar à ribeira estava o abastecimento que não estava muito bem posicionado, visto estar numa curva e muito perto do empredrado a descer. Quando passámos na ribeira foi o auge do apoio durante a prova, centenas de pessoas estavam a apoiar, a bater palmas, com bandeiras, a fazer barulho.

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Em cima da ponte D. Luís I o ambiente era ainda mais espetacular. Visto ser um espaço mais reduzido e formou-se uma espécie de corredor. Senti-me quase levado ao colo com este apoio na ponte.

 

Já em Gaia fomos apanhados pelo Carlos Cardoso e seguimos durante alguns km com ele. No entanto por volta do 24km começo a sentir as primeiras dificuldades, uma pequena dor abdominal e alguma má disposição. Tomei o segundo gel. Nos kms seguinte abrandámos o ritmo para 5m/5m20s. A má disposição continuou a aumentar, quando voltámos para o lado do Porto, fui gerindo o esforço com alguma dificuldade.  A partir do retorno, no km 32,   o marcador de ritmo de 3h30m passou por nós. Embalados pelo apoio do público ainda conseguia correr, no entanto, a partir do km 34  fui forçado a caminhar.

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Estava com fortes dores abdominais e tinha algumas dificuldades em respirar.  Já não conseguia ingerir géis  nem fruta, a água ainda era suportada. Até ao km 41 fomos caminhando e correndo, devido às fortes dores que se espalharam até ao diafragma. Por vezes, nem conseguia respirar mesmo caminhando.

 

Entretanto passaram por nós os marcadores de ritmo de 3h45. O público continuava a incentivar para correr mas já não havia energia para tal. Volto a frisar que o apoio do público foi espetacular e incansável, nunca tinha sentido tanto apoio,  mesmo numa prova longa.  Ao km 41 decidimos que tínhamos que acabar a prova a correr mas entretanto fomos ultrapassados pelo marcador das 4h. Fomos forçando o ritmo a subir a Avenida da Boavista até à meta. As dores eram já tantas que acho que fiz a parte final da prova em apneia sem respirar, já que se respirasse tinha muitas dores. Olhamos para o tempo de prova e vemos que já não vamos conseguir um tempo de prova abaixo das 4h. Cortámos a meta com um tempo de chip  3h59m50s

 

Agradeci ao meu amigo Rui Soeiro que me acompanhou durante toda a prova. No final tinha a minha irmã e a minha mãe à espera na meta. A prova teve um apoio espetacular durante toda a prova, os abastecimentos (à exceção de um estavam perfeitos). Para o ano só faltarei se tiver algum problema físico.