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Correr na Cidade

Cuidados com a ter com a pele - para corredores (e não só)

 
O verão está aí! Uns dias mais tímido outros em toda a força a fazer lembrar que é nesta altura que todos os que praticam desporto ao ar livre, tais como os corredores, devem ter cuidados especiais com a pele. Assim, pedimos conselhos a um especialista, o Dr. João Goulão, Dermatologista, que deixa aqui conselhos e ideias que todos (mesmo todos) não devemos esquecer.

 

Por João Goulão, Dermatologista, 

 

Nos últimos anos tem-se verificado em Portugal um aumento de desportos ao ar livre (entre os quais a corrida) com todas as vantagens que isso traz. Há no entanto a necessidade de reforçar o risco que existe para a saúde da exposição excessiva ao sol. Uma exposição solar excessiva leva a um fotoenvelhecimento da pele, manifestada pelo aparecimento de rugas, manchas, pequenos vasos sanguíneos à superficie da pele e especialmente pelo aparecimento de cancro de pele.

 

O cancro de pele é o tumor mais frequente no adulto. Uma em cada seis pessoas poderá desenvolver uma forma de cancro de pele ao longo da sua vida. Há vários factores que predispõem o seu aparecimento, sendo a radiação ultra-violeta (RUV) o principal factor ambiental implicado. Em 90% dos casos de cancro cutâneo, existe história de exposição solar excessiva, sobretudo na infância e adolescência. Infelizmente, o cancro cutâneo continua a aumentar de incidência.

 

Uma das razões é a diminuição da camada de ozono, mas tem havido também um aumento da exposição solar por parte das pessoas. Estas têm maior actividade lúdica ao ar livre e para agravar, vestem-se com menos roupa. O bronzeado como característica esteticamente bonita também tem contribuído para este aumento de incidência. É importante frisar que não há bronzeado saudável! Uma pele bronzeada é uma pele que sofre ou sofreu uma agressão, e o escurecimento da pele não é mais do que a defesa do organismo contra essa agressão.

 

A forma de prevenir a RUV é evitar o sol, mas isso é impraticável. O sol é essencial ao desenvolvimento e crescimento dos seres vivos, depende de nós a sua utilização de forma responsável e moderada. Há formas de minimizar a exposição solar: evitando o pico da RUV (11h da manhã às 16h da tarde); procurando espaços de sombra; uso de vestuário adequado, incluindo chapéu de abas largas e óculos de sol e por fim os “protectores solares”.

 

Estes últimos, na prática, não se têm demonstrado eficazes na protecção contra a RUV, muito por culpa dos consumidores. Os “protectores solares” têm que ser aplicados de forma generosa, numa quantidade superior a 2mg/cm2 (que é muito difícil determinar em termos práticos), deverão ser aplicados, em toda a pele, 20 minutos antes da exposição solar, não esquecendo os lábios, pavilhões auriculares, contorno dos olhos, mãos, pés e couro cabeludo nas pessoas calvas. Não esquecer ainda que deverão ser reaplicados de 2/2horas, sobretudo se o indivíduo toma banho ou transpira.

 

Suunto anuncia novos Ambit 3

 

Fizemos recentemente a Review do Suunto Ambit 2, agora a marca Filandesa anuncia para Setembro a chegada da nova família, os Ambit 3.

 

"A nova família Suunto Connected chegará ao mercado com uma gama completa para todos os que querem desfrutar ao máximo dos seus desportos e aventuras, sendo a primeira família de produtos Suunto compatíveis com Bluetooth®Smart formada pela Suunto Movescount App, os relógios GPS Suunto Ambit3 Peak, Suunto Ambit3 Sport, e Suunto Smart Sensor com monitorização de frequência cardíaca."

 

Será também possivel fazer o seguimento dos desportos e atividades diárias com a Suunto Movescount App no smartphone, carregar os exercícios, mudar os ajustes do relógio, receber notificações e partilhar todas as atividades mediante ligação wi-fi, de qualquer lugar.

 

Os novos Suunto Ambit3 Sport têm todas as características necessárias para correr, nadar, praticar ciclismo e treino multi desportivo. O GPS dá o ritmo exato, navegação por rotas e seguimento, enquanto que o monitor de frequência cardíaca permite treinar na zona ideal.

Além das características conhecidas do Ambit2 S, no Ambit3 Sport vão existir algumas novidades, por exemplo, para natação, fazer o registo da frequência cardíaca ao nadar.

 

A nova estrela da família Suunto Ambit é o Ambit3 Peak, sucessor do Suunto Ambit2, com navegação de rotas, informação barométrica, altímetro FusedAltiTM, bússola 3D e outras funções específicas, além de todas as novas funções do Ambit3 Sport. A bateria do Ambit3 Peak dura o dobro da do Ambit3 Sport (até 50 horas em modo GPS) e o seu desenho com monitor reforçado em fibra de vidro e bisel de aço inoxidável. Continuará a existir a edição Sapphire que inclui ainda cristal de safira de máxima durabilidade.

Em agosto serão revelados mais detalhes sobre os produtos, ficamos, ansiosamente, à espera.

Review: Salomon X-Scream - Cada km é um km a mais ou a menos?

Por Filipe Gil:

 

Sou uma pessoa que se considera pouco materialista. Tenho um comportamento estranho perante alguns objetos. Sou capaz de dar muito dinheiro por umas coisas que outros acham absurdas, como sou capaz de achar absurdo onde alguns investem os seus euros. Dou exemplos, prefiro ter um iPhone com três ou quatro anos do que um smartphone mais avançado tecnologicamente de outra marca. Sou incapaz de olhar para automóveis com olhar lascivo. Não ligo nada e cada euro gasto com um carro é para mim um desperdício, ou quase. Mas há certos objetos pelo qual ganho um apreço e quando os uso sinto que os estou a "gastar", o que é muito patético!

 

Mas nunca tinha tido um sentimento assim por uns ténis de corrida. Até que a Salomon me ofereceu um par do seu modelo Salomon X-Scream. E cada vez que os calço, sinto que os estou a gastar! É inevitável, por vezes, quando estou a correr pensar que os vou ter que os reformar quando chegarem aos 600/700 K de uso...

 

No entanto, não pensem que foi amor à primeira vista, a sua cor – amarelo gritante, talvez fazendo jus ao nome do modelo – são um pedaço berrantes demais para o meu gosto. E não, não gosto de ténis escuros, mas tão vibrantes como este modelo também acho um exagero.

 

Os ténis são enquadrados na filosofia de “City Trail” da Salomon, ou seja ténis para usar nas subidas e descidas das cidades e na exploração das urbes através da corrida, tal como se explora os trilhos da montanha, sem aquela coisa “chata” de correr em linha reta em cima de alcatrão.

Fazendo jus à sua filosofia, utilizei-os variadíssimas vezes nos treinos que o Correr na Cidade faz pelas colinas de Lisboa (o próximo é no dia 24 de julho), e onde se portaram muito bem. Aliás, devo dizer que são os ténis perfeitos para correr em cima das irritantes pedras da calçada de Lisboa. Será que os testers da Salomon andaram a correr por Lisboa para acertar o modelo e o tipo de sola? Parece que sim.

 

Mas, e apesar de gostar muito deles, não os poupei, e usei-os nos mais variados trilhos, menos citadinos, tanto no Jamor como em Monsanto. E aqui percebi que estes ténis têm algumas falhas para pisos mais “complicados”.

Não são ténis de trail, ponto! – e marca assume isso. Comportam-se muito bem em terra batida e em subidas de trilho a sua sola agarra muito, muito bem, especialmente se subirmos com as pontas dos pés – comme il faut! – mas têm limitações. Sobretudo nas descidas mais técnicas e em caminhos com pedras soltas.

 

Este modelo ainda é volumoso, apesar de leve, tornando-se mais difícil de controlar que outros modelos de trail que já experimentei. Para trilhos técnicos a Salomon tem outros modelos, fica o aviso.

 

De resto, são os ténis ideias para sair de casa, correr um pouco no alcatrão e enfiarmo-nos por um parque ou jardim pisando a relva sem escorregar, subir com mais velocidade num pedaço de terra batida, ou gravilha, ou ainda pisar pedras de uma forma relativamente confortável – atenção que este modelo não tem a placa anti pedras que outros modelos da Salomon têm. De qualquer forma nota-se que a marca deixou um pouco do seu DNA de especialista de trail neste modelo.

 

Para mim, os Salomon X-Scream têm o seu “q” de aspiracional, não o posso negar. Quando saio de casa com eles calçados “continuo” a sentir-me um corredor mais de trilhos do que de alcatrão.

 

Compramos a marcar X ou Y porque nos diz algo, porque ganhamos, nem que seja por poucas semanas, afinidades com ela. A não ser que sejamos  atletas patrocinados temos a liberdade de preferir as marcas que nos dizem algo e, ao mesmo tempo, temos a liberdade de as odiar. No meu caso a Salomon influência-me pela positiva. Inspira-me nos magníficos vídeos que fazem, por exemplo. As imagens,  o storytelling e a emoção que colocam no marketing da marca é, para mim, irresistível – mesmo sabendo, como sei, descodificar a mensagem.

 

Mas voltando os X-Scream, uso-os também muitas vezes quando vou a correr do trabalho para casa e onde passo pelos mais diferentes tipos de piso nos trilhos citadinos. Só para exemplificar, desde as escadinhas curtas típicas de Lisboa, ao empedrado gasto e quase escorregadio, aos trocos de árvores mal cortados, aos caminhos de bicicletas ou mesmo ao zigue-zague que se faz para evitar os dejetos dos cães (a cidade é mesmo um poderoso trilho urbano) e é aí que os Salomon X-Scream dominam. Ganhei afeição ao raio dos ténis, não há volta a dar.

 

Ah, Last but not least: são ténis neutros, o que pode condicionar a escolha de alguns corredores. Ou então façam como eu, pronador, juntem-lhe umas palmilhas para pronadores da Iron Man e os problemas resolvem-se. Como já notaram gostei, e gosto, muito dos ténis, mais ainda tenho discernimento para indicar os seguintes parâmetros de forma imparcial:

 

O positivo

O design do modelo
Conforto
Sola muito versátil
Sistema de atacadores

 

O negativo
Podiam ser um pouco mais minimalistas e menos volumosos
Sujam-se muito (pelo menos em amarelo)
Devia existir modelo para pronadores
Frustação por este modelo não aguentar trilhos mais à séria

 

A avaliação geral:

Se é corredor de trilhos e raramente usa o alcatrão para correr, esqueça este modelo. A marca tem outro modelo, também da série City Trail, que aguentam melhor os trilhos na natureza: os Sense Pro. Se é “rei do asfalto” e quer fazer provas rápidas, Meias ou mesmo Maratonas, há outros modelos mais indicados de outras marcas.

 

Agora, se gosta de explorar a sua cidade com o mesmo espírito com que explorar as serras e montanhas, se gosta de variar de piso durante os treinos, se gosta de correr em trilhos mas não corre  com medo de gastar a sola dos seus ténis de estrada, se gosta de explorar a sua cidade com conforto, se gosta de ir até ao parque da sua cidade ou mesmo para um mata ou serra menos técnica os Salomon X-Scream são os ténis ideais para o levar da cidade aos trilhos, e vice-versa. Mas não faça como eu, use-os sem medo de os gastar e sem pensar que cada km é um km a menos com estes X-Scream!


PVP: 120€

NOTA IMPORTANTE: No El Corte Inglés, de Lisboa, este modelo estava em saldo a custar cerca de 60€.