2014 de altos e…altos
Por Stefan Pequito:
2014 foi o meu primeiro ano de ultra-maratonas e o primeiro ano a correr um pouco mais a sério. É certo que em 2013 foi o começo mas pouco corria. Na altura praticava Jiu Jitsu, e foi por isso que comecei a correr, uma vez que ia começar a competir e era uma forma de ganhar resistência cardíaca. Mas a corrida agarrou-se a mim com unhas e dentes e no final de 2013 descobri uma nova (ou velha) paixão pelo trail running.
Faço aqui um pequeno resumo da minha história. Nem sempre fui a pessoa mais desportista, mas sempre gostei. No entanto era (e ainda sou) preguiçoso e nunca gostei de me cansar muito. Quando era mais novo joguei futsal federado no Águias de Vale de Milhaços, e posso afirmar que foi a primeira vez que me esforcei no desporto, já que pensava ir longe naquela modalidade. Mas não tive sorte. Uma lesão, num jogo a brincar e já com o campeonato terminado, acabou com a minha carreira nas distritais.
Os anos a seguir pós 18 anos foram os anos negros da minha vida, beber, fumar tabaco e não só, comer porcaria etc. Praticamente até aos meus 25 anos foi só má vida. Praticamente não fazia nada, às vezes jogava a bola mas mais nada. Nessa altura tive sempre peso a mais. Até que um dia disse “basta” e não quis continuar assim. Com a ajuda de uma amiga, a Rute, acabei por ir para o Jiu Jitsu e posso dizer que foi o melhor que na altura me aconteceu. Conheci o Professor João Santos da Gracie Lisboa, entre outros enormes amigos que lá fiz e que me ajudaram a ultrapassar aquele Stefan “negativo”, fazendo-me acreditar em mim novamente
Entretanto nesse grupo de amigos estava o Pedro Tomás Luiz. Mal sabia que seria ele, mais tarde, a ser o meu “padrinho” nas corridas, Foi ele que me ajudou a encontrar esta paixão.
Voltando ao trail, propriamente dito, em 2013 foi a um pequeno seminário ministrado pelo Armando Teixeira na loja TAF do Dolce Vita Tejo. Na altura já era membro do Correr na Cidade e já tinha feito algumas corridas de estrada, entre as quais três Meias Maratonas e uma Maratona e como sou antigo escuteiro ouvi falar do trail pelo Pedro, e claro e quis ver o que era. Nesse seminário a ouvir a falar o Armando fiquei maravilhado com tudo, porque que não voltar andar pelos trilhos, por onde já andei, mas agora a correr? Pareceu-me uma ótima ideia. A primeira coisa que fiz quando cheguei a casa foi inscrever-me em 4 ultra-trails.
O primeiro objetivo de 2014 foi fazer o Circuito do Território organizado pela Horizontes. Mal sabia eu que ia ser com eles que ia começar esta aventura do Ultra Trail. Dias depois o Pedro, novamente, falou-me no Trilhos dos Abutres e eu achei bem ir - mesmo sendo apenas duas semanas depois da minha primeira prova e duas antes da terceira. Mas arrisquei e fui.
Dezembro de 2013 não sei como mas fiz uma lesão no tendão de Aquiles, duas semanas antes da primeira prova.Chegou 2014 e lá foi eu para a minha primeira prova ainda lesionado e sem perceber nada de trail. E, claro não correu muito bem, fui rápido demais sem noção de nada, por mais avisos que tenha tido do Paulo Alexandre, organizador do evento. Para a primeira correu bem e mal.
Bem porque acabei, mal porque acabei mal. Resumindo até Março de 2014 as provas não foram as melhores. Abutres é onde conheço o Lino Luz dando-se uma nova amizade no trail. Depois foi Vila Velha de Ródão. Esta prova ainda me está “atravessada” porque correu tão mal e foi uma verdadeira lição para mim. Mas é em Março que começo a melhor as minhas participações. E tinha mesmo de melhorar, pois nesta altura acabara de me inscrever nos 100K de São Mamede…
Mas foi na prova de Vila de Rei (67km)que foi a “reviravolta” das minhas prestações. Geri a prova bem, quase dores e acabei na 15ª posição. Mas a melhor prova foi na Sertã, em que fiz um 7º lugar nos 50 km desta prova.
Depois iniciei treinos mais duros tendo em vista a prova dos 100km de São Mamede. Aprendi que o reforço muscular é muito importante e fui para o ginásio. Ainda fiz a prova de Sesimbra, nas calmas, porque o objetivo era mesmo São Mamede.
E lá foi morrer e renascer várias vezes. Acabei bem, com 15 horas de prova e 91º da geral. Fiquei contente e com vontade de mais, claro. Entretanto inscrevi-me para a Ultra Serra de Arga e Serra de Gredos, em Espanha. Pelo meio tive duas provas que não acabei - uma por um entorse grave na Serra da Lousã; e depois, o Trail Noturno de Óbidos por má gestão, e demasiado ego. Tendo cometido demasiados erros que me custaram caro. No meio disto fiz a Ultra do Douro e Paiva 60k de vistas fantásticas.
Agosto foi mês de treinar duro pois que queria dar o litro nas minhas duas últimas Ultras do ano. E foi o que fiz no GTSA ficado em 23º lugar, se não me engano (pois a classificação mudou tantas vezes que não sei ). Depois veio a minha primeira prova no estrangeiro, mais concretamente na Serra de Gredos. Para a minha infelicidade o Pedro Luiz não pude ir por lesão. Mas conheci o David Quelhas, que neste momento é um grande amigo e companheiro nestas aventuras, e fui para Gredos como pessoal do Coimbra Trail que me trataram com um deles.
Gredos foi uma prova dura pois é passada em alta montanha. A prova estava mal marcada mas adorei aquelas aventuras. Resumindo, adoro montanha adora natureza. Mas o ano não acabou aqui pensava que sim mas acabei por ir com a minha malta do Correr na Cidade fazer o trail da Arrábida como prova final de época e com poucos treinos.
Nesta prova consegui manter o lugar com companhia de outro amigo do trail, o Nélson Diogo, e no meio disto tudo acabo os 25km da prova em 10º lugar e com fulgor para dar mais.E assim acabou a minha época de competição fiz umas férias de uma semana da corrida e depois fui retornado aos poucos e organizado, ao mesmo tempo 2015.
Para o novo ano já tenho dois grandes objetivos: o MIUT (115km) e o Oh Meu Deus (167K) e ainda estou a pensar seriamente na “vingança” de Vila Velha de Ródão e uma prova em Espanha, como o Ultra dos Pirenéus.Estes são os meus objetivos grandes de 2015 que já ando a trabalhar para eles em todos os sentidos pois quero fazer boa figura nas provas todas.
Ando também à procura de ajudas pois para estas aventuras e preciso despender também algum dinheiro em material que as vezes não as baratos infelizmente.
Bem com este final espero que todos vocês tenham um grande 2015 de muitas corridas desde, sejam minis ou ultras. O segredo é seguir sempre em frente. Há dias menos bons mas tempos de saber gerir isso, é a vida, LOL.