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Correr na Cidade

Sou Ultra Maratonista (a conclusão)

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Por Filipe Gil:

 

Uma vez nos 25km, e a sensivelmente meia da prova, rejuvenesci. Mal sabia eu que o pior estava mesmo para vir. Do último abastecimento até ao seguinte, nos 31 quilómetros, o meu joelho piorou bastante. Ainda corri no estradão, e quando este ficou plano voltei a sorrir com os pés. Mas depois veio uma descida manhosa em que conseguia ter a velocidade de uma octogenária. Doeu muito, muito, muito. Quando a descida acalmou e já a andar a direito, sem desnível, o meu joelho continuou a doer. E falhou por duas vezes. De  um momento para o outro, ia caindo duas vezes…a andar. Preocupante. E ali estive mesmo à beira de desistir.


Pensei que estava a arranjar um problema muito grande e que entre a vergonha de não ter terminado e uma ida à faca e uns meses de muletas sem correr, conseguiria suportar melhor a vergonha. Até o Tiago olhou para mim e disse: “Se achas que não consegues, mais vale terminares por aqui”.

 

Segui e cheguei ao abastecimento dos 31km, “o abastecimento das bifanas” e encontrei o Nuno Alves e o Nuno Espadinha prestes a arrancar. Deu-me ânimo, mais uma vez. Eles não estavam a 100% mas eu estava bem pior. Sentei-me, pedi para o Espadinha me ajudar num alongamento e a perna melhorou um pouco. Mas já doía também a subir. Bebi mais Coca-Cola, fingi que comia uma bifana, enchi a boca de batatas fritas e laranja e segui. O Tiago Portugal olhou para mim e disse: “a próxima subida é a mais difícil de todas. O ano passado tive de parar uma série de vezes, vamos?”. Suspirei e anuiu com a cabeça.  

 

Na subida parei entre 5 a 10 vezes. Perdi a conta. Não porque o joelho me doesse – claro que doía – mas era o cansaço. São cerca de 400 metros a subir e é tal a inclinação que levei uns 40 minutos a fazê-la. Aqui decidi tomar um Voltaren para as dores (já tinha tomado um de manhã, antes da prova). Encontrei o Eduardo Pinto a meio da subida que aproveitou e tirou a foto abaixo – que me diz muito. Eu a olhar para o cume da serra, de mãos nas ancas. Nesta subida pensei que nunca mais iria fazer aquela prova novamente, que é muito dura para a minha preparação, que era uma verdadeira estupidez. Claro, ao chegar ao topo me esqueci-me disto tudo e tive pressa de tentar começar a correr -  tanto quanto o meu joelho deixasse. Nessa altura já com 34 a 35 km nas pernas, bati o meu recorde de distância (que vinha dos 33km da Louzan). Em vez de desistir pensei que, pelo menos faço os 42 kms da Maratona, e depois logo se vê.

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Então começamos a descer e a dor mais aguda a voltar. Contudo, ao longe vi o Nuno Espadinha e o Nuno Alves, o terreno começou a ficar um pedaço plano e aí acho que fiz o meu kms mais rápido a cerca de 5/20 minutos/km. Nada mau para quem estava com o “joelho ao peito”.

 

Apanhamos os Nunos no abastecimento seguinte. Ou melhor, eles esperaram um pouco por nós. Daí até ao km 40 fomos os 4. Foi bom, na palhaçada, a tentar correr, a trote, a andar, a cantar, etc.. Eu olhava para os bastões do Alves e mordia-me de inveja. Talvez com eles, teria menos dor e melhor suporte. Mas ainda não foi aqui que senti mesmo a falta, foram uns kms mais à frente.

 

Chegados ao km 40, faltavam 10 para acabar. Senti que já ninguém me tirava o “título” de Ultra. Mais Coca-Cola. Mais um SMS para casa a dizer, “estou nos 40km, já só faltam 10, estou bem! Bjos”. Mais batatas fritas e mais laranja. Depois dessa subida começamos a descer até deparar com uma descida de pedra solta, muito inclinada. Fiquei parado a olhar lá para baixo. Aqui foi uma das partes que mais me custou. Se tivesse bem, teria feito aquilo “a abrir” como estava com o joelho muito massacrado, demorei uns 10 minutos, ou mais.

Nunca desejei tanto ter bastões para usar. Foi muito penoso. Mais lágrimas de dor na cara. A dúvida de terminar voltou ali mesmo. Outros corredores passavam por mim e perguntavam ser eram caibras. Se precisava de alguma coisa. Lembro-me de uma corredora, vestida de amarelo que com a sua voz rouca me disse: “inclina o corpo para a frente e deixa-te ir”, enquanto me deixou a respirar o pó da sua passagem. Fiquei irritado!!

“Menina, eu sei correr, e descer é uma das coisas que faço melhor, inclinar o corpo…bonito, como se eu não soubesse”, pensei enquanto me contorcia de dores. Ela não teve culpa, a minha figura geriátrica prestava--se a esses comentários. Parecia aqueles corredores que nunca correram muito e tentam logo fazer Ultra, “à campeão” e a meio dão “o berro”, para não utilizar uma expressão mais gástrica.

“Não, minha cara menina, eu sou runner e prestes a ser ultra runner. Viste o meu boné  Dirtbag Runner, faço Ultras antes de tomares o pequeno-almoço”. Esta irritação distrai-me com estes pensamentos parvos e deu-me forças para continuar a correr. Passei a marca da maratona e comecei a ganhar algum respeito por mim. Mais à frente o Tiago dizia-me, “já estamos nos 46km, já és ultra maratonista”. Eu sorria, mas sabia que só o seria ao chegar ao Inatel do Piódão – a meta da prova.

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Entretanto o relógio dizia 48km e a meta parecia ainda longe. Aqui estávamos a correr em plano. Sim, leram bem, a correr. Corríamos 2 a 3 minutos, e parávamos 30 segundos. O cansaço da dor fazia a sua mossa, mas o resto do corpo estava estupidamente bem. Ao fundo via o Eduardo Pinto a correr, o Nuno Alves e o Nuno Espadinha como pontinhos no horizonte. Olhámos para trás para ver se a Rute e a Bo vinham por ali, mas nada.

 

As coisas estavam-se a compor. O Pedro Luís liga-nos, goza comigo, no seu estilo muito próprio. O Tiago diz-lhe que o meu joelho já era, e que só conseguia correr a direito. Entretanto começamos a descer. O Tiago avisou que ainda existia mais  um posto de abastecimento. Acho que ele está a gozar comigo, o meu GPS marca 49 quilómetros, o hotel da Inatel nem à vista ainda estava. Aqui irritei-me, cheguei a falar alto com o Tiago: “Achas que estou a fingir? Achas que estou a ser maricas!?”-  Desculpa Tiago, foram as dores. Se eu não descarregasse em ti, não o podia fazer com mais ninguém.

 

Descemos com dificuldade, eu, ele estava bem, e fomos ultrapassados por mais corredores, uns com mais 20 quilos que eu….em cada perna. Via o Tiago a fechar os olhos de frustração. Senti-me mal. Mas estava a pensar só em mim e no meu joelho. Terminada a descida…nova descida, em caminhos de cabras. Tivesse eu bem e tinha voado por ali com um sorriso nos lábios. Mas fiz aquela última descida da prova de novo com lágrimas nos olhos. O joelho estava mesmo a ceder. Cheguei ao último abastecimento, onde só comi uma laranja, e queria acabar o mais rápido possível. E começava a anoitecer.


Depois do abastecimento e mesmo só a caminhar o meu joelho volta a ceder. Doía tudo, mal me conseguia mexer. Não estava a acreditar que ainda faltavam 3 quilómetros, afinal os 50km passaram a 53km, e ia ficar por ali. Como é que eu diria em casa que não conseguia fazer aqueles kms finais de subida, como iria dizer aos amigos: “berrei a 3 kms do final”. Era uma história dramática de mais para o meu gosto.

 

Ainda pensei pedir ao Tiago para me ir buscar uns bastões algures – e que falta me fizeram! Mas preferi pedir-lhe um Brufen. Comprimido tomado e passados uns minutos a dor amainou. Pude caminhar sem muita dor, o que já não acontecia há mais de 20 minutos. Começou a escurecer, e durante cerca de 1,5km um morcego juntou-se a nós. Voava ao nosso lado com aquele voo nervoso típico dos morcegos. Escurecia ainda mais, mas optamos por não usar frontal. O desejo do Tiago era chegar de dia, o que não foi possível, mas ao menos ninguém nos iria ver de luz na cabeça!

 

Chegamos finalmente à Aldeia do Piódão, faltava uma subida tramada de escadas e inclinações para a meta. Feita a muito, muito custo. Nem me lembro de respirar nessa parte. Chegados ao hotel, olhei para o Tiago para vir comigo, mas ele disse-me para ir sozinho e gozar o momento. Passei o pórtico. Parei vi o Pedro Tomás a vir ter comigo e desatei a chorar. A dor era muita, mas ter passado 8 horas com dores agudas num joelho foi uma conquista tremenda. Masoquismo? Talvez. Mas resiliência, determinação, teimosia, e força de querer, sobretudo.

Finalmente tinha provado a mim próprio que conseguia fazer um feito na corrida, mesmo com muita adversidade. Há muitos corredores, e ainda bem, mas não há muita gente a correr esta distância. Já podia dizer à minha mulher e filhos, e amigos e colegas que tinha corrido 53km. Foram 10h30m. Sei que podia ter feito menos 1 hora, talvez, se estivesse bem, mas isso fica para o próximo ano. Entretanto chegavam a Bo e a Rute. Que campeãs! Sempre no seu ritmo.


Vesti o corta-vento, sorvi duas canjas e liguei para a Natália. Mal conseguia falar de emoção, ela do outro lado preocupada, eu sem conseguir falar. Recompus-me e contei a experiência. Ela estava orgulhosa, e contente, mas preocupada. Disse-me logo que tinha arranjado o contacto de um dos melhores ortopedistas para ver o meu joelho. Depois da conversa para matar saudades, juntei-me aos amigos e celebramos.

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No quarto do hotel, despi-me e fiquei a olhar para os ténis durante um par de minutos. Companheiros fiéis de 53kms sofridos. Sem grandes mazelas nos pés. Nada de fascites, nada de bolhas. Impecáveis. Que jornada. Não sou agarrado a objetos, mas não pude deixar de olhar para eles com emoção. Mas sou despegado, vão agora ajudar o Stefan Pequito nos seus kms do MIUT2015. Estes sapatos foram feitos para andar e não para estarem parados.


Depois tivemos direito a uma massagem pelo Pedro Luís, que devia profissionalizar-se e ganhar dinheiro com isso. Brutal. Juntamo-nos no hotel e jantamos todos juntos, bebemos muita cerveja, e às 22h30m já estava na cama a tentar dormir. Estava exausto, mas com um sorriso na cara.

Hoje, terça-feira, as dores no joelho continuam, sobretudo a descer escadas, mas, dois dias depois o sorriso interno de ser ultra maratonista ainda persiste e vai continuar por algum tempo. Na segunda-feira, ontem,  fui visitar a Drª. Sara Dias ao Espaço Saúde de Corpo e Alma e começámos o tratamento de recuperação do meu joelho.

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Vai demorar, se calhar vou ter que visitá-la mais umas três vezes, mas já sinto melhoras. Devo estar duas semanas sem correr, se tudo correr bem, mas acho que valeu a pena. Fazer uma ultra, e com dor, é muito mental. Foi uma espécie de via sacra que me fez crescer como pessoa. Fiquei apaixonado pela distância dos 50km. Talvez volte um dia ao Piódão e tente fazer a corrida sem dor.  Talvez.

AGRADECIMENTOS

O primeiro para a minha família. Mulher, filhos, mãe, sogros, irmã e cunhado. Sem eles não tinha conseguido ter tempo para preparar isto. Em segundo lugar para o Tiago Portugal que me aturou durante os 53km. Abdicou da sua corrida para me ajudar. Dificilmente tinha terminado se não tivesse a sua companhia dele por perto. Duas vezes vasilei e a presença dele foi importante.

Os amigos e à crew, principalmente aqueles com quem treinei mais nos meses de preparação, o Nuno Malcata, o Nuno Espadinha, o Rui Alves Pinto – espero não me estar a esquecer de ninguém. Um abraço especial ao Pedro Luís, que me ajudou fantasticamente no final da prova. Um luxo!

E à restante crew&friends que me deram conselhos e que seguiram a prova de longe. Somos mesmo uma família! Agradecer também ao Filipe Semedo e à sua marca Puma por terem acreditado num corredor amador, muito amador, e me terem permitido testar material de primeira qualidade.

 

Os próximos objetivos já estão a ser delineados na minha cabeça, já cá andam. Esta viagem e estas crónicas terminam aqui.  Agora vou continuar a fechar os olhos de vez em quando e continuar a ver-me passar a meta do Piódão.

Sou Ultra Trail Runner, porra!

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Ler a 1ª parte desta crónica

Novidades Primavera 2015 - ASICS, Merrell, Nike

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Com a chegada da primavera algumas marcas apostam na saída de novos modelos de sapatilhas.

 

A ASICS apresenta em março a nova versão do GEL-NIMBUS 17, que chega à sua versão mais leve (15 gramas a menos do que o seu antecessor), novas melhorias técnicas, mais dinâmico e sem costuras, o que lhe confere uma estética mais arriscada.

 

De acordo com o comunicado da marca, a nova versão favorece uma melhor transição graças à FluidRaid 2.0 na média sola (composto melhorado de dupla densidade que se traduz em menos peso e mais amortecimento). Este modelo incorpora também uma nova estrutura da sola do calcanhar ao dedo do pé para facilitar a passada. Os blocos de GEL são maiores para melhorar a absorção do impacto.

 

A nova GEL-NIMBUS 17 presta atenção ao conforto, incorpora a palmilha X40 antibacteriana e muito confortável, e reduz o número de costuras interiores. A nível de segurança incorpora 3M faixas reflectoras visíveis segundo um ângulo de 360 graus.

 

Informação técnica:

Peso modelo masculino: 305 gr

Peso modelo feminino: 240 gr

Drop: 10 mm

PVPR: 175 €

 

 

A 15 de março de 2015 a Merrell apresentou a sua nova sapatilha de trail os CAPRA Sport, que foram desenvolvidos após uma longa observação das patas das cabras montanhesas.

 

Este novo modelo aposta nas tecnologias Mega-Tração – A sola exterior Vibram Mega Grip replica a textura existente nas patas das cabras e está preparada para agarrar o terreno da forma mais segura, para além de manter a segurança do pé em ambientes secos ou molhados. O sistema Unifly Impact Protection da Merrell proporciona um excelente amortecimento no contacto entre o pé e a palmilha ao mesmo tempo que dá uma maior conexão ao terreno .Os Capra têm uma laçada leve, flexível e segura, que quando combinada com a tecnologia Stratafuse (estrutura leve e minimalista da gáspea), acompanha os movimentos naturais do pé.

 

O PVPR é de 109.90 €

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A Nike lançou a nova coleção da gama Free, Nike Free 3.0 Flyknit, Nike Free 4.0 Flyknit e Nike Free 5.0 que estará disponível nas lojas a partir de dia 2 de abril. Estes modelos podem ser personalizados no site da marca. A coleção é caracterizada pelas renovadas partes superiores dos modelos que ajudam à flexibilidade natural do pé.

 

Nike Free 3.0 Flyknit: Caracterizados por uma passada mais natural, contam com tecido Flyknit na parte superior e 4 mm de drop. Nike Free 4.0 Flyknit: Oferece uma passada natural com amortecimento. Também com tecido Flyknit este modelo tem um drop de 6mm. Os Nike Free 5.0 oferecem uma passada natural com um amortecimento maior e com um drop de 8 mm.

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Sou ultra maratonista! (1ª parte)

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Por Filipe Gil:

 

Antes de começarem a ler peço-vos que façam um pequeno exercício. Ponham a vossa mão direita em cima do joelho direito. Deixei-na cair levemente para a direita e aí vão sentir uns ossos e ligamentos que se mexem sobretudo quando esticam e encolhem a perna. Certo?

Agora vão buscar uma chave de fendas e…pronto, ok, não é preciso ir buscar a chave de fendas, imaginem só o que é uma chave de fendas a pressionar essa região a cada passada que davam a descer e, passados uns quilómetros, também a subir. E mais uns tantos já a direito e somente a andar. Foi esse tipo de dor que me acompanhou durante 46 quilómetros dos 53 do Ultra Trail. do Piódão. Agora sim, estão prontos para começar a ler a crónica:

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Acordei bem. Ansioso, sem saber muito bem o que me esperava. Mas finalmente chegara o dia, depois de tantas semanas de treino, que foram abaladas no último par por uma lesão no joelho direito. Pensei nos meus e nas horas que lhe roubei para poder treinar.


Fiz a minha escolha do kit que decidi levar e fiquei uns 2 minutos a olhar para os bastões. “Levo, não levo?”, pensei. Estava calor, meti um corta-vento na mochila - de onde nunca saiu - e senti-me bem com um dos trails mais minimalistas que já fiz, a nível de equipamento:  Meias curtas, calções leves, tshirt levíssima da Puma, boné, buff (que do pescoço passou para o pulso no final da prova) a mochila com alimentação e líquidos e nada mais. Ah, claro, e os Puma Faas 500 TR v2 nos pés. Olhei para o espelho orgulhoso de ter abandonado muita coisa  (calções de compressão, meias do mesmo, etc, etc) entre o primeiro trail longo (Louzan - 33Km em Junho de 2014) e este Ultra do Piódão. 

 

E por isso decidi deixar os bastões no hotel. Seguimos mais ou menos todos para a partida. Uns para os 25km e os outros, onde eu estava, nos 50km. A partida foi rápida. Sentia-me bem, a correr em fila indiana enquanto passávamos pela aldeia do Piódão. Até ao primeiro abastecimento a coisa foi muito engraçada, com piadas em jeito de aquecimento. Bebi um pouco de água e segui em conjunto com o resto do pessoal: Nuno Malcata, Nuno Espadinha, Tiago Portugal, Nuno Alves, Rui Pinto e Telmo. A Bo Irik e a Rute Fernandes ficaram um pouco para trás no seu ritmo. O João Gonçalves já tinha voado lá para a frente (terminou em 18º da geral).

 

Confesso que não gostei muito das bocas que alguns dos corredores mais velozes dos 25Km que entretanto partiram 15 minutos depois de nós (dos 50K) nos mandavam à passagem. Acho que a organização aqui pecou, devia ter dado mais tempo de intervalo entre ambas as distâncias. Encontraram-nos em locais muito estreitos onde era muito difícil de nos ultrapassarem. Fizemos os possíveis e impossíveis. Vi gente quase a cair de escadas para os mais velozes continuarem no seu ritmo. 


A meio da primeira grande subida, o Pedro Luís apanhou-nos, ele que está a preparar o MIUT 2015, conversamos um pouco e ele seguiu no seu ritmo para os 25K. Os meus companheiros e amigos de jornada (e não faz aqui qualquer sentido distinguir quem é da crew ou de fora da crew, nesta jornada estávamos todos no mesmo barco) perguntavam-me aqui e ali como estava o joelho, respondia que bem, sem grandes certezas, isto porque começava a sentir uma pressão. Nessa altura, percebi que o Tiago Portugal queria puxar por mim e acompanhar-me durante a prova. Fiquei contente. Preocupado em atrasá-lo, mas contente.

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A enorme subida terminou - aquilo demorou quase 1 hora a fazer, chegamos ao cimo e começamos a descer. E aí, ao quilómetro 8/9, o meu joelho começa a doer. Muito. Impossível correr. Os meus companheiros de aventura vão-se embora e eu fico para trás a andar. A tentar correr e a tentar forçar o joelho. Doía muito, mas doía muito mais o facto de pensar em abandonar a prova. Será que tinha tempo de chegar dentro do limite temporal da organização ao próximo abastecimento? Tanto esforço, tanto treino, tantas horas roubadas ao sono, tantos quilómetros feitos, tantas linhas escritas nas crónicas de preparação para desistir? A frustração tomou conta de mim. Confesso que os meus olhos encheram-se de lágrimas de raiva. Queria continuar, mas não conseguia. Senti-me frustrado e envergonhado. Pensava nas perguntas dos meus filhos sobre a prova com respostas de falhanço do meu lado. 

 

Isto tudo enquanto continuava a tentar correr e a colocar o peso das passadas no joelho bom. Às tantas vejo o António e a Maria parados. A Maria tinha-se aleijado umas semanas antes e não aguentou. Estavam a tentar ultrapassar o momento, tal como eu fazia. Ela ainda disse: “segue que o resto do pessoal está ali mesmo à frente”. “Será?”, pensei. “Será que a andar como estou ainda consigo passar o próximo abastecimento dentro do tempo limite?”. Houve ali qualquer coisa que funcionou. Isso e o facto do chão começar a ficar com menos declive e eu ainda conseguia correr. Lá segui e quando passamos um passadiço de betão, ainda me pus com pressa a pedir licença para me deixarem passar.

 

Chegado ao abastecimento, o segundo, encontro o Tiago Portugal e o Nuno Malcata à minha espera. Fiquei atónito, “o que fazem aqui, vão se embora”, disse. Eu cheio de pressa para não ficar no abastecimento, todo stressado e eles ali à minha espera. Estava mesmo sem noção dos tempos que tinha que fazer para não ser eliminado, deixei o papel com as minhas notas no quarto do hotel - é o que dá tentar ser minimalista.

 

A subida seguinte, dividida em duas partes, foi brutal. Sem grandes dores a subir continuei devagar. Embora no abastecimento tenha tirado água, batatas fritas e laranja, comi um pouco das barras energéticas da Clif Bar (marca que não há no mercado nacional) para ganhar energia nestas subidas. Aqui o Nuno Malcata meteu o automático e nunca mais o vi. Minto, mais à frente, noutro abastecimento de soslaio. O Tiago sempre comigo, ele percebeu que estava com dores mas que não queria parar. E continuamos a subir, a andar e a tentar correr, e a subir. Chegamos ao topo, olhamos em redor, ao longe vimos um pouco de neve na Serra da Estrela. Vimos nuvens por baixo de nós. Inóspito, mas lindo a 1300 metros de altitude. Mas, claro, depois da subida….a descida e o regresso da dor.

Que começou por “estradões” onde tentei adaptar a passada para não me doer tanto. A “filha da mãe” da dor continuava cá e bem presente Mas quando o terreno aplanava, conseguia correr livremente. Depois veio uma descida em pedra solta, cascalho grande e muito inclinada e sofri muito, muito mesmo. Não consegui ir muito depressa, cada passo era dor. Mais lágrimas nos olhos, de dor, de raiva, de frustração.  

 

Terminado o suplício lá fomos ter ao próximo abastecimento, cerca dos 25km. Parecia que o pior tinha passado - puro engano. Mas nesse abastecimento encontrei a maioria dos companheiros, com excepção do João Gonçalves que não corria, voava. Falámos um pouco. Uns metro antes encontramos o sempre bem disposto Eduardo Pinto com a sua longa barba esvoaçante.

 

Corremos soltos até ao abastecimento juntos cheguei sôfrego. Porque vi os amigos a descansar porque queria enviar um sms e falar com a minha mulher, a dizer que estava bem, porque queria tirar uma selfie para o resto da família saber que ainda estava vivo e, ao mesmo tempo queria beber uma “litrada” de coca-cola, comer batatas fritas e alguns frutos secos. Mas este abastecimento foi um erro. Foi muito stressante. Quis acudir a várias coisas ao mesmo tempo, devia ter descansado e não o fiz. Parecia aqueles dias de trabalho quando regressamos de férias, sem tempo para respirar, ou quando vamos ao estrangeiro e queremos ver todas os locais importantes de uma metrópole em dia e meio. 

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Entretanto eles seguiram o seu caminho, cerca de 3 minutos depois segui com o Tiago. Estava animado, apesar das dores e de não conseguir correr quando descia, conseguia fazê-lo a direito e a subir. E já estava a metade do caminho. Renasci nesta altura, mal sabia eu que o pior estava para vir, mas amanhã conto-vos o resto.

Unboxing: Saucony Hurricane ISO

 

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Por Nuno Espadinha

 

Aguardo com grande expetativa os treinos e corridas que farei com estes Saucony Hurricane ISO que a marca gentilmente nos cedeu para teste, ou não fossem eles de uma das marcas de topo ao nivel mundial. Para além de todas as reviews que já li e feedback que recebi dos elementos da crew que já tiveram o privilegio de testar uns Saucony!

Para já aqui fica o unboxing:

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O que é o Kefir?

Por João Filipe Figueiredo:

 

O Kefir é uma colónia de microrganismos simbióticos imersa numa matriz composta de polissacarídeos e proteínas. Tem a aparência de uma couve-flor (a parte branca) e é originário do Cáucaso.

Vou falar-vos da minha experiencia com Kefir de leite (também existe o de água), como se prepara e os seus benefícios para a saúde.

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Comecei a tomar Kefir em 2008 – sempre tive problemas de estômago e digestões difíceis. Isso provocava um mal-estar geral e condicionava os meus treinos de fim-de-semana nesses tempos.


Por sugestão de um primo meu, que deu uns grãos de Kefir ao meu pai, resolvi experimentar provar e o resultado foi imediato. Senti um bem-estar enorme no estômago e a partir desse dia comecei a consumir e a tratar do meu próprio Kefir.

O leite de Kefir pode ser comprado nas lojas de produtos alimentares dietéticos ou macrobióticos (eu já comprei, achei caro e não é exactamente a mesma coisa) ou então pode ser adquirido (os grãos de Kefir) através de amigos que consumam ou grupos de partilha, e produzirmos nós o nosso próprio leite de Kefir.


Os benefícios do Kefir são muitos:

-melhora de uma forma geral todo o sistema digestivo;

-restabelece e equilibra a flora intestinal;

-sintetiza o ácido láctico, diminui a intolerância à lactose;

-aumenta a resistência às infecções;

-activa o sistema imunológico;

E auxilia no combate a problemas de:

Asma, acne, problemas renais, acidez estomacal, problemas circulatórios, colesterol, reumatismo, osteoporose, hepatite, bronquite, tuberculose, descontrolo de produção de bílis, alergias, enxaquecas, males do colón, úlceras, inflamações intestinais, …

Não posso comprovar todos estes benefícios, mas garanto que o Kefir me faz sentir bem e eu raramente estou doente. Não me lembro da última vez que estive doente de cama ou com febre.

 

Vou descrever-vos o processo de tratamento e consumo do Kefir de leite, que eu faço:

Depois de receberem os vossos grãos devem colocá-los num recipiente de plástico ou vidro, não completamente tapado – de forma ao Kefir poder “respirar”, mas que não esteja acessível a mosquitos e a outros insectos.

Eu guardo-os numa embalagem de plástico com um guardanapo de papel por cima.

 

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Adicionam leite de vaca (eu uso meio gordo), até os grãos ficarem mais ou menos submersos, tapam e o recipiente deve ser guardado num armário fechado, para estar fora do alcance da luz solar directa. O leite fica então a “keferizar” durante cerca de 24 horas.

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Eu consumo o Kefir de leite ao pequeno-almoço.

Há quem faça imensas coisas com o Kefir: bolos, iogurtes, todo o tipo de bebidas, eu sei lá… eu bebo o meu Kefir misturado com chocolate em pó porque o acho demasiado ácido, há quem misture açúcar amarelo, …é uma questão de gosto pessoal.

Começo por coar o Kefir para uma caneca, isto para não comer os grãos (há quem goste, eu não gosto).

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Convém não usar utensílios metálicos, o Kefir não reage muito bem ao metal, por isso uso apenas colheres de madeira quando tenho de tocar no Kefir.

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Depois de misturar este leite de Kefir com o chocolate em pó, está pronto para eu o beber.

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 Por fim, volto a colocar os grãos na embalagem de plástico e adiciono mais leite. Guardo-o no armário até ao próximo dia.

Com esta repetição de tratamento e ao longo do tempo, os grãos de Kefir vão-se reproduzir (quanto mais calor houver mais rapidamente se reproduzem) e chegará uma altura em que a embalagem se torna pequena para armazenar tantos grãos de Kefir. Aí há duas opções a tomar:

-oferecer grãos a pessoas que os queiram;

-ou então, congelar os grãos em excesso (ao descongelar, os grãos de Kefir voltam à sua vida normal).

 

Eu pertenço ao grupo: “Kefir e Kombucha Portugal - GRUPO DE PARTILHA”, no facebook. É um óptimo sítio para partilhar experiencias e esclarecer dúvidas. Mas existe imensa informação sobre o Kefir espalhada pela Internet.

Experimentem o Kefir de leite, não têm de gastar dinheiro nenhum e garanto-vos que irão sentir diferenças no vosso organismo.

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My Path to MIUT 2015 - Histórias de uma jornada (4ª Subida)

 

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Por Pedro Tomás Luiz

 

Esta semana, foi semana de voltar às origens...

 

Para mim não há local como este... tenho de admitir... sou sem dúvida um apaixonado pela serra da Lousã. Tenho muito respeito pelo Gerês, pela Estrela e até pela esotérica serra de Sintra, mas aquilo que sinto pela serra da Lousã é visceral, único, impresso no meu ADN.

 

Para quem não conhece, a serra da Lousã situa-se bem na zona centro, a sensivelmente 30km da cidade de Coimbra e abrange os concelhos de Lousã, Miranda do Corvo, Góis, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos. O seu ponto mais alto encontra-se 1205 mt no chamado Trevim. 

 

Estando as minhas origens na vila da Lousã, pude acompanhar uma quase relação de amor/ódio das gentes da daquela vila para com a serra com o mesmo nome.2015-03-26_09.03.45.jpg

 

Durante muitos anos a serra foi sustento para os povos que nela habitavam. Estas pessoas, muito pobres, viviam essencialmente da agricultura e do pastorício, nas actualmente chamadas aldeias de xisto. A procura de uma vida melhor levou ao abandono destes locais mágicos, que assim permaneceram até à sua quase completa destruição.

 

Final dos anos 80 estas aldeias começam a ser ocupadas por estrangeiros, que aos poucos começam a recuperar e a revitalizar as aldeias.

 

Mas só no início deste século, é que o corte de relações termina, e se começa a perspectivar todo potencial económico que a recuperação das aldeias,  bem como de todas as actividades inerentes a estas,  poderão trazer para a vila. 

 

Aos dias de hoje, quase todas as aldeias e2015-03-26_08.55.42.jpgstão recuperadas (algumas essencialmente devido  ao isolamento permanecem abandonadas) e os trilhos outrora usados pelos povos da serra foram recuperados

 

Muito se deveu aos eventos de motociclismo, downhill, bem como às associações de baldios e aos clubes desportivos (como o Montanha Clube da Lousã) que revitalizaram pouco a pouco os antigos caminhos das gentes das serranas. 

 

Por tudo isto, bem como pela gastronomia, pela hospitalidade, pela oferta hoteleira, a  serra da Lousã é hoje um dos locais de “culto”, para quem gosta de correr na montanha.

 

Mas descansem os amantes da estrada porque esta serra também têm muito para oferecer, pois os km de alcatrão, envolvidos pelos grandes montes que serpenteiam a serra até Castanheira de Pêra, tem o potencial para extasiar quem os calcorreia.  

 

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Assim, com dois treinos planeados, um mais curto mas intenso e outro mais longo e descontraído, aproveitei para desfrutar ao máximo destas condições únicas.

 

O primeiro treino foi realizado sozinho, exclusivamente por estradões por forma a correr um pouco mais e atingir a intensidade necessária sem entrar em falência. Foram cerca de 16km com 2400 D, dos quais 1200 D+, que me levaram da vila ao ponto mais alto, o Trevim  o que é basicamente impossível de fazer nos meus campos de treino habituais (a não ser que faça “piscinas” da Biscaia à Peninha).

 

Já o treino domingueiro, foi começado bem cedo (06h) mas na fantástica companhia do pessoal do Montanha Clube da Lousã. O percurso foi o do Louzan Trail edição de 2015 e daquilo que pude ver está colossal em todos os aspectos (é bom que gostem de subir). Resultado final 26km com 1600 D+.

 

E como a serra é de todos… e para todos houve ainda tempo de partilhar os trilhos com máquinas de duas rodas (a abrir trilhos devem ser um espectáculo).

 

Faltam 14 dias…

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Posts anteriores:

1ª Subida

2ª Subida

3ª Subida 

Race Report : I Trail Almeirim 30km

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Por Luís Moura:

Eventos de pessoas que fazem as coisas com gosto e paixão, o resultado final normalmente é sempre fantástico ou no mínimo bem acima do espectável. Quando ainda por cima, uma prova é feita de corredores para corredores, as expectativas são elevadas.


No passado fim-de-semana a crew do Correr na Cidade foi correr a Almeirim no primeiro trail organizado pela Associação 20km de Almeirim. Se dentro dos elementos que lá foram correr existiam ambições e objectivos diferentes, à partida a parte da diversão e do gosto pelo que fazemos já estavam bem definidos...


5h30m
Tudo começou com o despertador a tocar às 5h30m da manhã. Bolas, 3h de sono mais ou menos completas...


"Problema" das provas que nem são perto nem longe de casa, é a logística da viagem. Saímos do Montijo por volta das 7 da manhã e fomos calmamente para Fazendas de Almeirim. Chegamos pelas 8h10m e fomos logo levantar os dorsais.


Com a partida da corrida dos 30km marcada para as 9 da manhã, assistimos logo ali a um pequeno problema, pois às 8h20m a fila para levantar os dorsais era relativamente extensa, com uma percentagem grande das pessoas que estava à nossa frente a ir para a corrida dos 18km - que só iria sair às 9h30m. Entretanto criaram uma "segunda fila" para dar prioridade a quem ia para os 30km e lá se levantou os dorsais apressadamente.


Voltar ao carro, vestir o resto dos "acessórios da moda" para correr e regressar ao ponto da partida e já eram quase 8h50m...Resultado, nada de aquecimento, coisa que já não fazia há umas boas provas... talvez dois anos que isto já não acontecia. E revelou-se de facto mais à frente um pequeno problema.

Entretanto fui ao WC fazer o "xixi da praxe", tirar foto com o resto da crew e entrar para a box de partida. 8h55m... Ufa, mesmo em cima da hora.

A organização ao aperceber-se que na hora prevista ainda havia algumas pessoas a entrar na box, adiou a partida 3 minutos. Pareceu-me uma decisão sensata e que não interferiu nada com o resto da prova.


Prova
Com algumas caras conhecidas do circuito de trail, a minha expectativa para a prova, tendo em conta a distância curta, a altimétria relativamente baixa e alguns km de "estradão", era apontar para ficar entre os 30 primeiros dentro das 3 horas. Parecia-me uma meta alta mas com boas hipóteses de serem atingidas.

 

Como nas ultimas semanas tenho feito menos velocidade e mais trabalho de força nas subidas, já contava que iria ter alguma "dificuldade" em acompanhar os mais rápidos, mas cada corrida é uma corrida e lá fomos nós.

 

Às 9h03m dá o tiro de partida e o grupo da frente salta em verdadeira correria. Ultrapassei muita gente que se tinha colado na parte da frente da corrida e ao fim de uns 200 metros já o pelotão rolava "tranquilamente" abaixo dos 4/km ao minnuto numa das ruas que sai de Fazendas de Almeirm. Pela altimetria que tivemos acesso antes da prova via-se que os primeiros 6km seriam sobe e desce, com alguns declives mais exigentes. E assim foi.


Primeiros 2km's muito rapidos (4:05 e 4:13/km) e depois entramos no tal sobe e desce, num mix de single tracks entre pinheiros e corta-fogos.


Tal como imaginei, o coração disparou para os 180bpm nesta altura devido a não ter feito aquecimento.É uma diferença enorme arrancar para uma prova sem ter feito um mínimo de aquecimento, para que o corpo não tenha um impacto enorme assim que começa a correr rápido. Ao terceiro km abrandei ligeiramente para o corpo recuperar um pouco o fôlego.


Estabilizei no ritmo e no lugar na classificação que ocupava e os seguintes 3km's foram muito rápidos dentro de single tracks. 4:47, 5:07 e 4:45. Entretanto ao km 3,5 passamos o primeiro abastecimento e do grupo da frente só 2 ou 3 beberam copo de água. O resto nem olhou para a banca.... disseram-me que tinha liquidos e solidos.... :)

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Paredes ?
Depois destes km's mais rapidos, começámos a apanhar os corta-fogos mais "agrestes". O 6km foi a 6:57/km com duas subidas enormes e muito inclinadas, mas não quis atacar muito cedo e deixei-me seguir em ritmo mais lento. Depois foram vários km's de constantes de sobe e desce. Umas vezes por single tracks e outras em estradões.

 

Em alguns sítios era monótono para quem gosta de correr na montanha, mas nem tudo é perfeito. Alguns single tracks eram deliciosos e tiravam sorrisos, mas eram curtos!


Até ao km 13 foi sempre a médias perto dos 5:10/5:20. Em alguns sítios poderia ter apertado mais um pouco e ter cortado algum tempo, mas achei que não andar no limite seria uma boa opção a longo prazo na prova. Começamos com algumas nuvens e vento ligeiro mas fiquei com uma premonição de que iria aparecer sol em barda durante a prova... e apareceu mais à frente.


Entretanto damos com o abastecimento dos 13km junto a um rio, bebi 2 copos de água e comi uma banana e arranquei. Mais à frente aparece uma escalada com quase 50D+ em que tivemos que subir quase metade "de quatro" para ter tracção. São subidas engraçadas mas muito desgastantes para os músculos devido ao grau de inclinação que têm.

 

Retorno a Fazendas
Por esta altura estávamos a correr em Raposa e começa-mos a fazer o regresso para Fazendas. Fomos dar uma voltinha por estradões, sobes e desces, desces e sobes. Em algumas zonas parecia que estava a fazer uma maratona tal o ritmo a que rolávamos e noutros no meio de tantos praticantes de BTT's que encontramos pelo caminho, parecia que estávamos em serras ou montanhas bem mais altas do que estávamos mesmo.


Do km20 ao 23, fomos por estradões mais ou menos sempre a subir. Ligeiramente, mas a subir. Mói... São fáceis de transpor, mas moem nas pernas. E a areia que apanhamos... O Serrazina deve ter começado a pensar "olha estes a imitar o Trail Noturno de Óbidos !!! "

 


Entretanto, junta-se o percurso das provas dos 18km com o dos 30km e para além das subidas e descidas íngremes que recomeçaram, visto que estávamos a fazer o regresso pela mesma serra por onde saímos, ligeiramente ao lado, agora tínhamos a companhia do pelotão dos 18km. Alguns ficavam surpresos por verem pessoas pouco depois do meio do percurso deles a passarem tão depressa, outros davam palavras de alento e motivação, outros iam na "converseta", outros já diziam mal da vida deles porque estavam ali no meio da serra, ao sol a subir aquelas subidas tão "inclinadas". E passei por imensa gente a caminhar já com um ritmo de passada muito pesado.


É impressionante ver no terreno o salto gigante que dei na corrida nos últimos 4 anos. Como estamos presentes sempre que nós corremos, muitas das vezes nem nos apercebemos das diferenças no nosso corpo. Quando somos colocados lado a lado com outros corredores que estão a dar os primeiros passos agora ou simplesmente só querem fazer aquilo, aí nota-se muito as diferenças de ritmo.

 

Nesta altura seguia com outro corredor quase sempre por perto e mais atrás vinha o Bruno. Devemos ter passado mais de 200 corredores dos 18km seguramente naqueles km. Alguns iam-se desviando e deixando passar, outros nem se apercebiam que chegávamos atrás deles e demorava algum tempo a passa-los nos single tracks. No abastecimento dos 25km paro para beber dois copos de agua e comer mais uma banana e o Bruno passa para a minha frente e vejo mais dois elementos a chegar ao abastecimento.

 

Tempo de meter corda nos atacadores !!! Apanhamos uma recta enorme de sobe e desce, e recuperei uma posição que tinha perdido no abastecimento.


A cerca de 3,5km da meta, apanhamos um excelente single track. Foi curto e rápido, mas é daqueles que nos dá um sorriso de canto a canto. Neste troço quem seguia à minha frente dos 18km também ia rápido, mas não aguentaram aquele ritmo mal saímos do single-track/descida e passeios logo a seguir ficando novamente sozinho com os muitos fotógrafos que existiram pelo caminho.

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Meta "lá ao longe"
A cerca de 2km entramos em troço de estrada/estradão e deu para ver que ia ser muito rápido o final. Quem tivesse pernas e pulmão ainda dava para dar uma perninha como tinha dito o Omar antes do tiro de partida. Há minha frente seguiam dezenas de pessoas da caminhada e alguns dos 18km e foi quase como um "slalon". Na parte final, mesmo em cima da meta ainda passamos por imensa gente da caminhada...

 

Um aparte para os que me vão ler... não ocupem uma estrada de ponta a ponta quando estão a fazer uma caminhada.... Existe sempre alguém mais rápido que nós que pode querer passar sem andar a fazer "slalon" como se estivesse na Suiça a descer a neve...

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Deu para 4:42 no km29 e para.... 4:42 no ultimo km sem forçar muito. Já não fazia sentido forçar mais as pernas. Estava a testar uns calções de compressão novos e estava a sentir bem a diferença na força da compressão.


Chegada à meta em 2:48:55, 2:46:43 em movimento. 2min parado num percurso de 30km... para mim, é obra... foi sempre a abrir como tinha planeado.


Fui felicitar o Filipe Torres por ser um dos responsáveis da prova e por termos estado a falar bastante sobre o evento nas últimas semanas. 


Fui até à zona das massagens que tinha duas mesas onde fisioterapeutas estavam a "aviar" os mais ariscos. Sim, aqueles malucos que depois de sofrerem na corrida ainda vão sofrer mais um bocado deitados e alguém a dar porradas... parece uma cena saída de um filme as caras que algumas pessoas fazem quando estão a levar porrada.... perdão, massagens nas pernas.

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Esperei pelos restantes colegas de equipa, assisti à entrega dos prémios das categorias e depois fomos tomar banho e almoçar.Tudo pertinho e bem organizado. Depois saímos "de fininho" para casa que os mini-empenos com poucas horas de sono doem!


Prova
Com tudo o que já se escreveu nos últimos dias sobre a prova, não me vou alongar muito mais. Para uma primeira edição acho que estiveram muito perto de ter nota 10/10. Foram de facto brilhantes no planeamento e na execução.


Nas semanas anteriores ao evento notava-se por tudo o que ia aparecendo na pagina oficial do evento no Facebook que todos os detalhes estavam a ser bem pensados e planeados. Ninguém estava à espera era que eles cumprissem tudo o que tinham prometido.

 

Percurso - Muito rápido, com muitas e pequenas subidas inclinadas. Às vezes custam mais que poucas e grandes. Teve alguns single tracks deliciosos. Menos bom: alguns estradões - mas muitas vezes é preciso ligar sectores desta maneira. As placas ao longo do percurso com diversas frases humoristicas foram um extra muito bem conseguido e que arrancou sorrisos a quase toda a gente.


Marcações - muito perto da perfeição. Nos primeiros 3 ou 4km dentro do mato quase que não conseguíamos sair do trilho tal a quantidade de fita e paus no chão a direccionar os corredores. Nos últimos km as marcações eram em muito menor numero, mas por essa altura as pessoas já se tinham habituado a elas e estavam quase todas em sítios lógicos e visíveis.  Não me perdi Filipe !!!


Abastecimentos - numa prova curta os abastecimento tem uma "menor" importância, então quando são de 5 em 5km, tudo fica mais fácil. Sempre com água e outras bebidas à escolha, assim como bananas, laranjas, sal ou tomates . Para mim eram simples e directos. Diria mesmo: funcionais. Ouvi dizer que existiram bolos no ultimo abastecimento, mas não vi nada. Sinceramente não lhes dei muito atenção, fora a agua maravilhosa.


Acompanhamento durante a prova - Bombeiros, BTT's, voluntários da organização, etc... penso que nunca estive numa prova onde estivesse com tanta "companhia" como aqui. Penso que só na Serra D'Arga, no Geres, existe uma detalhe tão grande e parecido como nesta prova em termos de nos sentirmos acompanhados no percurso. Estão todos de parabéns e com o meu agradecimento pela paciência de ficarem horas parados a ajudar quem passa.


Prémio de finisher - uma colher de pau semelhante à usada para fazer a sopa da pedra. Original, diferente e sem duvida a mostrar que não é preciso "medalhas" ou as típicas canecas com o nome da prova para que seja memorável.


Banhos e almoço - Instalações boas e bem colocadas. Água quente e almoço com direito a tigela de sopa da pedra, bifana e um pampilho, doce típico da região de Santarém. Melhor não era necessário. Tudo no ponto. Ouvi dizer que havia vinho, mas álcool é uma cena que não me assiste...


Para fechar, que já vai longo
Parabéns acho que não chegam para transmitir toda a gratidão que todos nós devemos ter por todos aqueles que perdem centenas de horas a preparar e executar provas deste calibre e mais uma vez se prova que quando existe esforço, dedicação e atenção "ao cliente", as coisas correm bem.


Toda a equipa envolvida na preparação do trilho está de parabens e notava-se toda a alegria e simpatia entre todos os colaboradores e voluntários que apanhamos no Domingo passado na prova.Aqueles que fazem provas apenas para o lucro, mais cedo ou mais tarde desaparecem na escuridão.

 

Vou fechar o artigo com duas chamadas de atenção que me parecem oportunas e que para mim enquanto atleta e utilizador do evento, devem ser melhoradas para que o 10/10 no próximo ano seja consensual.


Entrega dos dorsais - já se esperava que fosse um pouco confusa visto que a grande maioria dos corredores viriam de fora da vila e que o levantamento do mesmo fosse feito na manhã do evento. A criação de duas filas para as duas distâncias logo às 8 da manha teria sido o ideal. Quando já estava a ficar tarde, aperceberam-se que ainda estava muitos atletas na fila para levantar o dorsal para os 30km e resolveram o problema. Prejudicou um pouco alguns atletas, eu incluído.


A entrega dos prémios - Assunto já foi referenciado e a organização fruto da sua inexperiência também já chegou a essa conclusão e penso que na próxima edição vão corrigir com certeza o tema. Uma boa parte das pessoas não ficaram para levantar os prémios devido ao tempo que passou entre o fim das provas e a hora da entrega. Dos 3 primeiros classificados da geral dos 30km, só o primeiro estava presente, por exemplo. E em muitas outras categorias não estava 1 ou 2 dos 3 primeiros classificados.


Ou adiantam um pouco o horário da entrega ou fazem com que os atletas permaneçam perto do local da entrega. Como os banhos e o almoço eram a uns 500 metros, muitos já não regressaram ao local do crime.


Prova aos olhos dos outros elementos da crew CnC
O Malcata fez a prova abaixo das 4H e podem encontrar aqui o relato dele na primeira pessoa.
A Liliana fez a sua estreia em provas de 30km e fica aqui o que ela achou da prova :

 

Não me vou alongar… o Luís com a sua enorme capacidade de resumo já detalhou, como de costume, grande parte todos os pormenores da prova.  Aproveitei toda a conjuntura desta prova para me estrear nos 30km… já os tinha feito em estrada em Sintra durante um treino, mas é normal que os ritmos em prova sejam diferentes. Há mais adrenalina… e no meu caso havia focus, objectivo!

 

Estudei a altimetria do I Trail de Almeirim e previsão era a de concluir em cerca de 5 horas e picos… sendo o elemento sexy slow da crew que não tem ritmos acelerados, teria nesta prova o desafio da resistência... física e psicológica. Consegui conclui-la a 2 minutos das tais 5 horas. Para mim um sucesso!

 

Mais sucesso para mim foi tê-la feito em grande parte sozinha e a demorar muito pouco tempo nos fartos abastecimentos com que nos brindaram. Os tais bolinhos que o Luis não viu… eu dei-lhes a devida atenção! Deliciosos… assim como o chouriço! Para quem me conhece é um pormenor estranho… mas não toquei no vinho Lezírias. Não por falta de vontade mas por estratégia… sabia lá o que ainda ia encontrar e como o meu corpo iria responder ao esforço que lhe estava a aplicar. Não me arrependo da decisão! Almeirim não está assim tão longe e nitidamente merece uma visita pela sua gastronomia (e trilhos também!) Haverão outras oportunidades com certeza!

 

Vi-me em trilhos muito bonitos, bem marcados em que “até os cegos eram capazes de ver”, que chegaram mesmo a passar no meio de um rebanho de ovelhas que, propositadamente, ou não, por ali andava a pastar… ou por single tracks verdejantes, passagens por pontes nos ribeiros e retas gigantescas pelos eucaliptais. Confesso, que me ri e falei muitas vezes sozinha a apreciar o caminho que a organização nos fez percorrer! Também confesso que praguejei mais vezes ainda nas subidas e descidas dos corta fogos que, sendo curtas, eram bem inclinadas, arenosas e massacrantes. Saltamos pequenos muros, tivemos descidas em modo rappel… houve de tudo um pouco.

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Gostei da presença e atenção de todos com que me cruzei pelo caminho… dos muitos fotógrafos, voluntários, bombeiros, BTT’s… até do abade que nos esperava num abastecimento de colher de pau na mão! Nunca faltou um “Bom Dia” e não foram poupados os “Força!”.  Fiquei com a sensação que alguns deles também eram atletas. Acho que foi o trato que os denunciou, o carinho para com os que vêm no fim do pelotão… mais em esforço, mais frágeis. Tive também o privilégio de conhecer dois elementos do Lágrimas Team, o João e a Ana com quem partilhei uma pequena parte do meu trilho e que sem saberem tão simpaticamente me ajudaram a distrair das muitas dores que sentia nas pernas e joelhos.

 

Nos últimos 3 km’s sou literalmente puxada pelos restantes elementos da equipa Correr na Cidade e que me vi grega para acompanhar. Estava em “terrenos” poucos explorados e sem dúvida que sem aquele “push” final não teria concluído abaixo da previsão. Recebi a minha “colherada finisher de Almeirim” e pela primeira vez recebi uma massagem no fim de uma prova, achei que se justificava e por ter chegado quase em último não havia filas. Sempre que me lembro da tareia, aliás Senhora Dona Tareia faz favor, que levei naquela marquesa pareço o Bonga… com uma lágrima ao canto do olho. Doeu na altura, mas fez bem depois… tanto que no dia seguinte conseguia andar praticamente sem dores.

 

Respondendo aos mais engraçados que por aqui passam neste estaminé… é verdade, durante a prova tive momentos em que caminhei! Não tenho vergonha de admitir. Não sou top máquina. E no que me diz respeito, quando vou correr, o ego deixo-o em casa porque em prova ou em treino a competição é comigo e com mais ninguém… mesmo que no fim me coloquem num ranking. Para já fico feliz por ter chegado ao fim, consciente que dei o “litro e a pinga” e que a curva de aprendizagem e experiência se está a compor.

 

Espero, muito honestamente, que a sub-secção de Trail da Associação 20km de Almeirim continue a crescer e nos volte a brindar com trilhos ribatejanos e o seu bem receber. Muito respeito por estes atletas que passaram para o outro lado da acção e deram deles o melhor da sua própria experiência, com humildade.

 

Por fim, não sei se foi do esforço, da fome ou se da mão experiente de quem a fez… nunca comi sopa da pedra que me soubesse tão bem na vida!

Obrigada e até para o ano!

 

Lurbel, já conhecem?

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A corrida veio para ficar. Já não é apenas moda e são cada vez mais os portugueses que praticam esta modalidade desportiva. Seja em estrada ou nos trilhos, Portugal tem condições idílicas para agradar a todo o tipo de corredores.

Com o procura por novos produtos a aumentar existe cada vez mais oferta e são muitas as marcas que estão a apostar neste segmento de mercado.

É o caso da Lurbel, marca espanhola, que pertence ao fabricante têxtil MLS, sediada em Valencia e que desde os anos 90 oferece produtos têxteis inovadores, inicialmente meias mas que tem vindo gradualmente a alargar o seu leque de oferta.

 

O responsável pela marca em Portugal, Tiago Silva, fez-nos uma pequena apresentação da Lurbel.

 

“Os seus artigos são todos fabricados em Espanha com maquinaria de ultima geração e são desenvolvidos em conjunto com os polos universitários de Valência e Alicante. No caso das meias, estas são também desenvolvidas com parceria do instituto espanhol de pedologia.

 O foco da Lurbel é a criação de artigos têxteis de alto rendimento para o desporto aliado a máquinas especializadas que permitem o fabrico de artigos de alta qualidade e extremamente resistentes.

A grande diferença da Lurbel para as outras marcas além da qualidade de fabrico é a utilização de fibras de última geração desenvolvidas com as universidades e patenteadas pela Lurbel entre as quais deixo 3 exemplos claros:

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 MEIAS

LINHA DE PRODUTOS BMAX (Bicomponent Medical Active Extrem )

Esta linha de produtos é criada através da fibra Regenactiv, exclusiva e patenteada pela Lurbel.

A fibra Regenactiv tem licença médica e sanitária da CE e atua de um modo preventivo contra lesões na pele pela catividade intensa além da sua capacidade regenerativa que recupera qualquer dano provocado na pele como pequenas fissuras e/ou bolhas.

A esta capacidade regenerativa adicionamos a capacidade de absorção de humidade e controle de odor.

CONFORTO ESP

O sistema ESP é aplicado nas meias para atividades mais prolongadas e baseia-se no reforço nos locais de maior impacto e fricção na planta do pé.

Este sistema foi estudado com o instituto de pedologia Espanhol de modo a estudar estas zonas mais expostas a danos e a colocação de reforços de modo a proporcionar um maior conforto em atividades mais duras e longas.

 

ROUPA

FIBRA IDT

Esta fibra é desenvolvida com fibras de bambo o que permite uma maior resistência em artigos mais leves, uma excelente gestão de humidade e controle de odor com uma sensação de frescura e conforto em contacto com a pele.

 

COMPRESSÃO

FIBRA FIR TECH

Esta é uma fibra composta por minerais que têm uma ação de “espelho” sobre as ondas de calor emitidas pelo corpo, ou seja, deixa sair a humidade em forma de vapor e reflete o calor para o corpo de modo a manter uma temperatura corporal constante

Estas são as fibras inovadoras que a Lurbel apresenta ao mercado, além disso o preço ao consumidor é verdadeiramente competitivo, o que nos tem trazido um excelente feedback por parte dos nossos clientes.”

 

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Quer saber mais sobre a Lurbel? Leia aqui a entrevista ao Tiago Silva.

 

A Lurbel está presente em Portugal há quanto tempo?

A Lurbel está presente no nosso mercado há cerca de 5 anos, mas esteve sempre muito direcionada para o desporto de montanha onde trabalhamos com a maioria dos pontos de venda de artigos de montanhismo em Portugal.

Mas foi a partir de 2014, desde que a Rutilva,lda passou a representar a Lurbel que começámos a evoluir no mercado português, portanto penso que podemos falar de uma existência concreta desde à 2 anos para cá.

Quais os objetivos da marca para o mercado português?

Os nossos objetivos são antes de mais a satisfação do nosso cliente. Com a evolução em número de praticantes de atividades desportivas eleva também a sua qualidade e exigência e temos como objetivo a satisfação tanto do iniciante como do atleta mais técnico e evoluído. Se quisermos valorizar este crescimento penso que estamos no bom caminho e com uma excelente margem de progressão para o futuro, a julgar pelo retorno francamente positivo por parte dos consumidores dos nossos artigos.

 Como encaram o fenómeno da corrida em Portugal e a nível mundial?

Sem dúvida que a corrida, seja ela nos trilhos ou na estrada, teve um crescimento verdadeiramente fantástico, o que motivou diretamente os fabricantes de produtos deste segmento quer para o desenvolvimento de produtos novos quer para uma melhor qualidade, já que a procura amentou bastante.

Esta mudança de estar e de atitude por parte das pessoas traz mais-valias em todos os aspetos, desde a motivação para o dia-a-dia, a colocação de objetivos pessoais, um bem estar mental e físico que se vai refletir na nossa evolução enquanto pessoas inseridas numa sociedade.

A Lurbel está associada a tecnologia, isso para vocês é imagem de marca?

É e sempre será, a Lurbel prima e tem como filosofia o constante investimento em novas tecnologias de modo a oferecer aos seus consumidores a melhor fibra com o melhor fabrico a um preço verdadeiramente justo.

Quais são as características que diferenciam a marca dos seus concorrentes?

São sem dúvida as nossas matérias-primas de última geração e a qualidade no nosso fabrico.

Mas antes de chegarmos aqui, penso que a grande diferença é ter uma equipa que vais desde o diretor geral da empresa ao responsável de produção composta por atletas. Quero dizer com isto que a maioria dos nossos produtos são desenvolvidos enquanto os responsáveis pela Lurbel correm nos trilhos e sentem as verdadeiras necessidades de quem pratica desporto. Sem este contacto direto com atividade física era impossível sermos tão primorosos a desenvolver os nossos produtos.

Onde podemos ver e comprar os produtos da Lurbel?

Ainda estamos em fase de crescimento e muito ligados ao trail e estamos a começar a ser aceites pela comunidade de running, mas podem encontrar os nossos produtos um pouco por todo o país como a loja “entre os montes” em Vila Real, a loja “camping shop” no Porto, a loja “Elemento Natural” em Lamego e castro D’Aire, Run.pt, “Yupik” em Lisboa, “Gopesport” em Setúbal e na loja o “Bordão” na ilha da madeira.

Qual o/os produto(s) que mais vende no nosso país?

Como somos mais reconhecidos no mercado trail as meias Desafio BMAX e Track BMAX ESP são os artigos mais vendidos em conjunto com os calções de compressão Potenza.

Relativamente ao preço, a título de exemplo quanto custa um par de meias race? E os calções calções de compressão Potenza?

As meias Race BMAX tê um PVP recomendado e 13.90 € e os calções Potenza FIR TEC um PVP recomendado de 39.90 €.

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Crónica XI: Vamos lá a isto!

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Por Filipe Gil:

 

A semana de preparação começou bem. No dia da última crónica, fiz um treino de subidas e algumas descidas por Monsanto sem dores no joelho. Fiquei muito contente e com mais confiança no ultrapassar da lesão para o Piódão. Só preciso de me concentrar na gestão da corrida. As coisas estão a compor-se. E a moral a vir para cima. Lembram-se de vos ter dito que tinha um segredo para elevar a moral no que toca a corrida? Sim, a receita é simples, ver bons filmes de trail – mas bons, não aqueles que ao fim de 2 minutos começamos a ficar enjoados pela oscilação da câmera. E comigo resulta. 

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Sábado de manhã tudo a postos para o último longão antes do Piódão. O plano estava traçado, uns 20Km neste dia e depois uma ida ao treino "A Hora dos Esquilos" na quarta-feira, para descontrair.
Só que nem tudo correu como previsto. Ao fim de 10km de subidas e descidas o meu joelho disse que não corria mais. Uma dor aguda na parte lateral do joelho fazia-se sentir cada vez que eu descia algo mais técnico.

 

Apesar de estar a gostar do treino – em conjunto com o Rui Alves, Bo Irik, João Gonçalves e Nuno Malcata – quando a dor começou a incomodar mesmo, decidi vir para casa…a andar. Ainda tentei correr um pouco, mas há mínima descida a dor voltou. Azar do caraças, pensei.

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Decidi que seria melhor tentar recuperar o joelho nos últimos dias que faltavam do que dar cabo dele naquele treino. Custou-me muito vir para casa. E tudo me passou pela cabeça, naqueles 30 minutos a andar.

 

Vi pessoal da minha idade a jogar à bola, e pensei que o melhor que tinha a fazer era isso mesmo, juntar-me aos domingos a amigos com barrigas a fazerem pan dan com o esférico  e deixar a corrida. Pensei que me ando a  enganar que os meus  41 anos de idade já não servem para estas coisas. Enfim. A desmotivação voltou. E com uma lesão assim, não há vídeos de trail que nos arrebitem.

 

O resto do dia foi passado a fazer alongamentos, a colocar TransAct, a tentar levantar a moral. Tenho que agradecer a preocupação dos vários amigos que me ligaram a mandaram mensagens e a indicar truques para recuperar a tempo do Piódão (estão a ver a altimetria do percurso?).

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No domingo, com alguns elementos da crew no Trail de Almeirim e a Joana Malcata a representar-nos na Meia Maratona, decidi ir com a mulher e os putos dar apoio aos corredores da Meia que passavam junto a Algés. A vontade de estar a fazer aquela prova foi mesmo intensa.

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Um aparte: começar uma meia maratona às 10:30 em finais de março em Lisboa é estúpido! Tenho todo o respeito pela organização da prova, mas acho que eles, que na sua maioria são ex-corredores, deviam ter mais respeito pelos corredores mais amadores. A grande maioria não está bem preparada para fazer os 21kms confortávelmente, é um facto. Naquela corrida, sobretudo nesta, há muitos que se tentam superar, oferecer-lhes temperaturas mais elevadas (e o ano passado ainda esteve pior) é mau. Ainda por cima, este ano a tshirt oficial era preta - eu sei que ninguém obriga ninguém a vesti-la, mas todos sabemos que as coisas não funcionam assim, que todos a querem ter e a usam com o maior orgulho. Por isso, são pormenores a rever. É uma das mais pormissoras meias maratonas do mundo, e que pode ser a melhor do mundo, se a organização limar estes detalhes. Estou confiante que sim.

 

Depois do incentivo da Meia, fui descansar. Nesse dia e no dia seguinte e no outro, ontem, a seguir foram passados sem dores, sem quaisquer sinais de problemas no joelho, etc. Decidi que ao invés de ir à Hora do Esquilo irei fazer um treino ligeiro ao longo do rio.

 

Mas estou a ganhar confiança. É certo que o ciclo de treinos foi mais ou menos interrompido nestas últimas semanas, é certo que a incerteza da dor do joelho me atormeta, mas estou a ficar excitado com o aproximar da prova. Estou a ficar entusiasmado por ir ultrapassar barreiras que nunca passei.

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Dou por mim, nestes dias, a passar a mão pela barba - que não corto desde que comecei a preparação no início de dezembro (mas vou aparando para não parecer um sem abrigo) por essa razão mesmo: lembrar-me todos os dias quando me olho ao espelho do prova do Piódão. Dou por mim a pensar nas horas que os meus amigos de crew e de fora da crew perderam em treinar comigo em vez de irem correr seguindo apenas os seus planos. E penso que a minha forma de lhes agradecer é dar tudo por tudo no sábado. Não vou aqui nomeá-los, porque eles sabem quem são.

Penso no desafio aceite pelo Filipe Semedo, responsável da marca Puma em Portugal, em ter tido a loucura de apoiar um tipo que corre muito pouco e que de performance tem também muito pouco, mas mesmo assim decidiu confiar-lhe material para testar e usar ao longo destes meses de treino. Lá está, são as pessoas que fazem as marcas e não o contrário. 

 

Penso na ajuda da minha mãe e dos meus sogros que ficaram a "aturar" os dois petizes enquanto a minha mulher trabalhava e eu ia correr três ou mais horas seguidas para Sintra e Monsanto. E penso sobretudo nos sorrisos dos meus dois filhos e da minha mulher. São os sorrisos mais bonitos do mundo. E é neles que vou pensar quando a prova do Piódão começar a custar e quando passar por aqueles momentos mais difíceis que todos os corredores passam em provas longas.

São eles que, apesar de nesse dia estar a um par de centena de quilómetros de distância, me irão acompanhar no desconhecido dos 50 quilómetros por descidas e subidas. E isso dá-me muita força. Afasta quaisquer pensamentos de lesões, e enche-me o peito de calor e coragem para fazer a prova com força e confiança.

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Estou confiante, excitado, com pressa de correr aqueles 50 mil metros. O caminho e a preparação está feito, agora é disfrutar a prova e tornar-me um ultra maratonista. 

 

Na próxima semana conto-vos como correu.

 

Unboxing: Reebok One Guide 2.0 Feminino

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Por Ana Sofia Guerra

 

Se existe uma pessoa que adora surpresas, essa pessoa sou eu. E, assim que abri a caixa disse: Uau! E porquê?


Porque adoro as cores da nova colecção Primavera/Verão 2015 da Reebok. E este modelo destaca-se bem com o seu amarelo, rosa e preto.

 

E que venham os treinos e as provas para começar a correr com eles, para já fiquem com o Unboxing.

 

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