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Correr na Cidade

A minha participação numa prova de corrida na Tailândia

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Estou aqui na Tailândia, principalmente, Chiang Mai, há quase 3 meses e só agora é que surgiu a oportunidade de participar numa prova. Porquê? Primeiro porque, no início desta aventura, perdi o rumo da minha rotina de exercício e por isso perdi a forma. Depois, porque aqui na Tailândia, tal como nalguns outros países, na maioria das provas, há preços diferenciados para tailandeses e estrangeiros. A meu ver, muitas vezes, os preços para estrangeiros são exagerados. A meia maratona de Chiang Mai, por exemplo, custava mais de 25€ e tinha um percurso nada interessante.

 

No entanto, há algumas provas de corrida aqui em Chiang Mai, as mais pequenas em termos de dimensão, onde os preços são iguais para estrangeiros e locais. Foi numa dessas provas que decidi participar no passado domingo. Havia mais três amigos que iriam participar: a Maria da Austrália, o Frans da Holanda e o Richard da China.

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A prova teria início às 6AM e uma distância anunciada de 7,5km. Como a Maria vive ao pé de mim, decidimos ir à partida da prova, no Hospital McCormick, a correr. Seriam cerca de 4km. Se a corrida começava às 6AM e a inscrição seria na hora, convinha estar lá às 5h30, ou seja, sair de casa às 5AM. Quem me conhece sabe que não sou propriamente uma “morning person”, mas achei que esta experiência iria valer a pena. E valeu.

 

Só pela corrida de 4km até ao Hospital McCormick com a Maria valeu a pena acordar tão cedo. É um percurso giro, ao longo das muralhas e canais da cidade. À esta hora, ainda de noite com um belo luar, os pequenos comerciantes de rua já começavam a montar as suas barraquinhas para servir o pequeno-almoço.

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Uma vez chegados ao ponto de partida da corrida, o processo de inscrição, embora 100% em tailandês, correu bem e em 10 minutos já estávamos inscritas. Staff extremamente bem disposto e simpático, como é habitual aqui ;) Havia filas por escalão e após o pagamento e entrega de um formulário com os nossos dados pessoais, foi-nos atribuído um dorsal consoante o escalão. O valor da inscrição foi 150 bahts (cerca de 4€).

 

Enquanto uns bebiam chá e água que estava à disposição dos atletas, começou o aquecimento – parecido aos nossos, com uma espécie de zumba e muita animação. Não sei quantos participantes havia, mas no meu escalão, dos 25 aos 30, havia 150 mulheres inscritas. Foi então às 6AM, depois do agradecimento do Diretor (penso eu que era) do Hospital, que se deu o tiro da partida: Haa, si, sam, soooong, nuuuuung, GO! Adoro contar em Tailandês :D

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O arranque foi lentinho, muitas ultrapassagens. O percurso foi circular, por uma zona da cidade que ainda não conhecia. Durante todo o percurso esteve de noite, com um bonito luar. Só ao cruzar a meta é que começou a ficar um pouco mais de dia. Ao longo do percurso, os tais comerciantes de rua a montarem as barraquinhas, cães de rua e simpáticos monges budistas a abençoar pessoas em troca de comida. Foi um percurso com uma envolvência interessante. Os 7,5 km, que afinal só eram 7,2 segundo a medalha, e 7,1 segundo o meu relógio, passaram num instante. Os outros runners muito simpáticos e sorridentes.

 

Não puxei muito porque no dia anterior tinha puxado bastante nos trilhos mas nos últimos kms vi que estava rodeada de homens, o que é sempre bom sinal (nas provas de corrida, é claro!). Quando cruzei a meta, deram-me um cartão plastificado que disseram para guardar. Só quando reencontrei os meus amigos e vi que eles não tinham este cartão, apercebemo-nos que havia de significar um top4 no escalão! Então dirigi-me à organização onde, com um enorme sorriso na cara, me deram os parabéns. É claro que acharam graça que a holandesa gigante (as outras meninas do pódio eram minúsculas ao meu lado) tinha feito pódio!

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Depois de comer umas farturas com leite de soja (isto é um petisco muito comum aqui e a prova era patrocinada pela Lactosoy, uma marca de leite de soja) e umas sopas com almôndegas que nos ofereciam, começou o nascer do dia e começou a entrega de prémios. Agradeço aos meus amigos que esperaram pela entrega de prémios, pois com o suor no corpo estávamos a ficar com frio. Foi uma experiência muita gira, principalmente porque nem sabíamos o que se estava a passar porque não percebíamos nada!

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O pódio dediquei ao meu grupo de corrida cá, os Doi Suthep Runners e a bela da taça (é gigante e tem elefantezinhos e um laço com a bandeira tailandesa) ofereci à minha “mãe” tailandesa. A minha mãe tailandesa é uma senhora onde costumo almoçar e que sempre se preocupa muito comigo. Ela ficou mega feliz com a taça :D A medalha fica para mim, como recordação.

 

O meu desempenho (ver Strava) foi um ritmo médio de 4’50 em 7km, o que não é nada de extraordinário, mas tendo em conta os dois quilos extra que levava comigo, até é bom! Ahaha pois é, adoro comida tailandesa e agora vou ter que começar a ter juízo porque vêm aí provas grandes e a primeira é já dia 25 de Fevereiro nos Açores no Columbus Trail!

 

Em termos de provas na Tailândia, a modalidade está na moda. Há muitos adeptos e muitas provas. Neste site podem ser consultadas as provas de corrida na Tailândia. E se, eventualmente vierem visitar Bangkok ou Chiang Mai e pretenderem correr, não hesitem em falar comigo para vos dar algumas dicas.

 

Até breve, Portugal, pra semana estou de volta!