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Correr na Cidade

I Trilhos de Bellas: Marquem na agenda

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Por: Tiago Portugal

 

Marque já na agenda o próximo dia 31 de outubro, data em que se realizará o I Trilhos de Bellas

 

A prova será organizada em conjunto pela "A Associação Desportiva GO!Runners" e a Junta Freguesia Queluz-Belas, na vila de Belas, concelho de Sintra. Os I Trilhos de Bellas prometem ter um percurso variado em trilhos, estradões, caminhos florestais, corta-fogos, single tracks e passagens por ribeiros. Com partida e chegada na localidade de Belas, esta prova visa a promoção e divulgação turística e ambiental da região e da promoção do desporto em meio natural.

 

A prova terá 3 modalidades: 

  • Trail Longo (TL) – Distância K25+;
  • Trail Curto (TC) – Distância K10+;
  • Caminhada (C) – Distância aproximadamente de 7K.

 

A madrinha da prova será a Sofia Roquete, sendo o padrinho o "nosso" Stefan Pequito. 

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Fique a conhecer um pouco mais sobre o I Trilhos de Bellas com uma entrevista feita a Filipe Sousa, um dos organizadores da prova. 

 

Nesta primeira edição que mais-valias pretendem trazer ao Trail nacional?

 

Esperamos que seja uma prova em que o princípio de ser uma prova feita por atletas para atletas seja uma mais-valia. Sabemos que existem grandes provas de Trail com pergaminhos a nível internacional, mas queremos que seja uma referência para o futuro a nível regional e quem sabe a nível nacional.

 

Qual a diferença entre esta prova e a outras que já existem? O fato de ser perto de Lisboa é uma mais-valia?

 

Não podemos comparar provas directamente umas com as outras. Além disso nós aprendemos com outras organizações, quer sejam nas coisas boas como nas más, pois com os erros também aprendemos. Queremos que os Trilhos de Bellas sejam uma prova em que os participantes sejam bem recebidos antes, durante e depois da prova e que se sintam como se estivessem em casa, e que voltem para futuras edições.
Claro que estar perto de Lisboa é sempre um valor enorme (a 15K ). Pois existem poucas provas de trail na zona.

 

Qual a dinâmica que quiseram imprimir a esta prova, e qual a importância para a região onde se insere?

 

Promover a actividade desportiva na região pois temos trilhos espectaculares, que muitas pessoas mesmo de aqui perto não conhecem. A área onde está inserida a nossa prova tem um cariz histórico muito grande que queremos dar a conhecer, com várias quintas de tempos dos reis, palácios e o aqueduto.

 

Quantos participantes esperam receber em Belas, tanto para os 25k como para os 10k e para a caminhada?

 

500 participantes. É o limite que queremos e iremos atingir. Essas vagas são em conjunto para as 3 provas. Mas contamos que a prova dos K25+ seja a mais concorrida. A nossa prova de K10+ é uma excelente prova para que se está a iniciar no Trail e a caminhada uma boa oportunidade de conhecer locais com história da zona.

 

As inscrições já estão abertas? Quais os preços e como me posso inscrever?

 

Sim, já se encontram abertas as inscrições. Colocámos preços que pensamos serem acessíveis, 10€ na prova longa, 8€ para o trail curto e 6€ que se quiser inscrever na caminhada. Basta acederem a www.facebook.com/trilhosdebellas para terem acesso a toda a informação sobre os Trilhos de Bellas. Para um acesso directo às inscrições basta seguir o link: http://www.omdceventos.com/index.php/provas-a-decorrer/trilhos-de-bellas

 

Irão existir almoço após a prova? E Zona de banhos?

 

Não iremos ter almoço, mas iremos ter um abastecimento final com sopa e sólidos. Disponibilizaremos banhos para quem quiser.

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 Se tivesse que descrever o percurso o que nos poderia dizer? A nível de altimetria como vai ser? Será um percurso mais técnico ou mais “rolante”?

 

Sendo uma zona de serra com baixa altitude, não iremos ter um altimetria que possamos dizer que será muito duro, pois a categorização da ATRP andará entre o grau 1 e o 2. Teremos algumas partes técnicas, os estradões existentes serão sempre a subir ou a descer, pois apesar da baixa altitude existem muito poucas zonas planas na zona.

 

Qual o ponto mais alto do vosso percurso e existem locais emblemáticos da região por onde os atletas vão passar?

 

O ponto mais alto da zona é o Monte Suímo, a uma altitude de 291m. Os atletas irão passar por moinhos antigos, trilhos de estradas dos tempos dos romanos, zonas do aqueduto que liga a Lisboa (na altura dos romanos - Olisipo), além de quintas seculares e palácios.

 

Que conselhos dão aos participantes, em ambas as distâncias (calçado, tipo de material obrigatório, roupa)?

 

A zona é normalmente ventosa, e em dias de mau tempo muito complicada em termos de nevoeiro, vento e chuva. Não teremos material obrigatório, salvo alguma excepção perto do dia da prova em que a previsão meteorológica o possa exigir, a qual será transmitida antecipadamente aos atletas. Por agora aconselhamos o telemóvel e de copo ou reservatório (não disponibilizamos copos ou garrafas por ser uma zona de natureza e tentamos que haja o menor lixo possível, sendo o que houver limpo durante a prova).

O trail running percebe-se cada vez mais, como uma vertente agregada à corrida, mas como vêem o crescimento de provas de trail? Como explicam a adesão a este tipo de provas por parte dos portugueses?

 

O espirito do trail! A entreajuda tem sido a principal diferença para as provas de estrada. Quem pratica trail e treina nas serras, no mato, na montanha, onde seja possível fora de estrada, o contacto com a natureza e a sua ligação com os atletas é fenomenal. O facto de no trail podermos ter estradões, single tracks, atravessamentos de rios e ribeiros, o piso desde areia, terra batida, pedra ou lama, e de tanto subirmos vários quilómetros como logo a seguir podemos ter descidas brutais e com vistas deslumbrantes isso faz a diferença!
Dizem quem corre na estrada e experimenta o Trail jamais vais querer deixar de correr nos trilhos!

 

Do que estão à espera? Continuem, ou comecem a treinar que nós esperamos por vocês.  

Preview: Mochila Raidlight Gilet Responsive 8L

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Na sequência das experiências com duas mochilas Raidlight, a Mochila Raidlight ULTRA 8L e a Mochila Raidlight OLMO R-ZONE, o representante da marca Raidlight em Portugal, a DMAKER, gentilmente nos proporcionou mais uma oportunidade de testar uma mochila desta marca francesa – Raidlight Gilet Responsive 8L.

 

Esta mochila, ou melhor colete, ao contrário das testadas anteriormente, tem dois modelos, um masculino (que irá ser testada pelo Tiago Portugal) e um feminino (a ser testada pela Bo). Para além disso, outra novidade é que a mochila está disponível em dois tamanhos, S/M e L/XL. A mochila pode ser usada com bexiga (vendida em separado) ou soft flasks (vendidas em separado). Nós iremos optar pelas soft flasks da Raidlight.

 

Segue o preview em vídeo feito pelo Tiago Portugal e algumas imagens do modelo feminino:

 

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O meu Ultra Trail du Mont-Blanc (UTMB) - Crónica III

Faltam menos de 2 semanas. No dia 28 de agosto de 2015, cerca de 2300 participantes, entre as quais muitos portugueses, irão dar o tiro de partida do UTMB.

 

Esperamos por relatos e histórias fantásticas de todos os que se aventuram neste prova épica e iremos seguir com atenção o desenrolar da prova e acompanhar os esforços de todos os nossos amigos.

 

Enquanto aguardamos podemos saborear a fantástica aventura do David Faustino e o seu UTMB de 2014. Podem reler aqui a crónica II  e a crónica I.

 

A vontad de um dia estar presente e fazer parte desta comunidade aumenta.

 

Por: David Faustino

 

Meta à vista

O Sábado é passado no meio de paisagens de postal, continuando a alternância de subidas e descidas com o cansaço a ser cada vez mais um companheiro de viagem.

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Durante a tarde, deixamos Italia e entramos na Suiça. Nada muda muito. Subidas, descidas e cada vez mais cansaço. O corpo pede descanso, mas sabemos que ainda falta muito.

 

É talvez a parte da prova que mais me custou. Estamos com mais de 24 h decorridas e ainda faltam cerca de 50 kms. Num ou noutro abastecimento vou pedindo informações sobre a minha mulher. Nem sempre consigo obter resultado, mas vai dando para acompanhar. As últimas informações permitem-me concluir que tem vindo num ritmo relativamente constante e previsível. Isso é bom, vamos lá regressar a França!

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 Cansado

 

A entrada na segunda noite traz-me sensações ambíguas. Se por um lado o corpo já não quer continuar, por outro a mente (e o Garmin) dizem: são dez da noite e já “só” faltam 35 kms. Está quase.

 

O quase é bastante relativo. A parte final do percurso é mais técnica e a progressão mais lenta. A velocidade de progressão já é sempre medida a dois dígitos o km. O percurso eterniza-se. Por outro lado, tendo toda a prova sido feita sem quedas e sem nenhuma dor localizada, agora sinto uma dor aguda no tornozelo direito que toca no sapato a cada passada. Progressivamente, ao longo da noite, a dor torna-se difícil de suportar. Com os bastões até poderia aliviar o apoio no pé, mas sobre bastões já está tudo dito. Aperto o sapato. Alargo os atacadores. Sento-me para repousar. Retiro palmilhas. Volto a apertar o sapato doutra maneira. Nada resulta e o tornozelo já está em tamanho XXL, assim como a dor que dele emana. A dupla Salomon XT Wings 3/tornozelo não se está a entender, para meu desespero.

 

As sensações de prova começam a ser claramente negativas, mas não vou ficar a 20 kms da meta. Faz-se luz! Retiro o Buff, que já não estava a usar, da mochila e coloco-o por baixo da palmilha do sapato, fazendo altura e evitando assim o contacto do sapato com o tornozelo. Já não dói (quase) nada!

 

Sentia que agora dificilmente algo me iria impedir de chegar ao fim, mas estava desgastado por tudo o que se tinha passado e, obviamente, pela distância.

 

Estamos a chegar ao final da noite, estou de rastos, e no abastecimento dizem que faltam menos de 11 Kms e que é sempre a descer.

 

Dificilmente algumas palavras poderiam ter mais impacto em mim: 11 kms, sempre a descer! Invade-me uma estranha sensação de euforia e sinto uma força que me surpreende. Resolvo desatar a correr monte abaixo. Primeiro com alguma cautela, já não corria há algumas horas. A sensação não passa e corro cada vez mais. Passo por pessoas que me ultrapassaram ao longo das minhas dificuldades e que ficam algo perplexas com este renascimento. Alguns inspiram-se e começam a correr também. Um espanhol acompanha-me e, puxando um pelo outro, entramos em Chamonix para os últimos dois quilómetros feitos a 5’30/Km.

 

Naquelas ruas, nos metros finais, sinto gosto em correr, sinto-me feliz por estar ali, doí-me 99% do corpo, mas tenho a cabeça 100% repleta de sensações positivas. Revejo flashes da prova: a chuva, os bastões, onde está a minha mulher, sentado naquela subida a tirar o sapato.

 

Passo a meta. Acabou.

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 Chegada!

 

O Rescaldo

 

Recupero o folgo, vejo o ecrã com a classificação e pergunto pelo dorsal da minha mulher. A previsão de chegada permite-me descansar um pouco até lá. Decido ir para o carro. Entretanto, lembro-me que o prémio de finisher é um colete e que me esqueci do levantar. Volto atrás. A viagem para o carro é infindável. Não há célula do meu corpo que não doa. Chego ao carro, coloco um alarme no telemóvel e instantaneamente adormeço.

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Para o homem comum é apenas um colete made in Vietnam, mas é a peça de vestuário mais desejada do corredor de trail amador.

 

Acordo sobressaltado ao som do alarme, tento calçar-me (dói), troco alguma roupa (dói) e volto à meta (dói).

 

Pouco depois chega a minha mulher e aí terminou realmente o UTMB para mim, para nós.

 

Ainda fomos surpreendidos pela presença junto à meta da proprietária da casa onde ficámos em St Gervais, acompanhada dos filhos. Segui-nos ao longo da prova pela internet e quis estar à chegada para felicitar-nos. Parecia mais satisfeita do que nós próprios com o nosso desempenho. Fiquei sensibilizado e agradecido por alguém se dar ao trabalho de fazer isso, num Domingo de manhã, a pessoas que conheceu três dias antes e que, provavelmente, não voltará a ver. Pequenas coisas, mas que marcam…

 

O que reter desta aventura? Talvez que há coisas que não se contam nem se explicam, têm de ser sentidas. Tenho a sorte de ter comigo alguém que, por mérito próprio, também sentiu o UTMB e por isso não tenho necessidade de explicar como foi ou de justificar porque tinha de o fazer. Aos outros não vale a pena tentar explicar, porque provavelmente não o irão entender.

 

Por isso nunca o fiz… até hoje.

Uma embirração especial: óculos de corrida

 

Por Filipe Gil:

No que se trata de equipamentos de corrida (ou mesmo de bicicleta) tenho uma embirração especial: óculos de sol! Acho-os, na sua grande maioria, “foleiros” e de muito mau gosto estético. Estou a escrever, claro, dos óculos de sol que as marcas criaram para os atletas.

 

E se nos últimos três anos temos visto uma grande, enorme, evolução estética em tudo o que se relaciona com a corrida, só de lembrar a evolução dos modelos da Adidas, da Asics, da New Balance ou da Puma, a maioria dos óculos de sol continuam - no meu entender - fora dessa evolução.

 

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Muitos desses óculos (como os da imagem acima) são muito caros e tem em si um tecnologia fantástica que, de facto, protege o corredor/ciclista. Contudo, este é um post sobre estética (e gosto), e pessoalmente, acho-os muito, muito feios.

 

E há outras soluções no mercado que também protegem e que, esteticamente, são mais interessantes e ficam bem, na cara da maioria das pessoas -seja com buffs ou capacetes de ciclismo. Assim, apresento-vos algumas sugestões estéticas (e de qualidade) para usarem durante a vossa corrida (passeio de bicicleta). 

 

Marca: Hawkers Modelo: Artic White Nebula One Preço: 20€

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 Marca: Polaroid Modelo: Seasonal Preço: (+ ou - 70€)

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 Marca: Ray Ban Modelo: Wayfarer Preço: (+ ou - 120€)

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 Marca: Refleczo Modelo: Impulse - Rubberized Preço: 44€

img_2589_2.jpgMarca: Oakley Modelo: Marc Marquez Signature Silver Preço: 

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E já agora, fica a dica, porque não comprar marcas de óculos portuguesas. Basta uma pesquisa na Internet e encontramos algumas. 

 

Boas corridas...com estilo!

 

Vem aí o Trail das Bruxas!

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Por Filipe Gil:

 

Será em Bucelas, na noite de dia 31 de outubro, noite de Halloween, que se irá realizar o 1º Trail das Bruxas organizado pela mesma equipa que faz o Trail de Bucelas  - uma das provas mais participadas da zona de Lisboa – o Grupo Bucelas Aventura. Desta feita em parceria com o Clube de Futebol Os Bucelenses. E as inscrições abrem HOJE!


Será, portanto, um trail noturno, com início pelas 20h30m, de 15km e uma caminhada de 7km. E já falámos com a organização que nos revelou que vão existir algumas surpresas…e mais não dizemos.


Aqui ficam os detalhes da prova:

Início da prova: Pavilhão Leonel Pires, Bucelas
Partida: 20h30m
Valor da inscrição: 13€ para os 15km e 7€ para a caminhada.
Data limite de inscrições: 16 de outubro ou 400 participantes no trail e 200 caminhantes.

Ainda de acordo com a organização as inscrições incluem: Dorsal, Brinde para todos os participantes, Abastecimentos sólidos e líquidos, Refeição final (sopa, bifana e fruta), Duche e Seguro de Acidentes Pessoais.


O Trail das Bruxas será cronometrado e vai ter medalhas para os cinco primeiros classificados. Para mais informações, consultem o site:

 

Nós, CNC, vamos ser media partners da prova e lá iremos estar.E vocês? Alinham ou têm medo de passar uma noite das bruxas no meio dos trilhos…

Equilibrium - Um novo conceito de loja de desporto

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Por: Tiago Portugal

 

Aos poucos os portugueses estão a ganhar consciência da importância da prática de atividade física. Os hábitos e as rotinas alteram-se e cada vez mais o exercício faz parte do quotidiano de muitos portugueses.

 

Fomos conhecer uma nova loja em Algés, a Equilibirium, que pretende ser além de uma referência nas áreas da corrida, trail, natação, triatlo, um ponto de encontro para todos os apaixonados por estas modalidades.

 

Localizada na Avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés,38-A em Algés, a Equilibrium - Soluções Desportivas, abriu portas em Março de 2015. 

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Leia a entrevista a Sérgio Dias, um dos sócios fundadores.

 

1. Qual o conceito da vossa loja?

 

A Equilibrium é um espaço com múltiplas vertentes, que permite servir atletas de modalidades como o Ciclismo, Corrida, Trail, Natação e Triatlo, desde o atleta iniciado até ao profissional. Num só lugar os atletas terão acesso a uma oficina de mecânica, às melhores marcas especializadas, nutrição, massagem, bikefits e a profissionais conhecedores e apaixonados, que serão um auxílio precioso na resolução de quaisquer situações ou no esclarecimento de dúvidas e aconselhamento técnico.

 

2. Como nasceu a ideia deste projeto e quando foi lançado? 

 

Este projeto nasceu dos sonhos dos dois sócios fundadores (Bruno Bastos da Silva e Sérgio Dias,) de tornar real um espaço de qualidade e profissional dedicado aos três desportos que compõem o Triatlo, não só com os produtos necessários à prática dos mesmos, mas também com todos os serviços associados. A Equilibrium - Soluções Desportivas, abriu portas em Março de 2015 na Avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés,38-A em Algés, contudo o projeto já existia "no papel" há mais de um ano.

 

3. A vossa loja é enquadrada nas várias modalidades do triatlo ao trail, porque apostaram nestas modalidades? São as que apresentam maior crescimento?

 

Efetivamente a corrida em primeiro lugar, o ciclismo logo a seguir e nos últimos dois anos também o triatlo (numa vertente mais popular), apresentam crescimentos muito significativos, contudo não foi esse o motivo para apostarmos nestas modalidades.

 

A aposta nestas modalidades prende-se em primeiro lugar com o gosto e profundo conhecimento deste mercado por parte das pessoas envolvidas na Equilibrium. Por outro lado, os atletas alvo são um nicho de pessoas apaixonadas pelas suas modalidades e pelo treino, que procuram sempre as últimas novidades em termos de tecnologia e performance, algo que as lojas generalistas têm dificuldade em alcançar e que nos propomos fazer.

 

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4. Qual a tipologia de produtos que vendem no vosso espaço?

 

A Equilibrium tem um espaço com uma área de 140m2 em que se distribuem diversos produtos, dos quais realçamos as bicicletas, desde a BTT mais simples ao topo de gama de Contra Relógio, equipamentos de treino e de competição de Triatlo, Trail, Ciclismo e Natação, Nutrição, relógios desportivos com GPS para treino e competição, calçado desportivo para corrida urbana e de trail e material para manutenção e reparação de bicicletas, entre outros.

Só trabalhamos com marcas de qualidade e de referência na área como Boardman Bikes, ZeroD, Suunto, Adidas, Salomon, Compressport, ZipVit, .....

 

5. E que tipo de serviços disponibilizam aos vossos clientes?

 

Temos um espaço próprio para massagem desportiva e avaliação de lesão, onde os nossos profissionais realizam o seu trabalho proporcionado aos nossos clientes as melhores condições.

Existe ainda uma sala de exercício que está preparada para treinos em grupo (rolos) e outros tipos de treino indoor, bikefittings, ou palestras direcionadas para temas relevantes na área desportiva.

 

6. A Equilibrium quer ser mais do que uma loja, certo? E quer ser uma referência, um ponto de encontro. Como o vão fazer?

 

O objetivo sempre foi ser uma referência para estas modalidades, sendo também um local onde se pode ter acesso aos melhores produtos do mercado. Será um ponto de partida para treinos de corrida e ciclismo para grupos de vários níveis, um local de encontro e de saber onde os atletas podem trocar impressões sobre as suas experiências e contactar com outras pessoas do meio.

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7. A loja está localizada entre Algés e Miraflores. Existe alguma razão específica para esse local? 

 

Para nós era importante que a Equilibrium fosse num local onde o acesso de bicicleta fosse fácil, perto do centro de Lisboa, mas fora de Lisboa, com estacionamento automóvel fácil.

 

Esta zona tem uma densidade populacional elevada, tem serviços, empresas e é muito próxima de centros desportivos fulcrais como Monsanto e o Jamor, onde a prática de corrida urbana e de trail, o ciclismo e a natação estão muito presentes.

De referir que a Avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés, é um ponto de passagem muito frequente de ciclistas que se dirigem depois à estrada marginal ou a Monsanto, para a partir dali organizarem as suas voltas.

 

8. Irão ter atividades ou treinos regulares?

 

Sim, está neste momento a ser planeado o calendário para a época que aí vem, mas podemos desde já adiantar que iremos ter treinos semanais de corrida e uma volta de bicicleta ao fim de semana, entre outros eventos pontuais.

 

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9. Será uma única loja ou vão expandir para mais locais em Lisboa ou Porto?

 

Para já pensamos em centrar-nos na zona da Grande Lisboa e a partir da recetividade e do crescimento do projeto que formos tendo, avaliar uma possível expansão para outros mercados do País.

 

10. Também vão apostar o e-commerce?

 

Uma das grandes mais-valias da Equilibrium é o conhecimento das pessoas que aqui trabalham e o tratamento personalizado e cuidado que damos aos nossos clientes. 

É também isso que faz com que tenhamos sempre clientes satisfeitos, pois recebem um aconselhamento de topo em relação aos produtos e serviços que realmente se adaptam a cada atleta em cada situação.

 

Tudo isso se perde na relação impessoal da internet, pelo que não será à partida um caminho a seguir, contudo temos feito algumas vendas para alguns pontos do País mais distantes, cuja origem foi na nossa página do Facebook ou por telefone. Brevemente na nossa página de internet, que se encontra em construção, teremos os produtos que comercializamos e que poderemos enviar por via postal.

 

Nota: Durante o mês de Agosto, todos os produtos de running estão em promoção (promoções de 30% em todos os produtos de running em stock das marcas Adidas e Salomon: calçado, têxtil e acessórios).

 

Review: Pearl Izumi E:Motion Trail N2

Modelo: Pearl Izumi E:Motion Trail N2

Testado por: João Gonçalves

Características pessoais: Neutro e 73Kg de peso

Condições de teste: Mais de 100km percorridos em trilhos por Monsanto, Serra do Buçaco e Serra de São Mamede, passando por vários tipo de terreno e ambientes de treino, foram também a minha escolha para fazer o Trail Noturno da Lagoa de Óbidos.

 

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Confesso que só há relativamente pouco tempo, tomei conhecimento que a Pearl Izumi estava implementada do mercado da corrida, pois apenas tinha conhecimento da marca pela sua presença no ciclismo, e como eu, acredito que esta seja ainda uma opinião generalizada, contudo começa a notar-se uma aposta forte da marca na entrada neste segmento e que merece o meu aplauso, pois acredito que há um lugar para ela.

 

Há semelhança dos Pearl Izumi E:Motion M2, já testados pelo Tiago Portugal, estes N2 também fazem parte da linha E:Motion que divide o amortecimento em níveis, estando estes no nível 2 que representa o “Moderado”, quanto ao “N” significa Neutro, ou seja, é uma sapatilha indicada para corredores de passada neutra que apreciam algum amortecimento durante as suas corridas.

 

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Quanto ao teste efetuado a estas sapatilhas foi positivo? Com tinha já referido no Unboxing e 1ª Impressão,  algo me dizia que ia gostar muito destas sapatilhas e não me enganei, são umas sapatilhas leves, super confortáveis e fáceis de usar deste a primeira corrida, basicamente é como calcar umas meias.

 

Design e Construção

 

Não escondo, gosto muito design destas sapatilhas, acho-as bastante bem conseguidas, aliás foi um dos primeiros comentários que tive quando as vi pela primeira vez, num esquema de cores simples, tendo a base em preto e um azul quase elétrico que realça todos os pormenores da sapatilha, desde a sola, ao logo da marca situado na lateral e as zonas que envolvem e dão aperto ao pé. Os atacadores também são no mesmo tons de azul e possuem uma forma não usual, a sua forma quase se assemelha a uma tira de salchichas frescas com zonas mais salientes que permitem não só, que depois de apertados o nó permaneça no “sitio” sem problema, como dão alguma flexibilidade aos atacadores permitindo maior conforto.

 

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É de realçar a qualidade dos restantes materiais e os acabamentos utilizados tanto no upper como no seu interior, no que toca à sola o desgaste é praticamente inexistente ao fim de mais de 100km.

 

Em resumo no design e construção, as N2 desta marca japonesa levam uma nota muito positiva.

  

Estabilidade e Aderência

 

Como todas as sapatilhas da linha E:Motion, a Pearl Izumi uma tecnologia denominada de Dynamic Offset que proporciona uma transição suave desde o momento que pé toca no solo até ao momento que o larga o solo, o que permite são só estabilidade na passada como uma bom retorno de energia.

 

Como já indicado, estes N2 são sapatilhas para uma passada neutra indicados para corredores queiram um leveza e conforto, dois pontos que por vezes não estão sempre ligados, a zona do calcanhar está bastante reforçada e em conjunto com a palmilha que tem uma forma de copa, permite um bom encaixe para o pé, garantido a estabilidade nesta região.

 

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Contudo é neste ponto que tenho os meus senão a estas sapatilhas e vou dividir aqui este ponto em dois:

 

Se estamos a falar de percurso em trilhos muito corríveis e rápidos e sem grande dificuldade técnica, estas N2 são fantásticas, é esta a sua praia, rápidas, leves, confortáveis e boa aderência ao piso, não foi à toa que foram a minha escolha para o Trail Noturno da Lagoa de Óbidos que para mim tem todas estas caraterísticas.

 

No caso de estar de percursos mais técnicos onde a exigência das sapatilhas é levada a outro nível a minha pontuação não pode ser tão alta, pois é aqui que estas N2 mostram algumas deficiências tanto em termos de estabilidade como de aderência ao piso, o pé tende a movimentar-se muito no interior da sapatilha, quando entramos em terrenos mais sinuosas, bem como a sola tente a derrapar constantemente não transmitindo muita confiança.

 

É um modelo pensado para os chamados “estradões” em terra batida, menos técnicos e sinuosos e devo salientar que neste campo fazem o seu trabalho de maneira irrepreensível.

 

 

Conforto

 

Como já referi, são como calcar umas meias, é uma sapatilha que se nota confortável deste a sua primeira utilização, o seu ajuste é perfeito e depois dos atacadores bem atados sentimos que o pé fica envolvido e ajustado na perfeição.

Outro ponto que considero muito importante é a escolha de materiais e aos acabamentos do upper das N2, num material de excelente qualidade e sem existência de costuras, contribuem para uma sensação de “um todo” quando calçamos estas N2.

 

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Tendo eu a parte da frente do pé bastante larga, existem muitos modelos nos quais sinto confortável, mas para minha satisfação o mesmo não acontece com estas sapatilhas, são suficientemente largas à frente o que permite abrir os dedos dos pés nas sua totalidade, ainda na zona frontal das sapatilhas, existe um bom reforço na sua construção que oferece uma boa proteção quando bateremos contra um outro objeto mais duro, seja uma pedra ou uma raiz mais saliente, para uma proteção extra contra estes objetos, mas desta vez quando os pisamos, existe também uma rock plate que protege a sola do pé.

 

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Em suma, é uma sapatilha muito confortável deste a sua primeira utilização, mesmo em treinos em cenários de grande calor, estas demonstraram capazes de o dissipar bastante bem, mantendo o pé seco, levando assim um óptima pontuação neste ponto.

 

Ficou a faltar o teste em condições de chuva mas dada a altura do ano, não foi possível efetuar o mesmo.

 

Amortecimento

 

Estas E:Motion N2 enquadram-se no segundo nível de amortecimento (moderado) da Pearl Izumi e com um drop de 4mm anunciado pela marca, estas sapatilhas conferem um amortecimento confortável que permite atacar o solo com confiança e garantia que não nos vamos aleijar ao pisar certas regiões de terreno, sem no entanto perdermos o taco do chão. A sola é composta por vários níveis de densidade que para além de absorverem os impactos de uma forma excelente devolvem a energia para a passada, aliado ao facto de serem sapatilhas leves, torna-as bastante rápidas. 

 

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Nesta secção não à muito mais a dizer, o amortecimento excelente, moderado mas confortável o suficiente para absorver os impactos sem perdermos a sensação do ambiente que nos rodeia, permitindo atacar o solo de uma forma mais agressiva com conforto.

 

 

Preço

 

O PVP ronda os 100€ - 120€, que tendo em conta a qualidade dos materiais e a qualidade de construção é um preço justo, só não levam um pontuação mais elevada neste ponto, pois na minha opinião são muito específicas em termos de terreno.

 

Avaliação Final

Design/Construção 19/20

Estabilidade e Aderência 16/20

Conforto 18/20

Amortecimento 18/20

Preço 17/20

 

Total 88/100

 

Em resumo e em jeito de balanço, estas Pearl Izumi N2 Trail são sapatilhas que não desiludiram, adorei usa-las ao longo durante os testes e sem sombra de dúvidas que vão entrar na minha rotação para treinos e provas até 30K sem grande exigência a nível técnico, gostaria sim, que neste campo elas demonstrassem outra eficiência, contudo, não foi para isto que foram construídas e assim são umas sapatilhas bem verdadeiras.

 

Uma excelente escolha para quem quer umas sapatilhas rápidas, leves e confortáveis.

 

Correr é Liberdade (parte 1) - Aprender

 

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Por : Tiago Portugal

 

A corrida é o desporto mais livre e democrático que conheço e já pratiquei. 

 

Temos ao nosso dispor uma grande liberdade de escolhas e um leque variado de opções. Dos poucos desportos onde somos livres para escolher o que fazer, como, onde e com quem.

 

Depois do investimento inicial em material, que podemos considerar como a taxa de inscrição, a mensalidade é gratuita. Temos assim uma inscrição inicial, 60-70 euros de material em saldos já com alguma qualidade, que nos dá acesso a uma utilização total e livre, o investimento posterior fica para outras núpcias, e dependerá sempre dos nossos objetivos.

 

Se estou cansado saio e corro só 30-40m, se pelo contrário cheguei do trabalho "chateado" e preciso de descarregar vou correr 10km durante os quais despejo todo o stress, lançar um ou outro impropério silencioso a quem de direito, e "dou tudo o que tenho", até não ter energia para pensar mais no que me aborrecia.

 

Quando? Na altura que preferir, me apetecer ou puder. De madrugada, manhã, de tarde ou de noite, vou quando quero. Ainda tenho a vantagem de poder mudar o horário consoante a minha agenda.

 

Onde? Onde quiser, desde que não seja no meio da estrada. Se já não me apetece percorrer o paredão de cascais, não faz mal, vou dar uma volta a outro lado. Quero apanhar ar fresco? Tenho solução e sigo para a natureza, pego no carro, vou até Sintra e percorro os lindos trilhos da serra. Se preferir algo mais perto de casa ou do trabalho fico-me pelos trilhos de Monsanto.

 

Posso correr em qualquer lado: estrada, trilhos, relva, areia, neve e passadeira, tudo serve para dar uns passo e praticar um pouco. 

 

Como? Não existem regras nesta seção, quase tudo é permitido. Calças, calções (justos ou alrgos), t'shirt, singlet, camisola, casaco, boné, buff, de qualquer cor ou feitio. Posso até ir correr de pijama, a única regra é não ir nú, para quem aprecia essa modalidade recomendo a légua nudista. Com sapatilhas, caras ou baratas e até mesmo descalço. Que saiba, só não posso correr despido de resto vale tudo desde que a pessoa se sinta bem e confortável, a imaginação não tem limites.

 

Na corrida a individualidade de cada um pode ser esplanada através da forma como a praticamos, até no mais simples dos adereços e pormenores.

 

Tenho total controlo sobre o que vou fazer e, melhor ainda, posso alterar os meus planos a qualquer momento. A corrida é um desporto muito flexível. Se me estou a sentir bem faço mais uns quilómetros, se estou cansado e dou o dia por terminado faço meia volta e volto para casa, até posso deixar de correr e ir a andar ou por outro meio de transporte.

 

Uma das coisas que mais aprecio neste desporto é que posso correr sozinho ou acompanhado. Existem alturas para as duas situações e felizmente temos muitos grupos onde nos podemos inserir e correr em companhia, às vezes em grupo fica mais fácil.  

 

Já viajei e passei por locais em Portugal que seguramente não veria senão fosse pela corrida. É um desporto tão livre que até de férias o posso, e devo, praticar. Aliás, correr pode ser uma das melhoras formas de conhecer uma nova cidade.

 

As razões que descrevi foram só algumas das que inicialmente me fizeram gostar deste desporto.

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Mas engane-se quem pense que correr é fácil. Para muitos, nos quais me incluo, começar a correr é penoso. Quando comecei arrastava-me literalmente pelos cerca de 3km do paredão de Cascais, pareciam intermináveis.

 

Foi preciso esforço, paciência e determinação para ultrapassar as dificuldades físicas inicias e, finalmente, conseguir correr o paredão todo sem parar. E tão feliz que fiquei.

 

A mesma alegria que senti quando terminei a minha primeira prova de 10k, o meu primeiro trail.  

 

Aos poucos a corrida começou a fazer parte de um ritual que me permitiu ficar e manter mais saudável, mental e fisicamente.

 

Mas foram precisos quase 2 anos para começar verdadeiramente a retirar algum tipo de prazer deste desporto.

 

Mas hoje em dia posso afirmá-lo: gosto de correr, sou mais feliz quando o faço e adoro partilhar esses momentos com amigos.

O meu Ultra Trail du Mont-Blanc (UTMB) - Crónica II

Esta é a história do David Faustino e a sua epopeia no Ultra Trail de Mont-Blanc em 2014. Depois da fantástica crónica 1 que podem reler aqui fiquem com o ínicio da prova do David.

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  A primeira de muitas subidas

Por: David Faustino

 

Início da prova

 

Os primeiros minutos foram estranhos. Estava compactamente rodeado de corredores, o que me fez lembrar a saída da maratona de Boston, mas eram pessoas que pareciam não ir correr, carregadas de mochilas, bastões, a parar para se despedir do filhos, a tirar uma selfie com o grupo de amigos, ou seja transmitindo uma atmosfera que nunca tinha sentido após o tiro de partida. Depois havia aquele olhar estranho que não era o da habitual concentração com algum nervosismo à mistura, este transmitia um medo mal dissimulado. Parecia que algo de mal lhes ia acontecer… Havia muita emoção no ar que se transmitia entre os participantes, mas que também vinha do muito público que, apesar da chuva, estava presente para o pai, a filha, o amigo ou apenas para apoiar esta gente colorida que se lançava numa volta pela montanha… para mais tarde voltar ao mesmo ponto de partida.

 

Após esses momentos iniciais, lentos em progressão, mas ricos em emoção, comecei a sentir o apelo da razão que me lembrou que existiam tempos de corte a cumprir e que, passados 10 minutos, tinha percorrido apenas cerca de 500 metros. Assim, com um passo de corrida em que o ritmo foi gradualmente aumentando, fui passando pelos menos apressados de forma a colocar-me junto dos corredores anónimos que estavam no ritmo que me parecia adequado para a prova que pretendia fazer. Penso que este foi um ponto determinante para o meu desempenho. Estar no grupo certo, com referenciais adequados, permite-nos aferir se estamos rápidos (então mas eles não estão a acompanhar porquê?) ou se estamos distraídos e a ficar lentos (ainda agora estávamos juntos e agora eles já ali vão!). No primeiro ponto de controlo (13 Kms) estava na posição nº666, no final cheguei em 508º. Havendo cerca de 30% de desistências, isso significa que consegui o objetivo de ser regular durante a prova.

 

O percurso inicial é bastante adequado ao natural esticar do pelotão nos primeiros quilómetros. Plano até aos 10 Kms (sim o UTMB tem 10kms planos!), feito em asfalto e estradões, permite correr sem limitações. Após essas facilidades iniciais, apresenta-se a primeira subida da prova, com cerca de 800 m de D+ em 4 Kms. É a primeira de muitas, sente-se pela cautela na abordagem, retiram-se bastões das mochilas e o pelotão estica-se ainda mais. Chove copiosamente e eu opto por não retirar ainda os bastões, dada a pouca tecnicidade do terreno.

 

Percorridos estes primeiros quilómetros, a sensação é de que a prova decorre com muita naturalidade por um percurso lógico e natural, que praticamente dispensa marcações. É o que resulta de estarmos a realizar um caminho pedestre utilizado há várias décadas por caminhantes. Claro que eles demoram um pouco mais, normalmente cerca de uma semana, mas passam pelas mesmas dificuldades carregados com enormes mochilas e por vezes até mesmo com crianças pequenas. Durante a prova cruzamo-nos com eles recorrentemente e trocamos incentivos mútuos. Percebe-se que a organização não arriscou no desenho da prova. Pegou num percurso existente e devidamente implementado no terreno, acrescentando-lhe abastecimentos, suporte logístico e uma vertente competitiva. Estava inventado o UTMB! Simples e apelativo. O sucesso acabou por ser fruto dessa simplicidade, do crescimento da modalidade e da notoriedade que a prova soube angariar. Talvez fosse bom que, por cá, algumas organizações aprendessem também a fazer provas simples e lógicas, aproveitando percursos existentes. Acredito que existe potencial e mercado.

 

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 Início da primeira noite depois de St Gervais

 

Voltando à prova, a chuva foi a nota dominante do início de prova, dificultando principalmente nas descidas mais ingremes e tornando ainda mais pesada a carga que temos de transportar às costas. Iniciei a minha primeira noite numa subida que nos conduzia de St. Gervais (Km 21) ao Refuge Croix du Bonhomme (Km 45) com 2.000m positivos. Foram quase cinco horas de subida contínua. Estava na hora de retirar os bastões da mochila.

 

Pé ante pé

 

Como já tinham começado as verdadeiras subidas, não havia dúvidas de que estava na hora de utilizar os bastões. É consensual que o UTMB é das provas onde eles são mais úteis, devido ao elevado acumulado e às características dos caminhos, na sua maioria pouco técnicos, que facilitam a sua utilização. Não há ninguém na prova que não os utilize, exceto talvez alguns atletas do top ten. Para todos os restantes, são o equipamento mais importante logo a seguir aos sapatos. Os meus já tinham sido companheiros de várias outras provas de montanha realizadas anteriormente e estavam devidamente experimentados. Retiro o primeiro da mochila e puxo energicamente pelo cordão que vai segurar os três segmentos para garantir coesão ao conjunto. Talvez energicamente esteja aquém da realidade. Deve ter sido mesmo à bruta… Fiquei com o fio partido nas mãos e vejo os segmentos tubulares de carbono a resvalar pelo monte abaixo. E com eles, o meu coração…

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 À noite, após um abastecimento na primeira grande subida

 

Fiquei algum tempo parado para perceber o que tinha acontecido. Depois mais algum tempo para perceber o que deveria fazer. Depois disso estava tudo claro outra vez: os bastões só são úteis quando os temos e os podemos utilizar. A primeira parte era verdadeira, a segunda não. O que não tem remédio, remediado está! No abastecimento seguinte peço fita adesiva para juntar (e não perder) os segmentos que entretanto tinha recuperado, no ponto de troca de roupa em Coumayeur ficaram os bastões, o partido e o outro, que já nem tentei abrir.

 

Quanto a bastões, estávamos entendidos. Vendo as coisas pela positiva, era menos uma coisa a atrapalhar. Agora era só acreditar nisso, continuar pelas subidas e descidas e esquecer o incidente. É certo que por vezes era difícil dado que alguns companheiros de caminho, mais curiosos e faladores, perguntavam porque não trazia bastões, que nesta prova davam muito jeito, que o pior estava para vir…

 

A noite foi-se desenrolando numa lógica de sobe e desce de dimensões a que não estamos habituados por cá. Tudo é maior. Não será forçosamente mais difícil, mas as subidas sobem mais e as descidas descem mais. Estamos agora do lado italiano e a montanha é imponente em tamanho e beleza. Com a primeira manhã e após uma descida longa e sinuosa (talvez aquela de que mais gostei), chega o ponto de troca de roupa, Courmayeur.

 

Estávamos com um pouco menos de 80 Kms e ia com cerca de 14 horas e meia. Salvo os bastões, estava tudo dentro do programado. Recolhido o nosso saco no exterior, entra-se num pavilhão. Aqui troco roupa, sapatos e aproveito para, desta vez, comer sentado. Há muita gente por todo o lado, no chão, nos balneários, junto às portas. Opto por uma paragem rápida para não perder o ritmo e porque acredito que quanto mais tempo se está parado, mais difícil é voltar à corrida. Foram exatamente 30 minutos.

 

À saída vejo um companheiro destas andanças, o Aires Barata, e pergunto-lhe se viu a minha mulher. Diz-me que está um pouco atrás e fico mais reconfortado. Está tudo a correr bem, vamos lá acabar com isto.

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 Novo ânimo depois de Coumayeur

Review : Saucony ZEALOT ISO

 

 

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Por Luís Moura:

Nos últimos 12 meses tenho tido a sorte de experimentar diversos pares de sapatilhas, e enquanto anseio mais por uns do que outros devido a expectativas elevadas ou experiências passadas com modelos parecidos, o facto é que ás vezes é difícil de olhar para um modelo 100% isento.

 

Isto passa-se com estas ZEALOT. As expectativas que tinha para estas sapatilhas eram enormes já que tinha feito 900km com as minhas GUIDE 7 e para mim foi uma experiência do outro mundo. Foi por isso, que entrei nesta aventura de experimentar as ZEALOT ISO em treinos mais regulares ou compridos com muita, muita expectativa em cima dos ombros.

 

 

DESIGN

Para mim a Saucony tem sempre modelos "engraçados". Penso que têm a capacidade de agradar à maioria dos atletas com um estilo de corte tradicional ao mesmo tempo que aplica tecnologias e sistemas de amortecimento novos. As ZEALOT tem uma cor muito brilhante, muito clara, o que lhe dá uma visibilidade enorme, quase puxando os olhos para elas devido ao laranja forte que domina a parte superior. E aquele corte lateral com o símbolo disfarçado da Saucony dá-lhe um ar mais agressivo.

 

Os atacadores são "old-school" e apresentam uma boa qualidade geral e são fáceis de usar. A língua e a "meia" que envolve o pé quase todo está bem conseguido e quase que passam despercebidos visualmente. O pormenor de ter bandas refletoras para os treinos mais ao final do dia ou mesmo noturnos é sempre bem vindo para quem precisa ser visto.

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CONFORTO

 

Ao fim de mais de 200km em 2 meses, continua a ser o ponto onde tenho mais dúvidas, pois os sinais que elas dá são muito confusos. Já tenho feito muitos treinos médios de 15/25km pelo meio de Lisboa, indo de vez em quando a pequenos incursões em estradões e no final fico sempre na dúvida.

 

A sapatilha é confortável mas dou conta no final de cada treino a pensar porque me dói aqui e ali, ou porque estou com o pé desconfortável em sitio X.

 

É difícil de descrever, mas enquanto estou a correr apenas as sinto um bocado duras no centro e na estrutura central superior, sendo que a sola ajuda a amortecer os impactos bem. Aliás, a sola PWRGrid+ aumenta em 3mm a altura face a modelos anteriores tentando dar um máximo de conforto enquanto se corre. Parecem umas "falsas duras" na parte inferior, já que num primeiro toque e nos primeiros km's o conforto é menor devido à dureza da borracha.

 

De resto nunca senti desconforto em mudanças de pisos nem quando desço ou subo escadas ou ruas muito inclinadas. Parece-me mais que existe aqui alguma incompatibilidade específica do formato do meu pé em vez da culpa ser das sapatilhas.

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AMORTECIMENTO

 

O amortecimento é médio/médio alto. A sola é um pouco mais dura do que o habitual o que provoca um certo desconforto em algumas situações especificas mas no geral o amortecimento é muito neutro e interessante. Nota-se em algumas situações a altura da sola e parece mesmo que estamos a correr em cima de muita camada de proteção. Essa sensação vai-se esfumando à medida que fazemos quilómetros com elas.

 

Como disse no inicio, consigo fazer treinos de 20km sem quase as sentir nos pés e isso é bom. Apenas diria que em alguns pisos o feedback que recebemos do chão é demasiado filtrado e cria ali um pequena distância entre o que estamos a sentir da corrida com o que vemos no piso.

 

Em alcatrão cumprem muito bem o seu papel de fazer crer que estamos a correr em superfície mais mole do que na realidade é e ajuda um pouco a que não seja tão violento o esforço.

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ESTABILIDADE

 

Acho que neste momento é único ponto onde já não tenho dúvidas sobre estas companheiras de aventuras.

 

São equilibradas e sempre cumpriram com a função de tornar a passada estável e sempre no sitio correto. Mesmo em desvios feitos por estradões em Monsanto, sempre se mostraram à altura do que lhes era solicitado. Dinamicamente são umas sapatilhas interessantes, adaptando-se bem e não deixam os pés fugir do centro da sapatilha.

 

Para ligeiros pronadores como eu nota-se até um bom suporte na parte traseira do pé, apesar de ter sido desenhada para "neutros".

Um ponto que tenho vindo a aperceber-me ao longo destes meses é que de facto a sapatilha vai-se adaptando aos meus pés e algumas sensações iniciais que tinha foram desaparecendo. Existe uma boa simbiose entre a sapatilha a adaptar-se aos meus pés e a minha passada a adaptar-se a pequenas flutuações deste par de sapatilhas perante outros modelos que tenho em casa.

 

O drop baixo de 4mm obriga a pequenas correções na passada para quem como eu tinha o hábito de apenas entrar de calcanhar no contacto com o chão.

 

Mas ao fim de alguns km's penso que naturalmente começamos a mudar a passada e levar um pouco mais para o meio do pé.

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PREÇO

 

O preço normal que é pedido é bastante para os dias que correm. É verdade que a sapatilha tem uma qualidade geral muito boa e é composta por materiais premium, no entanto para o segmento onde se insere o preço normal é um pouco elevado quando comparado com a concorrência que é muito aguerrida actualmente.

 

Quem tiver paciência e/ou sorte de as encontrar em saldos ou promoções pode conseguir apanha-las a +/- 100€ o que as torna nesse contexto num bom negocio.

 

De uma maneira geral e é consensual, as sapatilhas em Portugal tem andado com preços muito elevados para a situação do Pais. Uma boa parte dos corredores neste momento apenas compra as sapatilhas nos saldos ou em promoções e deverá ser um ponto a ser analisado pelos marketings das marcas.

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Conclusão

 

As sapatilhas tem um bom amortecimento e estão dirigidas a corredores com passadas neutras, revelando um bom apoio lateral para quem precisa.

 

São confortáveis, tem bons materiais mas para mim e tendo em conta a expectativa com que entrei no teste, não me convenceram a 100%. Problema de ter entrado com expectativas muito elevadas. São boas sapatilhas de treino diário para quem for um pouco mais pesado ou precisar de um bom suporte para distancias médias/longas. O drop baixo é que pode complicar a passada a alguns corredores visto que tem uma tendência para aumentar o ritmo de corrida devido à posição do pé, o que se torna contraditório quando usado com sapatilhas com muito apoio e "maiores" como esta. O peso reduzido da mesma também é um excelente ponto positivo e vai ajudar imenso nas meias-maratonas ou mesmo maratonas. O sistema ISOFIT tenta de certa forma adaptar a sapatilha ao confortamento do pé enquanto corre, adaptando-se ás características do mesmo. Ao inicio tive algum desconforto na secção dos dedos pequenos visto que a parte frontal tem um corte muito pronunciado, deixando pouco espaço para quem tem dedos compridos.

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Já tive várias sapatilhas que logo ao fim de 3/4km tive sensações e feedbacks que permaneceram iguais ao longo do tempo de vida útil das mesmas, sempre se manifestando sem grandes mudanças. Estas acho que foram crescendo ao longo dos km's, adaptando-se lentamente ao meu pé e ao meu estilo de corrida. Não foi com certeza amor à primeira vista como aconteceu com as GUIDE 7 mas neste momento são boa companhia para treinos médios por Lisboa.

 

Continuo a ter uma certa incompatibilidade entre o formato dos meus pés/minha passada com esta conjugação de drop baixo/muito apoio vertical mas ao fim de quase 250km já começo a adaptar a elas.

O pvp elevado prejudica na altura de optar pela compra das ZEALOT.

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Resumo

 

+ Peso

+ Adaptabilidade ao pé

+ Durabilidade da sola

– Preço

– longa curva de aprendizagem

– existem alternativas dentro da marca mais equilibradas

 

 

 

 

CLASSIFICAÇÃO FINAL

DESIGN: 17

CONFORTO: 17

AMORTECIMENTO: 19

ESTABILIDADE: 17

PREÇO: 13

 

TOTAL: 83/100