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Correr na Cidade

Monte da Lua 2016 - Há uma paisagem misteriosa à sua espera

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Aquela que é a primeira prova de Ultra trail na serra de Sintra, vai este ano para a sua Edição V.


A experiência e o conhecimento do terreno é uma mais valia da Horizontes para 2016 e o facto de ouvir os atletas ano após ano, faz com que esta prova tenha evoluido bastante nas ultimas edições e seja agora, uma das melhores provas que se pode participar na zona da grande Lisboa. Com a evolução vem o reconhecimento e para 2016 os finishers da prova longa podem contar com 3 pontos para o acesso à famosa UTMB e a integração na Taça de Portugal de Ultra Skymarathon.

 

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Tal como nos anos anteriores vão existir 2 distâncias, em termos de corrida, com a novidade de para este ano existir também uma caminhada. As distâncias nas provas são semelhantes às do ano passado e a caminhada vai ter cerca 12km, sendo que o arranque e chegada de todos os eventos continua a ser na praia das Maças.

 

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Chamamos a atenção que as inscrições foram prolongadas até dia 3 Julho e os preços são bastante competitivos, sendo que os pacotes mais baratos para os K20+ e K50+ são de 18 e 25€ respectivamente.

 

Leiam atentamente toda a informação que a organização disponibiliza no site para além do regulamento que pode ser consultado aqui

 

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A prova K20+ vai ser este ano de 26,5km e a versão dos K50+ vai ter 51,4km. Ambas de dificuldade média.

 

No próprio dia da prova a partir das 7 da manhã é possivel ir ao secretariado da prova e levantar dorsais e/ou resolver questões de ultima hora, sendo que as partidas realizam-se às 8.30 da manhã para os atletas da Ultra K50+ e às 9.30 para a prova dos K20+.

 

Inspirem-se nas imagens que vos deixamos e consultem os graficos altimétricos e escolham o vosso desafio.

 

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 (altimetria da prova dos K20+)

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 (altimetria da prova dos K50+)

 

Vou de férias... Lá se vai o plano de treino

Já chegou o Verão, o sol está mais quente, os dias são maiores, o mar tem mais cheiro e a areia da praia ganha um brilho hipnótico que chama por nós. Já chegou o Verão, chega também aquela altura do ano que muitos de nós vamos de férias após a série de meses enfiados na nossa rotina.

 

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E é isto mesmo que estamos a falar rotina, férias é fugir à rotina, dormir até mais tarde, espreguiçar na areia da praia, conhecer novos sitios, jantares com os amigos até às tantas e é normal que tambem a rotina de irmos correr diariamente se baralhe um pouco e não há nada de mal com isso, estamos férias afinal.

 

Pessoalmente até acho benéfico reduzir a carga de treinos quando estamos de férias, para além de ajudar no descanso e recuperação muscular faz bem a nível psicológico "Treinei o ano todo. Eu mereço estes 15 dias ao sol".

 

Se alguns de vós não tem problemas com isto de parar e relaxar, outros mais aficionados, mesmo de férias, continuam a sua rotina de treinos sem problemas nenhums, se és uma destas duas pessoas podes fechar a página e sair, este post não é para ti.

 

 

Este post é para aqueles que vão de férias, querem também férias da corrida, mas depois ficam com sentimento de culpa de não terem corrido durante as mesmas. Conhecem alguém assim? Eu conheço.

 

 

Então para esses vou deixar alguns truques e actividades para minimizar este sentimento de culpa.

 

1. Andar com água pela cintura, estão na praia então aproveitem para andar, simplesmente andar, com a água pela cintura, é um excelente exercício físico e de impacto reduzido.

 

2. Caminhar, se estiverem a fazer férias de cidade, conheçam a cidade testa forma, evitem os autocarros turisticos e vão ver que ainda poupam dinheiro desta forma, se estiverem na praia caminhem sobre areia que os benefícios ainda são maiores. E já agora liguem a vossa aplicação de fitness enquanto o fazem e vão ver que o mindset muda logo.

 

3. Jogos de praia - raquetes, futebol, volei - para além de um excelente divertimento, são excelentes exercícios cardio e de core quando efectuados na areia.

 

4. Andar de bicicleta, hoje em dia é comum as cidades terem aquelas bicicletas municipais, alugem uma e façam um passeio.

 

5. Seja na piscina no hotel, no rio ou no mar, nadar é um excelente complemento à corrida, para além de refrescante, ajudamos a trabalhar outros segmentos musculares que geralmente não trabalhamos.

 

6. Desafio 100-100 - acordas de manhã e logo pela fresquinha e antes de tudo, tentas fazer 100 flexões e 100 abdominais, não interessa a ordem ou a sequência, o que interessa é completarem o número total, até podes fazer uma flexão e um abdominal e repetir isto cem vezes. Vais ver que te vais sentir com mais energia.

 

7. ABS - mesmo deitado na areia ou na espreguiçadeira podes fazer execercios simples, só o facto de contraires a zona abdominal já a estás a trabalhar ou então levantas os pés uns cm do chão e aguuuuuuuuentas.

 

8. Yoga - aproveita a praia até ao ultimo segundo e aproveita aquele momento mágico do pôr do sol para fazer um pouco de Yoga, medição ou mesmo somente alongar os músculos do corpo e agradecer este momento. Não te vai fazer bem ao corpo como ao espírito e ficas preparado para uma noite memorável.

 

9. Paddle - Hoje em dia é fácil encontar pranchas de Paddle para alugar nas nossas praias, atreve-te e experimenta, não só exercitas a zona superior do corpo para remar como o core para de equilibrares em cima da prancha.

 

10. A ultima dica e talvez aquela, que deves fazer uma vez para não dizeres que tiveste as férias todas sem correr. Faz um jogging ligeiro, nem que seja para ir comer um gelado naquele café que fica duas praias ao lado.

 

Mas acima de tudo, não te stresses, estás de férias. Have Fun...

 

Boas férias e bons treinos...

Review sobre a Furia... A nova Tshirt da Lurbel

Tudo começou com uma headband... Há uns anos atrás comprei uma headband da Lurbel e deste a primeira vez que a coloquei na cabeça senti que o tecido era muito confortável e suave, a partir desta headband comprei vários produtos desta marca e em todos eles o meu nível de satisfação foi a acima da média, a qualidade, conforto e durabilidade sempre excederam as minhas expectativas.

 

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Desta forma foi com uma satisfação que recebi esta novíssima Lurbel Furia, uma Tshirt vocacionada para Trail Running que faz parte da nova colecção desta casa espanhola para 2016-17, uma colecção que na minha opinião rompe um pouco com um passado e introduz sérias e novas tecnologias pela menos no que toca às tshirts.

 

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Esta nova coleção apresenta um têxtil com a tecnologia iDT 3D, baseado em fibra de bambú, da Lurbel que lhe garante a esta tshirt um nível superior de qualidade, basicamente pela parte interior tem um tecido suave e confortável e por fora uma composição mais resistente em tecido tridimensional que garante uma protecção perfeita para contra ramos ou arbustos quando corremos do meio da montanha. Possui um nível de transpirabilidade superior com recurso a uma tecido micro perfurado ionizado de prata na zona das axilas e costas e que possibilita que fiquemos secos mesmo em treinos mais intensos.

 

Ainda como bónus esta Lurbel Fúria vem com acabamento anti bacteriano e protecção UV 50+ que protege o corredor nos dias mais quentes, um pormenor excelente para o Verão.

 

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Embora não seja a Tshirt mais leve do mercado e em suma é uma peça de excelente qualidade, a malha 3D exterior é de facto resistente contra a vegetação e com acabamentos de qualidade superior.
Está disponível em vermelho e azul e nos vários tamanhos, um atenção especial para os tamanhos pois convém ver a tabela da marca pois geralmente visto um tamanho pequeno e nesta Furia vesti um Médio e ficou fit ao corpo.


Com um PVP de 39,90€ que na minha opinião é mais que justo para uma peça desta qualidade.

 

E termino esta review com um ponto de melhoria, se tivesse de fazer um upgrade a esta Lurbel Furia, somente lhe acrescentaria um fecho frontal e um bolso lateral ou traseiro.

 

Bons treinos.

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Modelo: Merrell All Out Terra Light

Testado por: Sara Dias

Características pessoais: Pronadora e 57Kg de peso

Condições de teste: Cerca de 75km percorridos nos trilhos de Monsanto e Serra de Sintra, percorrendo vários tipos de terrenos e condições climatéricas.

Chegou a hora de partilhar convosco a minha opinião sobre os All Out Terra Light, posso já adiantar que gostei bastante e que há um pormenor que faz toda diferença em tempo mais chuvoso, curiosos?

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DESIGN & CONSTRUÇÃO

 

Gosto muito da combinação de cores, como disse no preview, estas sapatilhas são o modelo masculino logo as cores não podem ser ao gosto feminino. Relativamente ao modelo em si, não é estrondoso mas sinceramente não desgosto.

 

Ora então falemos daquilo que realmente nos interessa numas sapatilhas, malha superior bastante ventilada ideal para dias mais quentes, possui ainda um forro com tecnologia M-Select FRESH com a capacidade de eliminar os odores tão indesejados, neste novo modelo houve uma melhoria na eliminação da água e transpiração. Tive oportunidade de andar com os pés dentro de água e pouco tempo depois sentia os pés a ficarem secos. Este foi um pormenor que gostei imenso.

 

A biqueira é bem reforçada, no trail é muito importante que seja para nos proteger os dedinhos.

 

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ESTABILIDADE & ADERÊNCIA

 

Quando calço estas sapatilhas, sinto que são quase perfeitas para o meu pé, digo quase porque sinto falta de uma compensação para a minha pronação, contudo este é um modelo pensado para corredores de passada neutra, logo não posso exigir mais. Neste modelo podemos contar com diversos mecanismos de amortecimento e estabilidade tal como Placa TrailProtect™.

 

A aderência é brutal, contamos com sola Vibram e sobre ela não há muito mais a dizer, podemos fazer descidas com pedra sem medos.

 

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CONFORTO E AMORTECIMENTO

 

Relativamente ao conforto e amortecimento, posso dizer que são a minha escolha até aos 25km. E agora pensam, então se são confortáveis e têm bom amortecimento porque não são a escolha para uma maior distância? Neste ponto o problema não é da sapatilha mas do meu tipo de passada, sou bruta acomodar o pé no solo, por isso quando vou para distâncias superiores opto sempre por sapatilhas género pantufas.

 

PREÇO

 

Passando à parte dos custos, conseguimos comprar este modelo pelo PVP de 119,90€ .

 

AVALIAÇÃO FINAL:

 

Design/Construção 15/20

Estabilidade e Aderência 18/20

Conforto 16/20

Amortecimento 14/20

Preço 17/20

 

Total 80/100

 

Bons treinos na companhia dos Merrell All Out Terra Light

Diabetes e a corrida: quais os grandes desafios?

Por Ana Sofia Guerra:

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No Estrela Grande Trail deste ano tive a oportunidade de conhecer o João Pedro Baptista que, para além do desafio que tinha de correr 26 Km, tinha de saber gerir um problema de saúde: a Diabetes. E, por isso, achei importante entrevistá-lo para que nos desse o seu testemunho 

 

Há quanto tempo e como é que descobriste que tinhas diabetes? 

- A Diabetes foi diagnosticada no início de 2009, após várias glicémias elevadas nas análises que fazia periodicamente,  pelo facto de ser militar e sermos controlados frequentemente. Quanto a sintomas, tinha apenas um que sentia com  mais frequência, que  eram as cãibras, mas que não fazia ideia na altura estarem ligadas à diabetes.

 

Como é que se caracteriza a tua diabetes? Tipo 1 ou 2?

Tipo 2.

 

Recorres à insulina injectável? 

Não. Inicialmente tomava 3 comprimidos que me foram sendo retirados, à medida que s glicémia ia sendo controlada. Actualmente, mantenho o valor da glicémia controlado, somente com a alimentação e o exercício fisico.

 

Tiveste o acompanhamento duma nutricionista no hospital ou centro de saúde? 

Depois de me terem diagnosticado diabetes, foi-me marcada uma consulta no Endocrinologista no Hospital Militar de Lisboa e, na primeira consulta, o médico disse-me para eu marcar consulta com uma nutricionista, também no HMP (Hospital Militar Principal), pois precisava de perder peso e aprender a "comer".

 

Quais as grandes dificuldades que tiveste (ou tens) em gerir a alimentação no dia-a-dia?

De início tive algumas, pois tinha uma alimentação pouco saudável mas, actualmente, o organismo e o meu estilo de vida alterou-se tanto, que as alterações que fiz inicialmente já passaram a ser rotina. No entanto, de vez em quando também faço as minhas pequenas "loucuras", mas isso porque faço bastante desporto e já aprendi a ouvir o meu corpo.

 

Que tipo de alimentos deixaste de comer quando soubeste que tinhas esta doença?

Essencialmente, deixei os fritos, os sumos e carnes ou alimentos com muita gordura e comecei  a comer à base de cozidos e grelhados, sempre acompanhado de legumes e saladas.

 

Há quanto tempo é que corres ou participas em provas de corrida e/ou trail?

Comecei há mais ou menos três anos. Inicialmente comecei  com provas de estrada, tendo evoluído gradualmente. Um ano após ter começado a correr com regularidade e a fazer algumas provas mais curtas, fiz a minha primeira meia maratona. Depois disso já fiz mais quatro. Actualmente, estou mais  direccionado para os trails, tendo já feito algumas provas com alguma dificuldade, mas de uma satisfação enorme.

 

Se num atleta sem diabetes, a alimentação numa prova de trail já é um desafio, quais os truques que fazes para gerir a tua alimentação numa prova de trail?

No meu caso, o mais complicado foi conhecer o meu organismo e saber como ele se comportava em cada uma das situações. Por exemplo, quando comecei a correr, comecei a fazer estrada e, neste caso, como não existem tantas variações de altimetria e de ritmos, é mais fácil controlar a hidratação e os “açúcares”. No trail running já funciona de maneira diferente, pois o desgaste é maior. Como desidrato bastante, levo sempre muita água (por isso levo sempre mochila) e como tenho muitas cãibras levo sempre magnésio líquido ou em pastilha. Levo também uns géis que vou gerindo conforme a necessidade. Há pouco tempo, também comecei a levar comigo sal, pois é bastante útil para quem como eu, desidrata com facilidade.

 

Já tiveste algum susto numa prova de trail por causa da diabetes? 

Sim, foi num trail em Alvados, onde senti pela primeira vez na minha vida o que é estar completamente desidratado. Nessa altura só levava água e paguei cara a factura, pois apesar de ter chegado ao fim, cheguei completamente desgastado. Durante a prova  tive tantas  cãibras, que acabei por descobrir que tinha músculos que nem imaginava que ter (riso). A partir desse trail, tentei nunca mais ser apanhado desprevenido e prefiro sempre levar coisas a mais, do que sentir, como me senti em Alvados.

 

Qual a sensação de correres com uma nutricionista? (riso)

Excelente (riso), pois foi uma maneira de aprender mais um pouco sobre o nutrição e o que fazer perante algumas das quebras que sentimos numa prova. Além disso, aproveitei para ter uma consulta de borla (riso).

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Quais os conselhos que darias às pessoas que têm diabetes e que gostavam de correr, mas que têm receio de o fazer?

Comecem devagar, mas comecem, pois ao início custa imenso e os resultados demora, mas, passado um tempo, começam a ver resultados e o nosso corpo começa a "pedir" mais exercício. No meu caso, que era bastante sedentário, comecei mesmo muito devagar. Lembro-me que ao início fazia 12 minutos a correr e ficava completamente de rastos. Mas não desisti e fui melhorando, depois dos 12min, passei para os 15, depois 20 e por aí adiante. Quanto tempo demorou até chegar às corridas? Quase 2 anos até fazer a minha primeira corrida de 7 kms (custou-me tanto). Depois... depois fui fazendo mais e mais. Já tive lesões (coisa que nunca tinha tido) pois não fazia nada (riso), mas nunca desisti. Tracem objectivos, comprometam-se com outras pessoas, mas nunca deixem de se mexer  porque,  para quem tem diabetes,  o exercício físico é fundamental, seja a correr, a caminhar, andar de bicicleta, nadar, etc.

 

Quais os teus próximos desafios no mundo da corrida?

Os meus desafios são ir fazendo provas que nunca fiz, repetir as que mais gostei e aumentar as distâncias, sempre que possível.

 

Para terminar, gostaria de agradecer esta oportunidade à Ana, pois é sempre muito positivo, quando com a nossa experiência, podemos ajudar outras pessoas com este enorme problema que é a DIABETES.

Em relação ao exercício físico e aos trails, existe outra vertente bastante aliciante, que é o espirito de entreajuda que lá encontramos e ,claro, conhecer pessoas como a Ana. Aproveito também esta entrevista, para agradecer ao grupo de Amigos dos Galgos de Tancos ao qual pertenço, que aproveitam esta actividade, para promoverem a amizade e o convívio a cada prova que fazemos. Como nós, existem muitos outros grupos que fazem o mesmo e o engraçado nisto tudo é que nunca nos vemos como adversários, mas sim como outros grupos de amigos que competem (saudavelmente) entre si.

 

Obrigado Ana!

 

João Baptista

LouzanTrail: A montanha pariu um rato!

Por Natália Costa


Sábado passado rumei à Lousã para participar na quarta edição do Louzantrail, na lindíssima e mítica serra da Lousã. Já tinha participado há dois anos na prova mais curta, e achei que estava na hora de lá voltar. Fiz a minha inscrição para os 25k, nem tinha conhecimento que havia outra prova mais curta, que aliás tinha sido a escolha mais sensata, mas adiante!

 

Eu, o Filipe, a Ana, a Bo e o Tiago, lá nos fizemos à estrada, para um fim de semana sem putos, muita diversão e trail running. Chegados à Lousã foi hora de beber um “fino”, levantar os dorsais, cumprimentar e ser apresentados a alguns membros do Louzantrail que estavam nos últimos preparativos.

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 Dorsal levantado, hora de ir ver Portugal a jogar e aproveitar para jantar, que no dia seguinte tínhamos que ter energia para subir a serra, certo?

Antes do “recolher obrigatório”, fomos ao briefing da organização, para saber como seria o percurso, quais as maiores dificuldades, onde iríamos passar, quais os abastecimentos, se seriam só de líquidos ou de sólidos e líquidos, enfim o que nos esperava no dia seguinte.

Devo-vos dizer que o briefing foi bastante esclarecedor, mas que me provocou logo tonturas. Apresentou-se as 3 provas, os 45k, 25k e os 15k. Cada uma com as suas características e respetiva altimetria. A minha teria um desnível positivo de 2000m! Era um sobe e desce pela serra da Lousã em que eles estimavam que com as subidas a custarem mais e as descidas a serem mais rápidas, seria uma média de 10 minutos por km... Só mesmo para quem já domina a serio a coisa. Falaram nos pontos de água, fontes e ribeiros que iríamos passar, e que podia ser uma mais valia para o dia quente que se fazia prever.

 

Posto isto, lá rumamos para as respetivas caminhas em amena cavaqueira, muita galhofa e alguma expectativa com a prova do dia seguinte.

 

E foi sobre a almofada que comecei a minha prova, como é que eu iria fazer aquilo? Levei duas horas a adormecer a pensar no gráfico que tinha visto refletido sobre aquela tela na sala da organização.

 

No dia seguinte o acordar foi pelas 7:00, a partida seria dada às 8:30! Pequeno almoço de campeã tomado, atestada uma hora antes da partida, porque já se sabe, tinha que estar energicamente ativa! Equipamento Ok, chip na sapatilha, pala na cabeça e siga para a serra.

 

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 Antes da partida a organização preparou uma aula de fitness, algo para aquecer as articulações antes de ser dada a partida. Fotos da praxe, abraços e votos de boa prova e lá seguimos nós para a mágica Serra da Lousã, que tem tanto de bela como de dura.

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Fitinhas laranjas da organização lá nos indicavam o caminho para entrar pela serra adentro. Devo dizer que toda a prova estava muito bem assinalada e por ser uma vegetação muito densa, havia sombra em grande parte do percurso.

Primeiras paragens na primeira subida! Após esta começou a haver as primeiras separações e devo dizer que até ia a um ritmo simpático nos primeiros 3 km, até que começamos a subir à seria, e o ritmo teve que obrigatoriamente diminuir. Chegados ao primeiro abastecimento, ao km7, sentia-me muito bem. Arranquei para a restante prova e foi ai que percebi que a “montanha tinha parido um rato”, e o rato era eu. Já não sei o que me custava mais, se era a subida ou a descida. Porque se a subida era violenta para as pernas, as descidas eram dolorosas para os pés! Ok, siga, vamos embora! Mais uma olhadela para o gráfico que trazíamos no dorsal. O pior era até ao km 14. Pelo menos achava eu.

Passado o segundo abastecimento, só de líquidos ao km 12, esperava-nos uma subida de mais de 2km. Pé ante pé, que já não havia força para mais, lá nos fomos cruzando com os participantes da caminhada solidária, que iam no sentido oposto e lá mandavam umas piadas a dizer que ainda faltava um bocadinho... Deu para pensar em tudo nessa subida, no meu trabalho, nos miúdos, no que estaria ali a fazer, que devia era ter optado pela prova mais curta... e acima de tudo em desistir!

Devo dizer que foi a prova mais dura que já alguma vez fiz na vida, mais acho que nunca fiz nada tão arrebatador!


A serra da Lousã é de facto dos sítios mais mais bonitos e a organização presenteou-nos não só com trilhos muito técnicos, mas também com paisagens verdejantes e oponentes, parecendo vindas diretamente de um postal.

 

Após o terceiro abastecimento, deparei-me com o trilho da cascata. Um trilho bem duro, com uma descida muito técnica e em que pensei mesmo atirar a toalha ao chão. Já não dava mais! Venham-me buscar por favor, agarrei o telemóvel e vi que não havia rede, estava entregue à minha sorte e ali é que não me podiam ir buscar mesmo! Esta foi uma verdadeira fase de metamorfose, uma prova à minha capacidade de resiliência. Passa-se mais um rio, com um ato de equilibrismo em cima de um tronco e começo a apanhar um grupo que ia mais à frente. A Elsa, o Rui e a Andreia.

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Cheguei perto deles, que iam tão estafados como eu e partilhei a minha vontade de mandar tudo às urtigas. “Nada disso!” disseram eles, já vieste até aqui, vamos seguir juntos e não vais desistir! Este é o verdadeiro espírito de trail. Uma camaradagem entre pessoas que não se conhecem, mas que puxam umas pelas outras como deveria ser no nosso dia a dia. Há tantas paralelismo com a vida real neste mundo da corrida.


E é ai que chegamos à tal cascata. UAU! Valeu a pena, que visão mais linda!

 

Lá me enchi de coragem e pé ante pé, continuamos a prova. A partir daqui as pernas já nem as sentia, era a cabeça e o coração que comandavam.

 

Trilho da levada, uma extensão com cerca de 2km corridos numa espécie de mármore, com um pequeno ribeiro do lado esquerdo e um precipício a perder de vista do lado direito. Confesso que sou uma medricas nestes géneros de radicalismos, só espreitava de quando em vez para a direita e corria quase inclinada para a esquerda.

 

Passado este trilho entrámos na parte final da prova, passamos uns quantos riachos o que sabia lindamente para arrefecer as pernas.

 

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(Fotos do Zé

E eis chegados ao alcatrão! Aiiiiii, o meu alcatrão. Pernas para que te quero, prego a fundo até à meta onde sei que lá estariam todos para me apoiar.

Nestes metros finais pensei, naaaaa, não vou chorar, não sou nada dada a essas coisas de quase eleição de Miss e sou uma tipa muita forte!


Certo.... assim que avistei os primeiros apoiante a bater palmas, a gritar aquelas palavras de alento, desatei a chorar compulsivamente! Veio me à cabeça todas aquelas dificuldades, cada descida em que caia e a sola dos pés pareciam verdadeiras brasas, as subidas, as pedras a que me tive que agarrar para não ir ribanceira abaixo e senti que era muito forte, bem mais forte do que pensaria ser capaz, e que mais uma vez a corrida estava na minha vida a provar isso mesmo.


Meta atravessada, abraço do marido com um misto de orgulho e preocupação estampada no rosto, palavras de alento de tantos amigos corredores, foi altura de me sentar e comer uma bela massa com atum oferecida pela organização. Wowww, estava mesmo banzada!

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Banho tomado, compressoras calçadas lá rumamos a Lisboa com mil historias para contar desta aventura na belíssima serra da Lousã.

Uma coisa aprendi, enquanto não for uma menina mais “crescida” nestas coisas do trail, não me aventuro mais numa distancia destas. Fico-me pelo trail mais curto, e já devo ter metades destas historias para contar, seguramente!

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Louzan Trail 2016: confirma-se a minha serra preferida

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As Fotos do Zé do Louzan Trail serão publicadas já na 4ª feira! 

 

Serra do Gerês, Serra da Estrela, Serra do Açor, Sintra, Açores. São todos locais lindos para correr em trilhos. A Serra da Lousã continua a ser a minha serra preferida. Sei que ainda me faltam conhecer alguns locais maravilhosos onde se pode praticar trail running em Portugal, mas para já, não há dúvidas que tenho um carinho especial pela Lousã. São várias as provas que decorrem nesta Serra. Pessoalmente sou fã do AX Trail (UTAX), Trilhos dos Abutres e do Louzan Trail.
 
Foi no domingo dia 19 de Junho que decorreu o Louzan Trail, organizado pelo Montanha Clube da Lousã, que contou com 3 provas (Ultra – 45 km; Trail Longo – 25 km e Mini Trail – 15 km) e uma caminhada solidária. Já conhecia esta prova da sua edição de 2014. Em 2015 não me foi possível participar porque já tinha compromissos (com muita pena minha). 

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Adoro a Serra da Lousã e quando se falou na ideia de fazermos uma crew trip à Lousã, alinhei sem hesitar. Fomos 5 - o Filipe, Tiago, Ana, Natália e eu, todos à prova dos 25km que prometia ser muito dura, com muito sobe e desce com um desnível positivo de 2000m. Já fiz algumas provas com 2000m de D+ mas sempre em distâncias acima dos 40km, por isso sabia que a prova iria ser muito dura, ainda por mais que os famosos e difíceis Trilhos dos Abutres, na mesma distância, contam com "apenas" 1200m de D+. Para além disso, quem se inscreve nesta prova, que decorre em Junho, já sabe que se candidata a um desafio adicional: o calor.
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Depois de uma bela jantarada no Tó dos Frangos na Lousã (recomenda-se), de muitos risos, convívio e uma noite bem dormida, estava pronta para enfrentar os 2000m de D+ e o calor. Tendo em conta o sol e calor, carreguei no protetor solar e trouxe um buff para proteger a cabeça. Além disso, em vez de levar apenas um soft flask de 0,5l, que em condições normais seria o suficiente dado o número de abastecimentos, trouxe dois. Com o calor na Serra, há que prevenir.
 
O Tiago ofereceu-se a ser meu "coach" durante a prova. Aceitei de bom grado, queria "dar tudo" e quando corro sozinha acabo por nunca puxar o máximo. Prefiro ir em modo "passeio" e desfrutar das paisagens com calma. Esta prova iria ser a minha última "grande" nos próximos tempos, pelo menos até Setembro. Vou deixar de tomar a suplementação de ferro, que tomava por causa da anemia, para analisar o impacto e origem da anemia. A falta de ferro no sangue provavelmente irá baixar os meus níveis de energia nos próximos tempos e por isso vou abrandar na corrida. Além disso, no verão sou mais adepta de uma modalidade para treinar os braços: beber copos com amigos 😃
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A prova correu muito bem. O Tiago teve muita paciência e foi sempre a puxar por mim, principalmente nas subidas. Nas descidas e (raros) troços mais rolantes, estava mais à vontade, como é de costume. Consegui sentir que estava a esforçar-me. Consegui desfrutar das paisagens e dos belos trilhos técnicos que tanto adoro. Consegui também rir-me com o Tiago, "perdidos" no meio da Serra. O resultado foi um 10º lugar entre as mulheres desta prova e um tempo de 5h30. Fiquei bastante satisfeita.
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A prova é fantástica, das melhores de Portugal, não só por se realizar na Serra da Lousã mas também pela excelente organização da prova. Fomos muito bem recebidos, num recinto animado e sem filas para levantar os dorsais e t-shirts. No recinto também havia uma feira de trail running com algumas lojas e marcas de referência. O briefing, na véspera, foi apresentado de forma interessante e divertida e suscitou algum nervosismo entre os presentes. Os elementos da organização e os voluntários mostraram-se todos muito preocupados com os atletas e sempre com um sorriso na cara. Os abastecimentos estavam todos muito bem compostos e a sinalização excelente. Na meta, o ambiente era animado enquanto o Jorge Moita recebia os atletas e falava com alguns deles ao microfone.

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 As Fotos do Zé do Louzan Trail serão publicadas já na 4ª feira! 


As provas este ano contaram com trilhos novos, muito giros e muito técnicos. Dada a elevada probabilidade de calor, a organização teve o cuidado de escolher trilhos com bastante sombra. Penso que 80% dos trilhos estavam de facto à sombra, o que foi bastante agradável. Além disso, passamos por vários riachos e tanques de água para refrescar. O percurso da prova dos 25K foi extremamente desafiante, tanto em termos de tecnicidade como em termos de perfil altimétrico. Troços planos eram raros, íamos sempre a subir ou a descer! Em termos de paisagem, penso que é escusado voltar a repetir a quão bela esta Serra é. A vegetação, nalguns locais do tipo Laurissilva, é inspiradora. Muitas espécies de árvores, como castanheiras gigantes, acácias e eucaliptos bem-cheirosos. Foi um buffet de cheiros, desde a lavanda, ao eucalipto, ao alecrim, relva cortada, palha seca e simplesmente terra.
 
IMG_20160619_124407.jpgPontos a melhorar há poucos, mas talvez sugeria repensar a questão das 4 provas partilharem o mesmo trilho no último troço, o que deu origem a alguns engarrafamentos. De resto, é uma prova de referência, e a minha prova de eleição. Outra situação que gostaria de sublinhar é que esta prova, pela sua dureza extrema, não é indicada para todos os amantes de trail running. Reparei que algumas pessoas não estavam preparadas para tanta dureza e sofreram bastante. Também notei que algumas pessoas não tinham noção do tipo de prova e esperavam algo mais "rolante". Aqui, talvez será uma questão de informação, pois, nem toda a gente sabe avaliar a dificuldade das provas em função do D+ (principalmente iniciantes). Pessoalmente, fiquei feliz por ter optado pelos 25K em vez dos 45K pela dureza da prova e pelo calor. Para o ano, podem contar comigo,  Montanha Clube da Lousã!

A importância da consciência corporal na corrida

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Ultimamente tenho me sentido bem. Forte, rápida e resistente. E se me perguntam como obtive este resultado, a resposta é relativamente simples: melhorei a minha consciência corporal. Tanto em provas pequenas como ultramaratonas, tanto nos trilhos como na estrada, tenho-me vindo a superar a cada prova. Embora eu não seja uma pessoa particularmente competitiva, sabe bem sentir esta evolução e, de vez em quando, subir a um pódio! Além disso, tenho corrido sem lesões e a recuperação depois de treinos e provas mais puxados tem sido mais fácil do que o habitual.
 
Tenho procurado várias formas de conhecer melhor o meu corpo e assim construir uma versão melhor dele. Estas duas formas são o yoga e os treinos funcionais com Personal Trainer (PT). 
 
Partilho então como é que estas duas modalidades me têm ajudado a melhorar o meu desempenho na corrida e também o meu bem-estar no dia-a-dia.
 

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Yoga e Corrida
 
Já aqui confessei que sou do yoga e acredito nos seus benefícios enquanto atleta (e não só, claro). Há tempos até organizámos um workshop sobre Yoga para Runners onde, depois de uma introdução teórica, houve uma parte prática de posturas de yoga, orientado às necessidades do corredor. O Filipe Gil resumiu esta fantástica tarde, que em breve se há de repetir.

Os benefícios do yoga para corredores são inúmeros e já foram partilhados pelo professor de yoga e atleta Luís Matias Marques. Na minha perspetiva, o yoga tem-me ajudado no âmbito da corrida na medida em que me ensinou a respirar de forma mais completa, a relaxar, a aumentar a concentração, a fortalecer e alongar o corpo e aumentar os níveis de energia ao longo do dia. Os benefícios são muitos e todos eles são importantes para quem corre, mas eu considero o fortalecimento da  musculatura, a melhoria nos sistemas cardio-vascular e respiratório e o aumento da flexibilidade e o equilíbrio essenciais.
 
Na vertente mental, o yoga tem-me dado mais confiança e concentração para acreditar que consigo manter determinado ritmo nos últimos metros (ou quilómetros) de uma prova. Sinto que ganhei uma força mental e mais determinação. Conheço melhor o meu corpo, confio nele e puxo por ele na medida certa.
 
Em termos práticos, o yoga é fácil de incluir no quotidiano. Eu tento assistir a pelo menos uma aula de yoga no ginásio durante a semana, e praticar (quase) todos os dias em casa durante meia hora. 
 

 

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Treino funcional acompanhado e Corrida
 
Já há 4 meses que estou a ser acompanhada no meu treino funcional (fogo, o tempo voa!). Às quartas-feiras, a PT Natacha Barata tem-me acompanhado num treino direcionado ao re-equilíbrio da minha postura e melhoria do meu movimento. Já vos tenho falado sobre o tipo de treino que fazemos, nomeadamente a libertação miofascial com bola e rolo e exercícios orientados à melhoria da estabilidade do tronco reforçando a musculatura do core.
 
Depois da avaliação completa (avaliação postural e do movimento funcional) feita inicialmente e do acompanhamento próximo ao longo destes 4 meses, conheço o meu corpo de um forma que acho que quase ninguém "se conhece". Sabia lá que sofro de "amnésia do glúteo" - tendencialmente vou buscar a força aos músculos da parte de trás da coxa que estão mais desenvolvidos, em exercícios onde seria mais indicado recorrer ao glúteo. Assim, não uso eficientemente a força e o poder dos glúteos. Na verdade, a corrida provocou em mim um aumneto de tensão nos flexores da perna o que tem vindo a limitar a minha mobilidade. 
 
No início do ano, nunca tinha ouvido falar nestas coisas e nunca sonhara sofrer delas. Agora que o sei, reconheço cada uma destas situações (e é certo que haverá mais) e tenho cuidado para tentar corrigi-las. Os treinos com a Natacha passam por exercícios para mitigar as restrições mencionadas anteriormente, reforçando e ativando determinados músculos e trabalhando a mobilidade de outros. Aumentei a minha consciência corporal no quotidiano (postura ao realizar as tarefas) e na corrida (postura: corpo longo, peito para frente, contrair o core). Para além disso, sinto-me mais forte fisicamente, o que também me dá mais confiança nas provas.
 
O meu objetivo aqui era partilhar o que é a consciência corporal, como trabalhá-la e qual a sua importância na corrida. E vocês, têm consciência corporal?

OZXTREME: Uma loja radical

oz3.jpgFarto que seja tudo igual? Fique a conhecer uma loja de desporto diferente, a OzXtreme. Situada em Águeda, a OzXtreme aposta em ajudar os desportistas a alcançar os seus sonhos, mesmo os mais radicais. Leia a entrevista com Osvaldo Tavares o homem por detrás deste projecto.  

 

  1. Qual o conceito da vossa loja? Explica-nos o conceito por trás deOzXtreme.

 

A OzXtreme surgiu para dar solução a pessoas que sabem o que querem e que muitas vezes não se reviam nos serviços e lojas existentes. Pessoas ativas, determinadas, que sabem exatamente o que querem. Nós ajudamos a realizar projetos pouco prováveis de terem viabilidade , sonhos. Temos soluções e essas soluções invariavelmente são sinónimo de qualidade.

 

  1. Como nasceu a ideia deste projeto e quando foi lançado? 

 

Iniciámos o projeto em 2008 com a construção da ideia projeto, seguiram-se meses de pesquisa, consulta, formação, viagens a locais onde o conhecimento do outdoor se encontra em estado puro, e a conceptualização para a nossa realidade.

 

Em 2010 iniciámos formalmente atividade com os serviços, seguiram-se os produtos de marca própria em 2012.

 

Já existiram contatos no sentido de entrar na rede de franchising da marca mas achamos ainda prematuro dar esse passo, o nosso conceito e filosofia não se incute de um dia para o outro e existem uma série de permissas que tem que ser preenchidas para avançar.

 

  1. Além da loja física lançaram-se no e-commerce? Quais os benefícios de ter vários canais? De que outras formas tentam chegar ao vosso cliente final?

 

É sabido que a nossa sociedade se move cada vez mais rápido e sem fios. Quando alguem quer alguma coisa, pesquisa na internet. Ouve opiniões. Procura testes. Revê criticas. Cada vez mais o produto está exposto à critica. Daí a nossa postura de ter produtos de qualidade. O cliente sabe o que quer, nós temos o que ele quer. Daí estarmos sempre em contato. Apostamos na qualidade e na divulgação da mesma porque acreditamos no que fazemos. Apesar da existência de novas plataformas de comunicação e venda, previligiamos o contato pessoal á moda antiga, proximidade com o cliente e invariávelmente…fazemos mais um amigo.

 

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  1. A vossa loja é enquadrada em várias modalidades ou está mais focada para a corrida? Qual a tipologia de produtos que vendem no vosso espaço?

 

A nossa loja antes de mais tem produtos marca OzXtreme, nomeadamente coleções de roupa casual e desportiva e alguns acessórios outdoor, para acampamento e sobrevivência. Os nossos produtos de vestuário são fabricados 75% em Portugal e 25% em Espanha. Relativamente aos acessórios outdoor são maioritariamente de origem Britânica e alguns oriundos de Espanha.

 

Desde Julho de 2015 somos agentes oficiais da PearlIzumi, não comercializamos qualquer outra marca para corrida ou ciclismo, apostámos na marca quando mais ninguém o quis fazer, fomos arrojados porque acreditámos na qualidade dos produtos e o resultado está á vista. Em cerca de 1 ano de parceria com a marca conseguimos mostrar que estamos cá para ficar. A qualidade PearlIzumi é inegável e os resultados são prova disso mesmo, onze meses sempre a subir na cota de Mercado, clientes a voltar a adquirir material e a trocar o que habitualmente usavam.

 

No fundo, tal como a OzXtreme, a PearlIzumi é mais do que uma marca, é um conceito e uma maneira de estar no desporto e atividades outdoor que ultrapassa em muito o mero branding, este é um “casamento” perfeito de duas marcas que vivem realmente (n)o desporto.

 

Tal como na OzXtreme, na PearlIzumi também todos os colaboradores praticam desporto e usam/testam os produtos da marca ainda antes de serem comercializados, isto tudo porque acreditamos na qualidade dos produtos que temos/fazemos.

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  1. E que tipo de serviços disponibilizam aos vossos clientes?

 

Dentro das nossas capacidades, disponibilizamo-nos a ajudar em tudo. Desde a simples venda de umas sapatilhas para correr até aconselhar alguém que vai a pé para Santiago de Compostela.

 

Ajudamos clientes a aprender técnicas e dicas com os nossos atletas e equipa técnica, desde planos de treino até técnicas de sobrevivência em caso de acidente.

 

Realizamos atividades de sobrevivência e teambuilding para empresas ou grupos de pessoas que simplesmente se querem conhecer melhor, que querem conhecer os seus limites e precisam de algo que os motive, capacite e potencie.

 

Como já foi referido, não são só clientes, são amigos que voltam sempre. 

 

  1. Qual o vosso produto mais vendido junto da comunidade de corredores?

 

Sem dúvida que o produto mais vendido são as sapatilhas de Trail da PeralIzumi, basta perguntar a quem usa umas pela primeira vez o que sente…a resposta é quase sempre “não sei explicar, tem que se sentir”.

 

  1. Conseguem perceber se o vosso cliente é mais corredor de estrada ou de trail?

 

Realativamente á corrida, a maioria é praticante de Trail, pela ligação que os produtos e conceito de loja tem com a natureza.

 

  1. Que novidades de produtos/serviços irão ter em breve?

 

Relativamente aos produtos da OzXtreme existem sempre novidades, as nossas coleções são jovens e arrojadas, quase todas as peças são vendidas em curtos espaços de tempo porque fazemos coleções únicas e com limite de unidades, nunca repetimos designs. Quanto á PeralIzumi vamos continuar a trabalhar a marca da mesma forma e aumentar a oferta no Mercado português, ficando a certeza que mais e melhor está para vir.

Os nossos serviços estão constantemente a sofrer mutações sempre com o intuito de limar arestas e criar riqueza no conceito já existente, irão haver novidades formativas brevemente que também irão revolucionar o ensino outdoor nacional, certamente seremos os pioneiros nestes produtos que estão na calha.

 

  1. Estão envolvidos em algum projeto para potenciar o desporto outdoor?

 

Para além das nossas atividades outdoor (orientação, sobrevivência)  e da equipa de Trail, damos apoio a vários projetos pessoais.

 

Apoiamos desde á 3 anos uma atleta que agora tem 14 anos, é velocista e será sem dúvida uma referência nacional na modalidade.

 

Temos vários atletas a preparar a ida ao Ultra Trail do Mont Blanc, ao Ironman e vamos ajudar um atleta com uma condiçao especial a concluir uma ultra maratona de 281km. Isto só este ano... 

 

Temos apoiado vários atletas “na sombra”, quer isto dizer que não existem referências destes apoios porque simplesmente ambas as partes assim o entendem, são apoios pontuais ou continuos, dependendo do tipo de apoio que necessitam.

 

Por exemplo, neste momento estão em plena floresta da Amazónia 4 alunos de uma Universidade Portuguesa a realizar um trabalho de campo para um estudo academico, esse grupo frequentou formação ministrada por nós durante duas semanas, nomeadamente, orientação, primeiros socorros, kit´s de primeiros socorros e sobrevivência, entre outros.

 

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  1. Qual o objetivo para terem uma equipa de trail? Que benefícios já tiveram dessa parceria com os atletas?

 

A equipa de Trail que apoiamos, o Grupo Desportivo e Cultural de Recardães, é uma equipa de amigos, como já referimos anteriormente apoiamos sonhos e projectos. A equipa distingue-se pelo extraordinário espirito de camaradagem, entre eles e para com os outros. Queremos ajudar a manter o espirito de entreajuda e sao convivio tao tipico do Trail e atividades outdoor. Os resultados têm surgido por acréscimo, assim como o aumento dos elementos da equipa. Os beneficios, obviamente passam pela exposiçao da nossa marca, da nossa imagem. O espirito da nossa marca é transportada pelos nossos atletas para os trilhos. Queremos estar no negócio, tal como estamos no desporto, com elevacao.

 

  1. Como veêm o crescimento da adesão dos portugueses à corrida?

 

Muito positivo. É bom ver gente que durante anos foi sedentária a criar habitos saudáveis, tanto na prática desportiva como no plano alimentar. Depois deste boom (especialmente na corrida) agora é preciso que se eduque. Nao se pode correr uma ultra de 100km de um dia para o outro depois de se ter passado os últimos 10 ou 15 anos no sofá... É preciso educar e esclarecer. Médicos, nutricionistas, intructores, especialistas na área devem ter a palavra. De resto, muitos e muitos anos de desporto saudável. Quem já aderiu sabe bem o quanto a sua qualidade de vida melhorou!

Tudo o que precisa saber sobre o LouzanTrail 2016!

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É já este fim-de-semana que se realiza mais um Louzan Trail, a 4ª Edição. As três distâncias (15k, 25k e 45k) já estão esgotadas há muito. Na memória está uma "escaldante" em 2015, com níveis absurdos de calor e que prejudicou todos os participantes. Embora alheia às condições meteorologicas, a organização tomou medidas para que no dia 19 de junho não se repita, mesmo que o calor aperta. Para vos dar a conhecer tudo sobre esta prova de trail falámos com Jorge Moita, da organização da prova.

 

(Entrevista feita por Filipe Gil)

 

A prova do ano passado foi feita com temperaturas elevadas, condições que a organização não consegue “controlar”. O que estão a fazer para caso aconteça a mesma coisa este ano?
A organização tem vindo a aprender com a experiência adquirida nas edições anteriores. As condições metrológicas são apenas um dos aspetos que sai fora do controlo da organização e que pode condicionar o sucesso da prova. Para a 4ª edição do Louzantrail, tentámos delinear o percurso das provas de modo a que os atletas estejam, sempre que possível, protegidos pela vegetação e explorámos as zonas de água que a nossa serra nos proporciona na tentativa de proporcionar maior conforto térmico aos atletas.

 

A prova está pensada com bastantes pontos de abastecimento e, em função do estado do tempo, poderemos reforçar os pontos de abastecimentos de líquidos.

 

Para além da distância, quais as grandes diferenças entre as duas distâncias (25 e 45km) principais do Louzan Trail deste ano?
A Serra da Lousã apresenta condições únicas para a prática desta modalidade e tem uma variedade de trilhos imensa. A organização tenta tirar partido disso e esforça-se para apresentar percursos diferentes em todas as edições

 

Todas as distâncias tiram partido da dureza que a Serra da Lousã nos oferece. Diz o conhecido atleta Luís Mota que veio avaliar os trilhos para esta edição que “A prova tem tanto de dura como de bonita”. Os 25Km com desnível positivo acumulado de 2000 metros vão ser uma experiência fantástica para quem está, neste momento, a tentar evoluir para distâncias maiores. Os atletas irão ser desafiados com subidas e descidas alternadas e com zonas corríveis que lhes vai permitir conhecer melhor os seus limites.

 

A distância de 45Km está delineada para atletas com grande experiência e capacidade de superação. Além dos trilhos que serão comuns às duas provas, vão ainda subir o nosso “Km23”, ter o prazer de conhecer um trilho aberto especialmente para esta edição que ficou intitulado de “Trilho do Licor Beirão” e de superar a subida do famoso “Cuco”.

 

Quais as grandes dificuldades no percurso dos 15, 25 e dos 45 km?
A prova do Mini Louzantrail irá ser um percurso “gourmet” para quem se está a iniciar no mundo do Trail, onde para além de pôr à prova a capacidade dos atletas em subidas exigentes ou descidas técnicas, vai presenteá-los com alguns dos locais mais emblemáticos desta serra. Referimos o single-track que irá levar os atletas pela Amazónia de baixo até às cinco curvas, subindo depois até ao Mirante da Serra da Lousã onde os atletas irão ser presenteados com uma das mais belas vistas panorâmicas da vila da Lousã. Depois, a entrada no Terreiro das Bruxas que este ano promete muitas surpresas...A passagem no Trilho do Rochedo, que foi aberto pelo Montanha Clube especialmente para a 4ª edição do Louzantrail promete deixar, igualmente, marcas na memória dos atletas.

 

Os atletas irão ter, ainda, a oportunidade de passar nos conhecidos Trilhos da Raposa e do Javali que os levará até as Grutas da Srª da Piedade, local onde os atletas se vão separar das restantes distâncias que constituem o evento e seguirão para a assentada do Talasnal. Aqui vão encontrar mais uma novidade que é o Trilho do Escorrega onde vão ter a oportunidade de conhecer o nosso escorrega natural da Srª da Piedade. Daqui rumarão ao Castelo onde vão posteriormente percorrer a rota dos moinhos em direção a meta.

 

Louzantrail Longo é para muitos a distância perfeita e foi exatamente a pensar nessa perfeição que desenhámos esta prova. A mesma irá “presentear” os atletas com o que de melhor a serra tem para oferecer ao mesmo tempo que vai permitir que os mesmos procurem conhecer os seus limites. Quem pensa em 25,7kms fáceis, pode esquecer! São bonitos, desafiantes, mas jamais fáceis. As várias subidas e descidas, os trilhos do Rochedo, da Raposa, Do Javali, a subida à varanda do chiqueiro, o Trilho da Cascata do Candal são exemplos que vão fazer com que nunca mais se esqueçam da Serra da Lousã. Estes são locais que os atletas poderão ter dificuldade em decorar o nome, mas que ficarão para sempre marcados no seu coração. Para usufruírem deste percurso vão ter de se entregar de corpo e alma à montanha. Ela está lá para os receber!

 

A Ultra Louzantrail, com 46,7Km vai ser uma prova desafiante! Na conceção desta prova tentámos oferecer o melhor desafio possível. Os ingredientes estão lá e nós só tivemos o cuidado de os juntar nas proporções certas, para que sejam servidos e saboreados paulatinamente ao longo de cada Km. Uma Ultra cheia de bons trilhos, desafios constantes e partes corríveis na medida certa que irá levar-vos aos locais mais recônditos da serra. Os atletas vão ter oportunidade de passar pelas aldeias que integram a rota das aldeias do Xisto: Casal Novo, Talasnal, Vaqueirinho, Candal e Cerdeira e percorrer alguns dos mais belos trilhos que serpenteiam a serra da Lousã. Vão encontrar grandes desafios, que irão ansiar que acabem rápido e que vão parecer intermináveis, mas que lhes irão encher a alma quando os superarem. Quando sentirem que já nada lhes impedirá de terem o seu prémio finisher novos desafios irão aparecer, mas no fim tenho a certeza de que vão sentir saudades dos nossos trilhos e vão guardar boas recordações…

 

As provas competitivas na Serra da Lousã são eventos exigentes em que é necessário estar em boa forma física e ter muita experiência neste tipo de eventos. Os participantes têm que estar preparados para gerir as condições da corrida, por vezes difíceis, e a sua condição física e mental. Para além de estarem preparados a nível físico não esqueçam que será necessária resiliência e capacidade de superação.

 

A nível de abastecimentos, onde estarão e do que serão compostos?
Os abastecimentos vão ser muitos para que nada falte aos atletas e poderão ser reforçados em caso de for necessário. O primeiro abastecimento está situado ao 7 Km no Terreiro das Bruxas e será um abastecimento de sólidos e líquidos. Este abastecimento promete muita inovação e bastantes surpresas. Depois seguir-se-ão: 

 

• Grutas Srª da Piedade ao Km 11 com Líquidos(Distâncias K15, K25 e K45);
• Talasnal ao Km 14 com Líquidos + Sólidos (Distâncias K25 e K45);
• Coleias ao Km 19 com Líquidos (Distâncias K25);
• Estrada Castanheira ao Km 21.5 com Líquidos (Distâncias K45);
• Candal ao Km 25.5 com Sólidos e Líquidos (Distâncias K45);
• Cerdeira ao Km 31 com Sólidos e Líquidos (Distâncias K45);
• Trevim ao Km 33 com Líquidos (Distâncias K45);
• Castelo Srª da Piedade ao Km 44 com Sólidos + Líquidos;
• Meta com Sólidos + Liquidos.

 

 

Os abastecimentos irão variar no seu conteúdo e foram idealizados pela nutricionista e Atleta Drª Ana Sofia Guerra (n.r: do Correr na Cidade) para que nada falte aos nossos atletas para enfrentar este grande desafio. Irão encontrar desde a laranja e banana ao Cocktail de frutos secos, passando pelo tomate e o sal. Vão encontrar a famosa Nutela e o tão apreciado Mel da Serra da Lousã entre outras coisas. Resumindo irão encontrar de tudo um pouco, com a certeza de que tudo foi pensado para suprir os défices de energia e proporcionar condições para continuar a enfrentar o desafio.

 

Há material obrigatório?
Sim. A lista de material obrigatório pode ser consultado no regulamento


Para os corredores que se vão estrear no Trail, quais os vossos principais conselhos? Fazer os 15km? Arriscar os 25km? 
As provas competitivas na Serra da Lousã são eventos exigentes em que é necessário estar em boa forma física e ter muita experiência neste tipo de eventos. Os participantes têm que estar preparados para gerir as condições da corrida, por vezes difíceis, e a sua condição física e mental. Para alguém que se está a iniciar no Trail, sem dúvida que aconselharia os 15Km. Aliás, a prova do MiniLouzantrail irá ser um percurso “gourmet” para quem se está a iniciar no mundo do Trail, foi pensada precisamente para eles, onde para além de pôr à prova a capacidade dos atletas em subidas exigentes ou descidas técnicas, irá presenteá-los com alguns dos locais mais emblemáticos desta serra. Para além de estarem preparados a nível físico não esqueçam que será necessária resiliência e capacidade de superação.

 

Quantas pessoas estão à espera para a edição deste ano? Alguns atletas de renome que queiram destacar?
Pelo primeiro ano iremos ultrapassar os 1000 participantes, colocando o Louzantrail ao nível das provas mais solicitadas em todo o pais.Os participantes irão estar distribuídos pelas provas do seguinte modo:

 

• Ultra Louzantrail – 144 atletas
• Louzantrail Longo – 372 atletas
• Mini Louzantrail – 371 atletas
• Caminhada – 151 participantes

 

Entre os atletas inscritos destacamos a presença da Ester Alves e do David Quelhas que são os padrinhos da prova. Depois temos muitos outros, como por exemplo: Jérôme Rodrigues, Ricardo Silva, Fernanda Verde, Tiago Aragão, Pedro Silva, Luis Mota, Vitorino Coragem, Nelson Graça, etc.

 

Este ano contamos pela primeira vez, com os patrocínios da Salomon, Suunto e da Gold Nutrition que são marcas internacionalmente conhecidas no mundo do trail running. Para além destes contamos ainda com o apoio das empresas: Louzani Cosmética, Trevipapel, Hotel Palácio da Lousã, Ginásio Move, Pousada da Juventude, OZ Energia e Bombeiros Municipais da Lousã.

Porque razão o Louzan Trail ainda não faz parte do circuito da ATRP? 
Somos uma organização muita nova e constituída por 9 elementos. Ainda estamos a crescer e a aprender a lidar com uma prova com a dimensão do Louzantrail. Não temos pressa e queremos dar um passo de cada vez. Temos de conquistar a confiança das pessoas e consolidar as lições. Se tudo correr bem, para o ano ambicionamos entrar no campeonato da ATRP (Associação Nacional de Trial Running de Portugal) ou no Campeonato Skyrunner Séries (Espanha Andorra e Portugal). 

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