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Correr na Cidade

Trail: Saltar sobre um obstáculo

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Por Tiago Portugal

 

Ao longo de um trilho, ou percurso, de trail é normal encontrar vários obstáculos, sejam eles naturais, pedras, árvores, ou não. Numa lógica de economia de esforço o mais usual é pisar esse obstáculo ou contorná-lo. No entanto, por vezes não há escolha possível e temos que saltar.

 

Qual a melhor maneira de o fazer? No texto iremos abordar algumas técnicas de forma a potenciar o esforço e diminuir o risco de lesão caso seja necessário saltar sobre um obstáculo.

 

A leitura do terreno e do meio envolvente é um fator muito importante nestas situações. No trail, nomeadamente nos trilhos mais técnicos estamos rodeados de obstáculos ao longo de todo o percurso.

 

Para ultrapassar as dificuldades que vamos encontrando ao longo do caminho existem vários métodos distintos:

 

  • Contornar o obstáculo, técnica mais utilizada quando estamos cansados;

 

  • Passar sobre o obstáculo, pisando-o ou apoiando-nos sobre o mesmo, permite manter a velocidade e economizar energia;

 

  • Saltar sobre o obstáculo.

 

Nestas situações temos os dois extremos, passar a andar, o que permite poupar energia mas perder tempo, ou dar um salto utilizando para isso uma grande quantidade de energia mas permitindo manter a velocidade.

 

Em todas estas situações é necessário escolher o melhor compromisso entre velocidade e consumo de energia.

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Caso seja mesmo necessário saltar ou se for essa a nossa opção devemos fazer uma leitura rápida do terreno para saber onde vamos colocar os pés, quer ao nível do impulso como da receção. De forma a diminuir a altura ou o comprimento do salto devemos procurar apoios intermédios, que irão permitir uma diminuição do impacto bem como poupar energia. Estes apoios podem ao invés de nos fazer perder tempo aumentar a eficácia do nosso salto. Em caso de necessidade, devemos utilizar também as mãos como apoio. Estes apoios devem ser utilizados tanto nas descidas como nas subidas.

 

A correta aproximação ao obstáculo é um fator essencial no sucesso do nosso salto. Mais uma vez, uma boa leitura da envolvente e do trilho permite chegar à altura do salto em boa posição, com equilíbrio e de preferência com o nosso melhor pé de apoio. Por norma temos mais confiança se efetuarmos o salto com esse pé, no meu caso o pé direito. É importante treinar a chamada do salto com os dois pés de maneira a estarmos confiantes em caso de necessidade. Não é algo que ocorra naturalmente e deve ser trabalhado nos treinos, poderá no futuro evitar algumas quedas e permitir uma transição mais suave entre saltos e/ou obstáculos.

 

Os braços devem ser utilizados, exagerando o movimento natural dos mesmos. Para efetuar saltos mais altos devemos lançar os braços para cima, de forma a criar balanço, sendo que na receção ao chão devem contrabalançar o movimento. Tal como um atleta de salto em comprimento devemos utilizar os dois braços para aumentar o impulso do nosso salto. Em caso de descida os braços devem ser afastados do corpo de forma a garantir um maior equilíbrio.

 

Nas receções devemos procurar fletir a perna o mais possível, baixarmos-mos sobre as coxas para descer o centro de gravidade e amortecer ao máximo os impactos/choques, sobretudo se estivermos a descer. Evitar efetuar o contacto com o chão de perna esticada.

 

A receção ideal é efetuada com a parte da frente do pé. Para isso é só preciso ter um pouco de força nos gémeos e uns quadríceps possantes. Esta receção liberta a articulação do tornozelo para amortecer e absorver meljhor os impactos.

 

Bons treinos a todos.