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Correr na Cidade

Do outro lado da barricada

 

Por Carmo Moser

Fotografias de Carmo Moser e Miguel Baptista

 

A convite da minha amiga Goreti este ano participei no MEO URBAN TRAIL de Lisboa. Mas este foi um convite especial!

 

Tal como todos os outros participantes tive direito a uma t-shirt técnica e a um frontal, mas não tive dorsal. O convite foi diferente; foi para estar “do outro lado”, no lado da organização. Para mim foi uma experiência nova. Já tinha organizado pequenos treinos por Sintra, mas nunca tinha colaborado na organização de uma prova “à séria”.

 

Fiquei responsável pelos três primeiros quilómetros do percurso. Teria de organizar a equipa de voluntários dessa secção e garantir que nessa parte do percurso tudo correria dentro da normalidade e, no final, teria ainda de colaborar na distribuição das águas e da fruta aos atletas. Foi uma experiência única, que começou um bom par de semanas antes da prova, com o reconhecimento do percurso.

 

Chegado o grande dia e com 11 voluntários a meu cargo, senti verdadeiramente o peso da responsabilidade. É que na organização de um evento destes a imprevisibilidade é mais que garantida: carros mal estacionados; obras no meio da rua que aparecem de um dia para o outro; fitas de marcações que desaparecem num abrir e fechar de olhos; espectadores “à força” que não colaboram minimamente...

 

Mas graças a uma equipa de voluntários fantástica e a todo o empenho da organização, lá conseguimos superar todos estes obstáculos e garantir que os atletas chegassem a bom porto.

 

Apesar do meu pequeno “papel” na organização deste evento, deu para perceber que organizar uma prova é muito mais complicado do que poderia imaginar. A logística implicada é tremenda e a quantidade de pessoas envolvidas é brutal. Tive a verdadeira noção que é difícil agradar a gregos e a troianos, mas que se as coisas forem feitas com empenho e dedicação, tudo se resolve!

 

Mas todo o tempo despendido na organização da prova e todo o cansaço acumulado foi mais que compensado pela emocionante experiência de ver passar (e de receber) no final tantos atletas, tantos amigos, cansados mas sempre a sorrir!

 

 

E ainda tive como bónus o exemplo da dedicação dos meus amigos (João, Cafon, Miguel P., Miguel B., Pedro e das minhas queridas amigas Goreti, Teresa e Mónica – esta última nomeada à “força” como voluntária de última hora) que se entregaram a 100% na organização do MEO URBAN TRAIL.

Foram momentos únicos que ficaram para sempre na minha memória!

 

 

 

Vamos lá correr 15KM...

Ainda antes de revelarmos o calendário completo para o mês de Outubro (se bem que já são conhecidos os nossos treino do dia 11 e do dia 15) avançamos com o treino desta semana. Que não é apenas um treino mas um desafio. Vamos correr 15Km na zona ribeirinha de Lisboa. Sim, apesar da maioria dos nossos treinos serem de City Trail ou Trail, gostamos de voltar ao asfalto de vez em quando. 


São sensivelmente 15 km do Cais do Sodré até ao Monumento aos soldados das guerras coloniais (há uma fonte ali mesmo) e regresso ao Cais do Sodré. É um treino excelente para quem nunca passou dos 10Km de distância. É a partir desta altura que vemos se as sapatilhas de corrida que usamos são boas ou não. 

 

 

 

JUST KEEP ON RUNNING

Data: 01 de Outubro(4ª feira)

Hora do encontro: 19h30

Hora da partida: 19h40 

Percurso: Cais Sodré até Belém e regresso.

Ponto de Encontro:Porta principal da Estação da CP do Cais do Sodré

Distância: mais ou menos 15Km

Guias Correr na Cidade: Filipe Gil e Tiago Portugal

Tipologia de treino: Estrada

Ritmo: Vamos fazer o percurso em 1h30m a 1h45m. Mas ninguém fica para trás!

Observações:Há fontes publicas onde nos podemos refrescar, sobretudo em Belém. Mas quem quiser levar hidratação, força! Quem nunca tiver feito a distância, aconselhamos a levarem algum gel energético, ou me ou marmeladal. Uma solução bem mais saudável.

Por questões logísticas pedimos a vossa confirmação no facebook aqui.

Saucony lança XODUS 5.0

Intitulada como a jóia da coroa e sob o mote de “maior tracção, mais ajustável e melhor aderência em terrenos irregulares” a Saucony  lançou os novos Xodus 5.0.

 

Se as reviews dos 4.0, descreviam esta sapatilha como muito confortável, com um agarre de outro planeta, as alterações introduzidas nesta versão 5.0 apontam melhorias significativas neste campos.

 

Assim, de acordo com a descrição da marca, estamos perante sapatilhas, com um drop de 4mm, para corredores com uma pisada neutra e que incorporam tecnologias como o sistema Pro-Lock, que fornece um ajustamento perfeito do pé, evitando assim movimentos desnecessários.

 

A sola, da casa Vibram, conta com o composto Xs Trek e uma goma que favorece a aderência e a durabilidade não descurando a flexibilidade.

 

A sola média incorpora a tecnologia PowerGrid e o material de EVA SSL (Saucony Super Lite) na totalidade da superfície, o que aporta leveza e grande capacidade de recuperação.

 

Segundo a Saucony as grandes diferenças entre os 4.0 e 5.0 estão essencialmente  numa evolução dos materiais usados. O PowerGrid passou a ser colocado em toda superfície do pé, quando antes apenas se aplicava no calcanhar e o material RunDry fi incorporado no tecido que envolve o tornozelo, permitindo assim uma melhor respiração do pé. O peso diminuiu ainda para umas agradáveis 303G.

 

PVP: 139€ 

 

 

Review: Salomon X-Scream W CityTrail

Depois de passar um Verão parada com as lesões nas canelas, finalmente consegui testar os Salomon X-Scream W Citytrail e chegou a hora do seu veredicto final.

As recentes sapatilhas Salomon X-Scream W CityTrail, que tive a oportunidade de testar enquanto Salomon Field Tester, têm o objectivo de manter o espírito da montanha, em ambiente urbano: percorrer a cidade, não apenas pela estrada ou pelos passeios, mas incluir também as escadas, as subidas e descidas, as calçadas. Trajetos que que a nossa cidade tão bem nos oferece.

As sapatilhas X-Scream W Citytrail são leves e frescas, ideais para o tempo quente. A malha que compõe os ténis permite a passagem do ar, deixando os pés respirar sem a acumulação de calor. A sua leveza torna estas sapatilhas ágeis e de rápida resposta.

Entrei no espirito CityTrail e testei as sapatilhas em vários ambientes, estrada, passeios, escadas, trilhos de terra batida e diverso mobiliário urbano. Graças à sua Sola Contagrip®, eapesar de inicialmente sentir um maior atrito em estrada, com o acumular de quilómetros, e desgaste da sola, tal deixou de acontecer, pelo que os Salomon responderam bem em todos os pisos, demonstrando a agilidade e flexibilidade pretendida pela Salomon para estas sapatilhas.

Quanto ao amortecimento, como sou uma pessoa com algum peso, senti em treinos mais longos que lhe faltava qualquer coisa, mas acredito que tal não aconteça a pessoas mais levezinhas. A palmilha oferece suporte anatómico e confortável, graças à sua tecnologia EVA.

Estando habituada aos chamados “atacadores normais”, senti alguma diferença no sistema Quicklace™ (aperto minimalista e forte com um só puxão. Fácil de apertar e desapertar). Apesar de sentir segurança nas sapatilhas, e de as apertar bem, sentia que às vezes ganhavam alguma folga. Contudo a bolsa dos atacadores ganha pontos, bem como a protecção da “língua” contra a lama e detritos que vão ficando dentro do calçado.

Após vários treinos em vários tipos de pisos, posso concluir que o objectivo da Salomon para as sapatilhas CityTrail, foi atingido: leves, frescos, rápidos, confortáveis e seguros. Que mais queremos de umas sapatilhas?

 

Pontos positivos:

- adaptabilidade aos vários pisos

- leves

- frescos

 

Pontos negativos:

- sistema Quicklace™

 

PVP: 120€

Restantes tecnologias podem ser visualizadas aqui.

 

Boas corridas!

Um trail no norte da Noruega

Quem gosta de trail running conhece Kilian Jornet Emilie Forsberg, dois dos mais talentosos ultra runners da atualidade. Ambos, (que até são namorados), decidiram organizar um prova de trail no norte da Noruega, em TromsØ, e fizeram este vídeo que vale a pena ver. (quem não conhecer nem Kilian nem Emilie, ali em baixo, nos links está a ligação para as suas páginas oficiais).

 

IV Edição Grande Trail da Serra D'arga

Este fim de semana vai-se realizar a quarta edição do Grande Trail da Serra D'Arga. Vai ser a minha terceira participação consecutiva, depois de ter falhado a primeira edição.

 

2012 e 2013

Depois de ter sido usado o mesmo percurso nas primeiras 3 edições, este ano houve uma grande alteração no circuito e na disposição dos diversos eventos de maneira a rentabilizar melhor os recursos e o tempo. Se na minha primeira visita a Arga não tinha nenhuma experiencia de trail de montanha ( só tinha feito os 50km noturnos de obidos, que comparando com Arga parece uma corrida em plano ), onde tudo foi um abrir de olhos gigantesco para o mundo do trail.

Corria há pouco mais de 1 ano mas quase sempre em estrada e sem qualquer experiencia sobre pedras, montanha, rios, chuva, calor, orientação, alimentação, calçado, bolhas, oculos molhados, gps, etc. Tudo era novo e tudo foi uma aventura em 2012. Cortei a meta com dores em todo o corpo e em sitios que nem sabia que existiam :) Demorei uns dias a recuperar o corpo do empeno.

No ano passado, já com muito mais preparação, fisica e mental, com vestuário mais apropriado e já com vários km's a sofrer, choveu torrencialmente. Nova aprendizagem, desta vez como correr 40km sem oculos e sem ver quase nada para além de 10metros ou como um chazinho aos 33km quente é das melhores coisas da vida... coisas deste género :)  e chuva, chuva, chuva e mais chuva quase no final :)

 

 

Expectativas 2014

As expectativas para este ano são elevadas. Se no primeiro ano foi tipo um estalo bem dado na cara, e no ano passado uma consolidação de aprendizagem, para este ano já com milhares de km's em cima e outro tipo de experiencia emocial e mental, o objectivo principal é divertir-me a fazer uma coisa que adoro e andar o mais rapido possivel. Se conseguir ficar entre os 150 primeiros, será optimo. Se não ficar, desde que me divirta e me sinta livre fazendo o que gosto, já é uma prova com exito para mim. Gosto do trail pelo espirito que me proporciona. Pela liberdade, pela auto-aprendizagem que passamos a cada prova que fazemos, pelas pessoas fantasticas que conhecemos e uma constante procura de nos superarmos individualmente.

É dificil de explicar por palavras todo o turbilhão de emoções que nos transmite o trail. Já nem vou falar na paisagem que apanhamos. Algumas deslumbrantes.

 

O aumento de 46 para 53km desta edição vão ser um obstáculo extra, mas como tudo na vida, o que não custa a ganhar/atingir, tem pouco sabor no final. Acho que estão todas as condições reunidas para ser um grande dia de corridas na montanha, ainda por cima com o apoio constante e presencial da Liliana a acompanhar a prova no inicio, no meio e no final :)

 

 

Boa sorte a todos os participantes nos 4 eventos principais no Sábado e no Domingo

Correr atrás da curiosidade

Por Filipe Gil:

Ontem quando descobri estes 13 minutos não resisti e visualizei três vezes – de seguida.

 

Escrevo sobre o vídeo “Curiosity” da marca The North Face sobre a prestação de três dos seus atletas no UTMB de 2014: Hal Koerner, Timothy Olson e Rory Bosio (a vencedora das últimas duas edições no setor feminino) e sobre como a curiosidade nos leva a ultrapassar desafios.

Um vídeo muito bem feito e cheio de emoção. Que transmite, conseguindo, o que o ultra running é na sua íntegra: curiosidade para ultrapassar os desafios da mente e do corpo.

 

Apenas uma ressalva em relação à The North Face: quem vê um vídeo assim fica envolvido emocionalmente com a marca. Uma pena, ou melhor desperdício, a atitude da marca em Portugal. Confesso que não sei se é por culpa do representante se da estratégia internacional que nos integra como se um província de Espanha pobre e sem interesse, e sem consumidores.

 

Em Portugal, a marca está disponível em pouquíssimos pontos de venda (em outros países têm várias lojas próprias) e apenas se dá a conhecer junto de alguns, ou melhor, de um atleta, e de elite: Luís Mota.

Ainda não perceberam, como também outras marcas também não perceberam, do potencial de crescimento de vendas em Portugal junto do corredor anónimo que cada vez aposta no trail running. E que gasta muito dinheiro em viagens, estadias, mas sobretudo em equipamento. É uma pena. 

 

Review: Compressport Quad Trail Running Underware Black/Red T4

 

Faz por esta semana 1 ano que comprei este acessório de corrida na SportExpo da Maratona de Lisboa. Objectivo principal era uma aposta mais forte no trail em 2014  e uma ajuda extra para os treinos e provas mais longos, devido a todas as vantagens que eram anunciadas pela marca. Depois de andar umas semanas a ler bastante sobre o que havia no mercado, lá me decidi por esta marca e este modelo.

 

 

Características base

O que era indicado na altura da compra como vantagens para quem usasse :

- pressão 360º em toda a perna superior reduzindo substancialmente as vibrações que a corrida produz nos musculos, veias e articulações

- ajuda na circulação sanguinea, provocando um maior fluxo no retorno venoso até o coração

- aumento na oxigenação dos músculos

- apoio extra para as mãos nas subidas mais íngremes

- peso reduzido e não acumulação de agua no tecido

- melhor regulação da temperatura do corpo com a optimização da circulação do calor e suor

 

Efeitos :

- Ajuda a libertar o excesso de acido láctico

- Ajuda a evitar cãibras

- Ajuda a reduzir as micro-rupturas musculares devido ao maior suporte

- Ajuda a reduzir no geral o risco de lesões

- Ajuda a reduzir o tempo de recuperação

- Aumenta a resistência ao esforço com a maior absorção dos choques

 

Isto é o que é comercializado pela marca. Na pratica será que faz mesmo isto tudo ?!?

Primeiro problema que tive, foi o tamanho escolhido. Como tenho uma perna forte, tive que ir pelo tamanho máximo, o T4, com o inconveniente de ser mais comprido do que o que seria recomendado para o tamanho da minha perna.

Existem 4 tamanhos desde o T1 ao T4, conforme o diâmetro dos dois pontos mais distantes da perna que ficam na zona de compressão e devido ao diâmetro, deu um tamanho T4.

 

Primeira vez que os usei, foi uma sensação interessante. O facto de os quadricipeds abanarem muito pouco, tem de facto alguns e bons efeitos no treino. Os impactos que se sentem são minorados, nas descidas íngremes por exemplo temos muito mais confiança a descer em alta velocidade. Pode ter algum efeito placebo, mas o que é um facto é que agora é quase obrigatório ir para um trail ou para um treino mais longo no centro de Lisboa a subir e descer e levar os quad's.

 

A recuperação muscular é de facto muito mais célere, não sei é em que percentagens entre o usar o Quad e o estar em melhor forma agora que há 12 meses atrás. O impacto que se sente nas pernas também é muito menor, não provocando aquela sensação de desconforto quando se desce muito depressa. O facto de tapar a perna toda até ao joelho também ajuda indirectamente a alguma protecção térmica naqueles dias mais frios, onde na parte inicial o corpo encontra-se sempre um pouco mais frio.

 

Em termos de utilização, é só vestir como se fosse um calção e ao fim de algumas semanas já nos esquecemos que eles estão lá tal a maneira como se acomoda na perna. Único reparo que tenho no meu caso, é a parte superior que serve de suporte para que não desça durante a sua utilização fazer um pouco mais de pressão do que o recomendado, mas outras pessoas com corpos diferentes podem não vir a sentir esse sintoma.

 

Qualidade do material

Em termos de qualidade do tecido, nada a apontar. Ainda está com quase a mesma qualidade e textura que tinha quando eram novos. O mesmo já não se pode dizer do efeito de compressão dos mesmos. É notório que vai-se degradando aos pouco a força que exerce nos músculos. O facto de ter perdido cerca de 10kg desde a compra também não ajuda, mas mesmo assim nota-se que está muito menos elástico e a força é bem menor. Relativamente aos decalques utilizados pela marca para a identificação e retro iluminação em sítios com pouca luz, já se começam a degradar aos poucos denotando algum uso, mas neste caso nada de extraordinário. Normalmente não é aconselhável lavar este tipo de vestuário na maquina devido ao desgaste que provoca nos tecidos elásticos e ás suas propriedades, mas com apenas 1 ano de uso e talvez uns 1500km em cima, a pressão mais fraca que é verificada prejudica um pouco todas as vantagens que foram enumeradas acima. Dentro de pouco tempo vou ter que procurar um substituto para eles. Talvez sejam uns iguais :)

 

Este fim-de-semana temos o Ultra Trail da Serra D'arga e as suas dificuldades inerentes aos 53km a subir e a descer varias vezes a Serra D'arga e as suas vertentes, e não poderia ter melhor companhia para os enfrentar do que estes calções em termos de conforto para as pernas. Gosto tanto deles e parecem-me tão mais eficazes que deixei de usar as perneiras da mesma marca.

E nunca mais tive lesões musculares relevantes desde que os comecei a usar.

 

Boas corridas para todos que vão entrar em competição este fim-de-semana nas diversas provas disponiveis ou se forem apenas treinar :)

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