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Correr na Cidade

Devemos aquecer antes de correr? Sim ou não?

De vez em quando gostamos de recuperar posts que já publicamos há algum tempo e que achamos que fazem sentido virem de novo à calha, como este do Tiago escrito há pouco sobre se devemos aquecer ou não antes de correr, algo que, aposto, a grande maioria dos corredores não o faz. A ler com atenção:

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Por muitas provas em que participe fico sempre um pouco ansioso antes da partida. Uma prova não importa a distância ou modalidade é sempre uma competição, nem que seja comigo próprio, e tento dar sempre o meu melhor, apesar de poucas vezes o ter conseguido. Por hábito digiro-me para a partida uns minutos antes da hora prevista, verifico o material, converso um pouco, lá tiro uma foto ou outra, tento abstrai-me de tudo e ao sinal de partida lá arranco, por norma muito mais rápido do que deveria, esforço que no fim pago caro. Os primeiros quilómetros custam-me muito e só por volta dos 40 minutos de prova é que começo a ficar menos ofegante e a sentir-me melhor.

 

Será que posso fazer algo para minorar esta sensação?    

 

É frequente existirem dúvidas, eu próprio as tenho, se nas provas ou treinos, essencialmente de trail, devemos ou não efetuar algum tipo de aquecimento. Esta questão é ainda mais pertinente nas provas de ultra-trail em que a grande distância a percorrer parece minimizar a importância de preparar o corpo para o esforço que se segue. “Teremos muito tempo para aquecer!” “Isto só custa a começar.” são algumas das frases mais escutadas antes da partida. É necessário ou não aquecer? Antes das provas, e dos treinos, temos que preparar o corpo para um esforço que por vezes se estende por mais de 6-7 horas?

Por quem? Porquê? Como? Estas são algumas das questões que me assolam e às quais tentarei ajudar a responder. Não sendo especialista na matéria irei tentar retratar um pouco do que tenho lido sobre esta temática.

 

O aquecimento é importante? Sem dúvida que sim.

 

Devemos aquecer antes de qualquer atividade física? Claro que sim. Apesar de o saber são poucas as vezes em que o faço. O aquecimento não é reservado somente aos corredores de competição.

 

Como? Todos os treinos devem iniciar-se por um período de baixa intensidade física, por exemplo um trote ligeiro, com a duração de 5-10 minutos. A duração, progressividade e variedade do aquecimento deve estar relacionado com a intensidade da prova ou do treino, quanto mais intenso o esforço maior e mais diversificado deverá ser o aquecimento.

 

Porquê? A razão pela qual devemos efetuar o aquecimento é simplesmente fisiológica. O objetivo é preparar o corpo (sistema cardíaco, circulatório, pulmonar e nervoso, além dos músculos e tendões) para o esforço. A duração pode variar entre 5 a 30m e a sua intensidade deverá ser progressiva. A título de curiosidade, os velocistas de 100m a 400m começam o seu aquecimento até 2 horas antes das provas. Ao longo do tempo os músculos e as articulações começam progressivamente a estar mais preparados para a intensidade exigida.

 

Por quem? De preferência todos, e antes de qualquer prova ou treino.

 

Etimologicamente a palavra aquecimento significa elevar, aumentar a temperatura, e efetivamente o objetivo é esse. Durante o esforço físico o organismo utiliza a energia armazenada, tais como glicídios e lipídios, que funcionam como o combustível do organismo, sendo que 20-30% da energia produzida é transformada em energia mecânica, que possibilita os movimentos, o restante é utilizado para aquecer ou arrefecer o corpo.

 

Em períodos de descanso, os músculos e tendões encontram-se à temperatura corporal. Sendo que os rendimentos máximos são obtidos com um ligeiro aumento de temperatura, altura em que os músculos ficam mais flexíveis, os tendões ganham elasticidade, dá-se um aumento do fluxo de oxigénio no sangue, aumento da força muscular e reações mais rápidas aos impulsos elétricos.

 

Este efeito pode constatar-se durante um simples trote. Ao fim de 10-15m de baixa intensidade conseguimos ficar mais rápidos, apesar do esforço se manter constante. Sendo que em alternativa se mantivermos o ritmo baixo as frequências cardíacas tendem a diminuir.

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Os grandes benefícios do aquecimento são:

 

  • Correta preparação da condição muscular: um aumento da temperatura corporal permite uma maior eficácia das reações químicas que ocorrem a nível muscular. De igual forma o aumento da temperatura permite uma dilatação dos vasos sanguíneos e consequentemente um aumento do fluxo de sangue e oxigénio nos músculos;
  • Preparação do sistema cardíaco: o aumento gradual do ritmo cardíaco que ocorre durante o aquecimento prepara o coração para esforços continuados;
  • Preparação do sistema nervoso: o afluxo nervoso propaga-se mais depressa com o aumento da temperatura dos tecidos musculares permitindo uma melhor coordenação neuromuscular;
  • Preparação das articulações: o calor permite uma melhor circulação do fluído sinovial, líquido transparente e viscoso das cavidades articulares e bainhas dos tendões, que tem a função de lubrificar as articulações sinoviais, permitindo um movimento suave, indolor e um aumento da amplitude articular;
  • Preparação mental: Um aumento da temperatura corporal promove uma sensação de bem-estar e um aumento da concentração ao inverso de um corpo frio. Por outro lado, focalizar-nos na realização do aquecimento permite diminuir o stress que se sente antes das provas.

 

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Foto retirada do site running-physio.com, onde pode consultar um plano de aquecimento completo.  

 

Algumas dicas para efetuar um aquecimento:

  • Antes das provas o aquecimento deve ser feito preferencialmente com mais roupa do que a utilizada durante a prova. A manutenção da temperatura corporal consome muita energia e em dias mais frios torna-se ainda mais complicado manter o corpo quente. A duração do aquecimento deve ter em consideração a temperatura ambiente, quanto mais frio mais longo o trote ligeiro;
  • Começar com um trote muito ligeiro 7-8km/h e ir aumentando gradualmente a velocidade mas mantendo frequências cardíacas baixas. Caso se trate de uma prova técnica ou com algum desnível logo no início, após 10-15m de trote podemos correr e levantar os joelhos, bater com o calcanhar nos glúteos ou efetuar outros exercícios dinâmicos. No fim do aquecimento efetuar 2-3 acelerações de curta duração.

 

Boas corridas a todos.

Passatempo: Ultimate para ele e para ela

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É verdade, mais um passatempo!!. Mas desta vez não é um qualquer! Vamos oferecer uma das novas coqueluches das sapatilhas da Puma, os Ignite Ultimate. E desta vez não é 1 par, mas sim 2. Um para homem e outro para mulher. 

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E para ganhar estas sapatilhas, o que têm de fazer? Fácil:

1. Like na página de Facebook do Correr na Cidade.
2. Seguir o Instagram do Correr na Cidade (via smartphone).
3. Like na página da Puma Running no Facebook.
4. Enviar uma foto vossa (tirada de propósito para este passatempo a correr na rua e a sorrir - tudo o que seja de provas,tiradas por fotógrafos de provas ou fotos de bancos de imagens serão desclassificadas) e responder a estas três perguntas:

  1. Qual a localidade alemã onde fica a sede da PUMA?
  2. Qual o corredor de velocidade, campeão olímpico, que faz parte da família PUMA?
  3. Quem é a cantora que colabora atualmente com a PUMA enquanto directora criativa das colecções femininas da marca?

Tem de enviar as fotos e as repostas até ao dia 8 de maio para run@corrernacidade.com - os elementos do Correr na Cidade em conjunto com a Puma Portugal irão escolher a melhor foto e verificar se as respostas estão certas. E daí escolher um elemento masculino e outro do elemento feminino vencedores.


E os sortudos serão conhecidos no dia 10 de maio no Facebook do Correr na Cidade. (Atenção que a cor das sapatilhas está sujeito ao stock existente). 

Sejam criativos! Esperamos pelas vossas fotos e frases!

 

Libertação miofascial com bola para corredores

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Fáscia, libertação miofascial, rolo e bola. Já ouviram falar? 

 

Já partilhei convosco algumas sugestões sobre como usar o rolo para realizar a libertação miofascial. Já vos ensinamos o que é a fáscia, o que é a libertação miofascial com Foam Roller e como podemos usar o rolo.

 

Para relembrar: a fáscia é um tecido conjuntivo que envolve os nossos músculos, órgãos e ossos. É a teia de aranha 3D que mantém o nosso corpo unido. Assim, a fáscia é de extrema importância na alta performance e na recuperação de lesões.

 

A libertação miofascial tem como objetivo eliminar pequenos nós (pontos gatilho) que se desenvolvem na fáscia muscular. Para os corredores, os benefícios passam pela melhoria da amplitude dos movimentos da corrida, no alívio das dores e desconforto no pré e pós treino e ajuda ainda a prevenir também possíveis lesões

 

As principais zonas a "rolar" para quem corre são os gémeos, os flexores da coxa, o tensor da fáscia lata e os músculos posteriores do tronco. E o pé? Pois, lá está, é aí que entra a bola.

 

A bola, para além do Foam Roller é mais uma ferramenta para libertação miofascial. Podemos utilizar uma bola de Lacrosse ou simplesmente uma bola de ténis.

 

A libertação com a bola consegue ser mais específica e profunda quando comparado com o rolo, pois a área da superfície a ser trabalhada é menor, o que aumenta a pressão. Para além disso, a bola também permite trabalhar de uma forma mais tridimensional. 

 

Recomenda-se utilizar o Foam Roller e a bola para libertação miofascial numa rotina de 5 a 10 minutos antes e depois da corrida ou porque não todos os dias? :)

 

A Personal Trainer Natacha Barata sugere que, para além do uso do rolo, também usemos a bola. Nos vídeos que seguem mostramos como se pode usar a bola para libertação miofascial no caso dos corredores. 

 

Sobre o uso da bola para libertação miofascial na perna:

 

Sobre o uso da bola para libertação miofascial no pé:

 

Para mais informações:

Facebook da Natacha / Natachawork@gmail.com

Race Report da Maratona de Madrid: Desafio superado?

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SIM, o desafio foi superado com sucesso!

 

Com um tempo final de 3h57m06s o meu objetivo de concluir a Maratona de Madrid em menos de 4 horas foi concretizado e isso deixou-me muito FELIZ!

 

E como foi a prova? Já conto tudo! 

 

Sábado foi dia de levantar dorsais na feira da prova. A feira da Maratona de Madrid estava bastante bem organizada, tinha bancadas para levantamento do dorsal, e bancadas para levantamento do goodie bag e tshirt técnica da prova. Eu e a Joana chegámos cedo e tudo decorreu bem e com rapidez.

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 Chegada à feira, a desejar correr como nunca...

 

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 Dorsal e tshirt recolhidos.

 

Após visita aos stands da feira, onde encontrámos amigos e conhecemos pessoalmente alguns parceiros do mundo das corridas que estão habitualmente em Espanha, fomos em busca da Pasta Party.

 

Fomos também dos primeiros a chegar à Pasta Party pelo que tínhamos o espaço por nossa conta, deu para comer com tranquilidade e esperar que a Família Dinis chegasse para com eles desfrutar deste ambiente. O José Dinis é um amigo dos meus tempos de assiduidade BTTista, da família que são os Os Metralhas BTT. O José começou a correr à uns tempos, e hoje toda a família participa alegremente em várias corridas. Foi com alegria e surpresa que os encontrei na chegada à feira, vieram participar na Meia Maratona, e foi ótimo partilhar estes bons momentos com eles.

 

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 Pastaaaaaaa!!!!

 

O resto do Sábado foi a relaxar e a preparar tudo para a manhã da prova. O jantar, feito em casa, foi a inevitável massa com atum.

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 Tudo preparado... tipico de corredor!

 

Chegou a manhã da prova!

 

Acordei sem qualquer sono às 05:30, só tinha o despertador para as 06:00 para comer cerca de 2h30m antes da prova.

 

Preparei-me com calma mas com uma ansiedade crescente, quando saí de casa estava uma pilha de nervos.

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À saida de casa, nervosismo bruto!

 

A partida era a cerca de 1,5km de casa, fomos a passo tranquilo, em cada rua mais corredores se juntavam, quase tudo em silêncio, ansiedade pura. Cerca de 15 minutos depois estávamos na rotunda de neptuno, onde me despedi da Joana que ia para o seu cural de partida para a meia maratona, eu estava num curral mais à frente. 

 

Faltavam ainda 40 minutos para a partida e estava sozinho no meio de tanta gente, custou não ter alguém com quem partilhar estes momentos, e libertar um pouco daquela ansiedade.

 

Para libertar excesso de peso na bexiga ainda estive 20 minutos nas filas para os wc e fui mais leve para a partida.

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 Quase a iniciar a 3ª Maratona.

 

Dada a partida, a ansiedade sumiu!

 

Estava na hora de lidar com pouco menos ou pouco mais de 4 horas de corrida.

 

Olhei para o relógio e confirmei o que tinha decidido na véspera, o campo do tempo total de prova estava parado. Alguns dias antes tinha falado com o treinador para saber como controlar o ritmo a fazer em prova, a sua instrução foi simples, "não leves banda cardíaca, ouve o corpo". A Bo já me tinha dito algo semelhante, em Barcelona não olhou para o relógio, correu como o corpo lhe disse que devia ir. Sou um "control freak", e não sabia como ia lidar durante a prova sem dois dos mais importantes indicadores, mas assim o fiz, apesar de nunca o ter feito antes, afinal aquele mítico conselho de "não testar nada em prova" é para equipamento novo, não para falta de informação.

 

Para ajudar neste vazio de informação, durante todo o percurso não houve um único relógio com o tempo total de prova até à meta. Em Sevilha no ano passado passei por vários, em Madrid, nenhum.

 

Não vos vou massacrar com o decorrer de cada km da Maratona, 42km daria um mini romance, vou resumir em alguns tópicos:

 

 - Percurso muito duro, um acumulado de 400D+ numa prova de estrada não é fácil. Senti-me sempre muito bem até aos km 25. Consegui controlar bem o cansaço até ao km 32. Do km 32 ao km 40 a subida é praticamente permanente, com o pesar do cansaço cada km custa cada vez mais a percorrer.

 

 - Percurso variado, alguns pontos muito bonitos, outros mais monótonos. O público está presente em quase todo o percurso, é uma das grandes fontes de energia para os corredores. 

 

 - Abastecimentos bem estruturados, garrafas de água de 5 em 5km até ao km30 e depois de 2,5km em 2,5km. O isotónico em copos em alguns abastecimentos foi uma confusão, bebi aos goles 1x e parei para beber 1 copo ao km 25, foi uma má decisão, o arranque custou muito.

 

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O meu final da Maratona de Madrid

 

Os últimos 2km foram cheios de sensações mistas. Com o terminar da subida tentei acelerar, ao fim de 500m não havia pilhas e o ritmo baixou. Na placa a indicar o último km voltei a tentar acelerar mas uma forte dor muscular abdominal voltou a mandar-me abrandar. Na entrada no Parque do Retiro a cerca de 500 metros da meta tive a maior alegria durante a prova, a família Dinis estava à minha espera para me dar força nos últimos metros, foi indescritível ver aqueles sorrisos amigos. Acelerei mais uma vez, mais uma vez a dor abdominal não deixou.

 

As últimas 3 centenas de metros da prova foram muito difíceis, consigo finalmente olhar para o tempo total na meta e indicava 03:5?:?? e eu sem perceber os restantes números. Até que passa para 04:00:00 e percebi que tinham passado as 4h oficiais de prova, faltavam cerca de 150 metros para o final.

 

Tento procurar a Joana na reta da meta, combinámos que ela estaria algures à direita à minha espera, só não sabia se ela estaria antes ou depois de eu passar na meta.

 

Por mais que quisesse desfrutar da passagem pela meta, sorrir um pouco, as dores abdominais eram muitas. O sorriso de passar a meta vence as dores, estava feita a minha 3ª Maratona. Passei na meta com 4h00m43s de tempo oficial.

 Chegada à meta da Maratona de Madrid

 

Enquanto recupero o fôlego caminho, desligo o relógio e espero pelo resumo do total da prova. Olho e vejo um tempo total de prova de 3h57m06s.

 

Continuo a caminhar e as lágrimas correm pelos olhos, não venci nada, mas a concretização do objetivo que tinha tornam este momento um turbilhão de emoções.

 

Depois de, no ano passado, em Sevilha, ter feito a viagem com amigos e feito a prova com a Bo, ter em Madrid feito toda a prova sozinho custou muito, e no momento de passar a meta não ter com quem partilhar este momento, custou ainda mais.

 

Encontrei finalmente a minha Joana cerca de 200m depois da meta, à minha espera e a descansar da sua meia maratona.

 

A felicidade vem quando temos com quem partilhar momentos felizes e ali, com ela, reencontrei a felicidade que vos falei no inicio do post. 

 

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 Medalhados e FELIZES!

 

Equipamento utilizado:

 - Ténis Adidas Ultra Boost v2

 - Tshirt Adidas ADIZERO TEE

 - Calções Adidas 

 - Meias Injinji run

 - Relógio Garmin Fenix 2

 - Cinta Lurbel

 

Posts do desafio Adidas para a Maratona de Madrid:

 - Semana 1

 - Semana 2

 - Semana 3

 - Semana 4

 

Para finalizar, fica um desejo e dois agradecimentos.

 

Desejo para o próximo ano voltar a fazer uma maratona, em viagem com amigos e em ambiente de convívio e partilha, para mim uma maratona não é apenas objetivos de tempo, e assim não tem tanta piada.

 

Um agradecimento para todos aqueles que me ajudaram e apoiaram na preparação para esta maratona, fosse na companhia nos treinos ou nas palavras importantes de incentivo.

 

Um agradecimento especial à Adidas pelo apoio que me deu a mim e à Joana na preparação e inscrição para a Maratona e Meia Maratona de Madrid.

 

Maratona, até para o ano!

 

Review: Berg Jaguar II - Uma fera com sotaque Lusitano

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Modelo:
Berg Jaguar II (versão 2016)
Testado por: João Gonçalves
Características pessoais: Neutro com arco plantar proeminente e 76Kg de peso
Condições de teste: Cerca de 100km percorridos nos trilhos de Monsanto, Serra de Sintra e Arrábida, percorrendo vários tipos de terreno e condições climatéricas, foram também a minha escolha para o prova do Javali Nocturno.

 

Não por falta de imaginação ou de tempo, mas começo da mesma forma que comecei o unboxing (...) A Berg Outdoor é uma empresa de origens portuguesas, criada em 2002, fortemente ligada ao espírito e aos desportos de aventura, que tenta por meio dos seus produtos gerar alguma inovação que já lhes conferiu vários prémios internacionais.

Porque a aventura começa no momento em que sais de casa… É como esta frase que a Berg se apresenta e caracteriza os seus produtos e estas Berg Jaguar são prova disso. (...)

Quanto ao review destas Jaguar e antes de passar aos detalhes, confesso que me surpreenderam pela positiva e são sem dúvida umas sapatilhas a ter em conta, especialmente para os treinos do dia-a-dia, ou para provas mais curtas. Claro que nem tudo é excelente, mas descobram-nas vocês mesmos já na continuação.

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DESIGN & CONSTRUÇÃO

Como já tinha referido no unboxing, estas novas Berg Jaguar não são as sapatilhas mais sexys do mundo, mesmo nada, tem um aspecto rude e pesado. Contudo considero-as mais como um "patinho feio", que com o uso vamos descobrindo a sua beleza e no final do dia estamos a falar de umas sapatilhas de Trail, não estamos a falar do sapatinho da moda para sair à noite, não têm necessariamente de ser bonitas para ser boas, pois geralmente acabam sempre tão cheias de pó e lama que nem sabem que marca são. Certo!

Em termos de construção é eficaz, utilizando materiais resistentes, a sola é MegaGrip da casa Vibram de alta qualidade, o upper é composto por mesh de nylon reforçado em TPU na biqueira, para prevenir que nos aleijemos ao pontapear algum objecto e no calcanhar para garantir um melhor reforço e estabilidade nessa região, o que lhes confere uma passada mais firme e confiante.

Possuem ainda acabamentos termoselados que confere uma uniformidade em todo o upper, para além de elementos reflectores da 3M que oferecem uma boa capacidade reflectora, elementos sempre úteis para ser visto em ambientes nocturnos ou de baixa visibilidade.

 

A língua é grande e espessa o suficente para garantir uma boa sensação de comodidade mesmo em apertos fortes nos atacadores, esta também possui uma bolsa para que coloquemos o nó no seu interior o que permite que estes não fiquem presos em algum objecto, contudo o elástico desta bolsa é muito fraco que os atacadores não ficam no seu interior durante muito tempo, tornando-se assim inútil no ponto de vista de utilização (um ponto a melhorar!)

 

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 Berg Jaguar II ao lado das suas irmãs mais novas as Berg Lynx

 

ESTABILIDADE & ADERÊNCIA

No que se refere à estabilidade, estas Berg Jaguar pecam por não serem comercializadas em números que intermédios, isto é, a Berg apenas possui as opções de números inteiros e mesmo assim as formas utilizadas são grandes. No meu caso pessoal o número 43 fica-me largo e o 42, que calcei em loja, apertado, portanto não tendo uma opção intermédia este excesso de espaço provoca alguma estabilidade no ataque ao solo, especialmente em terrenos mais técnicos.

Confesso que experimentei usar uma palmilha mais espessa e um aperto mais firme e, mesmo assim, não consegui o resultado desejado, mas melhorou bastante, pois o suporte de calcanhar é ótimo que compensou alguma da instabilidade no peito do pé, portanto acredito que para um corredor que o número esteja "no ponto" este problema não se ponha.

No que se refere à aderência, para a sola Megragrip da Vibram, só tenho uma palavra: excelente! É talvez a melhor sola em termos de aderência que já experimentei (não estou a exagerar, é mesmo!), esta sola agarra a quase tudo mesmo com piso molhado, neste ponto, estas Jaguar levam nota elevada.

 

CONFORTO

Bem! Aqui também a falta dos meios números também se nota, contudo é uma sapatilha confortável, os acabamentos são muito bons, a língua é espessa e a boca da sapatilha tem um acabamento esponjoso que garante que o pé se sinta confortável. A parte dianteira da sapatilha é bastante larga que permite abrir os dedos dos pés sem problema garantindo conforto. A nota muito positiva para a palmilha da Ortholite de alta densidade que é bastante confortável, sim é verdade que utilizei outras palmilhas nas Jaguar como já indiquei, mas experimentei as palmilhas originais em outras sapatilhas e garanto que são óptimas.

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AMORTECIMENTO 

No que toca ao amortecimento. OK! Estas Jaguar não são nenhuns Hoka One One, contudo garantem um amortecimento capaz e eficaz para uma corrida confortável. O composto Eva da sola é mais de suficiente para absorver os impactos ao solo, mesmo a quando de saltos ou chamadas ao solo em piso duros.

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PREÇO 

Estas Berg Jaguar têm um PVP de 64,99€ na loja online da Berg que considero, não atentendo a promoções, ser um preço simpático pela sapatilha, contudo se comparado com a gama acima da Berg as Pantera, fica muito colado o que pode não compensar.

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AVALIAÇÃO FINAL:

Design/Construção 13/20
Estabilidade e Aderência 17/20
Conforto 14/20
Amortecimento 14/20
Preço 15/20 

Total 73/100

 

Confesso que estas Berg Jaguar me surpreenderam pela positiva, com uma aderência brutal e qualidade de construção bem satisfatória. Acho que o ponto mais negativo seja a questão da Berg não comercializar números intermédios o que baixa em muito a pontuação destas sapatilhas sobre o meu ponto de vista, contudo, vou continuar a usar e muito esta Jaguar, seja em treinos ou em provas curtas.

 

Para finalizar queria agradecer ao Miguel Baptista da MB Run&Foto Team pela maioria das fotos utilizadas neste post, tiradas num dos nossos treinos pela serra de Sintra.

Bons treinos e encontramo-nos por aí.

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As cores definem o tipo de desportista que somos!

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De acordo com um estudo realiado por Brett Mouron em Contemporary Sports Issues, General, Sports Marketing, Sports Studies and Sports Psychology, de 2014 e divulgado recentemente pela marca Tom Tom, a cor e a roupa desportiva que usamos têm influência no nosso funcionamento psicológico e estabeleceu que todos relacionamos as cores com um estado emocional.

A investigação do antropólogo britânico Dr. Russell Hills, extraída do estudo `Seeing red? Putting sportswear in context’  conclui, por exemplo, que quem pratica boxe, taekwondo e luta livre ganha combates com maior frequência quando veste vermelho em vez de azul. Desta forma é possível determinar que os atletas e o seu rendimento podem ser afetados de forma física e emocional, segundo as cores do equipamento que usam.

Para ajudar a identificar o que cada cor diz sobre a personalidade de quem pratica desporto, a TomTom criou uma tabela de cores: 

 

COR

TRAÇOS DE CARATER

APLICAÇÃO NO DESPORTO

VERMELHO

Dominante

Agressivo

Emocional

Nervoso

Extrovertido

Escolhe o vermelho para vencer. É provável que os amantes de desporto que se inclinam de forma natural para o vermelho tenham uma veia extrovertida e agressiva e não se detêm perante nada para se adiantarem aos restantes na corrida de 10k de domingo.

 

AZUL

Introvertido Intelectual

Intencionado

Preciso

Inquisitivo

Os azuis são os planificadores do grupo. Os adeptos do desporto que escolhem o azul estão interessados num programa de treino rigoroso. Dispostos a trabalhar por objetivos de distâncias específicas, em intensidade dos treinos e por intervalos, podemos encontrar os amantes do azul a passar tanto tempo a planificar os programas de treino como a treinar na pista ou no ginásio.

 

AMARELO

Sociável

Entusiasta

Expressivo

Os que praticam exercício vestidos de amarelo são os que mais falam no mundo do desporto, reunindo os amigos para participar em corridas e divertidos desafios. Também são os que querem conversar enquanto fazem exercício juntos e o vão manter atualizado sobre a sua vida.

 

VERDE

Carinhoso

Paciente

Animador

Quer um colega para fazer exercício ou um amigo para treinar? Escolha um companheiro que seja fã do verde e vai dar-lhe o apoio que necessita para cumprir o programa de treino.

 

LARANJA

Aventureiro

Espontâneo

Adepto do risco

Os que se vestem de laranja não podem parar. São fãs do desporto e seguem os seus instintos com grande confiança física.

 

CINZA

Equilibrado

Autossuficiente

Independente

Fiável

Sempre sob controlo, os adeptos do fitness que vestem de cinzento não abandonam o plano. Um planeamento centrado e por objetivos significa que sempre serão rigorosos quando se trata do programa de exercícios.

 

NEGRO

Autoritário

Poderoso

Forte

Estável

Associado à força e inteligência, os adeptos do desporto que usam roupa negra são os líderes do grupo e gostam de ter o controlo de onde e como estão a fazer exercício. É perfeito para os chefes de equipa de clubes de running organizados e grupos de sessões de fitness.

 

ROSA

Tranquilo

Afetuoso

Compreensivo

Os que fazem exercício com peças rosa oferecem uma energia reconfortante e são excelentes para correr ao seu lado durante as sessões de treino de maratona mais longas, já que têm um efeito calmante face aos nervos.

 

BRANCO

Pacífico

Com esperança

Clareza mental

Relaxados e simples, os fãs de desporto que escolheram o branco garantem que terão calma durante o treino. A simplicidade do branco assegura que os que utilizam esta cor têm mentes claras e são capazes de partilhar esta aura com os companheiros com quem treinam.

A minha maratona de Londres (2014)

Hoje realiza-se a fantástica Maratona de Londres. Uma das mais importantes a nível mundial. Recuperamos os posts do Pedro Tomás Luiz que fez a prova em 2014 a convite da Endeavor Travel & Sports. Como dizem: recordar é viver.



Por Pedro Luiz Tomás:

 

Ainda envolto por uma inebriação digna de um conto do Lewis Carroll, começo a escrever este Race Report. Como sabem estive este domingo em Londres a correr a Maratona, graças a uma parceria entre a Endeavor  Travel e o Correr na Cidade. Durante a minha estadia fui escrevendo sobre as minhas expectativas, vivências e emoções, mas confesso que nada daquilo que pensei, ouvi ou imaginei chegou perto daquilo que vivi.

 

Dia da Maratona:

Como sempre, na véspera tinha organizado metodicamente todo o meu equipamento. Preparei a t-shirt, os calções, meias, sapatilhas, verifiquei o funcionamento do GPS, preparei o dorsal e o cinto com os géis. O transfer do hotel, para a partida estava marcado para as 7h, pelo que acordei por volta das 5:15, para me poder organizar tranquilamente. Às 5:30 eu e o Denis descemos para tomar um bom pequeno almoço, que por norma costuma ser aletria/arroz doce e café, mas dada a falta desses alimentos, lá me safei, com alimentos bem familiares, ovos, fiambre de peru, pão e café (não é dia para inventar em nada, especialmente no que toca a comida).

 

De barriga cheia, regressamos ao quarto onde nos equipamos tiramos a primeira selfie, com um sorriso de quem sabe que nos espera um grande dia.

 

 

No autocarro a energia era vibrante, apesar de ser bastante cedo, todos os corredores iam animados falando, do tempo, da cidade, da prova e da estratégia de corrida. A partida da maratona é feita de três pontos diferentes e faseadamente. Assim tínhamos:

  1. 08:55 Blue Start: atletas em cadeira de rodas;
  2. 09:00 Blue Start: atletas com deficiência (onde estava o grande Pina);
  3. 09:15 Blue Start: elite feminina;
  4. 10:00 Blue Start: elite masculina;
  5. 10:00 Blue, Red e Green Start: restantes atletas.

Tendo sido colocado na Blue Start, fomos levados para um enorme relvado, vedado, onde tínhamos à nossa espera café, chá, leite, água e isótonico, isto para não falar nas centenas de WC alinhados no recinto e devidamente coordenados por elementos da organização. O tempo até à partida foi passado em amena conversa, apanhando um fantástico banho de sol e a hidratar para a prova.

 

 

Cerca das 09:30 dirigi-me ao camião, para deixar o meu saco, que haveria de estar na meta à minha espera. Já no gate 9 percebi que estava na cauda da Blue Start, ou seja teria pela frente corredores bem mais lentos do que eu, não que isso fosse um problema dado que não tinha qualquer intenção de concretizar um tempo especifico. Os meus objetivos para esta prova estavam bem definidos: (1) acabar, (2) de preferência em cerca de 4 horas (os 50km do Piodão ainda estavam muito recentes no corpinho) (3) aproveitar e absorver cada momento desta experiência.

 


 

Às 10h o tiro de canhão supostamente terá dado inicio à corrida (não que tenha ouvido alguma coisa), mas de onde eu estava até à partida foram uns longos 15 minutos.


Começada a corrida, era impossível esconder o sorriso. Com o véu a levantar-se comecei a compreender a verdadeira dimensão desta prova… Além dos milhares de corredores que estavam a correr a maratona, havia o triplo de pessoas a assistirem à prova, mas estas não se limitavam a bater palmas ou a observar, estas pessoas gritavam euforicamente por todos os atletas. Não há palavras que possam descrever aquilo que vi, ou senti.


Ainda só com 3,5 km nas pernas, tive fazer o meu primeiro e único pit stop. Apesar de ter ido ao WC antes de começar a prova, comecei quase à “rasquinha para fazer um chichi”. O chá que bebi estava a fazer os seus efeitos.

 

Ultrapassadas as questões fisiológicas, meti um ritmo bastante confortável, em torno dos 6m/km e o qual eu tinha certeza que me daria para correr até ao infinito. Além disso, mesmo que quisesse correr mais rápido, não teria conseguido, o facto de ter partido muito de trás, obrigava a um ziguezaguear constante e consequentemente a um esforço adicional. Mesmo assim eu e o meu companheiro Manuel Barros (clube do Stress) lá fomos progredindo por entre a multidão.



O percurso passa por muitos lugares emblemáticos da cidade de Londres, sendo que por volta dos 10km surge o grandioso Cutty Sark (o barco e não a bebida), numa curva bem apertada contornámos este magistral barco.

 Mais à frente, por volta do km 20, no dobrar de uma esquina surge de surpresa a Tower Bridge. Aqui, fosse pela energia do público, fosse pela paisagem, senti aquele arrepio no estômago e uma emoção quase transcendental.

 

Passada à ponte pude ver a Tower of London, onde estarão depositadas as jóias da coroa. A partir daqui o percurso abre para ruas mais largas e entra-se numa zona em que é possível ver passar os atletas que já estão a passar o pórtico dos 35km.

A passagem da meia maratona marca uma mudança na minha prova de duas formas. Em primeiro lugar, foi aqui que deixei o meu companheiro Manuel Barros, que apesar de se estar a sentir bem quis abrandar e em segundo lugar, com as pernas já a acusarem um bocadinho o esforço, decidi que era tempo de arrumar o telemóvel e concentrar-me na prova.

 

Daqui para a frente a prova teve pouca “ciência”, o meu ritmo estava bom e confortável, não sentia qualquer dor, a estratégia de toma de geles estava a funcionar (1º aos 15km, 2º aos 22km, 3º aos 30km e 4º aos 40km) e acima de tudo sentia-me incrivelmente feliz por estar ali a viver aquele momento.

Por volta do km 33, passo pela claque da crew Londrina (Run Dem Crew) e sou brindado com um ruidoso apoio (não diretamente para mim, mas para um corredor desta crew que estava bem pertinho de mim). Ia na expectativa de poder tirar uma foto com eles, mas o facto da estrada ser estreita e de eles já terem ocupado uma parte da estrada, fez-me optar por seguir caminho (digamos que aquele local estava bem ao estilo de um Tour de France). Houve ainda tempo de passar pelas famílias do clube do stress, que com uma bela bandeira portuguesa me cumprimentaram e apoiaram, bem como por duas caras conhecidas que brilhantemente iam no seu ritmo.

 

Ao km 35 grande parte dos corredores já iam mais a andar do que a correr, havia muitos corredores a ser assistidos pelos paramédicos, outros a parar para alongar e uma impressionante senhora, que apesar coberta de diarreia nas pernas, continuava determinantemente a correr em direção à meta.

 

Entrado em Victoria Embankement o pórtico das 25 milhas sorria para mim, pensei “Está  feito” voltei a relaxar a sacar do telemóvel para poder gravar os momentos finais. Passagem pelo Big Ben, pela Abadia de Westminster, entrada no St. James Park, passagem pelo Buckingham Palace e… aquela maravilhosa visão… a meta…

 

Ao som do Happy, lá fui eu a dançar em direção à meta. E o que é que se faz quando se corre em direção a uma meta?.... Faz-se uma paragem para última selfie da prova.

 

Dados da Prova:

  • Tempo de chip: 04:17:15
  • Média de 6,6 m/km;
  • Classificação: Lugar 15787;
  • Classificação por escalão (18-39): Lugar 6119;
  • Ultrapassei  1619 corredores;
  • Fui ultrapassado por 15 corredores.

 

(Por altura que lêem este post o Pedro Tomas Luíz deve estar a terminar a sua participação no MIUT, pela 2ª vez consecutiva)

 

 

 

Dá-lhe brita!! – novamente a caminho do MIUT

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Esta era a expressão que o Ricardo, um grande amigo oriundo da nação nortenha, me gritava sempre que íamos entrar em palco. Era uma expressão catártica, mas que no meio de uma grande galhofada, me permitia soltar uma valente gargalhada e libertar as imensas borboletas que se iam acumulando naqueles momentos antes de “pisar” o palco. 

 

Na altura não era grande artista, nem hoje sou grande corredor, mas algumas coisas me acompanham entre elas a persistência a e capacidade de trabalho.

 

Assim, foram 4 meses com altos e baixos em que fiz a melhor preparação que consegui. Foram: 95 treinos, 96 horas, 867km percorridos e 26162D+ muito? pouco? Não faço a mínima ideia confio nos métodos do Paulo Pires para me levar até ao final.

 

Para os mais distraídos o Madeira Island Ultra Trail é a prova mais importante realizada em Portugal, dado que é a primeira a integrar o chamado circuito mundial de ultra-trail, ou seja o campeonato do mundo da modalidade.

 

A prova em si atravessa a ilha de uma ponta à outra, ou seja de Porto Moniz ao Machico, passando por pontos emblemáticos como seja o Curral das Freiras, o Pico Ruivo e o Pico do Areeiro. São 115km de pura beleza natural, pautados por um verde pujante, levadas e montanhas escarpadas.

 

Desafio? Objetivo? Superação? Conquista? Se tudo estiver a correr como planeado (em 115km muita coisa pode correr mal) à hora que este post saiu devo ter passado o Rosário, ou seja +/- 8horas de prova e 40km percorridos ou seja a caminho de cumprir o meu grande objetivo deste ano terminar, com um sorriso nos lábios (e também dentro do standard definido pelo Top Máquina “menos do dobro do tempo primeiro”).

 

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MIUT 2015 em 6 fotos...

00:00 - Porto Moniz;

09:45 - Encumeada;

12:57 - Curral das Freiras;

18:19 - Pico do Areeiro;

21:47 - Poiso;

01:59 - Machico.

 

 

Preview: Merrell ALL OUT CRUSH LIGHT

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Merrell

Quando ouvimos o nome Merrell associamos logo a sapatos e botas de montanha espectaculares. As suas primeiras botas de caminhada foram apresentadas ao mundo em 1983 e desde então tem feito uma evolução fantástica em termos de design e uso de materiais resistente e duráveis, mantendo quase sempre uma beleza impar.

Se o tema for trail running, 98% das pessoas não sabe que já existem sapatilhas de corrida desta marca, e o que 99,99% das pessoas não sabe, é que a primeira tentativa de entrar na vertente da corrida foi em 1997/98 através de um modelo que não conseguiu vingar no mercado, as JUNGLE RUNNER.

 

CRUSH LIGHT
Saltando no tempo para a nossa década, a Merrell nos últimos anos tem lançado varias evoluções do que eles idealizam o trail, trazendo-nos até esta preview das recem lançadas no mercado, as ALL OUT CRUSH LIGHT. São a aposta da Merrell para atacar o mercado em ebulição do trail running e apontam canhões fortes a modelos que já tem pedigree no mercado.

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(Desenho muito minimalista e simples )


Este ano lançam uma sapatilha super leve, uma evolução do modelo de 2015, com a balança a indicar 220gr num sapato tamanho homem médio, 6mm de drop e desenho da borracha da sola super simples, com linhas transversais afim de ajudar a escoar a lama e a serem extremamente flexível à torção.

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(sola ultra flexivel e simples )


Numa primeira utilização as sensações que tenho são de uma sapatilha super leve, muito flexível desde a sola até ao upper onde é utilizado os tradicionais cordões de apertar em vez de tentarem utilizar algumas das mais recentes técnicas utilizadas em outras marcas.

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Em termos de conforto e apoio ao pé é muito reduzido devido aos materiais utilizados e à filosofia que tenta impor. No interior vemos uma língua com uma envolvência a meio caminho entre as normais das sapatilhas de estrada mais convencionais e as ultra envolventes salomons com o seu sistema ENDO-FIT.

 

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Após um treino matinal em Monsanto com um pouco de água e lama, nota-se que são muito leves e confortáveis em pisos sem grandes partes técnicas.

O equilíbrio entre filtrar demasiado ou deixar passar tudo para o pé por parte das solas não é fácil. Muito difícil equilibrar estas duas sensações e na maior parte dos pisos onde passei agora de manha senti que estavam perto do meu ideal. Apenas em piso com muita pedra pequena a sapatilha deixa passar demasiada informação para os pés.

Em zonas com muita lama tive alguma dificuldade em ter grip suficiente para progredir mas vamos ver como se adaptam nos próximos treinos.

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Estou com bastantes expectativas sobre estas Merrell e durante as próximas semanas vou colocar as sapatilhas em teste em Monsanto e Sintra e vamos ver como se comportam depois em prova. 


Bons treinos.

O Yoga como complemento certo da corrida

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Todos nós, em algum determinado período da nossa vida, ouvimos falar de Yoga. Eu, confesso, nunca tive grande curiosidade. Aliás, tal como nunca tive muita curiosidade pela natureza - com exceção da praia, claro! Sempre fui uma pessoa muito urbana e sempre me senti bem na confusão, nas luzes, nas ruas, junto aos barulhos típicos de cidade. Aliás, este blogue não se chama Correr na Cidade à toa. Contudo, tudo isto tem vindo a mudar. E sem eu querer ou fazer por isso.

Com a corrida tenho descoberto os trilhos, e noto que estes me equilibram o dia-a-dia. É um facto que já assumo: tenho cada vez mais “necessidade” e vontade de correr no meio da natureza.

Ora, com o Yoga tem acontecido o mesmo. Cada vez que oiço falar, desperta-me a curiosidade. Muito. Se está ligado ou não com esta “necessidade” de correr nos trilhos, é algo que não sei. Mas, foi através da corrida que tenho pesquisado sobre Yoga, já que noutros países é algo muito comum ligar estas duas práticas. 

Mais recentemente, todos temos seguido aqui a evolução na corrida da Bo Irik que colocou o Yoga no seu dia-a-dia. E a partir desse momento, parece-me a mim, algo mudou na sua performance. E pensei logo: “também quero isto para mim!!!”. Sendo que, no momento imediato, duvidei desse desejo. Terei eu “sensibilidade” para o Yoga? Será que algum dia junto a meditação, o Yoga e a corrida? Será que fui talhado para isso? Não é apenas para pessoas que gostam do lado místico das coisas?!

 

Com a vida frenética do nosso dia-a-dia. Os prazos, o stress e os ecrãs que nos acompanham para todos o lado desde que acordamos até que nos deitamos – e muitos os usam mesmo já deitados -, somos a primeira geração de pessoas mais artificialmente “eletrizada”. E sinto, por vezes, a necessidade de parar, fazer uma pausa, sorver uma energia mais natural, mais pura. Regressar, de alguma forma, às origens. Acalmar.  

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Algumas destas perguntas ficaram respondidas no passado domingo quando tivemos a oportunidade de juntar o Yoga e a Corrida num workshop e aula de Yoga para corredores que organizamos em conjunto com o professor de Yoga (e também corredor) Luís Marques Matias e com o Bruno Rodrigues (profissional de desporto de alto rendimento) nas instalações do Sport Algés e Dafundo.

 

Acabo já com a vossa expetativa: foi um workshop muito interessante e muito útil. E não digo isto porque fomos nós, Correr na Cidade, a organizar. É algo que digo a todos: experimentem!!! Mas com quem sabe.

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A primeira parte foi uma palestra de como a corrida trás benefícios para o corpo mas também como nos desequilibra se só corrermos. Assim, o complemento do Yoga na corrida ajuda-nos a encontrar esse equilíbrio perdido, não só através do trabalho físico mas também para trabalhar a respiração, e as tais partes do corpo que são menosprezadas pela prática da corrida.

Depois da completíssima explicação do Bruno Rodrigues, foi a vez do Luís Marques Matias iniciar a aula de Yoga. Começou por dizer que o Yoga não é apenas para pessoas flexíveis. E explicou, resumidamente, como o Yoga tem contribuído para o seu bem-estar e para uma vida com poucas ou nenhumas lesões. Aqui, confesso, senti uma inveja positiva! E mais uma vez pensei: “Quero isto para mim!”

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A aula, propriamente dita durou cerca de uma hora que para mim pareceram 10 minutos. Fizemos várias posições tendo em conta que corremos frequentemente e que há músculos em défice de serem trabalhados. 

No final dos exercícios, a cereja no topo do bolo. Uns minutos de relaxamento. Incrível como a voz do Luís e a música que acompanhava nos ajudaram a relaxar e a viajar dentro do nosso corpo mesmo num local inóspito e pouco zen como uma sala de aula ampla de um ginásio. Não, não estávamos num local zen, com incensos e barulhos de espanta-espíritos ou sinos tibetanos. Era um local prático mas que funcionou muito bem e que foi muito bem trabalho por estes dois professores.

13047851_10156795255455453_5306974358834032777_o.jDepois deste “banho” de energia positiva para o corpo e para a mente, voltamos às técnicas de corrida onde o Bruno Rodrigues nos ensinou para melhorarmos a postura e a passada. Algo que, no meu caso tem sido uma aposta e sobre o qual irei escrever aqui no blogue em breve para ajudar quem nos lê. O Bruno e o Luís fazem uma dupla dinâmica e vencedora. Tal como o Yoga como a Corrida em conjunto

 

Confesso que tanto a sessão de Yoga como as explicações de técnica de corrida ainda perduram tanto na minha mente como no meu corpo. Senti necessidade de mais e adorava repetir com regularidade esta experiência. Agora consigo perceber a evolução da Bo. E até consigo perceber esta minha necessidade de equilibrar a vida super agitada, citadina, cheia de ecrãs, com o Yoga e a corrida nos trilhos. Fiquei fã, como se nota, e recomendo.

 

Namastê.

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