Correr com uma perna às costas
Vou ser sincero, não é bem às costas. Mas sim na cabeça. Passo a explicar mais à frente. Tudo isto para vos contar como tem sido o lento caminho que tenho percorrido desde que voltei a correr – as razões estão aqui.
A convite do Rui Pinto fiz a Corrida dos Campeões no passado dia 13 de janeiro. E fiz a minha primeira prova desde que sou corredor 2.0 – com titânio enfiado no fémur – em que fiz subidas. E foram logo três.
Claro que a performance é de envergonhar as pedras da calçada. Atrás de mim talvez mais 10 corredores todos com aquele ar que começaram a correr na véspera – lembram-se como foi? E eu ali a marcar passo, a pensar em desistir, a tentar usufruir a prova, a sentir-me culpado por atrasar o Rui que aquela hora já podia estar a acabar o seu duche em casa.
Estava com medo de me lesionar na perna, estava com medo de ouvir um “crack” algures. Tretas. Aquilo está mais consolidado. E o medo estava todo na cabeça. Fiz a prova com a perna na cabeça. Medo das subidas, medo das descidas, só nas retas descansava…a cabeça. Mesmo assim, apesar de ter ido a passo caracol, de ver as “tribos” da corrida a passaram a alta velocidade: os azuis, os amarelos, os cor de laranja, todos eles caras bem conhecidas do mundo da corrida, suei um pouco. A sério, acreditem.
Mas apesar de ter ficado classificado num lugar que nunca irei dizer nem ao meu melhor amigo (é favor não ir ao site da prova e ver a classificação), houve coisas muito boas. É que uma semana depois da prova, sem fazer grande exercício, meti-me a correr subidas, e não é que correu bem. Mesmo muito bem. Senti-me fresco e fofo e estava ali para as curvas. Dei uma “surra de coxo” a um amigo das corridas que não vou dizer o nome. E senti-me que estou pronto para correr com as duas pernas no sítio delas. Será que é desta?