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Correr na Cidade

Recordar o Louzan Trail

Partilhamos com os nossos leitores algumas das nossas memórias da "Crew Trip" que fizemos ao Louzan Trail deste ano. Um fim-de-semana muito bem passado, com boa comida, grande risadas, grande cumplicidade e, claro, com corrida - e nos trilhos. Partilhamos convosco a nossa alegria de três dias dedicas à "família" da crew do Correr na Cidade.

 

Twiinkly – uma app para corredores

Conhecem a app Twiinkly, uma rede social, estilo Twitter, exclusiva para corredores? Se não conhecerem vão passar a conhecer, pois o Correr na Cidade entrevistou um dos criadores desta app, o corredor Martin Gaffuri. Saiba tudo sobre a Twiinkly.

Nota: nestas entrevistas internacionais preferimos manter a entrevista em inglês, para não se perder nada aquando da tradução.

 

What’s Twiinky?

Twiinkly is a new media, like Twitter but with photos. It allows people to share photos during a sport event. All the photo are displayed live on a timeline visible by all users, allowing live coverage of the event.

 

When and why did you created Twiinkly?

I had the idea of Twiinkly when I raced TransVulcania in mai 2013. So many people took photos of me during the race with their smartphone, it was impressive. But when I looked for them to illustrate my race report, I was never able to find them. In November 2013 I decided to co-create Twiinkly with Christophe Delalande, and soon after Romain Humbert joined us. So we created Twiinkly to be the three musketeers of live photography sharing with this vision : "one for all, all for one".

 

What’s Twiinkly main goal? A social network for runners?

The main goal of Twiinkly is to allow all spectators to get involved in the race or the event they are watching. Through photos, they share the emotion they are experiencing as the event unfolds. A picture is worth a thousand words, and Twitter only offers 140 characters... It had become obvious for us that Twitter wasn't enough to share beautiful emotions. We created Twiinkly to fill this need.

First we are offering this service for runners, but we will be open to any sporting event in the future. Emotions are everywhere and we want to make this new media available to as many people as possible.

 

How do you think Twiinkly will grow?

Since the launch of the iOS application in May 2014, we had very positive feedback and constant user growth. We got the confirmation that Twiinkly answers a real need. People who know about it love it, and use it a lot. So Twiinkly will grow as fast as we can inform people about it.

The more people will use the Twiinkly, the better the service will be, so we encourage the Twiinkly community to help us spread the word about the app.

 

Are you a runner? If yes, road runner, trail runner, both?

Yes ! I run since I was 7 years old. I started with Cross Country and track, until 2006 where I started running in the mountains. I loved it and this is what I do since then. I joined the New Balance Team this year after I finished 4th at the Skyrunning World Ultra Series in 2013.Christophe is a recreational runner with a taste for shorter races to challenge himself, while Romain likes to run... in mud ! Regardless of the level, we all have a lot of fun running :-)

 

There’s a running “boom” worldwide, especially in tail running. Do you agree, if so, why do you thinks this is happening?

I think the same thing is happening as what did 20 years back. People got tired of track and cross country because of federation regulations and went to run on roads. Now there are regulations on road running, so people move to the trails ! Runners want to be free, so we are always running away from restricting rules :-)

I also believe that the state of minds have changed. It used to be all about the competition and chasing the best times on road running races. With trail running, times become irrelevant. So while a few elite chase the first places, the rest of the filed just want to have an amazing experience in the mountains, and achieve their goal : Finishing. 5 years ago, my friends thought I was an idiot to go out running, now they ask me for advice on how to best prepare their next race ! Running became "cool", and runners are now asking for cool services. Twinkly is right up that alley, mixing photos like Instagram and live sharing like Twitter, but adapted to covering running events.

 

Anyone can submit their race or running events photos to Twiinkly?

Yes ! Currently, they need to contact us first, but we welcome any race director or running related event to contact us at rd@twiinkly.com to add their event to the Twiinkly application. It is free for all non for profit running events to be on Twiinkly and we charge a very small fee (less than a pair of running shoes!) for the race directors package. The good news is that with this package the race directors can not only cover the cost but most of them are making money with Twiinkly ! Same process with the photographers who are looking for exposure, except it's free.They contact us at photo@twiinkly.com, ideally before they shoot an event. We create the event on the application after we got in touch with the director, and add the photos to the timeline as soon as we receive them.

The app offers free exposure for photographers and revenues for race directors, everyone wins with Twiinkly !

 

It’s already available to other platforms rather then iOS?

We have made the decision to start with only iOS, to ensure that Twiinkly would be well received by the runners and race directors. We have had the confirmation through a lot of enthusiasm so we have started developing an Android version that will be available in September.

 

This is a sponsored app?

Christophe, Romain and myself are funding and creating this application ourselves. We are the sole owners of it.

 

 

 

Christophe Delalande:
Romain Humbert:

 

Review: Asics Gel Cumulus 15 - para distâncias maiores.

Por Natália Costa:

 

Pela primeira vez tive a oportunidade de experimentar uns Asics, uma das marcas mais famosas entre os corredores.Já tinha observado várias vezes os muitos corredores e corredoras que usam esta marca. A mim, dentro da parceria que o Correr na Cidade fez com a marca para o treino Just Girls do passado mês de maio, calhou-me os Gel Cumulus 15.

 

Para além dos treinos regulares, onde corro sempre entre 9 a 12K, fiz com este modelo o treino das Just Girls, acima referido e ainda uma prova: a Scalabis Night Race.

 

Na minha opinião, e depois destas corridas todas (cerca de 50K) posso indicar que são umas sapatilhas muito leves, altamente respiráveis.

Possui uma rede na zona frontal que permite ao pé respirar muito melhor. Contudo, a nível de design acho-os pouco atrativos, as cores, branco e laranja não são as cores que mais gosto...

 

 

Sem entender muito de sapatilhas, o que me apercebi é que têm um reforço na zona posterior do pé, isto é no calcanhar, o que faz com que eu naturalmente vá bater primeiro no chão com o calcanhar, pois o peso e a sua estrutura deles assim me obriga. Como tenho, na maioria das vezes, experimentado sapatilhas mais minimalistas, confesso que não gostei muito da sensação, mas acho que é uma questão de hábito.

 

Apesar de não ter feito treinos muito longos, a sua estrutura leva-me a arriscar a escrever que este tipo de sapatilhas devem tornar-se mais interessantes em provas mais longas, como por exemplo, uma meia maratona.

 

Como referi anteriormente, sou uma grande adepta de sapatilhas minimalistas, porque gosto de sentir o chão quando vou a correr, e porque parece que faço menos esforço e tudo flui mais naturalmente. Mas em provas ou treinos superiores a 12 km, confesso que é deste género de sapatilhas como as Cumulus 15, que as corredoras necessitam - no meu caso ainda mais pois preciso de mais suporte para o meu pé e mais estabilidade a agravar o facto de sofrer da coluna e o Gel dos Cumulus serem uma grande ajuda para distâncias maiores.

 

Pontos positivos:

Suporte
Conforto

Respirabilidade
Resistência

 

Pontos negativos:

Design
Muitos cm de drop no calcanhar
Peso excessivo para provas ou treinos curtos

Observação final: estou "viciada" em ténis minimalistas (4mm de drop) e isso condicionou a minha apreciação deste modelo da Asics. Apesar dos 50K já feitos ainda não me habituei a eles. Tenho consciência que, como meu nível de treinos, é arriscado fazer uma Meia Maratona, ou distâncias superiores, em minimalismo, por isso a minha próxima Meia Maratona será com os Cumulus calçados. Assim, só os posso aconselhar a quem quer treinar ou correr distâncias maiores, onde poderão usufruir de toda a inovação que a marca aposta neste modelo. Para distâncias mais curtas, a Asics tem modelos mais interessantes. Boas corridas.

 

A história dos Hoka One One

Por Filipe Gil

Já tinha falado neles aqui, mas com o meu despertar de interesse pelo trail running e pelo ultra running a palavra Hoka One One aparece cada vez mais. Os ténis maximalistas, que ainda não têm venda direta em Portugal, estão a despertar o interesse de muitos ultra runners. A mim gera-me alguma curiosidade, apesar de os achar parecidos com ténis ortopédicos. Tenho pesquisado e percebido que há muitos corredores a experimentarem. Deixo aqui um vídeo sobre a história desta nova marca de ténis de running. E vocês o que acham do conceito da marca Hoka One One?

 

Trail Monte da Lua: um dia excelente!

A Dream Team: Eu, Patrícia e Diogo! (Foto por Paulo Jaime)

 

Sábado, 6 da matina e toca o despertador. Tal como o Diogo Conceição disse: “em vez de se estar a deitar vindo do SBSR (...) vai galgar a Serra de Sintra”. São escolhas. E não me arrependo da minha :)

 

Combinei com o Diogo e a Patrícia que iríamos fazer a prova juntos, pois, nos treinos CnC das semanas anteriores descobrimos que temos os três mais ou menos a mesma pedalada. Fizemos bem. Formamos uma excelente equipa, do início ao fim uns a puxar pelos outros! Sem objetivos de tempo, apenas com a intenção de fazer aquilo que gostamos - correr em trilhos - , lá fomos aos K25 do Monte da Lua.


Em poucas palavras: ambiente espetacular, prova gira e que desfrutamos bem e, após aplaudir a chegada dos últimos dos K25 e primeiros dos K50, um excelente piquenique organizado pelos Tartarugas. Foi um dia muito bem passado; um dia daqueles que nos faz manter o sorriso na cara dos dias seguintes.

Em relação à prova, a comunicação da mesma (facebook, emails, website) foi muito boa e simpática e os horários foram cumpridos. Contudo, para uma prova de K25 por €22, penso que a qualidade dos abastecimentos (eram duas e não tinham água isotónica) e a sinalização (ajudei uma pessoa a não perder um desvio que não tinha visto) deixaram muito a desejar. Por outro lado, o percurso, pelo menos o do K25, e na minha opinião, “não foi nada de especial”, penso que Sintra tem muito mais a oferecer daquilo que vimos, mas pode haver pessoas que não concordam comigo, é claro. Por fim, na Praia da Maçãs, onde se realizaram a partida e chegada (local muito bem escolhido pela sua acessibilidade e beleza), o debrief inicial não se ouviu, pois era uma pessoa a falar para todos os participantes dos K25, sem microfone ou palco (improvisado) e, ao meu espanto, na minha chegada, a água tinha acabado. Acho inaceitável, numa prova que, à grande maioria dos participantes, leva 4 a 5 horas, não haver água na chegada. Passado algum tempo, reabasteceram, mas já foi tarde; alguns amigos já se tinham ido embora. Desiludidos.

 

Resumindo: tive um dia muito bem passado; o espírito de trail é realmente outro. Se volto para o ano? Não sei.

 

Os meus parabéns ao Diogo Conceição e Liliana Moreira que se estrearam nas provas de trilhos! Que venham muitos, muitos mais!

Unboxing: Puma Faas 500 TR

Como os nossos leitores sabem temos vindo a apostar cada vez mais no trail running - não colocando de lado as corridas em estrada. Gostamos cada vez mais dos desafios que os trilhos do nosso país nos dão. Se pensarmos bem somos mesmo abençoados pelas possibilidades que temos no nosso país praticar esta vertente da corrida. A nossa aposta no trail running está a ser seguida pelas marcas de running, como a Puma, que nos confiou o teste de um dos seus modelos para trail, os Faas 500 TR. Aqui fica o unboxing. A 1ª impressão será escrita no início da próxima semana.

 

 

Cuidados com a ter com a pele - para corredores (e não só)

 
O verão está aí! Uns dias mais tímido outros em toda a força a fazer lembrar que é nesta altura que todos os que praticam desporto ao ar livre, tais como os corredores, devem ter cuidados especiais com a pele. Assim, pedimos conselhos a um especialista, o Dr. João Goulão, Dermatologista, que deixa aqui conselhos e ideias que todos (mesmo todos) não devemos esquecer.

 

Por João Goulão, Dermatologista, 

 

Nos últimos anos tem-se verificado em Portugal um aumento de desportos ao ar livre (entre os quais a corrida) com todas as vantagens que isso traz. Há no entanto a necessidade de reforçar o risco que existe para a saúde da exposição excessiva ao sol. Uma exposição solar excessiva leva a um fotoenvelhecimento da pele, manifestada pelo aparecimento de rugas, manchas, pequenos vasos sanguíneos à superficie da pele e especialmente pelo aparecimento de cancro de pele.

 

O cancro de pele é o tumor mais frequente no adulto. Uma em cada seis pessoas poderá desenvolver uma forma de cancro de pele ao longo da sua vida. Há vários factores que predispõem o seu aparecimento, sendo a radiação ultra-violeta (RUV) o principal factor ambiental implicado. Em 90% dos casos de cancro cutâneo, existe história de exposição solar excessiva, sobretudo na infância e adolescência. Infelizmente, o cancro cutâneo continua a aumentar de incidência.

 

Uma das razões é a diminuição da camada de ozono, mas tem havido também um aumento da exposição solar por parte das pessoas. Estas têm maior actividade lúdica ao ar livre e para agravar, vestem-se com menos roupa. O bronzeado como característica esteticamente bonita também tem contribuído para este aumento de incidência. É importante frisar que não há bronzeado saudável! Uma pele bronzeada é uma pele que sofre ou sofreu uma agressão, e o escurecimento da pele não é mais do que a defesa do organismo contra essa agressão.

 

A forma de prevenir a RUV é evitar o sol, mas isso é impraticável. O sol é essencial ao desenvolvimento e crescimento dos seres vivos, depende de nós a sua utilização de forma responsável e moderada. Há formas de minimizar a exposição solar: evitando o pico da RUV (11h da manhã às 16h da tarde); procurando espaços de sombra; uso de vestuário adequado, incluindo chapéu de abas largas e óculos de sol e por fim os “protectores solares”.

 

Estes últimos, na prática, não se têm demonstrado eficazes na protecção contra a RUV, muito por culpa dos consumidores. Os “protectores solares” têm que ser aplicados de forma generosa, numa quantidade superior a 2mg/cm2 (que é muito difícil determinar em termos práticos), deverão ser aplicados, em toda a pele, 20 minutos antes da exposição solar, não esquecendo os lábios, pavilhões auriculares, contorno dos olhos, mãos, pés e couro cabeludo nas pessoas calvas. Não esquecer ainda que deverão ser reaplicados de 2/2horas, sobretudo se o indivíduo toma banho ou transpira.

 

Suunto anuncia novos Ambit 3

 

Fizemos recentemente a Review do Suunto Ambit 2, agora a marca Filandesa anuncia para Setembro a chegada da nova família, os Ambit 3.

 

"A nova família Suunto Connected chegará ao mercado com uma gama completa para todos os que querem desfrutar ao máximo dos seus desportos e aventuras, sendo a primeira família de produtos Suunto compatíveis com Bluetooth®Smart formada pela Suunto Movescount App, os relógios GPS Suunto Ambit3 Peak, Suunto Ambit3 Sport, e Suunto Smart Sensor com monitorização de frequência cardíaca."

 

Será também possivel fazer o seguimento dos desportos e atividades diárias com a Suunto Movescount App no smartphone, carregar os exercícios, mudar os ajustes do relógio, receber notificações e partilhar todas as atividades mediante ligação wi-fi, de qualquer lugar.

 

Os novos Suunto Ambit3 Sport têm todas as características necessárias para correr, nadar, praticar ciclismo e treino multi desportivo. O GPS dá o ritmo exato, navegação por rotas e seguimento, enquanto que o monitor de frequência cardíaca permite treinar na zona ideal.

Além das características conhecidas do Ambit2 S, no Ambit3 Sport vão existir algumas novidades, por exemplo, para natação, fazer o registo da frequência cardíaca ao nadar.

 

A nova estrela da família Suunto Ambit é o Ambit3 Peak, sucessor do Suunto Ambit2, com navegação de rotas, informação barométrica, altímetro FusedAltiTM, bússola 3D e outras funções específicas, além de todas as novas funções do Ambit3 Sport. A bateria do Ambit3 Peak dura o dobro da do Ambit3 Sport (até 50 horas em modo GPS) e o seu desenho com monitor reforçado em fibra de vidro e bisel de aço inoxidável. Continuará a existir a edição Sapphire que inclui ainda cristal de safira de máxima durabilidade.

Em agosto serão revelados mais detalhes sobre os produtos, ficamos, ansiosamente, à espera.

Review: Salomon X-Scream - Cada km é um km a mais ou a menos?

Por Filipe Gil:

 

Sou uma pessoa que se considera pouco materialista. Tenho um comportamento estranho perante alguns objetos. Sou capaz de dar muito dinheiro por umas coisas que outros acham absurdas, como sou capaz de achar absurdo onde alguns investem os seus euros. Dou exemplos, prefiro ter um iPhone com três ou quatro anos do que um smartphone mais avançado tecnologicamente de outra marca. Sou incapaz de olhar para automóveis com olhar lascivo. Não ligo nada e cada euro gasto com um carro é para mim um desperdício, ou quase. Mas há certos objetos pelo qual ganho um apreço e quando os uso sinto que os estou a "gastar", o que é muito patético!

 

Mas nunca tinha tido um sentimento assim por uns ténis de corrida. Até que a Salomon me ofereceu um par do seu modelo Salomon X-Scream. E cada vez que os calço, sinto que os estou a gastar! É inevitável, por vezes, quando estou a correr pensar que os vou ter que os reformar quando chegarem aos 600/700 K de uso...

 

No entanto, não pensem que foi amor à primeira vista, a sua cor – amarelo gritante, talvez fazendo jus ao nome do modelo – são um pedaço berrantes demais para o meu gosto. E não, não gosto de ténis escuros, mas tão vibrantes como este modelo também acho um exagero.

 

Os ténis são enquadrados na filosofia de “City Trail” da Salomon, ou seja ténis para usar nas subidas e descidas das cidades e na exploração das urbes através da corrida, tal como se explora os trilhos da montanha, sem aquela coisa “chata” de correr em linha reta em cima de alcatrão.

Fazendo jus à sua filosofia, utilizei-os variadíssimas vezes nos treinos que o Correr na Cidade faz pelas colinas de Lisboa (o próximo é no dia 24 de julho), e onde se portaram muito bem. Aliás, devo dizer que são os ténis perfeitos para correr em cima das irritantes pedras da calçada de Lisboa. Será que os testers da Salomon andaram a correr por Lisboa para acertar o modelo e o tipo de sola? Parece que sim.

 

Mas, e apesar de gostar muito deles, não os poupei, e usei-os nos mais variados trilhos, menos citadinos, tanto no Jamor como em Monsanto. E aqui percebi que estes ténis têm algumas falhas para pisos mais “complicados”.

Não são ténis de trail, ponto! – e marca assume isso. Comportam-se muito bem em terra batida e em subidas de trilho a sua sola agarra muito, muito bem, especialmente se subirmos com as pontas dos pés – comme il faut! – mas têm limitações. Sobretudo nas descidas mais técnicas e em caminhos com pedras soltas.

 

Este modelo ainda é volumoso, apesar de leve, tornando-se mais difícil de controlar que outros modelos de trail que já experimentei. Para trilhos técnicos a Salomon tem outros modelos, fica o aviso.

 

De resto, são os ténis ideias para sair de casa, correr um pouco no alcatrão e enfiarmo-nos por um parque ou jardim pisando a relva sem escorregar, subir com mais velocidade num pedaço de terra batida, ou gravilha, ou ainda pisar pedras de uma forma relativamente confortável – atenção que este modelo não tem a placa anti pedras que outros modelos da Salomon têm. De qualquer forma nota-se que a marca deixou um pouco do seu DNA de especialista de trail neste modelo.

 

Para mim, os Salomon X-Scream têm o seu “q” de aspiracional, não o posso negar. Quando saio de casa com eles calçados “continuo” a sentir-me um corredor mais de trilhos do que de alcatrão.

 

Compramos a marcar X ou Y porque nos diz algo, porque ganhamos, nem que seja por poucas semanas, afinidades com ela. A não ser que sejamos  atletas patrocinados temos a liberdade de preferir as marcas que nos dizem algo e, ao mesmo tempo, temos a liberdade de as odiar. No meu caso a Salomon influência-me pela positiva. Inspira-me nos magníficos vídeos que fazem, por exemplo. As imagens,  o storytelling e a emoção que colocam no marketing da marca é, para mim, irresistível – mesmo sabendo, como sei, descodificar a mensagem.

 

Mas voltando os X-Scream, uso-os também muitas vezes quando vou a correr do trabalho para casa e onde passo pelos mais diferentes tipos de piso nos trilhos citadinos. Só para exemplificar, desde as escadinhas curtas típicas de Lisboa, ao empedrado gasto e quase escorregadio, aos trocos de árvores mal cortados, aos caminhos de bicicletas ou mesmo ao zigue-zague que se faz para evitar os dejetos dos cães (a cidade é mesmo um poderoso trilho urbano) e é aí que os Salomon X-Scream dominam. Ganhei afeição ao raio dos ténis, não há volta a dar.

 

Ah, Last but not least: são ténis neutros, o que pode condicionar a escolha de alguns corredores. Ou então façam como eu, pronador, juntem-lhe umas palmilhas para pronadores da Iron Man e os problemas resolvem-se. Como já notaram gostei, e gosto, muito dos ténis, mais ainda tenho discernimento para indicar os seguintes parâmetros de forma imparcial:

 

O positivo

O design do modelo
Conforto
Sola muito versátil
Sistema de atacadores

 

O negativo
Podiam ser um pouco mais minimalistas e menos volumosos
Sujam-se muito (pelo menos em amarelo)
Devia existir modelo para pronadores
Frustação por este modelo não aguentar trilhos mais à séria

 

A avaliação geral:

Se é corredor de trilhos e raramente usa o alcatrão para correr, esqueça este modelo. A marca tem outro modelo, também da série City Trail, que aguentam melhor os trilhos na natureza: os Sense Pro. Se é “rei do asfalto” e quer fazer provas rápidas, Meias ou mesmo Maratonas, há outros modelos mais indicados de outras marcas.

 

Agora, se gosta de explorar a sua cidade com o mesmo espírito com que explorar as serras e montanhas, se gosta de variar de piso durante os treinos, se gosta de correr em trilhos mas não corre  com medo de gastar a sola dos seus ténis de estrada, se gosta de explorar a sua cidade com conforto, se gosta de ir até ao parque da sua cidade ou mesmo para um mata ou serra menos técnica os Salomon X-Scream são os ténis ideais para o levar da cidade aos trilhos, e vice-versa. Mas não faça como eu, use-os sem medo de os gastar e sem pensar que cada km é um km a menos com estes X-Scream!


PVP: 120€

NOTA IMPORTANTE: No El Corte Inglés, de Lisboa, este modelo estava em saldo a custar cerca de 60€.