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Correr na Cidade

Just Girls de superação

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Por Filipe Gil:

Ser um homem a escrever sobre um treino Just Girls - ou para quem não sabe um treino de mulheres para mulheres - pode parecer algo estranho. Mas tendo em conta que a ideia destes treinos surgiram da cabeça de um homem a pensar numa mulher, faz todo que o sentido que as próximas linhas sejam "masculinas".

 

O treino Just Girls de 11 de outubro foi o último de 2014. Estes treinos dedicados às mulheres só se realizam entre a primavera e o início de outono. São treinos especiais, com dedicação especial de todos os envolvidos (inclusive, dos homens) e que são, em grande parte, diferentes uns dos outros - quer na sua localização, quer na sua "temática". O primeiro de 2014 serviu para celebrar o Dia de Mulher, e o penúltimo, em julho, foi dedicado a um experiência em trail. Como já perceberam, não gostamos de monotonia e tentamos, sempre, oferecer novidades a quem vem treinar connosco. 

 

Mas o treino de ontem foi especial. Foi um treino sem marcas, sem ofertas, sem prendas. Quisemos desafiar as corredoras a aparecerem a um sábado de manhã "apenas" para correrem connosco. E resultou! É certo que não estiveram as 70 mulheres que reservaram o seu lugar (alguns ficaram com os filhos doentes, outras assustaram-se com as primeiras pingas de chuva do ano). Mas estiveram mais de 50 que, ainda antes da corrida, tiveram direito a um workshop de nutrição ministrado pelas nutricionistas Natália Costa e Ana Sofia Guerra.

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Depois foi correr e caminhar. Existiram corredoras que  fizeram ali os seus primeiros 10Km de corrida seguidos, outras que só caminhavam e passaram a correr. Foi de um satisfação tremenda, no final, ver os sorrisos cansados mas com sentido de missão cumprida. E foi também interessante ver que o grupo que faz os 10km é cada vez maior.

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As meninas da crew foram incansáveis no acompanhamento das nossas convidadas. E, como foi percepcionado, ninguém ficou para trás. Um agradecimento especial à Pro Runner, uma vez mais os seus elementos foram incansáveis nesta "invasão" que de vez em quando fazemos à sua casa. Ficou prometido nova invasão de mulheres no próximo ano.

Certo é que sentimos que há cada vez mais mulheres que adoram estes treinos. E curiosamente, cada vez mais homens que as levam até lá para verem que "raio de treino é aquele"!

 

Querem saber o segredo?Inscreverem-se no próximo, algures em março de 2015! Até lá, não deixem de correr.

Eis algumas fotos do treino de ontem, mas podem ver mais aqui.

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Unboxing: Reebok One Cushion 2.0 - versão mulher

Por Natália Costa:

Coloridos, vivos e com muito estilo. Estes são os novos Reebok One Cushion 2.0, modelo para mulheres. Já tinha tido a oportunidade de correr com a versão anterior deste modelo. Agora vou poder comparar se existiu uma evolução (ou não). Mas, em primeiro lugar, publico as fotos do respetivos unboxing:

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Parceria de corrida - ou uma espécie de carta do Editor

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Por Filipe Gil:

Tem sido muito gratificante esta aventura do blog Correr na Cidade, que está quase  celebrar dois anos (novembro).

 

 

Passámos de um blogue escrito por um jornalista que corria, e com a ajuda, amiúde, dos amigos que corriam com ele, para um coletivo de autores, de uma crew empenhada, com posts diários. Aliás, mais do que um post por dia, na maioria são dois, em que o tal autor que começou esta aventura funciona agora como editor - tal como acontece com publicações profissionais. Dá trabalho, se dá, mas também dá um gozo tremendo. 

 

E, como não podiamos deixar de fazer, já conseguimos dar algumas notícias em primeira-mão, publicamos artigos que depois fazem "escola" noutros blogues de corrida (o que nos deixa orgulhosos), e estamos sempre em pleno brainstorming para conseguir quer temas novos, quer abordagens criativas, independentes e com rigor. Para além disso, como sabem há a running crew, complementar e indissociável a este blogue.

 

Este texto é apenas introdutório porque sem ele não faz sentido escrever o que se segue:

 

Acontece que há uns meses atrás a marca Reebok veio ter connosco porque queria dar-nos equipamentos para testarmos mas, não só, oferecer também equipamentos para os, agora, 16 elementos da crew. Depois de alguma discussão (da boa), porque queremos manter a independência perante as marcas envolvidas nas corridas, saúde e bem-estar, chegamos a um acordo.

 

 

E esse acordo é que a Crew do Correr na Cidade, até final deste ano, vai usar tshirts, calções e sapatilhas de corrida na maioria dos treinos e provas - sobretudo de estrada. E, posteriormente, aqui no blogue iremos fazer as respetivas reviews quer de equipamento quer de calçado. E com total independência. Se não gostarmos, vocês serão os primeiros a saber. E a Reebok também.

 

Importa ainda dizer que neste acordo não um tostão envolvido. Que não estamos a ser patrocinados.E que vamos continuar a experimentar, testar e correr com outras marcas, e avaliá-las de forma independente.

 

É sem dúvida um motivo de orgulho, para os 16 elementos da Crew, ter uma marca tão importante a vir ter connosco, e de uma forma tão desempoeirada.

 

Boas corridas.

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Vem aí um programa de corrida na TV

RTP Running logo

Chama-se RTP Running e á a nova aposta do canal para o seu canal de informação. Vai estrear este sábado. De acordo com comunicado da produtora do programa, a Olho Azul, o RTP Running estreia este sábado, 11 de outubro, às 11h45.

De acordo com a Olho Azul, "o programa, inovador e único no género na televisão portuguesa, é uma ideia original da olhazul e conta na primeira pessoa histórias reais de quem se apaixonou pelo running. Cada programa vai trazer ao ecrã, todas as semanas, uma história diferente de quem adoptou as corridas como um estilo de vida. Com duração de 10 minutos, será transmitido todos os sábados pelas 11H45 repetindo aos Domingos, à 01H00 e às 10H15 e ainda todas as quarta-feiras, às 20H45".

Segundo o comunicado, a primeira temporada é composta por 13 programas tendo cada episódio um espaço próprio para o BI do Runner, que apresenta o protagonista, como começou a correr e onde; a Dica do Especialista, que através de especialistas reconhecidos vai dar conselhos em equipamentos desportivos, gadgets, nutrição e saúde e ainda a Agenda, que irá colocar no ecrã algumas das provas mais relevantes a decorrerem nas semanas seguintes.

GTSA, um "treino" fantástico

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 Por Stefan Pequito

 

No dia 26 de Setembro realizou-se o Grande Trail de Serra de Arga(GTSA). Da Crew, para mim foi a 1º vez nesta prova, também para o Pedro, já o Moura é um batido naquela serra.

 

Fui para a prova sem grandes planos, em modo treino de competição para a minha prova de fogo que vai ser a Ultra de Gredos no dia 18 de Outubro.

 

No sábado fomos de Lisboa para cima a caminho de Caminha. Desta vez não quisemos cometer o erro de irmos já tarde como foi na ultra do Douro e somos mais cedo.

 

Durante a viagem caiu uma tempestade daquelas de assustar os mortos, fiquei logo a pensar como iriamos apanhar chuva torrencial de ficar molhados da cabeça aos pés. Mas nada disso, mais a Norte o tempo ficou uma maravilha, até deu para ir a praia quando chegámos. Fomos levantar os dorsais e fomos para casa descansar pois no dia a seguir tínhamos de levantar bem cedo da cama às 5.

 

O dia para mim não começou da melhor forma, tinha metido o despertador para as 5 mas não despertou. Felizmente tinha as minhas super panquecas já prontas e tudo arrumado para irmos embora.

 

Pouco depois das 7 chegámos à partida/meta em Dem. Reencontramos o pessoal amigo destas lides, o pessoal da Montanha da Lousã, pessoal da hora do Esquilo, e outros. Fomos para a meta onde encontramos o Moura e a Liliana a tirar fotos ao pessoal. Ficamos na galhofa até à hora da partida, quando eu e o meu amigo André (do montanha clube trail da Lousâ) avançámos um pouco mais para a frente onde a prova arrancou.

 

Achei interessante a prova dos 33Km e dos 53Km terem arrancado ao mesmo tempo e quanto o pessoal dos 20Km arrancou onde terminava a prova dos 33Km.

 

A parte inicial foi como uma corrida de estrada, e foi onde se dividiu um pouco o pessoal, dado que demos uma volta pela aldeia antes de começar a partir para os trilhos.

 

A 1º subida foi logo a doer, muito técnica e com mais de 700D+, bom para aquecer. Se a subir doeu, a descer doeu mais, muita pedra mas rolante onde dava para correr e rápido. Com este início, desconfiei logo e mantive um ritmo de 4:30m/km a descer, onde não arrisquei muito.

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Até ao 1º abastecimento foi mais ou menos assim, onde decidi não parar, pois tinha em mente parar só no 2º e segui. Mais sobe e desce com paisagens de cortar a respiração, tivemos muita sorte com o tempo, esteve uma temperatura muito boa e não choveu, o que calculo tenha sido um alívio para o Carlos Sá, que já estaria a pensar que não ia ter numa uma prova com bom tempo.

 

Continuámos serra acima e baixo até que a uma altura que entramos no num local fantástico para fotografia, uma Cascata linda e muita vegetação, algo que só o Geres nos pode dar, fantástico sem duvida.

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Já com 40 km percorridos com cerca de 1800 D+, voltamos a subir a serra outra vez, já algo cansado mas como só faltavam 13km para acabar decidi acelerar serra acima, mas parecia que não acabava.

 

Fomos dar à 1ª subida que fizemos, era por ali a descida final até à meta. Lembrei que aquilo foi duro a subir, a descer deve ser ainda mais.

 

Nesta fase senti que tinha alguém dos 53Km atrás de mim com muita vontade de me passar e pensei cá para mim “Não vou deixar!!”, desliguei o último neurónio que me resta e toca a descer em força. Não sei como fiz aquilo, fui sempre no red até lá abaixo, ainda vi pessoal a ser assistido pelo caminho e ia caindo numas rochas molhadas, mas não podia abrandar, o perseguidor estava perto.

 

Cortei a meta com 6h e 17m, senti-me bem e com o dever cumprido, fiz a prova num bom ritmo e não me aleijei, consegui quebrar o meu enguiço dos últimos tempos.

 

Perguntei em que posição tinha ficado, indicaram-me 24º, no dia a seguir estava em 21º mas depois de umas correções fiquei no 23ºlugar. Não estava à espera de uma classificação tão boa mas claro que fiquei contente e orgulhoso, o trabalho foi recompensado. 

 

Depois da chegada, esperei pelo Moura e Pedro. Fiquei triste com a notícia que o meu grande amigo André não consegui terminar, sofreu do mesmo problema de estômago que sofri em Óbidos, mas é assim que aprendemos a conhecer o nosso corpo, e sei que ele vai estar forte no UTAX. 

 

Enquanto estive à espera do meus companheiros estive na conversa com o André Castro, vencedor do Oh Meu Deus, e com um brilhante 8º lugar no CCC.

 

Ainda tive tempo para ir dançar o Vira com o Carlos Sá, bem não foi com ele, foi com uma rapariga bem engraçada.

 

Avaliando a prova, 5 estrelas em tudo, sem dúvida a melhor, não menosprezando as outras provas que fiz, mas esta foi fantástica, abastecimentos 20 estrelas, percurso fantástico e até fotógrafos de grande qualidade.

 

Para quem gosta e faz Trail é obrigatório fazer esta prova pelo menos 1 vez na vida sem duvidas, Parabéns a toda a organização!

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Classificações:
1º - Andre Rodrigues – 5h 9m
2º - Rui Sexo – 5h 14 m
3º - Helder Ferreira – 5h 14m
23º - Stefan Pequito – 6h 17m
123º - Luis Moura – 7h 55m
259º - Pedro Tomaz – 9h 10m (modo de Treino pos Lesao)

 

Terminaram 396 atletas os 53km.

 

Um agradecimento especial ao Miguel Santos, meu massagista e à minha equipa e aos amigos que me apoiaram estes meses, tudo o que tenho conseguido também foi com a vossa ajuda… OBRIGADO.

Arrabida Ultra Trail: Entrevista com João Serralheiro da organização da prova

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A Crew do Correr na Cidade vai marcar presença nas várias distâncias do 1º Ultra Trail da Arrábida no próximo dia 16 de Novembro. Estamos ansiosos e quisemos saber mais sobre esta prova pelo que fomos falar com João Serralheiro, da organização desta iniciativa.

 

- Esta é a 1ª edição do Arrábida Ultra Trail. Como nasceu a ideia de organizarem esta prova?
A ideia surgiu do gosto pelos desportos ligados à Natureza e pelo facto de não existirem muitas provas na zona centro/sul do país, com o enquadramento que podemos oferecer – a Serra da Arrábida.


- Quem está por detrás da organização desta prova?
Por detrás da organização desta prova estão várias pessoas/empresas. Organizar um evento desportivo de dimensão requer múltiplas valências. A equipa é constituída por especialistas em comunicação, sponsoring, organização de eventos desportivos e pessoas com conhecimento técnico da modalidade.


- Quantos corredores esperam?
O trail é um desporto recente em Portugal, desta forma o número de praticantes que investe nas distâncias longas ainda é de certa forma reduzido. Esperamos, ainda assim, 150 a 200 participantes na prova longa (80 km) e cerca de 400 participantes distribuídos entre as outras duas distâncias (14,5 e 23 Km).


- O que destacam da prova, nos diversos percursos?
O Arrábida Ultra Trail (AUT) é uma prova de trail em todos os percursos. Na distância mais pequena, os participantes vão poder ter uma ideia do “espírito do trail” num percurso já com alguma dificuldade. Na distância intermédia, a dificuldade aumenta, não só pela distância, mas também pelo rigor das subidas e tecnicidade do terreno. Relativamente à distância maior, o percurso é bastante mais complexo. Inclui zonas da Serra da Arrábida com pendentes elevadas e trilhos técnicos. De uma forma geral, o AUT é uma prova de progressão lenta em trilhos estreitos (single track) e com grande contacto com a Natureza.


- Que tipo de piso irão os corredores encontrar (essencial para a escolha de sapatilhas adequadas)?
Os pisos na Serra da Arrábida são mistos. Caso chova podemos encontrar muita lama em algumas zonas que não são permeáveis à água. Existem muitas rochas e raízes. Os Percursos contam ainda com zonas de estradão e piso mais fácil para ajudar a recuperar entre os sectores mais difíceis da prova.


- A vossa prova conta para a pontuação do UT Mont Blanc com dois créditos. Porque optaram por terem essa classificação?
Ser pontuável para o UTMB traz responsabilidades acrescidas e seguramente obriga qualquer organizador a um grande rigor técnico. Muitos dos participantes da distância mais longa, sobretudo os estrangeiros já inscritos, fazem-no pelos créditos. Além disto, é um grande prazer estar associado a um dos maiores eventos de Trail Run do mundo.


- Têm percurso de 80Km, de 23Km e de 14,5km. Porque razão não tem uma distância intermédia mais longa, em vez dos 23Km terem 42, por exemplo?
Queremos ter um desafio para quem decida participar no AUT, ai surgem os 80km. Por outro lado também queremos ser uma prova atractiva para a maioria dos praticantes de Trail em Portugal, acho que distâncias a rondar os 25km são mais adequadas.

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 - Já sabem quantos e que tipo de postos de abastecimentos irão ter nos 80km? E nos 23? E ainda nos 14,5?

Sim
80km – 5 abastecimentos (Líquidos e Sólidos) (O abastecimento a meio do percurso incluirá comida quente e zona de repouso)
23km – 2 Abastecimentos (Líquidos e Sólidos)
14,5 – 1 Abastecimento (Líquidos e Sólidos)
Contaremos ainda com 1 abastecimento na zona de meta.


- Haverá material obrigatório?
Sim, e iremos ser bastante rigorosos. Existirão penalizações que poderão levar à desclassificação para quem não cumprir, sobretudo para a distância de 80 km. O regulamento está a ser ultimado e atempadamente será divulgado.


- Recentemente, um dos problemas que os organizadores de provas de trail se têm deparado são as marcações e as eventuais sabotagens dos percursos. Como se vão precaver dessas eventuais situações?
Todos os percursos serão marcados apenas no dia anterior e verificados na íntegra antes da passagem dos corredores no dia da prova.


- Como veem o crescimento das corridas de trail running. E do facto de muitos corredores de estrada estarem a migrar para os trilhos?
Mais importante que um elevado número de provas é que as que se realizem saibam preservar a base deste desporto, nunca descurando o rigor organizativo e desportivo.
É extremamente positivo que as pessoas descubram o prazer que é correr em natureza, para além da estrada. Esta modalidade traz novos desafios, diferentes distâncias bem como níveis de dificuldade acrescidos e a possibilidade de cada pessoa escolher o nível onde quer participar. Todos estes factores contribuem para o crescimento do número de participantes que, acredito, ainda está apenas no inicio.

 

- Que conselhos podem dar aos participantes da vossa prova – nos diferentes percursos?
De uma forma geral podemos recomendar a todos os participantes do AUT, que se preparem, obviamente dentro do objectivo pessoal de cada um, para poderem desfrutar da prova.

Quem vem experimentar uma corrida de Trail pela 1ª vez, que tenha em atenção a especificidade do equipamento (calçado, meias e roupa adequada).

Para os mais experimentes, não subestimem a Serra da Arrábida. Apesar da sua altitude não ser elevada, é um constante “sobe e desce” com desníveis acentuados.

1ª impressão Kayano 20: demasiadas expectativas

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Por Filipe Gil


Confesso que esta não é bem uma primeira impressão, mas sim umas primeiras impressões. Os meus Kayano levam já 50 Km de corridas. Parece que este modelo está “enguiçado”. Primeiro porque desde que fiz o unboxing até agora já se passaram mais de seis meses. A questão é que, como sempre, fiz o unboxing antes de calçar as sapatilhas e só depois verifiquei que o modelo me estava grande.

 

Foi para a ASICS que prontamente indicou que os trocava Só que a casa mãe demorou uma eternidade a enviar o mesmo modelo, no número correcto, para Lisboa. Mas a espera valeu a pena, porque para alem destes Kayano 20 ofereceram-me, pela demora, uns Asics Super J33 que aqui escrevi a review.

 

A esta altura estão a pensar, se recebeste os ténis na mesma altura, porque só agora escreves sobre os Kayano 20? É fácil. Andei a guardá-los para treinar distâncias maiores. Não me saem da cabeça que serão os ténis com que me irei estrear na Maratona – a acontecer, porque isso já é outra conversa.

 

Então, tenho andado a poupá-los. Ou a utilizá-los em treinos acima dos 15K. Como em estrada tem sido raro treinar esta distância, não tenho conseguido correr/escrever sobre eles.

 

Mas, agora, com 50 km nas pés, posso adiantar algumas ideias: são muito confortáveis, são extremamente bem feitos (as cozeduras, os pontos de encaixe dos atacadores, o gel, etc), tudo muito bem feito. É, como alguém me disse o Rolls Royce da corrida.

 

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Com um senão. Certamente que quando nos sentamos num veículo daqueles sentimos logo uma diferença para com os restantes automóveis, diferença essa que , quer quando começamos a conduzir.

 

Confesso que não senti grande diferenças entre calçar e correr nos Kayano em comparação a outros (bons) modelos de outras marcas. Nem melhores nem piores. Talvez as minhas expectativas fossem muito elevadas e no fundo, tratam-se de apenas...umas sapatilhas para correr.

 

São extremamente bonitos, pelo menos este modelo em encarnado. São muito confortáveis e continuo com a ideia de que, provavelmente, farei a Maratona (quem sabe em 2015) com eles?

 

Até por uma grande razão, que só notei ao fim destes 50Km, o seu conforto não muda ao fim dos 15/20km.

 

Passo a explicar, não sei se vos acontece o mesmo, mas as minhas sapatilhas de corrida em estrada, quase todas elas, mudam o comportamento a partir do km 15, mais coisa menos coisa.

 

É quando me começam a fazer bolhas, a irritar-me, é quando começo a sentir algumas das linhas que têm na sola me incomodam. Até aos 10/12Km é um passeio no parque. Depois é que se separam as boas sapatilhas das más. As Kayano 20, apesar de não me terem enchido as medidas, parecem-me boas. A ver vamos, ou melhor a correr, vamos!

Unboxing: Active Underwired Sports Bra

 Por Ana Morais:

 

Na passada quinta-feira fui ao atelier da Bra&Company experimentar os modelos de soutien de desporto recém lançados no mercado. A colaboração da Madalena Ramos e da Ana Rodrigues foi essencial, pois deram dicas e vários modelos a experimentar para servirem de comparação.

 

 

Vou utilizar o modelo Active Underwired Sports Bra no próximo Just Girls, dia 11 de Outubro, e todas estão convidadas a colocar questões sobre o mesmo, ou quem quiser a enviar email para run@corrernacidade.com.

 

 

Em breve irá sair a 1ª impressão deste modelo. Fiquem atentas! 

 

Race report Serra D'Arga (2ª parte)

Por Luís Moura:

(podem ler a 1ª parte deste race report aqui)

 

A seguir ao abastecimento dos 25km, onde passei em 108º da geral, veio uma das piores subidas. Não é a mais longa nem a mais inclinada, mas a conjugação das duas provoca muitas dores. São pouco mais de 2km onde subimos quase 400 metros positivos. Custou pela terceira vez subir esta parede, mas por incrível que pareça, devido ao menor peso e a uma melhor preparação, este ano foi muito mais fácil.

 

Não sei se “mais fácil” é a melhor escolha de palavras. Se calhar, menos agreste será o melhor termo. A subida é brutal. No dia anterior tinham feito lá parte do trajeto da prova do km vertical.

 

Depois do impacto da subida, fizemos uns 2km e pouco na horizontal no alto da montanha, antes de entrarmos na terrível descida antes do abastecimento dos 33km. Digo terrível, porque é quase toda em pedra dura misturada com dezenas de pontos de passagem de mini riachos, o que mantém uma boa parte da descida sempre húmida e muito, muito escorregadia.

 

Descemos quase 500 metros e a média foi de 6:40/km... parecia um caracol, mas deu para passar 3 ou 4 corredores, todos dos 33km, que estavam já nos últimos km's da sua prova. E novamente pensei, onde anda a malta dos 53km?

 

33km
Ao entrar na Montaria, onde estava a meta dos corredores dos 33km e o arranque de quem estava a fazer os 20km, tínhamos um abastecimento. Para mim foi muito complicado. A Liliana já lá estava muito ansiosa e foi logo ter comigo quando parei no abastecimento.

 

Terceira surpresa do dia. Num espaço de 30 segundos, passei de estado normal para um estado de pânico. Fui invadido por dores enormes nas pernas, fruto do ritmo louco com que estávamos a fazer a prova. O facto de treinarmos 90% do tempo em Lisboa é muito complicado para que o nosso corpo se habitue a estes ambientes muito mais inóspitos. A dureza da pedra não se consegue treinar em Lisboa e isso nota-se nas pernas.

 

Treinar muito em Monsanto não chega para vir para aqui. Isto é outro nível de kung-fu... Comecei a beber líquidos, comi um pedaço de banana e comecei a ter tonturas e caibras nos gémeos. Sentei, estiquei e comecei a agoniar. Muito!

Tantos meses a treinar e a prova começava a ficar “preta”. Ao fim de 10min, um dos elementos da organização deu-me 2 pedaços de laranja com sal e 5min depois começou a fazer efeito. Estive 15min no abastecimento! Entretanto, já tinham passado uns 40/50 corredores dos 53km e eu ali sentado no chão quase a chorar com a irritação de ver a continuação na prova comprometida.

A Liliana estava a tentar acalmar-me e a ajudar com o apoio constante. Nesta altura passa-nos tudo pela cabeça, o que andamos a fazer? O que não andamos a fazer? Porque estou aqui? Porque que raio me doem as pernas? Não estaria melhor na cama?

 

Com 22min de paragem no abastecimento e já com poucas dores nos gémeos, decidi arrancar. Tinham passado “milhões” de corredores enquanto estive a recuperar, era altura de meter as sapatilhas a mexer. Cheguei no lugar 100º e devo ter saído pelo 160/170º do abastecimento. Arranquei devagarinho, a passo. Mesmo a passo. Fiz quase 1km a pé, devagar, para deixar o corpo reabituar-se a mexer. E tudo parecia duro, muito duro. Doía-me quase tudo, desde os gémeos, quadricípites e costas com o peso da mochila... não estava nos melhores dias. Entretanto a Liliana ficou para trás e foi-se meter no carro para me ir esperar na meta... Quase nem falei com ela quando sai tal o foco em apenas sair dali!

 

Ao fim de uns metros, juntou-se um grupo de 4/6 elementos e andamos ali 2/3km a correr a ritmo ligeiro, a passar no meio de aldeias perdidas em paisagens lindíssimas, e no meio daquelas casas todas, às vezes apareciam casas com relvados grandes e piscinas!

 

Passado pouco começa a descida para as cascatas do rio Ancora. A parte mais fantástica da prova. Foram cerca de 4km quase sempre a descer onde recuperei a maior parte do entusiasmo e do bem-estar.

 

Já conseguia rolar relativamente bem. Já estava com gosto pelo que estava a fazer. Entretanto passei 3 ou 4 corredores que também já estavam em dificuldades. Inicio dos quase 4km sempre a subir ao lado do rio, com varias passagens pela água e pelas margens, e novamente os pés molhados. Como sempre. Abrandei ligeiramente e decidi gerir melhor o esforço aqui, com muitas pequenas subidas de 10/30 metros de lama, muito difíceis de colocar os pés. E sem nos apercebermos, começamos a subir, e a subir. Penúltima subida, a mais pequena da prova, onde "apenas" subíamos até aos 450 metros de altura, mas já com muita pedra novamente no final. Até escalada durante uns metros tivemos que fazer.

 

E depois começou a descida para o abastecimento dos 43km, ou 45km conforme os gps's que íamos vendo. Uma descida de +/- 1,5km de pedra, e pedra e pedra.

 

Cheguei ao abastecimento, e o corpo já estava quase normal. Sem dores agudas e já me encontrava bem disposto. Fiquei lá 5min a beber líquidos e a comer mais letria da mulher do Carlos Sá, e alguma fruta. Entretanto, passou o Rui Pedro Julião e segui na calçada dele.

 

Cheguei em 146º da geral e sai acima dos 150º. Tínhamos mais 10km para fazer e uma última subida com quase 4km e 400 metros de subida. Formei um grupo com mais 3 corredores e lá fomos subindo devagarinho. Sem correr, mas sempre numa passada rápida. E fomos passando alguns corredores que já iam com dificuldades.

 

Por esta altura também já se sentia algum calor forte, estávamos numa vertente da montanha virada diretamente para o sol e ele bem que nos tentava derrotar com os seus abraços quentes. Muita água se bebeu ali. Mas o ritmo estava constante e a vontade já era inquebrável. Sempre em frente!

 

Como fui gerindo a prova melhor nos últimos km's, já me ia a sentir bem novamente e cheio de energia para ir até ao fim. A 1,5km's do início da descida final, eis que encontramos a "pequena" subida que todos os anos o Carlos Sá gosta de nos presentear.

 

São apenas 300 metros, mas subimos uns 90 metros quase de gatas. Não sei porque custa tanto! No topo da micro subida, e com toda a gestão de energia que fiz nos últimos 15km, arranquei e deixei para trás os 3 colegas. Sentia-me sem dores grandes, sem muito calor, alegre e de bem novamente comigo mesmo, e já com o relógio a passar das 7 horas de prova. Tinha "prometido" como meta ficar abaixo das 8 horas de prova, e estava a começar a ficar complicado devido aos problemas com o estômago e as dores nos gémeos.

Cerrei dentes e meti a quinta. A partir dali foi sempre no redline.

 

Início da descida final
3km e pouco sempre a descer, com muita pedra, lama e piso escorregadio... muito escorregadio. Fiz os primeiros 2km a uma média de 7:40 e passei por uns 5 ou 6 corredores. Caras pálidas e tornozelos empenados ali não faltavam, mas a resiliência humana é tramada... Mesmo a 7:40 por km, parecia uma velocidade louca para a aderência que os Salomon que tinha calçados dão em piso molhado.

 

O terceiro e último km na montanha foi feito a 5:20, já com uma boa parte a rolar em piso de estrada.

 

Meta

Cheguei ao ultimo troço. Cerca de 500 metros já dentro da vila, em alcatrão bom e sempre a descer. O GPS marca média de 3:42 por km naquele troço e realmente parecia que ia depressa. Só queria acabar o sofrimento das pernas. Só queria chegar ao fim. Só queria chegar dentro das 8 horas.

 

Só queria ver a Liliana que devia estar a sofrer tanto como eu. A ansiedade era muita. Dei um berro na entrada do troço e liguei o modo "meia-maratona". Nem me apercebi do peso da mochila ou de qualquer outra coisa. O focus estava na meta.

 

E uns 450 metros depois lá aparecia ela lá ao fundo, depois da curva. Vi um tapete vermelho antes da meta e a meio a Liliana a gravar a chegada. Veio uma lágrima ao canto do olho quando entrei no tapete, depois de tantas tropelias durante a prova, o esforço era tão grande que desapareceu tão depressa quanto apareceu.

 

Passei a meta. Parei, olhei em volta uns segundos. Deram-me o prémio de finisher, o colete habitual, este ano em cor vermelha.

 

Estava a ver que ia ser difícil. Posição final 137º. Dava perfeitamente para chegar em 100/110. Fica para o próximo ano!

 

Em termos mentais foi das minhas provas mais difíceis, senão a mais difícil. Já tinha desistido em outras provas por considerar que no estado em que estava não valia a pena colocar o meu corpo em risco.

 

Desta vez foi diferente. Passar de bestial a coxo ferido e depois novamente a bestial, foi complicado. Gerir as emoções e os sentimentos não é fácil. As tonturas e a sensação de quase vomitar no abastecimento dos 33km foram avassaladoras.

 

Levantar e andar foi difícil mas sempre com o objetivo bem definido e traçado para este domingo. A meta era a única saída dali. Como costumo dizer nos treinos, em alguns sítios foi "suck it up" e toca a mexer. Muito bem aplicada nesta prova! Depois descansa-se.

Como nota final gostaria de agradecer à Liliana por todo o apoio que deu, antes da prova, durante a prova e no final. Faz uma diferença brutal ter uma namorada que nos entende, que percebe por aquilo que estamos a passar e todos os sacrifícios que temos que fazer para chegar a determinados objetivos. És grande companheira!

 

Um segundo obrigado ao Bruno Miguel pelo apoio no abastecimento dos 33km. É sempre importante o apoio que sentimos no Trail comparativamente ao que vemos no alcatrão.

 

Por fim, dar os parabéns aos meus colegas de equipa, o Stefan Pequito ficou em 21º da geral com 06:17h! O miúdo tem potencial para andar muito depressa e com calma vai lá chegar, e ao Pedro Luiz que em modo "rolar", ficou em 258º da geral com 09:10h. Muito bom para quem estava a fazer a primeira prova depois do recover.

Para fechar, os meus parabéns à organização do evento, é das melhores que temos no país. Tem um ou outro pormenor que pode ser afinado, mas no geral é super bem organizada e quase tudo encaixa como um relógio suiço. Não é de estranhar que toda a gente queira lá regressar.

 

Os meus parabéns a todos os malucos que se propõem a fazer estas provas e a baterem os seus próprios medos e receios. É sempre bom ultrapassar o que pensamos ser difícil.

 

FIM

 

 

Uma prova diferente…

O meu PBT na Meia é uma hora e cinquenta minutos. Hoje levei duas horas e meia a fazer uma Meia Maratona. “O que fazes aqui?” perguntaram-me alguns amigos que viram que estava claramente a correr abaixo do meu potencial. “Apoiar os meus amigos”, respondia com um sorrisão na cara.


Na Corrida do Tejo, no mês passado, o projeto “O Correr na Cidade ajuda-te a superar” deu-me tanta satisfação que decidi fazer o mesmo durante a Rock ‘n Roll Half Marathon de Lisboa. Iria puxar pela “nossa” Liliana, na sua já terceira Meia Maratona.


Quem me conhece sabe que eu gosto de apoiar as pessoas que me rodeiam e de desafia-las a superarem-se. A minha amiga Patrícia até se lembrou de uma metáfora engraçada: “Quem precisa de suplementos energéticos com a Bo por perto?” :) As pessoas costumam questionar-me onde é que vou buscar tanta energia para além daquela gasta na própria corrida. No meu caso, sinto que ao apoiar ganho energia. As pessoas, os atletas, dão me energia.

 Foto por Miguel Batista

 

Assim, e como queria fazer um treino bem longo antes do UTAX (42K), decidi sair de casa a correr até ao ponto de encontro combinado. Cheguei à partida já com 6km nas pernas, mas sentia-me fresquinha e muito animada para ajudar a Liliana a superar-se nesta prova. Na partida na Ponte Vasco da Gama encontramos, entre muitos outros amigos, o João Seco e Joana Aguiar que costumam treinar connosco. Como eles iriam fazer um ritmo parecido ao nosso, decidimos avançar os quatro juntos.


Fomos, sem dúvida, o quarteto mais animado da prova, do início ao (quase) fim. Quase porque a Joana teve que abrandar nos dois últimos quilómetros devido a dores nos malditos joelhos. Mantivemos um ritmo confortável, o qual era controlado pela Liliana, mas assim que o ritmo baixava demasiado, lá vinha eu com o mil vezes repetido: ‘bora Lili! Já as pessoas que corriam à nossa volta começavam a puxar pela Liliana; foi muito giro. Até fizemos um amigo, o Simão, que esperou por nós para cruzar a meta.


Aproveitamos cada palco de Rock ‘n Roll ao longo do percurso para pôr as mãos no ar e shake that ass. Conseguimos pôr vários maratonistas que se encontravam parados ou a caminhar a correr. Conseguimos puxar por muitos meio-maratonistas para manter o passo. E, acima de tudo, conseguimos divertir-nos muitíssimo ao longo desta linda viagem.

A Liliana, coitada, deve estar “toda partida”, pois fui um pouco exigente com ela, principalmente nos últimos kms, mas valeu a pena, pois foi uma prova cheia de PBTs para ela; aos 5, 10, 15 e 21km!!! Que orgulho!!!


Para mim, a corrida não é um desporto individual, é claramente um desporto coletivo. Fazer provas na companhia dos meus amigos e ajudá-los a superarem-se, para mim é tão ou ainda melhor do que eu própria alcançar um PBT. Fazer esta meia com mais 40 minutos daquilo que eu poderia ter feito foi ótimo, pois, só assim diverti-me mais tempo!